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Reconhecer todos os aspectos dos diversos tipos de adicionais

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SALÁRIO X REMUNERAÇÃO
O que é salário e o que é remuneração?
Clique nas informações a seguir.
Salário
Remuneração
Não integram o salário nem a remuneração:
· Ajuda de custo
· Auxílio-alimentação
· Diárias de viagens
· Prêmios e abonos não integram a remuneração
Eles tampouco incorporam ao contrato ou servem de base de incidência para qualquer encargo trabalhista e previdenciário, ainda que sejam habituais.
Resumindo:
Remuneração
Salário + gorjetas
Salário
Importância fixa + gratificações + comissões
ADICIONAL NOTURNO
Conceitos e especificidades
O trabalho noturno é, como regra geral, aquele desempenhado entre 22h e 5h. Existem profissões que têm esse padrão de horário diferente, chegando a começar às 20h, como no caso dos trabalhadores da pecuária.
Essa padronização foi feita para garantir que os empregados submetidos a esse regime de trabalho tivessem uma remuneração diferenciada dos funcionários que trabalham em outro horário.
Conheceremos agora as especificidades do adicional noturno para:
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TRABALHADORES URBANOS
Foi garantida, além do adicional noturno de ao menos 20% da remuneração normal do valor pago pela hora diurna de trabalho, uma contagem diminuída, em que uma hora de trabalho se completa com 52 minutos e 30 segundos.
Exemplo: Isso quer dizer que, se o valor pago por uma hora de trabalho diurno for de R$10, a hora noturna deverá ser de pelo menos R$12. Também indica que, se a jornada normal for de 8 horas diurnas, a de 8 horas noturnas se encerrará com 7 horas trabalhadas.
Esses direitos são garantidos, pois é comprovado que o trabalho noturno provoca mais desgaste no trabalhador que o diurno. O nosso organismo não se desenvolveu para trabalhar durante a noite, e esse tipo de trabalho só começou a ser praticado em grande escala após a Revolução Industrial.
TRABALHADORES RURAIS
Seu adicional noturno garantido foi de 25%.
Exemplo: Se a hora de trabalho diurna for de R$10, a noturna será de R$12,50.
Além dessa diferença, foi garantido ao trabalhador rural da agricultura um período noturno que começa às 21h e termina às 5h.
TRABALHADORES RURAIS DA AGROPECUÁRIA
Foi garantido a eles um horário noturno que começa às 20h e se encerra às 4h, pois essa atividade tem como costume começar sua jornada de trabalho muito cedo devido à rotina no trato com os animais.
Para esse tipo de trabalhador, a contagem de horas noturnas não foi reduzida, o que provoca uma diferença em relação ao adicional dos trabalhadores urbanos. No caso dos rurais, a hora noturna continua tendo 60 minutos, seguindo o mesmo padrão da hora diurna.
Cálculos realizados
Situação 1:
Quando a empresa tem um trabalho noturno não habitual, o valor do acréscimo deve ser calculado para as horas que o trabalhador prestou nesse horário.
Situação 2:
Quando a empresa só produz durante o horário noturno devido à natureza do seu negócio, o valor pago deve ser referenciado em relação àquele normalmente realizado para o mesmo serviço durante o dia, acrescido do percentual indicado para o trabalho noturno de 20%.
Se o valor pago pela empresa já for superior a essa média acrescida de 20% (em caso de trabalho urbano) ou de 25% (indicado para o empregado rural), ela não terá a necessidade de fazer nenhum pagamento extra pelo trabalho noturno.
Todo esse arcabouço jurídico está baseado na CF, que, em seu artigo 73, garante ao empregado que trabalha no período noturno uma remuneração superior à daquele que labuta no diurno.
Além de todo esse arcabouço específico, quando a CLT trata do trabalho noturno, ela garante que o trabalhador noturno também tenha direito ao mesmo intervalo de descanso do empregado diurno:
Jornada de trabalho de até 4 horas: sem intervalo.
Jornada de trabalho superior a 4 horas e não excedente a 6 horas: intervalo de 15 minutos.
Jornada de trabalho excedente a 6 horas: intervalo de, no mínimo, 1 hora e de, no máximo, 2 horas.
De acordo com o artigo 142 da CLT, o valor do adicional noturno deve integrar todas os benefícios relacionados ao salário do trabalhador. Isso implica dizer que esse valor se reflete na gratificação de Natal (13º salário) e no 1/3 constitucional de férias.
Ao incorporar o salário do trabalhador, o adicional noturno se soma à base de cálculo de:
· Contribuição previdenciária
· Imposto de renda retido na fonte (IRRF)
Categorias com regras específicas
Além dessa regra geral para os trabalhadores noturnos, algumas categorias têm regras específicas para o adicional noturno.
Uma dessas categorias é a dos trabalhadores de:
Indústria de exploração, perfuração, produção e refinação do petróleo.
Industrialização do xisto.
Indústria petroquímica.
Transporte de petróleo e seus derivados.
Transporte de petróleo por meio de duto.
Nessas atividades listadas, a regulamentação do horário noturno é regida pela Lei nº 5.811/1972, que afasta a aplicação do parágrafo primeiro do artigo 73 da CLT. Esse caso especial foi julgado pelo Judiciário e considerado legal, conforme aponta a Súmula 112:
O trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados, por meio de dutos, é regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se lhe aplicando a hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no artigo 73, § 1º, da CLT.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, 2003
Outra categoria que recebeu tratamento especial em relação à hora noturna de trabalho foi a dos operadores de cinematográficos. Eles puderam acumular a jornada de trabalho diurna e a noturna, recebendo apenas um acréscimo de 25% sobre todas as horas trabalhadas, conforme estabelecido no art. 235 da CLT.
Inciso I do artigo 235 - Apesar dessa autorização, algumas restrições foram impostas ao empregador, que não pode exceder 10 horas de trabalho em um único período de trabalho.
O empregador terá de oferecer um intervalo de descanso de 1 hora entre o trabalho diurno e o noturno – mesmo que essa jornada de trabalho não exceda as três vezes por semana. Por fim, ele deverá garantir que o intervalo de descanso entre uma jornada de trabalho e a próxima seja de, no mínimo, 12 horas estabelecido pelo inciso II do art. 235.
O que isso garante?
Que o trabalhador terá seu descanso preservado e essa jornada extraordinária não será prejudicial à sua saúde.
Mais um detalhe que deve ser levado em conta nesta seção é a questão da proteção ao trabalho da mulher. O artigo 381 da CLT garante que as mulheres receberão os mesmos direitos que os homens quando trabalharem em horário noturno. Já o artigo 404 veda que os menores de 18 anos possam trabalhar nesse horário, não abrindo qualquer exceção a tal regra.
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
Um dos adicionais previstos pela legislação trabalhista é aquele oferecido para quem trabalha em serviços que ofereçam um risco à sua segurança e à sua saúde. Esses ambientes são chamados de perigosos ou insalubres.
Periculosidade é quando algum agente ou a própria configuração do ambiente provoca o risco de dano físico ou de morte ao trabalhador. Já a definição de um ambiente insalubre contempla agentes nocivos à saúde física e psicológica dele.
Por exemplo, o barulho pode causar, no longo prazo, a perda da audição. Esses ambientes podem, dependendo do tipo de agente existente, oferecer risco baixo, médio e alto – e desde que esse risco seja superior ao mínimo estabelecido por autoridade competente.
Ambientes que, de alguma forma, possuam essa condição devem ser identificados. As pessoas que trabalham neles precisam receber um adicional à sua remuneração como forma de compensação.
Você sabe qual é o nome dessa compensação?
RESPOSTA
Além da remuneração extra, algumas restrições também são impostas a pessoas que trabalham nesses locais. Uma delas é a de não poder existir a prorrogação do horário normal de trabalho sem a anuência das autoridades competentes. Elas precisam vistoriar o ambiente e garantir que o excesso de horas não gerará questões irreversíveis à saúde física ou mental dos trabalhadoresexpostos aos agentes nocivos.
Quando a jornada de trabalho já estiver aprovada com a proporção de 12 horas trabalhadas por 36 horas de descanso, uma nova autorização não será necessária em razão das 4 horas a mais que os trabalhadores executarem (além das 8 horas tratadas como normais pela CLT no art. 60).
A definição sobre quais atividades são consideradas insalubres é dada pelos artigos 189 e 190 da CLT: ambos estabelecem que será criado pelo Ministério do Trabalho um quadro listando os critérios para definição dessas atividades.
Devem constar nesse quadro:
· Critérios e limites máximos de cada agente nocivo.
· Equipamentos de proteção obrigatórios (EPI).
· Demais condições para caracterizar e limitar a exposição dos trabalhadores a, por exemplo, resíduos tóxicos.
Veremos agora os regramentos jurídicos descritos nos seguintes artigos da CLT:
Clique nas barras para ver as informações.
ART. 191
Além de apontarem os ambientes, seus limites e dispositivos de proteção, essas normas procuram indicar formas de neutralizar e proteger os funcionários.
ART. 192
O adicional de insalubridade tem de ser graduado conforme o risco ao qual o trabalhador está exposto.
Quando ele é alto, conforme os padrões indicados pelo Ministério do Trabalho em seu quadro de atividades insalubres, o percentual determinado é de 40% sobre o salário-mínimo da região. Já em ambientes e atividades classificados como de risco médio no mesmo quadro, o percentual é de 20%.
O adicional de periculosidade, como já destacamos, é pago a trabalhadores expostos a ambientes nos quais alguma questão lhes ofereça perigo de ferimento físico ou mesmo risco de morte.
ART. 193
O legislador procurou listar os perigos elencados acima nesse artigo. Entre esses agentes, estão os inflamáveis, explosivos ou de energia elétrica. Todos são considerados de alto risco para a saúde e a vida dos trabalhadores, que, de alguma forma, estão expostos a esse perigo.
Outra possibilidade de exposição a risco é quando o agente trabalha em condições sujeitas a roubos ou outras espécies de violência física. Alguns trabalhadores estão expostos ao risco de morrer a todo instante.
Exemplo: Funcionários na área de segurança pessoal ou patrimonial. O segurança de uma agência bancária pode inclusive perder sua vida durante um assalto. Como ele está exposto a um risco constante, o legislador procurou gratificá-lo por se expor a ele.
Saiba mais
Posteriormente, em 2014, foi incluído no artigo 193 da CLT o parágrafo 4º. Ele abarca os trabalhadores que utilizam a motocicleta como ferramenta de trabalho no rol de atividades com direito ao adicional de periculosidade. Isso aconteceu pelo fato de o índice de morte deles por acidente ser muito alto em todo o Brasil. Neste caso, o legislador procurou estender essa proteção a tal categoria de trabalhadores por entender que esses acidentes advinham da condição de seu trabalho, e não apenas de sua imprudência ao conduzir as motocicletas.
O adicional de periculosidade foi determinado com um índice de 30% sobre seu salário-base, ou seja, sem incluir na base de cálculo os acréscimos resultantes de gratificações. Por exemplo, as gratificações por função de confiança, prêmios em geral ou participações nos lucros das empresas para os funcionários que os recebem mensal ou até anualmente.
Essa remuneração não é cumulativa. O empregado que for exposto a mais de um tipo de agente que lhe garanta o direito aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá escolher qual deles prefere receber.
Art. 194
Outro ponto tratado na CLT é que a importância recebida como adicional de insalubridade e de periculosidade cessa quando a condição que deu origem ao direito deixa de existir. Isso é muito importante, pois o lapso temporal de recebimento desse adicional – mesmo que em grande quantidade – não gera direito adquirido pelo empregado.
Isso já foi objeto de muitas ações judiciais, mas, ao final, ficou pacificado que o artigo 194 da CLT era constitucional e que sua execução não implicava uma perda de direito do funcionário.
Para que um ambiente seja declarado insalubre ou periculoso, é necessário que uma perícia do Ministério do Trabalho seja feita e as questões decorrentes sejam comprovadas por um perito.
Essa é a regra básica que deve prevalecer inclusive em casos de processos judiciais, ocorrendo a designação de um perito pelo juiz.
Outros artigos, incisos e parágrafos
Além dessas regras já citadas, outras são descritas nos artigos 195, 196, 197 e 388 da CLT, assim como em seus incisos e parágrafos.
Ao tratar da proteção do trabalho da mulher, o legislador procurou garantir que, em alguns casos, ela não fosse exposta a riscos ou a ambientes insalubres. A principal proteção foi dada a elas durante o período da gravidez.
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Nesse período, é vedado ao empregador as expor a ambientes que apresentem um grau de insalubridade alto. A remuneração, por outro lado, deve continuar sendo acrescida do adicional de insalubridade.
Nos casos de um risco com um grau médio a baixo, para que a mulher possa deixar de trabalhar nesses ambientes, é preciso apresentar um atestado médico indicando essa condição.
O veto a esse tipo de exposição é regra para a lactante independentemente do grau de insalubridade do ambiente onde ela trabalhe. Tal regramento procura proteger o nascituro e a gestante de riscos que possam prejudicar tanto a sua saúde quanto a do bebê.
O adicional que a organização pagar à gestante e à lactante poderá ser compensado no recolhimento da contribuição patronal dela ao INSS. Neste caso, quem paga realmente o adicional de ambas é a própria autarquia (por meio da empresa).
Essa foi a forma que o legislador encontrou para garantir tal benefício à mulher e diminuir a burocracia e a demora na concessão dele.
Nos casos de afastamento por atestado, quando a empresa não dispuser de local salubre para que a mulher exerça suas atividades laborativas, ela deverá ser afastada do serviço e considerada como de gravidez de risco, fazendo, assim, jus ao direito de receber o benefício do salário-maternidade, conforme determinado no art. 391-A da CLT.
Como já demonstramos, o menor de idade também foi protegido nesses casos. Não lhes é permitido trabalhar em locais insalubres ou perigosos pelo fato de eles ainda não estarem preparados para assumir tamanha responsabilidade.
Afinal, eles teriam de decidir sobre sua saúde e os riscos envolvidos nas atividades. Ao protegê-los, a legislação garante que os menores de idade não precisarão tomar tal decisão e que a empresa respeitará a lei dentro de suas instalações.
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