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Saude da Mulher - Aula 7

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SAÚDE DA 
MULHER
Escola Técnica Complemento
Professora Enfermeira Sarah Canelas
sarah.canelas@gmail.com
Complicações e Intercorrências no parto
O parto via cesariana pode 
apresentar diversas complicações, 
como:
◦ Infecções
◦ Hemorragias
◦ Lesão do bebê durante o parto
◦ Dificuldade na cicatrização, 
podendo formar queloides
◦ Dificuldades na amamentação
◦ Placenta acreta (quando a 
placenta fica presa ao útero após 
o parto)
◦ Placenta prévia (quando a 
placenta está fixada em um local 
que impede a passagem do bebê 
pelo canal do parto)
◦ Endometriose
◦ Aumento da possibilidade de 
depressão pós-parto
Infecção Puerperal 
A infecção puerperal é considerada um tipo de infecção hospitalar, que tem origem no
útero e acomete o aparelho genital após parto ou aborto recente. Trata-se então de qualquer
infecção do trato genital, ocorrida durante o puerpério.
É uma infecção grave, é uma das principais causas de morbimortalidade materna.
A infecção puerperal pode ser polimicrobiana e os agentes patogênicos são
microrganismo anaeróbios e aeróbios da flora do trato geniturinário e intestinal. O mais comum é
o Streptococcus pyogenes.
As infecções pós-parto, quando não causam a morte, podem levar a outras
complicações, como a doença pélvica inflamatória e a infertilidade. A endometrite é
complicação frequente. Cerca de 10% das mortes maternas no mundo são atribuídas à sepse
puerperal, que é considerada a terceira causa direta de mortalidade nesta população.
Infecção Puerperal 
A sepse puerperal evolui de uma infecção
do útero para uma infecção da cavidade abdominal.
Segundo a ANVISA, órgão responsável pela
vigilância sanitária no país, entre os principais fatores de
risco para a infecção estão:
◦ Tempo de ruptura de membranas amnióticas ≥ 18h.
◦ Presença de qualquer infecção, em especial do trato
geniturinário.
◦ Realização de procedimentos invasivos prévios, tais
como procedimentos de medicina fetal e circlagem.
◦ Toques vaginais, sobretudo após ruptura de
membranas amnióticas.
◦ Comorbidades maternas: obesidade,
diabetes, anemia, imunossupressão.
◦ Presença de restos ovulares.
◦ Episiotomia.
◦ Extração manual da placenta.
◦ Laceração perineal de grau 3 e 4.
◦ Hemorragia pós-parto.
◦ Tricotomia com lâmina.
◦ Baixo nível socioeconômico.
◦ Má condição de higiene.
◦ Alimentação inadequada.
◦ Falta de acesso a serviços de saúde.
◦ Pré-natal não realizado ou realizado de forma
precária.
Infecção Puerperal 
O parto vaginal apresentar menor risco de
infecção puerperal, e quando comparadas as taxas de
mortalidade materna, o parto cesariana apresenta três
vezes mais chances do que quando comparado ao
parto normal no entanto, a origem da infecção pode
ser exógena relacionada ao procedimento
propriamente dito e condições locais de higiene, ou
endógena, relacionada à própria flora genital da
paciente.
Hemorragias
Sangramento uterino excessivo se refere à perda de mais de um litro de sangue
ou sintomas de perda de sangue significativa dentro de 24 horas após o parto.
Depois do nascimento do bebê, sangramento excessivo do útero é uma
preocupação importante.
Em geral, a mulher perde aproximadamente meio litro de sangue durante e
depois de um parto normal. Há perda de sangue porque alguns vasos sanguíneos se
abrem quando a placenta se descola do útero. As contrações do útero ajudam a
fechar estes vasos até eles sararem. Em geral, parto por cesariana resulta em
aproximadamente duas vezes a perda de sangue de um parto normal, parcialmente
porque exige uma incisão no útero, e muito sangue é bombeado para o útero durante
a gestação.
Hemorragias
A perda de sangue é considerada excessiva se um dos itens a seguir ocorrer no prazo de
24 horas após o parto:
◦ Ocorre a perda de mais de um litro de sangue.
◦ A mulher tem sintomas de perda de sangue significativa, como pressão arterial baixa, frequência
cardíaca acelerada, tontura, sensação de desmaio, fadiga e fraqueza.
A perda de sangue excessiva costuma ocorrer logo após o parto, mas pode ocorrer até
um mês depois.
A causa mais frequente comum de hemorragia excessiva durante o trabalho de parto é:
◦ Quando a musculatura uterina não começar se contrair após o parto e, ao contrário, o útero
permanece frouxo e distendido (um distúrbio chamado atonia uterina)
Quando a musculatura uterina não começar se contrair após o parto, os vasos
sanguíneos que abriram quando houve a separação da placenta continuam a sangrar.
Hemorragias
As contrações podem ser prejudicadas nas seguintes 
situações:
◦ Quando o útero estiver excessivamente distendido, por 
exemplo, devido a uma quantidade excessiva de líquido 
amniótico, vários fetos (multípara) ou um feto muito grande
◦ Quando o trabalho de parto foi prolongado, anormal ou 
rápido
◦ Quando uma mulher tiver parido cinco bebês ou mais
◦ Quando um anestésico de relaxamento muscular tiver sido 
usado durante o trabalho de parto e o parto
◦ Quando há infecção das membranas ao redor do feto (um 
quadro clínico denominado infecção intra-amniótica)
Sangramento excessivo também pode resultar 
quando os seguintes ocorrerem:
◦ Quando ocorre laceração da vagina ou do colo do útero 
durante o parto
◦ Quando o corte feito durante uma episiotomia é 
excessivamente longo
◦ Quando a mulher tiver um distúrbio hemorrágico que interfere 
na coagulação
◦ Quando uma infecção intra-amniótica dá origem a 
uma infecção do útero (um quadro clínico denominado 
“endometrite”)
◦ Quando uma parte da placenta permanece dentro do útero 
depois do parto
◦ Raramente, quando ocorre a ruptura do útero ou ele está 
virado do avesso (invertido)
◦ O sangramento excessivo depois de um parto pode aumentar 
o risco de sangramento excessivo após partos subsequentes.
Miomas também podem aumentar o risco.
Lesão do bebê durante o parto
Uma lesão de nascimento é aquela provocada pela pressão física que ocorre
durante o parto, geralmente durante a passagem pelo canal vaginal.
◦ Muitos recém-nascidos apresentam pequenas lesões durante o parto.
◦ Em casos raros, nervos são danificados ou ossos quebrados.
◦ A maioria das lesões melhora sem tratamento.
No caso de fetos extremamente grandes, é possível que ocorra um parto difícil,
com o risco de lesão ao bebê. O médico recomenda um parto por
cesariana (cesariana) quando ele calcula que o peso do bebê é superior a cinco
quilogramas (superior a 4,5 quilogramas se a mãe tiver diabetes). Além disso. há mais
probabilidade de haver lesão quando o feto se encontra em uma posição anômala no
útero antes do nascimento
Lesão do bebê durante o parto
As lesões de nascimento ocorrem principalmente devido às forças naturais do
trabalho de parto e do parto. Antigamente, quando os riscos de fazer um parto por
cesariana eram altos, os médicos faziam partos difíceis puxando o feto para fora com
um fórceps (um instrumento cirúrgico com bordas arredondadas que se encaixam ao
redor da cabeça do feto). Contudo, trazer o feto até embaixo desde a parte superior
do canal vaginal usando o fórceps trazia um alto de risco de causar lesões de
nascimento. Hoje em dia, o fórceps é utilizado apenas nas últimas etapas do parto e
raramente causa lesões. A taxa global de lesões de nascimento é muito mais baixa
atualmente que nas décadas anteriores, devido ao aperfeiçoamento das avaliações
pré-natais com ultrassonografia, à utilização limitada do fórceps e ao fato de que os
médicos costumam fazer parto por cesariana se eles previrem um aumento no risco de
haver lesão de nascimento.
Lesão do bebê durante o parto
◦ A modelagem de cabeça não é uma lesão. A modelagem diz respeito à mudança
normal no formato da cabeça do bebê provocada pela pressão exercida na cabeça
durante o parto. Na maioria dos nascimentos, a cabeça é a primeira parte a entrar no
canal vaginal. Uma vez que os ossos do crânio do feto não estão rigidamente
posicionados, ocorre um alongamento da cabeça à medida que ela é empurrada
através do canalvaginal, o que permite que o feto atravesse mais facilmente. A
modelagem não afeta o cérebro e não causa problemas, nem exige tratamento. O
formato da cabeça gradativamente fica mais arredondado com o passar dos dias.
◦ Inchaço e formação de hematomas no couro cabeludo são comuns, mas não graves,
e melhoram dentro de alguns dias.
◦ Arranhões no couro cabeludo podem ocorrer quando são utilizados instrumentos (por
exemplo, eletrodos presos ao couro cabeludo, fórceps ou extratores a vácuo) durante
um parto normal.
Dificuldades na amamentação
A retirada precoce do bebê, quando realizada uma cesariana fora do
trabalho de parto impede a estimulação hormonal causada pelo mecanismo
de parto o que acarreta a não produção substancial de hormônios como a
Prolactina, hormônio este responsável pela fabricação e ejeção do leite
materno.
A não estimulação por fim pode causar a perda do reflexo de sucção
do neonato o que dificulta mais ainda a liberação de Prolactina podendo
comprometer como um todo o processo de lactação, essencial para a
recuperação e a adaptação da mãe e do bebê.
Placenta Acreta
Placenta acreta é uma placenta com uma fixação anormalmente firme
ao útero.
◦ Caso a mãe tenha tido tanto um parto por cesariana como placenta prévia
em uma gestação anterior, isso aumenta em muito o risco de apresentar
placenta acreta.
◦ Caso a mulher apresente fatores de risco para ter placenta acreta, o médico
realiza ultrassonografia periodicamente durante a gestação para verificar se
esta complicação está presente.
◦ Os médicos costumam fazer o parto do bebê algumas semanas antes da
data prevista do parto e então removem o útero, salvo se a mulher se opuser.
Placenta Acreta
Após o parto, a placenta geralmente se solta do útero e a mulher pode
expulsar a placenta sozinha ou com a ajuda de um médico ou parteira. Quando a
placenta está muito firmemente presa ao útero, partes da placenta podem ficar no
útero após o parto. Nesses casos, a expulsão da placenta demora e os riscos de
hemorragia e infecção no útero aumentam. O sangramento pode ser fatal.
A placenta acreta vem ocorrendo com mais frequência. Ela ocorreu em
aproximadamente
◦ Uma em cada 30.000 gestações na década de 1950
◦ Uma em cada 500 a 2.000 gestações nas décadas de 1980 e 1990
◦ Um em 272 nos Estados Unidos entre 1998 e 2011
Este aumento coincide com o aumento dos partos cesarianos.
Placenta Acreta
A placenta acreta tem mais propensão para ocorrer em mulheres com as características 
a seguir:
◦ Já tiveram um parto por cesariana
◦ Quando a placenta cobre o colo do útero (a denominada placenta prévia)
◦ Têm mais de 35 anos
◦ Já tiveram várias gestações
◦ Têm miomas sob o revestimento do útero (endométrio)
◦ Tiveram cirurgia envolvendo o útero, incluindo remoção de miomas
◦ Tiveram distúrbios do revestimento uterino, como a Síndrome de Asherman (cicatrização anormal 
do revestimento uterino devido a uma infecção ou cirurgia)
Ter feito uma cesariana em gestação anterior e ter placenta prévia na gestação atual 
aumenta muito o risco de placenta acreta nas próximas gestações.
Endometriose
Endometriose é uma doença inflamatória provocada por células do 
endométrio (tecido que reveste o útero) que, em vez de serem expelidas durante a 
menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade 
abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.
Como sintomas apresenta:
◦ Dor em forma de cólica durante o período menstrual que pode incapacitar as 
mulheres de exercerem suas atividades habituais;
◦ Dor durante as relações sexuais;
◦ Dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
◦ Dificuldade de engravidar. A infertilidade está presente em cerca de 40% das 
mulheres com endometriose.
Endometriose
O exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que pode
ser confirmado pelos seguintes exames laboratoriais e de imagem: visualização das
lesões por laparoscopia, ultra-som, ressonância magnética e um exame de sangue
chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da
doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende da realização de biópsia.
Qualquer órgão da pelve (na cavidade abdominal, bacia) pode ser
acometido. A instalação da doença nos ovários pode provocar o aparecimento de um
cisto denominado endometrioma. Este cisto pode atingir grandes proporções e
comprometer o futuro reprodutivo da mulher. Outros órgãos também podem ser
acometidos, como: parte do intestino grosso (reto e sigmóide), bexiga, apêndice e
vagina.
Depressão Pós-Parto
É uma condição que engloba uma variedade de mudanças físicas e emocionais que
muitas mulheres têm depois dar à luz. Depressão pós-parto pode ser tratada com medicamentos e
psicoterapia. Há três tipos de depressão pós-parto:
Tristeza materna: A mãe tem mudanças súbitas de humor, como sentir-se muito feliz e depois muito
triste;
Depressão pós-parto: Pode acontecer por alguns dias até meses depois do parto de qualquer
bebê, não só do primeiro;
Psicose pós-parto: A mulher pode perder contato com a realidade, geralmente tendo alucinações
sonoras.
Depressão pós-parto afeta mulheres de todas as idades, classes sociais e etnias.
Qualquer mulher que está grávida que teve bebê nos últimos meses, sofreu aborto ou
recentemente parou de amamentar, pode desenvolver a depressão pós-parto. A quantidade de
filhos que uma mulher tem não afeta as chances dela desenvolver depressão pós-parto.
Depressão Pós-Parto
Não se sabe ao certo o que causa. Mudanças hormonais no corpo da mulher podem
disparar os sintomas. Durante a gravidez, a quantidade dos hormônios estrogênio e progesterona
aumenta bastante. Nas primeiras 24 horas após o parto a quantidade desses hormônios baixa
rapidamente e continua a cair até a quantidade anterior à gravidez. Outros fatores que podem
contribuir para a depressão pós-parto são: sentir cansada depois do parto, padrão de sono
irregular e falta de descanso suficiente geralmente impedem que a mãe recupere sua força total
por semanas, especialmente se ela tiver sofrido cesariana; sentir super-ocupada com um novo
bebê para cuidar e duvidar da sua capacidade de ser uma boa mãe; sentir estresse em virtude
das mudanças na rotina de casa e do trabalho. Algumas vezes a mulher pensa que deve ser uma
“super-mãe” perfeita, o que não é realista e provoca estresse; ter sentimentos de perda – perda de
controle, perda de identidade (quem era antes do bebê), perda da silhueta magra; e ter menos
tempo livre e menor controle sobre o tempo, ou seja, ter que ficar dentro de casa por períodos
mais longos e menos tempo para passar com o pai do bebê.
Depressão Pós-Parto
Conselhos orientados para detectar e tratar precocemente a depressão pós-
parto. Pode-se prevenir e evitar a depressão pós-parto, desde quando se detecte
precocemente o transtorno, trate-se rapidamente, e evite suas consequências.
Os sintomas da depressão pós-parto podem incluir: sentir-se inquieta ou irritada;
sentir tristeza, depressão ou chorar muito; falta de energia; ter dor de cabeça, dor no
peito, palpitações no coração, falta de sensibilidade ou hiperventilação (respiração
rápida e superficial); não ser capaz de dormir, muito cansaço, ou ambos; perda de
peso e não ser capaz de comer; comer demais e ganho de peso; problema de
concentração, de memória e dificuldade de tomar decisões; ficar exageradamente
preocupada com o bebê; sentimento de culpa e inutilidade; ficar com medo de
machucar o bebê ou a si mesma; e falta de interesse em atividades prazerosas,
incluindo o sexo.
Depressão Pós-Parto
É importante saber que a depressão pós-parto tem tratamento e
irá embora. O tipo de tratamento depende do quanto severa é a
depressão pós-parto. A depressão pós-parto pode ser tratada com
medicação (anti-depressivos) e psicoterapia. Mulheres com depressão
pós-parto geralmente são aconselhadas a entrar em grupo de suporte
para conversar com outras mulheres que estão passandopela mesma
experiência. Se a mulher estiver amamentando, ela precisa conversar
com seu médico sobre o uso de anti-depressivos, já que alguns desses
medicamentos podem afetar o leite materno e não devem ser usados.
Baby Blues 
Trata-se de uma instabilidade
emocional, passageira , desencadeada por
fatores hormonais na mulher que está
tentando se reorganizar com a nova rotina.
Presente em 50% das mulheres,
geralmente o baby blues começa 3 dias
após o parto com sintomas como tristeza,
choro fácil, ansiedade, irritabilidade, insônia
e alteração de humor.
Os sintomas do baby blues podem
durar cerca de duas semanas. São eles:
◦ Insônia;
◦ Choro fácil;
◦ Sensação de fragilidade;
◦ Irritabilidade;
◦ Falta de energia;
◦ Falta de confiança;
◦ Tristeza;
◦ Mudanças de humor.
Baby Blues 
O baby blues por não ser
considerado uma doença, pois não tem
um tratamento medicamentoso específico .
A maioria das mamães precisa de uma
rede de apoio.
Vale ressaltar que cuidados 
fundamentais como o acolhimento e o 
apoio a essa mulher são de extrema 
importância também durante esse período.
Desse modo, é importante lembrar 
que, caso a mãe já tenha algum transtorno 
psíquico anterior, o baby blues pode 
desencadear algo maior.
◦ Por isso, é sempre bom:
◦ Expor os sentimentos: falar sobre o que se 
sente, com mais clareza, pode ajudar a 
reduzir os sintomas quando eles se 
manifestarem.
◦ Pedir ajuda: contar com o apoio das 
pessoas ao redor.
◦ Manter uma dieta equilibrada: isso pode 
ajudar a reduzir os sintomas de baby blues 
e ainda proporcionar mais energia para a 
mulher aguentar essa fase tão delicada.
◦

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