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CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-1 PLANO DE AULA ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS – CEL PM PAULO MARQUES Curso : RESGATE E EMERGÊNCIAS MÉDICAS Lição 12: QUEIMADURAS E EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS Tempo Sugerido: 2:30 horas/aula Materiais : Projetor multimídia / Retroprojetor, TRs, tela de projeção, projetor de slide e extensão elétrica. MEIO CONTEÚDO OBS. OBJETIVOS Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Classificar as queimaduras de acordo com sua profundidade e extensão; 2. Aplicar a regra dos nove para determinar a porcentagem da superfície corporal queimada; 3. Descrever o tratamento pré-hospitalar para uma vítima com queimadura térmica, química ou elétrica; e 4. Enumerar os sinais e sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar para as seguintes emergências ambientais: a. Intermação ( Exaustão por calor); b. Insolação; e c. Resfriamento generalizado e localizado. CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-2 MP 12-1 TR 12-1 TR 12-2 MP 12-2 TR 12-3 MP 12-2 TR 12-4 INTRODUÇÃO 1. Apresentação do instrutor e dos seus assistentes; 2. Apresentação do tema da lição; e 3. Apresentação dos objetivos da lição. OBJETIVOS Ao final da lição os participantes serão capazes de: 1. Classificar as queimaduras de acordo com sua profundidade e extensão; 2. Aplicar a regra dos nove para determinar a porcentagem da superfície corporal queimada; 3 Descrever o tratamento pré-hospitalar de uma vítima de queimadura térmica, química ou elétrica; 4. Enumerar os sinais e sintomas e descrever o tratamento pré- hospitalar para as seguintes emergências ambientais: a. Intermação ( Exaustão por calor) ; b. Insolação; e c. Resfriamento generalizado e localizado. DESENVOLVIMENTO Além dos danos físicos e da dor, as vítimas de queimaduras maiores sofrem social e emocionalmente. CAUSAS 1. Térmicas – por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio (objetos congelados, gelo). 2. Químicas – inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e álcalis. 3. Elétricas – materiais energizados e descargas atmosféricas. 4. Substâncias Radioativas – materiais radioativos (irídio-192, cobalto-60, césio-137, promécio-147, criptônio-85, nÍquel-63, Amerício-231, polônio-210) e raios ultravioletas (incluindo a luz solar). QUEIMADURAS Queimadura é uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do organismo e pode ser causada por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade, radiação, etc. As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sangüíneos, os nervos e ossos. CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-3 MP 12-2 MP12-2 TR12-5 MP 12-3 TR 12-7 TR 12-6 MP 12-4 TR 12-8 CLASSIFICAÇÃO, SINAIS E SINTOMAS De acordo com sua profundidade , as queimaduras classificam- se em graus, de primeiro a terceiro gráus. Queimadura de 1º Grau – Atinge somente a epiderme (camada mais superficial da pele). Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da área atingida. Queimadura de 2º Grau – Atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se por muita dor, vermelhidão e formação de bolhas. Queimadura de 3º Grau – Atinge todas as camadas (tecidos) de revestimento do corpo, incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e nervos, podendo chegar até os ossos. É a mais grave Quanto a profundidade da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido a destruição das terminações nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou embranquiçada, ladeada por áreas de eritema (vermelhidão). Obs.: Uma queimadura de 3º grau não é dolorosa, mas a vítima geralmente queixa-se da dor nas bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1º grau. De acordo com a extensão : De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos nove que permitem estimar a superfície corporal total queimada (SCTQ). Neste caso, analisamos somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus). REGRA DOS 9 PARA ADULTOS E CRIANÇAS A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões; onze delas eqüivalem a 9% cada uma e a última (região genital) eqüivale a 1%, conforme segue: Adulto Criança Cabeça e pescoço 9% 18% MMSS 9% cada 9% cada Tronco anterior 18% 18% Tronco posterior 18% 18% MMII 18% cada 14% cada Genitais 1% incluído nos MMII TOTAL 100% 100% GRAVIDADE DA QUEIMADURA A severidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes aspectos: 1. Grau da queimadura; 2. Porcentagem da SCTQ; 3. Localização da queimadura; 4. Complicações que a acompanham; 5. Idade da vítima; 6. Enfermidades anteriores da vítima. CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-4 MP 12-4 MP 12-4 MP 12-5 MP 12-5 REGRAS GERAIS PARA ABORDAGEM DE VÍTIMAS QUEIMADAS 1. Avaliar as condições de segurança do local, identificando do tipo de acidente; 2. Interromper o contato da vítima com o agente lesivo ( térmico, químico ou elétrico). Se necessário remover a vítima para local seguro antes de prosseguir o atendimento; 3. Assegurar manutenção do Suporte Básico de Vida (efetuando análise primária e secundária); 4. Proteger a vítima e suas lesões de outros agravos durante o transporte; e 5. Qualquer vítima com lesões por queimadura pode também ser vítima de trauma comumente associados a este tipo de acidente. Portanto, especial atenção deve ser dada á proteção da coluna vertebral, á possibilidade de choque hemodinâmico e existência de fraturas. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DAS QUEIMADURAS TÉRMICAS 1. Se a vítima estiver com fogo nas vestes, envolva-a com um cobertor a partir do pescoço em direção aos pés ou role-a no chão; 2. Interromper a reação de calor , resfriando a vítima com soro fisiológico ou água limpa em temperatura ambiente; 3. Retirar as vestes com delicadeza, sem arrancá-las cortando- as com a tesoura. Não arrancar o tecido se estiver aderido a pele, apenas resfriá-lo com soro fisiológico ou água na temperatura ambiente, deixando-o no local; 4. Retirar das extremidades anéis, pulseiras, relógios ou jóias antes que o membro edemacie; 5. Avaliar as regiões do corpo acometidas, através da profundidade ( 1º, 2º ou 3º grau), e extensão da lesão através da porcentagem da área corpórea ( Regra dos nove); 6. Caso haja acometimento da face ( queimadura de pele, cabelos ou pêlos do nariz e das pálpebras) ou possibilidade de que a vítima tenha inalado fumaça ou gases, dar especial as vias aéreas e respiração, fornecendo oxigênio por máscara. Cobrir os olhos da vítima com gaze umedecida em soro fisiológico ou água; 7. Proteger as áreas queimadas com plástico de queimaduras estéril ou com gaze e bandagens secas; 8. Se a área afetada envolver mãos e pés, separar os dedos com pequenos rolos de gaze umedecida em soro fisiológico antes de cobri-los; ATENÇÃO Em vítimas com 30% ou mais de área corpórea atingid a, após interromper a reação de calor aqueça a vítima para evitar hipotermia . CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-5 MP 12-5 MP 12-6 MP 12-6 9. Cobrir a vítima com lençol descartável e por cima destes colocar o cobertor térmico; 10. Vítimas com queimaduras podem apresentar choque hemodinâmico. Estar atento para reconhecer esta condição. Neste caso transportar a vítima na posição de choque. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALARDAS QUEIMADURAS QUÍMICAS 1. Antes de manipular qualquer vítima que ainda esteja em contato com o agente agressor, o socorrista deve proteger-se de sua exposição , com luvas óculos e vestimenta adequada; 2. Se possível identificar o agente agressor; 3. Retirar as vestes da vítima que estiver impregnada pelo produto e lavar a pele com água corrente, abundantemente. No mínimo cinco ( 05) minutos para ácidos e quinze (15) minutos para álcali; 4. Se o produto for seco ( na forma de granulado ou pó) retirá-lo manualmente sem friccionar ( com pano seco ou escova). Em seguida lavar o local com água corrente no mínimo cinco (05) minutos para ácidos e 15 minutos para álcali; 5. Se a lesão for nos olhos, lavá-los bem (mínimo 15 minutos) com água corrente e depois cobrir com curativo úmido estéril. Voltar a umedecer o curativo a cada 5 minutos. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DAS QUEIMADURAS ELÉTRICAS 1. Afastar a fonte elétrica da vítima; 2. Verificar se a energia foi desligada antes de abordar a vítima; 3. Usar sempre EPI específico; 4. Realizar análise primária; 5. Manter permeabilidade das vias aéreas e estabilizar a coluna cervical; 6. Iniciar RCP se necessário; Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou cardiorrespiratória, dano ao SNC e lesões em órgãos internos e traumas associados. CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-6 MP 12-6 MP 12-6 MP 12-6 TR 12-9 MP 12-6 MP 12-7 TR 12- 10 7. Tratar as queimaduras, ferimentos e traumas que possam estar em conjunto conforme protocolo; 8. Transportar imediatamente a vítima prevenindo o choque hemodinâmico; e 9. Dar suporte emocional à vítima durante o atendimento. EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS (LESÕES PROVOCADAS PELO CALOR) A exposição ao calor excessivo pode provocar sérias alterações à saúde das pessoas. Geralmente essas emergências ambientais podem manifestar-se das maneiras abaixo: • Intermação (Exaustão pelo calor); e • Insolação . INTERMAÇÃO ( EXAUSTÃO PELO CALOR) Situação que ocorre quando uma pessoa que não está em boa condição física realiza exercícios excessivos em um ambiente aquecido (ressaltar o risco desta situação no caso de bombeiros de combate ao fogo). Sinais e Sintomas: 1. Respiração rápida e superficial; 2. Pulso fino; 3. Pele fria e às vezes, pálida; 4. Sudorese intensa; 5. Debilidade física generalizada; e 6. Tontura e às vezes inconsciência. Tratamento pré-hospitalar: 1. Remover para local fresco; 2. Administrar oxigênio; 3. Afrouxar as vestes; 4. Aplicar compressas frias na cabeça, pescoço, axilas, laterais do tórax e virilha; 5. Se possível colocar a vítima próxima a um ventilador para resfriá-la mais rápido; e 6. Transportar em posição de choque. INSOLAÇÃO Também chamado de golpe de calor. Situação muito grave que ocorre quando uma pessoa tem sua temperatura corporal elevada por falha dos mecanismos de regulação. A vítima nesse caso deixa de suar e sua temperatura sobe demasiadamente lesionando as células cerebrais podendo levar a morte. Sinais e Sintomas: 1. Respirações profundas, seguidas de respirações superficiais; 2. Pulso rápido e forte, seguido de pulso rápido e fraco; 3. Pele seca e quente. Às vezes, avermelhada; CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-7 TR 12- 11 MP 12-7 MP 12-7 MP 12-7 MP 12-7 TR12- 12 MP 12-8 4. Pupilas dilatadas; 5. Perda da consciência; 6. Convulsões e/ou tremor muscular podem estar presentes; e 7. Coma. Tratamento pré-hospitalar: 1. Retirar a vítima do local e remover suas vestes; 2. Aplicar compressas frias sob as axilas, pulsos, atrás dos joelhos e também próximo aos lados do pescoço; 3. Administrar oxigênio; e 4. Transportar a vítima sentada ou semi-inclinada. LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO O corpo humano pode ser lesado pela exposição, por um período prolongado, a baixas temperaturas, ou mesmo por exposição ao frio extremo durante apenas um curto período. A exposição pode lesar desde a superfície do organismo até um esfriamento corporal generalizado, levando a pessoa a morte. Os fatores citados abaixo podem influenciar significativamente o desenvolvimento das lesões por frio: 1. Ambiente: temperatura fria, imersão em águas geladas contato prolongado com locais frios; 2. Roupas inadequadas; 3. Tempo de exposição; e 4. Idade: idosos e crianças são mais susceptíveis; RESFRIAMENTO GENERALIZADO O entendimento das lesões produzidas pelo frio é de fácil compreensão. A maior parte do conteúdo celular é formado por água que quando exposta ao frio excessivo pode levar a célula ao congelamento e assim a célula torna-se incapaz de funcionar. Portanto, em resumo, a exposição ao frio excessivo pode provocar alterações à saúde. Nos casos mais severos, o resfriamento generalizado do corpo, a hipotermia pode levar ao coma e evoluir para morte. Sinais e Sintomas: 1. Calafrios; 2. Sensação de adormecimento; 3. Sonolência; 4. Respiração e pulso lentos; 5. Perda da visão; 6. Inconsciência; e 7. Congelamento de algumas partes do corpo. OBS.: AS AÇÕES DE SOCORRO DEVEM SER IMEDI ATAS, POIS A VÍTIMA ESTÁ A PONTO DE MORRER. Tratamento pré-hospitalar: 1. Avaliar a vítima para determinar a dimensão do problema, CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-8 MP 12-8 TR 12- 13 TR 12- 14 MP 12-8 MP 12-8 TR 12- 15 MP 12-8 retirando-a do local de risco (FRIO); 2. Remover as vestes molhadas, mantendo a vítima seca; 3. Aquecer a vítima com uso de cobertores ou manta aluminizada( cobrir também a cabeça); 4. Administrar oxigênio; e 5. Transportar com monitoramento e em posição de choque. RESFRIAMENTO LOCALIZADO É provocado pelo congelamento do líquido intracelular, produzindo assim, cristais de gelo que podem destruir as células. Este resfriamento pode ser superficial ou profundo, sendo geralmente desconhecido pela vítima que somente toma ciência do problema quando verifica que a coloração da pele torna-se esbranquiçada e ocorre falta de sensibilidade na área afetada. Quando o resfriamento for profundo irão aparecer manchas na pele, a qual alterará sua coloração de branca para amarela e finalmente azulada. Tanto a superfície como as partes internas do local lesado estarão duras ao tato. Tratamento pré-hospitalar: 1. Remover roupas e proteger a área lesada; 2. Secar a área e cobri-la com compressa de gaze estéril seca; e 3. Envolver a região afetada com atadura de crepe. RECAPITULAÇÃO 1. Classificação das queimaduras segundo sua extensão e profundidade. 2. Sinais e sintomas de acordo com a profundidade das queimaduras; 3. Regra dos nove; 4. Tratamento pré-hospitalar para queimaduras térmicas, químicas e elétricas; 5. Sinais e sintomas de lesão provocadas pelo frio; e 6. Tratamento pré-hospitalar para lesões com resfriamento. AVALIAÇÃO 1. Dar 5 minutos para as respostas; e 2. Verificar o alcance dos objetivos. CEP-DOCÊNCIA PARA RESGATE Revisão JAN/12 PA 12-9 ENCERRAMENTO 1. Comentários, sugestões; 2. Agradecer a participação de todos e informar o tema da próxima lição – LIÇÃO 13 INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS.
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