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FORUM - Caso desafio

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Sistemas Orgânicos Integrados V - 5º período Medicina
Livia Jimenez Duarte
CASO DESAFIO
Qual patologia esta criança apresenta?
Esta criança apresenta a patologia do Pé Torto Congênito (PTC)
Quais as etiologias?
O PTC é um dos defeitos congênitos mais comuns do pé; entretanto, sua patogênese
ainda não foi totalmente esclarecida.
Segundo Cummings et al, a primeira descrição clínica do PTC foi feita por
Hipócrates, que propôs como fator causal a compressão sofrida pelo pé no ambiente
intra-uterino(2). Tredwell et al observaram que aumenta a incidência de PTC quando ocorre
perda de líquido amniótico entre a 11a e a 12a semanas de gestação(5). Christianson et al
observaram que a presença de contraturas é mais frequente quanto mais precoce e duradouro
for o período de oligodrâmnio, sendo o pé torto a contratura mais encontrada(6).
Kawashima e Uhthoff demonstraram que, entre a oitava e a 10a semanas após a
concepção, o pé passa por um estágio fisiológico que lembra o PTC maduro, sugerindo,
então, que, provavelmente, existe uma parada no desenvolvimento, que impediria o curso
normal de correção espontânea da deformidade.
Ippolito e Ponseti acreditam na existência de alterações histológicas e estruturais
como defeitos primários. Há, ainda, a hipótese de que a deformidade seja secundária a
anormalidades neurogênicas, em que a diminuição da inervação na região póstero-medial do
pé seria responsável pelo encurtamento e fibrose da musculatura, sendo comparável a uma
forma limitada de artrogripose.
Fatores genéticos apresentam reconhecida influência na ocorrência do PTC.
Wynne-Davies observou que a ocorrência é 17 vezes maior em parentes de primeiro grau,
seis vezes maior em parentes de segundo grau e aproximadamente igual à da população geral
quando parentes de terceiro grau. Nos gêmeos monozigóticos a concordância é de 32,5%,
enquanto que nos gêmeos fraternos é de apenas 2,9%, semelhante à de irmãos que não são
gêmeos, na população caucasiana. Pais não afetados têm a probabilidade de 1:40 de ter um
segundo filho afetado, enquanto que o risco de ter uma filha afetada é muito pequeno. Pais
não afetados com uma filha afetada têm a probabilidade de 1:16 de ter um filho afetado e
1:40 de ter outra filha afetada. Dessa forma, considera-se que a herança seja feita através de
um gene dominante de baixa penetrância, ou seja, de padrão multifatorial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Santili M. Pé torto congênito. Revista Brasileira de Ortopedia [Internet]. 2006;41(5):137–44.
Disponível em: https://www.rbo.org.br/detalhes/35/pt-BR/pe-torto-congenito

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