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2a SÉRIE
Aula 12 – 3º bimestre
História
Etapa Ensino Médio
Segundo Reinado: uma abolição “gradual”?
Fim do tráfico de escravizados (Lei Eusébio de Queirós);
Abolição;
Lei de Terras;
Analisar os eventos históricos relacionados ao fim do tráfico de escravizados, à promulgação da Lei de Terras e à abolição "gradual" da escravização;
Avaliar criticamente os desdobramentos socioeconômicos da Lei Eusébio de Queirós, da Lei de Terras e demais dispositivos legais que levaram à abolição e às políticas de imigração;
Compreender os legados desses eventos históricos na formação do Brasil contemporâneo.
Conteúdo
Objetivos
(EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
LEI DE 7 DE NOVEMBRO DE 1831
Declara livres todos os escravos vindos de fôra do Imperio, e impõe penas aos importadores dos mesmos escravos.
A Regencia, em Nome do Imperador o Senhor D. Pedro II, Faz saber a todos os Subditos do Imperio, [...] 
Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do Brazil, vindos de fóra, ficam livres. [Grafia original]. 
Você já ouviu a expressão “para inglês ver”?
Como você interpreta essa frase? Tendo em vista o documento de 1831?
TODOS FALAM!
3 MIN.
Para começar
Referência:
Presidência da República. Lei de 7 de novembro de 1831. Disponível em: https://cutt.ly/OwuS2w7r. Acesso em: 4 jul. 2023.
“Não existe uma explicação da controvérsia para a conhecidíssima expressão ‘para inglês ver’, cujo sentido o Houaiss define como ‘para efeito de aparência, sem validez’. 
A mais aceita, e que parece também a mais plausível, é a que apresentou o filólogo João Ribeiro em seu livro A língua nacional: no tempo do Império, na qual afirma que as autoridades brasileiras, fingindo que cediam às pressões da Inglaterra, tomaram providências de ‘mentirinha’ para combater o tráfico de escravizados – um combate que nunca houve, que era encenado apenas ‘para inglês ver’.” (Sobre palavras, por Sérgio Rodrigues, 2020).
Para começar
Referência:
Veja. Como nasceu a expressão ‘para inglês ver’? Sobre palavras, por Sérgio Rodrigues, 2020. Disponível em: https://cutt.ly/KwuDwY0E. Acesso em: 4 jul. 2023.
Leis para “inglês ver” 
“Até a Lei Áurea, o Brasil flexibilizou no papel o regime escravocrata. Mas, na prática, pouca coisa mudou. Pressionado pela Inglaterra, o país criou em 1850 a Lei Eusébio de Queirós, que encerra oficialmente o tráfico de escravizados. Àquela altura, o país já era o principal destino de escravizados no Ocidente (40% dos 12 milhões de africanos retirados à força de suas terras). Cinco anos antes, os ingleses mostravam que não estavam brincando: decretavam a Lei Bill Aberdeen, que dava permissão para navios britânicos invadirem o território brasileiro e apreender embarcações que estivessem transportando escravizados. 
A lei brasileira, porém, permitia que os africanos por aqui seguissem trabalhando como escravos.” (TAB UOL, 2020).
Foco no conteúdo
Referência:
TAB UOL. Desiguais perante a lei. Como o Brasil usou – e usa – leis para criminalizar a vida da população negra, desde o fim da escravidão. Publicado em 20 de novembro de 2020. Disponível em: https://cutt.ly/FwuStYte. Acesso em: 4 jul. 2023.
“A imagem ao lado é de um famoso documento intitulado ‘Plan and Section of a Slave Ship’, produzido pela English Abolitionist Society, e funcionou como propaganda antiescravagista. 
No folheto, descrevem-se graficamente, mas em detalhes, características técnicas dos navios negreiros e as condições desumanas em que os africanos eram transportados.” (SCHWARCZ; STARLING, 2018).
Sections of a slave ship, litografia de T. Kelly, 1830
Foco no conteúdo
Referência:
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Imagem: 
Sections of a slave ship, litografia de T. Kelly, 1830. Disponível em: https://cutt.ly/EwuF2aKD. Acesso em: 4 jul. 2023. 
“O tráfico de escravos, na época chamado de ‘comércio infame’ ou ‘comércio de almas’, representou uma das grandes contradições do Império, e de uma maneira geral do Segundo Reinado. A pressão externa pela abolição do tráfico só aumentou, e, entre 1839 e 1842, a Inglaterra liderou o movimento, intensificando a apreensão de navios negreiros.” (SCHWARCZ; STARLING, 2015). 
Hold of Brazilian Slave Ship, 
Francis Meynell, 1845
Referência:
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. 
Imagem: 
Hold of Brazilian Slave Ship, Francis Meynell, 1845. Disponível em: https://cutt.ly/0wuF6Ypp. Acesso em: 4 jul. 2023.
“Outra determinação que buscava responder aos desejos ingleses, mas que tinha efeitos quase nulos, foi a Lei do Ventre Livre, de 1871. Ela libertava os filhos de escravizadas, mas não suas mães, o que mantinha crianças presas ao regime até conseguir sua emancipação. 
Já a Lei do Sexagenário, de 1885, tornava livres os escravizados maiores de 60 anos. O problema é que a expectativa de vida dos negros mal chegava à metade disso.” (TAB UOL, 2020).
Retrato de mulher com criança às costas e cesto de bananas na cabeça, 
Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles.
Foco no conteúdo
Referência:
TAB UOL. Desiguais perante a lei. Como o Brasil usou – e usa – leis para criminalizar a vida da população negra, desde o fim da escravidão. Publicado em 20 de novembro de 2020. Disponível em: https://cutt.ly/FwuStYte. Acesso em: 4 jul. 2023.
Imagem: 
Retrato de mulher com criança às costas e cesto de bananas na cabeça. Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles. Disponível em: https://cutt.ly/owuDohT8 Acesso em: 04 jul. 2023.
TAB UOL/DESIGUAIS PERANTE A LEI.
TAB UOL. Desiguais perante a lei. Como o Brasil usou – e usa – leis para criminalizar a vida da população negra, desde o fim da escravidão. Publicado em 20 de novembro de 2020. Disponível em: https://cutt.ly/FwuStYte. Acesso em: 4 jul. 2023.
Leia as fontes nos slides a seguir e, em dupla, discuta coletivamente! Registre suas reflexões.
No Brasil, o movimento abolicionista não encontrou eco ao longo do século XVIII e metade do XIX devido à forte dependência da economia brasileira em relação à mão de obra escrava. Havia “consenso” sobre a importância econômica do tráfico africano para a lavoura de exportação. Pensando nisso, por quais razões, mesmo diante da pressão britânica, o governo imperial dispôs de esforços insuficientes para conter o contrabando de escravizados no tráfico atlântico? 
Na prática
FONTE 1. A Lei Feijó (1831)
“Afinal, nas duas décadas seguintes à promulgação da lei [de 7 de novembro de 1831, de proibição do tráfico africano de escravos], mais de 750 mil negros foram introduzidos no território nacional por contrabando, permanecendo ilegalmente escravizados, assim como seus descendentes. [...] Manter tanta gente escravizada ao arrepio da lei exigiu do Estado imperial medidas de várias espécies, pertinentes ao âmbito legislativo, ao cotidiano da administração pública, à conduta do Judiciário, tudo isso com repercussões sobre as relações entre senhores e escravos e quanto à experiência de liberdade dos africanos e seus descendentes na sociedade brasileira oitocentista.” (CHALHOUB, 2012, p. 30).
Na prática
Referência:
CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: Ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 30.
FONTE 2. Caminhos da liberdade
“[...] Como resultado da Abolição em diferentes regiões das Américas, no decorrer do século XIX a pressão internacional cresceu para que o Brasil fizesse o mesmo. Depois de firmar, com o Reino Unido, tratados que davam base legal para a repressão ao tráfico e para a emancipação de africanos encontrados a bordo de navios negreiros, o país promulgou, em 1831, uma lei proibindo o tráfico atlântico. [...] Assim, mesmo tendo direito ao estatuto de africanos livres e, portanto, à liberdade, cerca de 800 mil pessoasforam importadas entre 1830 e 1856 e mantidas como escravas [...].” (QUEIROZ, 2018).
Na prática
Referência:
QUEIROZ, Christina. Caminhos da liberdade. Revista Pesquisa Fapesp, ed. 267, maio 2018. Disponível em: https://cutt.ly/OwuGrnX3. Acesso em: 4 jul. 2023.
FONTE 3. Bill Aberdeen (1845)
“Além das considerações de ordem moral, a Grã-Bretanha tinha fortes razões econômicas para adotar tal política [Bill Aberdeen que radicalizava a ação antitráfico agora considerado pirataria e sujeito à repressão]. Privados os plantadores de açúcar das Antilhas Britânicas do seu suprimento regular de mão de obra barata, era importante que os seus rivais, principalmente os de Cuba e do Brasil, que já gozavam de muitas outras vantagens sobre eles, ficassem colocados no mesmo pé, pelo menos nesse ponto. E, se o continente africano ia ser transformado num mercado para produtos manufaturados e numa grande fonte de matérias-primas (além de ser civilizado e cristianizado), como muitos, na Grã-Bretanha, esperavam, era essencial que se fizessem todos os esforços para precipitar a total destruição do tráfico.” (BETHELL, 2000, p. 10).
Na prática
Referência:
BETHELL, Leslie. A abolição do comércio brasileiro de escravos. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2002.
Correção
No Brasil, o movimento abolicionista não encontrou eco ao longo do século XVIII e metade do XIX devido à forte dependência da economia brasileira em relação à mão de obra escrava. Havia “consenso” sobre a importância econômica do tráfico africano para a lavoura de exportação. Pensando nisso, por quais razões, mesmo diante da pressão britânica, o governo imperial dispôs de esforços insuficientes para conter o contrabando de escravizados no tráfico atlântico? 
Dependência econômica: a economia brasileira era dependente da mão de obra escrava para a produção nas plantações de exportação, como o açúcar e o café. O tráfico africano fornecia uma oferta regular de mão de obra barata, o que era considerado essencial para sustentar a economia do país. Assim, havia um "consenso" entre os setores influentes de que o tráfico era fundamental para a viabilidade econômica.
Na prática
Interesses ingleses: a repressão ao tráfico transformou-se em política de Estado para o governo britânico. Interessava à Inglaterra defender seus interesses comerciais no mercado internacional de açúcar, no qual disputava com Brasil e Cuba as produções feitas com mão de obra escravizada.
Dificuldade de fiscalização: o contrabando de escravizados exigia um esforço significativo para ser combatido. O extenso litoral brasileiro e a vasta extensão territorial dificultavam o controle efetivo das entradas clandestinas de escravizados. Além disso, a corrupção e a conivência de autoridades locais com o tráfico também prejudicavam os esforços de repressão.
Resistência interna: dentro do Brasil, havia setores poderosos que se beneficiavam diretamente do tráfico de escravos. Os proprietários de fazendas e plantações dependentes da mão de obra escrava tinham interesse em manter o sistema escravista e resistiam à pressão externa pela abolição do tráfico e da escravidão.
A Lei Eusébio de Queirós e a Lei de Terras
“Externamente, os ingleses aumentaram a repressão ao tráfico, chegando a invadir águas brasileiras para prender navios que traficavam escravos. Internamente, o aumento da entrada de africanos no Brasil e as frequentes rebeliões de africanos escravizados atemorizavam a elite do Império. Sob forte pressão, o governo de D. Pedro II aprovou, em 1850, a Lei Eusébio de Queirós, que proibia definitivamente a entrada de escravizados no Brasil. 
A proibição do tráfico colocava os proprietários brasileiros diante de dois problemas:
1) Como conseguir mais trabalhadores para suas propriedades?
2) Como evitar que o trabalhador se tornasse um posseiro?
Então, o governo de D. Pedro II aprovou a Lei de Terras: essa lei dizia que um indivíduo só podia se tornar dono de uma terra por compra; a doação ou a posse ficavam proibidas.” (BOULOS JR., 2013).
Foco no conteúdo
Referência:
BOULOS JR, Alfredo. História sociedade & cidadania: 2ª Série. História: Ensino Médio. São Paulo: FTD, 2013.
“Além disso, todo proprietário de uma terra tinha de pagar um imposto territorial por ela. Com isso, ex-escravos, imigrantes e pobres em geral ficavam excluídos do acesso à terra, cujos preços eram elevados demais para eles; para sobreviver, tinham forçosamente de trabalhar para os grandes proprietários ou comerciantes”. (BOULOS JR., 2013).
Grandes propriedades rurais em São Paulo e Pernambuco no fim do Império. A Lei de Terras oficializou opção do Brasil pelos latifúndios. Agência Senado.
Foco no conteúdo
Referência:
BOULOS JR, Alfredo. História sociedade & cidadania: 2ª Série. História: Ensino Médio. São Paulo: FTD, 2013.
Imagens:
Grandes propriedades rurais em São Paulo e Pernambuco no fim do Império. A Lei de Terras oficializou opção do Brasil pelos latifúndios. Agência Senado. Disponível em: https://cutt.ly/twuGTZ4e Acesso em: 04 jul. 2023.
A partir de qual data houve uma queda de escravizados da África? Por qual razão isso ocorreu?
Qual a relação entre a Lei Eusébio de Queirós e a Lei de Terras, ambas de 1850? 
Leia as fontes nos slides a seguir e, em dupla, discuta coletivamente! Escreva suas reflexões.
Na prática
	ESCRAVIZADOS DA ÁFRICA	
	ANO	Nº DE ESCRAVIZADOS
	1845	19.463
	1846	50.354
	1847	56.172
	1848	60.000
	1849	54.000
	1850	23.000
	1851	3.287
	1852	700
	TOTAL	266.976
	ESCRAVIZADOS DE OUTRAS PROVÍNCIAS E VENDIDOS NO RIO DE JANEIRO	
	ANO	Nº DE ESCRAVIZADOS
	1852	4.409
	1853	2.209
	1854	4.418
	1855	3.532
	1856	5.006
	1857	4.211
	1858	1.993
	1859	963
	TOTAL	26.622
FONTE 1 – Dados estatísticos 
(HOLANDA, 1973); (STEIN, 1961).
Referência:
HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.
STEIN, S. J. Grandeza e decadência do café no Vale do Paraíba. São Paulo: Brasiliense, 1961.
FONTE 1 – Lei Eusébio de Queirós
Lei nº 581, de 04 de setembro de 1850. 
Estabelece medidas para a repressão do 
trafico de africanos neste Imperio.
“[...] Art. 3º São autores do crime de importação, ou de tentativa dessa importação o dono, o capitão ou mestre, o piloto e o contramestre da embarcação, e o sobrecarga. São complices a equipagem, e os que coadjuvarem o desembarque de escravos no territorio brasileiro, ou que concorrerem para os occultar ao conhecimento da Autoridade, ou para os subtrahir á apprehensão no mar, ou em acto de desembarque, sendo perseguido”.[Grafia original].
Na prática
Referência:
Planalto. Lei nº 581, de 04 de setembro de 1850. Disponível em: https://cutt.ly/gwuS1rAt Acesso em: 04 jul. 2023. [Grafia original].
FONTE 2 – Uma complexa estrutura fundiária
“[...] Findo o tráfico, era inevitável, em algum momento, o fim da própria escravidão. Fazia-se, então, necessário pensar em alternativas para a mão de obra escrava. O assunto ocupava o governo desde 1842, quando foi apresentado à Câmara um projeto de regulamentação da estrutura fundiária, que previa a venda de terras públicas para o financiamento da contratação de trabalhadores livres na Europa. O projeto arrastou-se no Congresso sem conseguir ser aprovado. Em 1850, o governo o transformou em lei. Mas foi tal a resistência de proprietários e de autoridades locais à sua aplicação, sobretudo no dispositivo que previa mediação e venda de terras públicas, que a lei pouco resultado teve”. (SCHWARCZ, 2012. p. 100).
Foco no conteúdo
Referência:
SCHWARCZ, Lilia Moritz. A construção nacional: 1830-1889. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 100.
FONTE 3 – Lei de Terras, 1850
Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850.
Dispõe sobre as terras devolutas no Império, e acerca das que são possuídas por titulo de sesmaria sem preenchimento das condições legais, bem como por simples titulo de posse mansa e pacifica; e determina que, medidas e demarcadas as primeiras, sejam elas cedidas a titulo oneroso, assim para empresas particulares, como para o estabelecimento de colonias de nacionaes e de extrangeiros,autorizado o Governo a promover a colonisação extrangeira na forma que se declara. [...]
Art. 1º – Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas (terras do Estado) por outro título que não seja o de compra. Excetuam-se as terras situadas nos limites do Império com países estrangeiros em uma zona de 10 léguas, as quais poderão ser concedidas gratuitamente. [Grafia original].
Na prática
Referência:
Planalto. Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. Disponível em: https://cutt.ly/twuJr4KX Acesso em: 04 jul.2023. [Grafia original].
Correção
A partir de qual data houve uma queda de escravizados da África? Por qual razão isso ocorreu?
A partir de 1850, quando assinada a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiu o tráfico de escravizados. O comércio interno (slide 20, tabela à direita), apesar de ter aumentado após a Lei Euzébio de Queirós, não foi suficiente para suprir a falta de mão de obra da lavoura cafeeira, pois o número de escravizados vendidos no Rio de Janeiro era muito menor do que os escravizados anteriormente importados. A saída foi empregar trabalhadores europeus nas fazendas de café.
Na prática
Correção
Qual a relação entre a Lei Eusébio de Queirós e a Lei de Terras, ambas de 1850? 
A relação entre as leis está associada ao contexto do fim do tráfico de escravos e a necessidade de pensar em alternativas para a substituição da mão de obra escravizada.. Enquanto a Lei Eusébio de Queirós visava reprimir o tráfico de escravizados, a Lei de Terras buscava regular a estrutura fundiária do país. O projeto original de regulamentação fundiária previa a venda de terras públicas para o financiamento da contratação de trabalhadores livres na Europa e só reconhecia como propriedade terras adquiridas por meio de compra. Os negros, por exemplo, por não terem recursos para comprar terras, só poderiam adquiri-la por meio de posse.
Na prática
Correção
Assim, ambas as leis de 1850 refletiam os esforços do governo brasileiro para enfrentar as questões relacionadas à escravidão e à mão de obra após o fim do tráfico de escravos. No entanto, a resistência por parte de proprietários e autoridades locais, especialmente em relação à venda de terras públicas, limitou a efetividade da Lei de Terras e contribuiu para a manutenção de uma estrutura fundiária complexa e desigual, perpetuando a exclusão socioespacial dos negros mesmo após a abolição da escravidão.
Continuação
Na prática
Vamos criar argumentações? 
Estabeleça relações entre o texto do sociólogo Florestan Fernandes, nos slides a seguir, e as Leis Eusébio de Queirós e de Terras de 1850, destacando as permanências da exclusão social do negro após a abolição.
Na prática
Texto 1. A integração do negro na socidade de classes
“A desagregação do regime escravocrata e senhorial se operou, no Brasil, sem que se cercasse a destituição dos antigos agentes de trabalho escravo de assistência e garantias que os protegessem na transição para o sistema de trabalho livre. Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho. [...] Essas facetas da situação [...] imprimiram à Abolição o caráter de uma espoliação extrema e cruel”. (FERNANDES, 2021).
Na prática
Referência:
FERNANDES, F. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. São Paulo: Editora Contracorrente, 2021.
“[...] A preocupação pelo destino do escravo se mantivera em foco enquanto se ligou a ele o futuro da lavoura. Ela aparece nos vários projetos que visaram regular, legalmente, a transição do trabalho escravo para o trabalho livre, desde 1823 até a assinatura da Lei Áurea. [...] Com a Abolição pura e simples, porém, a atenção dos senhores se volta especialmente para seus próprios interesses. 
[...] A posição do negro no sistema de trabalho e sua integração à ordem social deixam de ser matéria política. Era fatal que isso sucedesse”. (FERNANDES, 2021).
Na prática
Referência:
FERNANDES, F. A Integração do Negro na Sociedade de Classes. São Paulo: Editora Contracorrente, 2021.
Correção
Passado o 13 de maio de 1888, os negros foram abandonados à própria sorte, sem reformas que os integrassem socialmente. Notadamente, havia um projeto de modernização conservadora que não tocou no regime do latifúndio, expresso na Lei de Terras de 1850, e exacerbou o racismo como forma de discriminação.
A emancipação deveria libertar os cativos sem tocar na ordem econômica vigente, centrada no latifúndio. 
O que estava em jogo para a elite branca não era principalmente uma reforma social, mas a liberação das forças produtivas dos custos de manutenção de um grande contingente de força de trabalho confinada. A escravidão, no final do século XIX, tornara-se um obstáculo ao desenvolvimento econômico capitalista.
Algumas ideias para ajudar em seus argumentos!
Na prática
(ENEM 2015) A mudança apresentada na tabela é reflexo da Lei Eusébio de Queiróz, que, em 1850:
aboliu a escravidão no território brasileiro.
definiu o tráfico de escravos como pirataria.
elevou as taxas para importação de escravos.
libertou os escravos com mais de 60 anos.
garantiu o direito de alforria aos escravos.
Aplicando
Referência:
INEP. ENEM 2015. Disponível em: https://cutt.ly/HwuVlqZs. Acesso em: 4 jul. 2023. 
 
definiu o tráfico de escravos como pirataria.
A lei Eusébio de Queiroz acabou com o tráfico de escravos no território brasileiro. Ela foi estabelecida por pressão dos ingleses e na prática era uma incorporação da lei britânica “Bill Aberdeen”. Apesar de não ser totalmente efetiva, a lei contribuiu para o fim do sistema escravista no Brasil, já que a entrada de novos escravos caiu consideravelmente.
(ENEM 2015) A mudança apresentada na tabela é reflexo da Lei Eusébio de Queiróz, que, em 1850:
Correção
Aplicando
Referência:
INEP. ENEM 2015. Disponível em: https://cutt.ly/HwuVlqZs. Acesso em: 4 jul. 2023. 
 
Analisamos os eventos históricos relacionados ao fim do tráfico de escravizados, à promulgação da Lei de Terras e à abolição "gradual" da escravização;
Avaliamos criticamente os desdobramentos socioeconômicos da Lei Eusébio de Queirós, da Lei de Terras e demais dispositivos legais que levaram à abolição e às políticas de imigração;
Compreendemos os legados desses eventos históricos na formação do Brasil contemporâneo.
O que aprendemos hoje?
Tarefa SP
Localizador: 98911
Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
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Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
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Clique em “Procurar”. 
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33
Slide 3 – Presidência da República. Lei de 7 de novembro de 1831. Disponível em: https://cutt.ly/OwuS2w7r. Acesso em: 4 jul. 2023.
Slide 4 – Veja. Como nasceu a expressão ‘para inglês ver’? Sobre palavras, por Sérgio Rodrigues, 2020. Disponível em: https://cutt.ly/KwuDwY0E. Acesso em: 4 jul. 2023.
Slides 5 e 8 – TAB UOL. Desiguais perante a lei. Como o Brasil usou – e usa – leis para criminalizar a vida da população negra, desde o fim da escravidão. Publicado em 20 de novembro de 2020. Disponível em: https://cutt.ly/FwuStYte. Acesso em: 4 jul. 2023.
Slides 6 e 7 – SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Slide 11 – CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão: ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 
Slide 12 – QUEIROZ, Christina. Caminhos da liberdade. Revista Pesquisa Fapesp, ed. 267, maio 2018. Disponível em: https://cutt.ly/OwuGrnX3. Acesso em: 4 jul. 2023.
Slide 13 – BETHELL, Leslie. A abolição do comércio brasileiro de escravos. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2002.
Referências
Slides 16 e 17 – BOULOS JR., Alfredo. História sociedade & cidadania: 2ª Série. São Paulo:FTD, 2013.
Slide 19 – HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973; STEIN, S. J. Grandeza e decadência do café no Vale do Paraíba. São Paulo: Brasiliense, 1961.
Slide 20 – Planalto. Lei nº 581, de 04 de setembro de 1850. Disponível em: https://cutt.ly/gwuS1rAt. Acesso em: 4 jul. 2023. 
Slide 21 – SCHWARCZ, Lilia Moritz. A construção nacional: 1830-1889. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Slide 22 – Planalto. Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850. Disponível em: https://cutt.ly/twuJr4KX. Acesso em: 4 jul.2023. 
Slides 27 e 28 – FERNANDES, F. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Contracorrente, 2021.
Slides 30 e 31 – INEP. ENEM 2015. Disponível em: https://cutt.ly/HwuVlqZs. Acesso em: 4 jul. 2023. 
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2023. 
Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 6 – Sections of a slave ship, litografia de T. Kelly, 1830. Disponível em: https://cutt.ly/EwuF2aKD. Acesso em: 4 jul. 2023. 
Slide 7 – Hold of Brazilian Slave Ship, Francis Meynell, 1845. Disponível em: https://cutt.ly/0wuF6Ypp. Acesso em: 4 jul. 2023.
Slide 8 – Retrato de mulher com criança às costas e cesto de bananas na cabeça. Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles. Disponível em: https://cutt.ly/owuDohT8. Acesso em: 4 jul. 2023. 
Slide 9 – TAB UOL. Desiguais perante a lei. Como o Brasil usou – e usa – leis para criminalizar a vida da população negra, desde o fim da escravidão. Publicado em 20 de novembro de 2020. Disponível em: https://cutt.ly/FwuStYte. Acesso em: 4 jul. 2023.
Slide 17 – Grandes propriedades rurais em São Paulo e Pernambuco no fim do Império. A Lei de Terras oficializou opção do Brasil pelos latifúndios. Agência Senado. Disponível em: https://cutt.ly/twuGTZ4e. Acesso em: 4 jul. 2023.
Gifs e imagens ilustrativas elaboradas especialmente para este material a partir do Canvas. Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/. Acesso em: 5 jul. 2023. 
Referências
Material 
Digital

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