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O que esperamos após tratarmos um paciente infantil? Que consigamos devolver saúde e que ele seja capaz de mantê- la. Isso é suficiente para “mantermos” saúde bucal? Objetivamos fazer com que as crianças aprendam a manter o que alcançamos e ensinamos na clínica Saúde bucal Ter bem-estar; conseguir realizar as funções mastigatórias e de fonação; estética; sorriso... “A saúde bucal é multifacetada e inclui a capacidade de falar, sorrir, cheirar, saborear, tocar, mastigar, engolir e transmitir uma gama de emoções através de expressões faciais com confiança e sem dor, desconforto ou doença do complexo craniofacial.” Muito mais do que apenas “não ter doença” maiores custos relacionados à doenças periodontais e cárie dentária. cárie dentária: 4ª doença mais prevalente na infância condição de saúde bucal ruim impacta em uma pior autopercepção de felicidade e também em uma menor inserção no mercado de trabalho em adolescentes. A atenção à saúde bucal de crianças e adolescentes deveria incluir tanto problemas odontológicos quanto não-odontológicos, com foco na melhora da qualidade de vida e promoção de saúde para esses pacientes. Pontos de discussão Qual o papel do cirurgião-dentista como agente promotor de saúde e qual a importância desse tema? Quais as perspectivas de ações de promoção de saúde em odontopediatria que realmente fazem “diferença”? A melhor resposta: “Por que tratamos as pessoas e as mandamos de volta para as condições que as fizeram ficar doentes?” PERGUNTAS QUE DEVEMOS PENSAR AO RECEBER UM PACIENTE.: identificação do problema também é um problema para o paciente? evidência científica de tratamentos impacto do tratamento para o paciente manter saúde (valores dos pacientes) O hábito saudável não é uma escolha pessoal, leva em consideração outras questões, dentre elas, o ambiente em que se está inserido, com descritores que determinam um comportamento. processo que permite que as pessoas aumentem o controle sobre e melhorem sua saúde (OMS). abrange intervenções sociais e ambientais destinadas a beneficiar e proteger a saúde e a qualidade de vida, abordando e prevenindo as causas da doença, não apenas concentrando-se no tratamento e na cura. crítica ao modelo biomédico e reconhecimento de que melhores cuidados médicos por si só não geram aumento em termos de saúde. evidências do impacto das condições sociais como determinantes em saúde bucal. Campos de saúde sociedade e ambiente genética e biologia natureza e extensão dos serviços estilo de vida Carta de Ottawa (1986) Integralidade: saúde é integral, portanto, não podemos dissociar saúde bucal de saúde mental. Equidade: tratar os diferentes de forma diferente; tratar os desiguais de maneira desigual.; as diferenças são ponderadas pelas ofertas de oportunidades. inequidade é o oposto: sem hipótese biológica para a diferença Empoderamento: ponto chave para ter saúde, para o paciente manter o que aprendeu. Sustentabilidade e participação social. Intersetorialidade e ações conjuntas Princípios de promoção de saúde Principal dificuldade: isolar os efeitos das intervenções e mensurar se as mudanças são duradouras. Na literatura existem muito poucas ações de promoção de saúde que realmente são duradouras Perfil epidemiológico das doenças bucais cárie dental é expressiva e não é erradicável (porque é multifatorial); considerada um problema de saúde pública que altera substancialmente a qualidade de vida. Promoção de saúde em odontopediatria as doenças bucais estão desigualmente distribuídas na população e polarizadas em determinados grupos populacionais. um grupo pequeno de crianças apresenta muita doença a prevalência segue um viés social; grupos socioeconomicamente deprivados apresentam maiores níveis de doença. modelo de atuação em cárie dentária: dente, substrato e flora. Modelo biomédico tratamento dominante centralizado basicamente no dentista foco individual comportamento de risco fatores biológicos Estratégias baseadas em comportamento RESULTADO DAS REVISÕES SISTEMÁTICAS não produz mudanças em longo prazo. não age na diminuição das iniquidades em saúde. paliativa em natureza: ignora determinantes do comportamento. “Técnicas baseadas na mudança de comportamento para reduzir cárie dentária foram limitadas e focadas basicamente em informações sobre etiologia da doença e hábitos de higiene”. “Cárie dentária pode ser prevenida com estratégias populacionais que resultem em mudanças de comportamento. O efeito de intervenções individuais baseadas na informação e motivação não foi demonstrado para cárie nem para doença periodontal”. Influência do meio das 66 maiores causas de mortes em homens, 62 são mais comuns em pessoas pobres uma criança que nasce em uma classe social baixa tem duas vezes mais chance de morrer antes de completar 15 anos. um homem de alta classe social vive aproximadamente 7 anos a mais que um homem de baixa classe a prevalência de doença periodontal, cárie e perda dental é maior em pessoas de baixa renda pessoas que vivem em áreas de privação social possuem menor acesso aos serviços de saúde bucal crianças pobres apresentam mais dor dentária e pior qualidade de vida O que sugere a OMS ações nos determinantes sociais criar ambientes que facilitem a aquisição e manutenção de saúde bucal “empoderamento social”. adotar estratégias amplas e baseadas nos fatores de risco comum. estratégias multidisciplinares para fazer com que as escolhas saudáveis sejam as mais fáceis ESTUDO 1: há evidências consistentes que suportam a relação entre a quantidade de consumo de açúcar e o desenvolvimento de cárie em diferentes faixas etárias. há evidência consistente de uma moderada qualidade demonstrando que restrição no consumo de açúcar altera a incidência de cárie dental. efeito da estratégia parece ser duradouro ao longo da vida do indivíduo. ESTUDO 2: em 2010, aproximadamente 26% do total de aparecimento de doenças bucais foi relacionado ao consumo de açúcar o consumo de açúcar foi responsável por alto número de anos de vida vividos com incapacidade devido à cárie. doenças dentais relacionadas com uso de açúcar foram associadas a um custo global de 172 bilhões de dólares ESTUDO 3: Políticas Públicas de Saúde: ambiente da cantina escolar foi modificado e instruído por nutricionista, crianças não poderiam trazer comida de casa efetiva, barata e segura efetividade da medida: redução de cárie dentária, prevalência de cárie aproximadamente 25% menor em cidades com água fluoretada. intervenções comunitárias: efeitos positivos na diminuição de cárie e melhoria de qualidade de vida. objetivo: tornar o ambiente escolar profícuo para desenvolver o senso de coerência das crianças. professores envolvidos, funcionários da escola e crianças. desenvolvido no ambiente escolar. professores treinados realizaram as atividades propostas. 7 sessões semanais de atividade desenvolvidas com crianças, durante um período de 2 meses
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