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Seguridade social e Constituição Federal

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Fundamentos da seguridade social
O que norteia a ideia de seguridade social?
Uma boa maneira de nos aproximarmos do tema é começar pelo art. 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), de 1948. O que diz a primeira parte da DUDH?
Toda pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários...
Nessa primeira parte, é possível observar a recomendação de políticas afeitas à saúde e à assistência social. E quanto à previdência? Vamos à segunda parte do art. 25 da DUDH:
... e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice...
Na terceira e última parte do art. 25, vemos circunstâncias híbridas, que podem reclamar tanto a proteção previdenciária quanto a assistencial:
...ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.
Precisamos então sistematizar as políticas afetas à seguridade social; para cumprir esse papel, nossa Carta Política (a Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB) dá as diretrizes. No art. 6º, a CRFB afirma que são direitos sociais, entre outros, a Saúde, a Previdência Social e a assistência aos desamparados.
Se a Constituição Federal define que a assistência se destina aos desamparados, existe a necessidade de se buscar parâmetros para definir quem são essas pessoas.
Quais são as definições internacionais mais conhecidas?
Linha de pobreza
O nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma família não possui condições de obter todos os recursos necessários para viver. Segundo o Banco Mundial, ele é de US$2,00 por dia (igual a US$60,00 por mês) por pessoa. Para uma família de quatro pessoas: US$240,00.
close
Linha de indigência (ou miséria)
Renda suficiente para comprar apenas os alimentos necessários para repor os gastos energéticos. De acordo com o Banco Mundial, ela é de US$1,00 por dia (US$30,00 por mês) por pessoa. Família de quatro pessoas: US$120,00.
Em 2017, adotou-se uma métrica de linha de pobreza que contemplava outros aspectos que diferenciam os países (US$3,20/dia para aqueles com renda média baixa e US$5,50/dia para aqueles com renda média alta – caso do Brasil). Nesse parâmetro, 1/5 da população brasileira estaria abaixo da linha da pobreza, tendo R$618,75 por pessoa ao mês (números do início de 2019 com o dólar a R$3,75).
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Atenção!
Tendo em vista que os parâmetros de linha da pobreza podem ser alterados, consulte os valores atualizados no site do Banco Mundial (www.worldbank.org).
Voltando à CRFB, cabe a pergunta: onde está a previsão constitucional da seguridade social?
Resposta: o art. 194 da CRFB define os três ramos da seguridade social (saúde, previdência e assistência) e traz aspectos, como, por exemplo, contribuição de todos (inclusive beneficiários) e manutenção de vida digna.
Ramos da seguridade social
Saúde, previdência e assistência social
Veja quais são os três ramos da seguridade social:
Saúde
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Previdência social
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Assistência social
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Reserva do possível x tratamentos custosos x tratamentos experimentais. Haveria recursos públicos para cobrir qualquer espécie de tratamento custoso ou experimental? O direcionamento desses recursos não deixaria a descoberto políticas que melhoram a saúde da população como um todo?
Na jurisprudência, foi decidido, no Tema 106 dos Recursos Repetitivos do STJ, em maio de 2018, que a concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa de requisitos. Confira outros detalhes sobre o assunto no Explore+ ao final deste conteúdo.
assignment_ind
Comentário
O principal benefício (em volume financeiro) pago no Brasil, no âmbito da assistência social, é o BPC LOAS, que tem assento constitucional (art. 203, inciso V, da CRFB) e é definido pela Lei nº 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social). Quem receberá ajuda financeira de um salário mínimo? Idoso e pessoa com deficiência que comprovem não ter meios de prover sua manutenção ou tê-la provida por sua família.
Há grandes discussões quanto ao valor do salário mínimo (já houve tentativa de alteração legislativa) e questionamentos sobre quão correta é a vinculação dele com o índice indexador (que se destina precipuamente a quem trabalha).
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Pension Watch, o Brasil é o único país que paga 100% do salário mínimo a título de benefício assistencial ao idoso (os percentuais de cada país variam desde menos de 10% até 65%; a média fica em torno de 45%).
Caráter contributivo (previdência) X caráter não contributivo (assistência)
Vamos partir os problemas para entendê-los. Sendo assim, reflita sobre a seguinte questão:
O mesmo valor e a mesma idade para aposentadoria e benefício assistencial não desestimulam o caráter contributivo?
forum
Resposta
Tanto a aposentadoria por idade masculina quanto o BPC-LOAS se dão aos 65 anos e recebem um salário mínimo.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) calcula regularmente qual valor seria necessário para atender às nove necessidades (moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social) determinadas pelo art. 7º, inciso IV, da CRFB. Para uma família de quatro pessoas, segundo esse estudo (cuja divulgação é mensal), o salário mínimo deveria ser, em abril de 2020, de R$4.673,39.
Vale notar que:
· A isenção de IRPF em 2022 é de até R$ 1.903,98;
· Segundo o PNAD – IBGE, em 2017, o salário médio brasileiro (geral) foi de R$2.178. Já o salário médio para quem tem nível superior foi de R$5.110.
Voltando ao LOAS, há uma questão: o principal benefício assistencial sempre foi assim (mesma idade que a aposentadoria)? A resposta é não.
Veja como era o LOAS:
1. 70 anos
Até 31/12/1997.
2. 67 anos
De 01/01/1998 até 31/12/2003 - Lei nº 9.720/1998.
3. 65 anos
A partir de 01/01/2004 - Lei nº 10.741/2003.
Além das idades informadas, admitia-se mais de um LOAS por família (a jurisprudência o estendeu para todos os benefícios até um salário mínimo).
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Comentário
Em 1993, uma pessoa com 70 anos tinha expectativa de vida de 10,4 anos. Em 2003, alguém com 65 anos tinha expectativa de vida de 17,8 anos; em 2018, 18,8 anos. Em resumo: num espaço de 20 anos, o Brasil, devido a alterações legislativas e da tábua de mortalidade, passou a pagar BPC-LOAS por um período 7,5 anos maior.
Outra questão que gera dúvidas é se a aposentadoria por idade rural para segurado especial tem natureza previdenciária ou assistencial, já que não se exige contribuições diretas de quem a recebe. Há uma série de tentativas de mudanças legislativas para melhorar cadastros que visem a controlar o direito a esse tipo de benefício.
Por ora, fiquemos com três informações:
1. check_circle_outline
94% das aposentadorias rurais são concedidas para segurado especial (que não contribui diretamente).
2. check_circle_outline
A aposentadoria por idade é a prestação previdenciária com a maior quantidade de beneficiários no Brasil.
3. check_circle_outline
Há cerca de 10 milhões de benefícios rurais no Brasil, e as aposentadorias rurais representam algo próximo de 25% do custo total da previdência social.
Mas por que estamos falando disso? Apenas para colocar em perspectiva um problema sobre centro de custo: a assistência social (não contributiva) é feita com o dinheiro da previdência social (contributiva)? E ainda: qual a relevância disso quando se propõe uma Reforma da Previdência?
Outro conhecido benefício da assistência social é o Auxílio Brasil. Veja o comparativo em relação ao BPC-LOAS:
Auxílio Brasil
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BPC-LOAS
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A partir do comparativo anterior, conseguimos visualizar o alcance e os requisitos que permeiam os dois principais benefícios pagos com recurso da assistência social.
No entanto, se existe certa interpenetraçãoentre previdência e assistência social, talvez possamos colocar em perspectiva o que é conhecido como sistema de pilares de proteção para fins do amparo oferecido pela seguridade social.
As premissas para a compreensão são as seguintes:
1
2
3
Nos sistemas não contributivos, a arrecadação provém de parcela da arrecadação tributária geral.
Conheça agora o caso da privatização da previdência chilena. Tratava-se de algo que parecia ótimo: Chile e a experiência de 1981 a 2008 de privatização da previdência no modelo de capitalização mais a possibilidade de benefício assistencial mínimo (para quem não conseguisse se cotizar).
Em 2008, no ocaso do modelo, instituiu-se o aporte provisional solidário para quem se cotizou parcialmente. Veja a seguir a alteração das regras.
Até 2004, era comum haver a sustentação de um modelo de três pilares:
· Pilar 1: renda mínima para todos (financiamento nos impostos em geral);
· Pilar 2: sistema de benefícios contributivos (financiado por contribuições sobre salários) – economia coercitiva (benefício previdenciário suficiente para garantir ao menos % da renda recebida na ativa);
· Pilar 3: previdência complementar privada (em forma de capitalização) – economia voluntária individual (entregue a administradoras de fundos de pensão).
Em seguida, avança-se para um modelo baseado no estudo old age income support, de 2005 (Banco Mundial), com um modelo de cinco pilares de proteção:
· Pilar 0: renda mínima para todos (financiamento nos impostos em geral);
· Pilar 1: contributivo obrigatório em regime de solidariedade;
· Pilar 2: contributivo obrigatório em regime de capitalização individual;
· Pilar 3: acordos voluntários flexíveis financiados pelo empregador;
· Pilar 4: transferências adicionais monetárias inter ou intrageracionais.
Para alguns, a partir do momento em que cada trabalhador faça cotizações apenas para si e sua família (e não para um fundo que contemple um grupo ou toda a sociedade), desaparece a noção de solidariedade social. O regime financeiro de capitalização é próprio da previdência privada. Verifique o Explore + ao final do conteúdo para mais detalhes.
assignment_ind
Comentário
Economicamente, essa experiência é perfeita; o fundo capta, multiplica, garante o benefício a todos e os governos não ficam sobrecarregados. Mas a consequência é a função do Estado. Afinal, ocorreu um aumento da expectativa de vida. Os dividendos projetados não chegaram perto dos que deveriam ser estruturados, havendo o prejuízo de quem investiu. Mas não é um investimento: na verdade, uma garantia de Estado e de proteção do trabalhador é que foi posta em xeque. E, com isso, houve pobreza extrema, suicídios e perdas graves de rendimento.
Para fechar nosso módulo, vamos acrescentar algumas informações sobre o principal benefício (em termos de dispêndios financeiros) da assistência social (BPC-LOAS):
Fundamento legal
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Órgão de concessão
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Legitimidade passiva (processo judicial)
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Requisitos para a concessão
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Revisão
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Transferência a herdeiros
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Verifique a seguir algumas informações sobre o requisito subjetivo da deficiência.
Qual é o conceito?
A pessoa que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (art. 4º, inciso II c/c art. 9º, inciso I, do Decreto nº 6.214/2007).
A base desse conceito é a Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, patrocinada pela ONU (março de 2007) e aprovada pelo Brasil por intermédio do DL nº 186/2008, nos termos do §3º do art. 5º da Constituição Federal (confere status constitucional).
Bastaria a existência de alguma deficiência?
O art. 20 da Lei nº 8.742/1993 dispõe que deve ser comprovada a ausência de meios para prover a própria manutenção.
Toda deficiência impede que a pessoa seja apta a prover a própria manutenção?
Se isso fosse verdade, não seria cabível a existência da aposentadoria da pessoa com deficiência (LC nº 142/2013, que disciplina o art. 201, §1º, da CRFB).
Desse modo, o LOAS tem como base a deficiência, mas não uma qualquer – a lei exige uma deficiência qualificada que se aproxime da incapacidade de prover a própria manutenção. A deficiência precisa ser de longo prazo, definido pelo art. 20 da Lei nº 8.742/1993 como aquele que supera dois anos.
Se o impedimento não for considerado permanente, haverá possibilidade de reavaliação a cada dois anos (§7º). Segundo jurisprudência (Tema 173 da TNU), prevalece a ideia de que:
É imprescindível a configuração de impedimento de longo prazo com duração mínima de dois anos, a ser aferido no caso concreto, desde o início do impedimento até a data prevista para a cessação.
Se a pessoa vai para o mercado de trabalho, o LOAS cessa (art. 47-A do Decreto nº 6.214/2007). Mas se não se adapta e atende aos requisitos da legislação, ela faz jus à nova concessão (art. 25) ou ao restabelecimento do pagamento a partir da demissão ou do fim do seguro-desemprego (art. 47-A §2º).
Sobre o requisito objetivo da renda, aparece um dos grandes problemas nacionais: a renda informal. O Decreto nº 6.214/2007, no art. 4º, inciso VI, ao especificar os rendimentos que compõem a renda mensal bruta familiar, expressamente inclui rendimentos do mercado informal e aqueles auferidos do patrimônio.
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Atenção!
A partir do Estatuto do Idoso (art. 34, caput, da Lei nº 10.741/2003), admite-se mais de um LOAS por família. Isso vem expresso no art. 19, caput, do Decreto nº 6.214/2007. A jurisprudência estendeu a exclusão para todos os benefícios de idosos até um SM (inclusive os previdenciários).

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