Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA Termodinâmica Prof. M. Eng. Luis Ibarra Ementa da Disciplina • Conceitos introdutórios e definições. – Propriedades termodinâmicas; – equilíbrio termodinâmico; – Propriedades de uma substância pura. – propriedades do vapor de água; – estudo dos gases perfeitos; – energia interna; • Energia, Primeira Lei da Termodinâmica ou Balanço de Energia. – Primeira Lei da Termodinâmica para sistemas; – Primeira Lei da Termodinâmica para volumes de controle; • Segunda Lei da Termodinâmica, Entropia e Irreversibilidades. – Moto-contínuo; – Reservatórios de Energia Térmica; – Ciclo de Carnot; – Eficiência termodinâmica; • Ciclos termodinâmicos. – Ciclos de potência; – Ciclo de Rankine ideal; – Ciclos de refrigeração; Bibliografia da disciplina Bibliografia principal: • Bognakke & Sonntag – Fundamentos da Termodinâmica - 2ª edição – Editora Blucher Disponível na Biblioteca Virtual da Pearson • Yunus Çengel & Michael Boles – Termodinâmica – 5ª edição – Editora McGrawHill, 2007 • Michael J. Moran et al. – Introdução à engenharia de sistemas térmicos – Editora LTC, 2015. • Michael J. Moran et al. – Princípios de termodinâmica para engenharia. – Editora LTC, 2014. Bibliografia complementar: • Van Wylen, Bognakke & Sonntag – Fundamentos da Termodinâmica Clássica – Editora Blucher Disponível na Biblioteca Virtual da Pearson • João Carlos Martins Coelho – Energia e Fluidos – Volume 1 - Termodinâmica Clássica Disponível na Biblioteca Virtual da Pearson • Christian Strobel – Termodinâmica técnica – Editora Intersaberes Disponível na Biblioteca Virtual da Pearson https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/164481 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/176467 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/163658 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/37463 Introdução A termodinâmica como toda ciência também possui um conjunto de conceitos e nomenclaturas próprias que constituem um vocabulário específico para este estudo. Termodinâmica e energia • Termodinâmica pode ser considerada como o estudo de energia, apesar de que energia pode ser encontrada em diferentes estados e com conjuntos de propriedades diferentes. • O nome termodinâmica tem como raiz as palavras gregas Therme (Calor) e Dynamis (força/energia/movimento). • Esta descrição é relacionada com o início do desenvolvimento onde se estudam meios de transformar calor em energia. • Hoje o termo é utilizado para interpretar de maneira abrangente todas as perspectivas da transformação de energia e de transformação de energia. Isto inclui a geração de energia, refrigeração e as propriedades de materiais. Termodinâmica e energia • Um dos conceitos fundamentais das leis da natureza é o princípio de conservação de energia. • O conceito indica que durante uma iteração a energia pode mudar de uma forma para outra, porém, o total de energia se mantém constante. • Em suma, energia não pode ser criada ou destruída. Termodinâmica e energia Uma pedra caindo de um penhasco ganha velocidade enquanto ele cai, isto ocorre pois o produto perde energia potencial e ganha energia cinética. Este mesmo princípio se aplica na indústria alimentícia. Uma pessoa quando recebe uma entrada de energia (comida) maior do que a saída de energia ( exercício) vai armazenar a energia excedente ( por exemplo, como gordura). Ao contrário, uma pessoa com uma entrada de energia menor do que a saída de energia irá consumir de reservas de energia excedente. Termodinâmica e energia A mudança de energia de um sistema ou de um corpo é sempre a diferença entre a entrada de energia e a saída de energia. O balanço de energia é descrito por: ∆E= Eentrada - ESaída Termodinâmica e energia A conservação de energia é considerada a base para a Primeira lei da termodinâmica. O enunciado da primeira lei já foi apresentado ao longo da descrição deste conceito: “Energia não pode ser criada nem destruída durante um processo: Ela pode apenas mudar de forma” A definição matemática deste conceito será apresentada posteriormente. Termodinâmica e energia A segunda lei da termodinâmica indica que energia possui Qualidade e Quantidade , também indica que um processo ocorre na direção do decréscimo da qualidade da energia. Uma maneira de visualizar este efeito é imaginar uma xícara de café quente em uma mesa, eventualmente o café vai esfriar cedendo calor para o ambiente. Porém, uma xícara de café frio nunca irá ficar mais quente que a temperatura ambiente sem outra influência externa. Termodinâmica e energia A degradação da energia ocorre pela energia da alta temperatura do café que é reduzida para uma forma menos útil a baixa temperatura ao ceder energia para o ar em seu entorno. Contextualização histórica Apesar de que os princípios da termodinâmica existem desde a criação do universo, a termodinâmica não surgiu como ciência até a construção do primeiro motor a vapor na Inglaterra Thomas Savery em 1697 e Thomas Newcomen em 1712. A primeira e a segunda lei da termodinâmica surgiram simultaneamente na década de 1850, principalmente pelos trabalhos de William Rankine, Rudolph Clausius e Lord Kelvin. O termo termodinâmica surgiu em uma publicação pelo Lord Kelvin em 1849 e o primeiro livro didático foi escrito em 1859 por William Rankine. Termodinâmica micro ou macroscópica Toda substância é constituída por partículas que denominamos moléculas. O comportamento das propriedades destas substâncias dependem do comportamento destas partículas. Por exemplo: A pressão de um gás em um reservatório é resultado da transferência de momento entre moléculas e as paredes do reservatório. Termodinâmica micro ou macroscópica Porém, não é necessário se estudar o comportamento das partículas em um gás para poder determinar a pressão em um reservatório. Com um equipamento de medição é possível verificar a pressão deste reservatório. Esta é chamada de uma perspectiva macroscópica para o estudo da termodinâmica que não requer o estudo individual das partículas, também considerada como termodinâmica clássica. Termodinâmica micro ou macroscópica Um estudo mais elaborado pode ser realizado com base no comportamento médio de grandes grupos de partículas, chamado também de termodinâmica estatística, Esta perspectiva microscópica é geralmente utilizado nesta disciplina como suporte. Áreas de aplicação da termodinâmica Toda atividade envolve alguma interação entre energia e matéria. Olhe onde você está agora, existe alguma lâmpada acesa? Existe um chuveiro a gás ou elétrico por perto? Seu ambiente está quente ou frio? Você abre ou fecha as janelas para melhorar o seu conforto no ambiente? Você tem um ar-condicionado ou uma geladeira em casa? Além disso, já parou para pensar por que você sente menos frio quando coloca um casaco ou uma roupa mais quente? A termodinâmica engloba todos os fenômenos que explicam o que acontece nos ambientes e como funcionam esses equipamentos. Explica como são esses sistemas. Áreas de aplicação da termodinâmica Áreas de aplicação da termodinâmica Alguns exemplos mais industriais seriam: Geração de energia: Usinas termelétrica, hidrelétrica, solares e eólicas. Movimentação: Aviões, Navios, Carros, Caminhões. Controle de temperatura: Sistemas de refrigeração ou de aquecimento para diversas aplicações, desde arrefecimento em carros até sistemas complexos de arrefecimento/recuperação de calor em plantas industriais. Processos de Fabricação: Soldagem, Tratamentos térmicos, fundição. Áreas de aplicação da termodinâmica Áreas de aplicação da termodinâmica Áreas de aplicação da termodinâmica Revisão de sistemas de medidas Toda grandeza física pode ser caracterizada por dimensões. As magnitudes atribuídas às dimensões são chamadas de unidades. Algumas dimensões básicas, como massa m, comprimento L, tempo t e temperatura T são designadascomo dimensões primárias ou fundamentais, enquanto outras como velocidade V, energia E e volume V são expressas em função das dimensões primárias e chamadas de dimensões secundárias ou dimensões derivadas. Revisão de sistemas de medidas O SI é um sistema simples e lógico baseado no escalonamento decimal entre as diversas unidades, utilizado em trabalhos científicos e de engenharia na maioria das nações industrializadas, incluindo a Inglaterra. Os Estados Unidos é o único país industrializado que ainda não fez a conversão completa para o Sistema Internacional de Unidades (SI). Os esforços sistemáticos para desenvolver um sistema de unidades universalmente aceito remonta a 1790, quando a Assembleia Nacional Francesa incumbiu a Academia Francesa de Ciências de criar tal sistema de unidades. Revisão de sistemas de medidas Em pouco tempo, uma das primeiras versões do sistema métrico foi desenvolvida na França, mas não teve aceitação universal até 1875, quando o Tratado da Convenção Métrica foi preparado e assinado por 17 nações, incluindo os Estados Unidos. Nesse tratado internacional, metro e grama foram estabelecidos como as unidades métricas de comprimento e de massa, respectivamente, e foi estabelecida uma Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM), que deveria se reunir a cada seis anos. Revisão de sistemas de medidas Em 1960, a CGPM produziu o SI, que tinha por base seis quantidades fundamentais; suas unidades foram adotadas em 1954 na Décima Conferência Geral de Pesos e Medidas: metro (m) para comprimento, quilograma (kg) para massa, segundo (s) para tempo, ampère (A) para corrente elétrica, grau Kelvin (°K) para temperatura e candela (cd) para intensidade luminosa (quantidade de luz). Em 1971, a CGPM adicionou uma sétima quantidade fundamental de unidade: mol (mol) para a quantidade de matéria Dimensões fundamentais e suas unidades no SI Dimensões Unidades Comprimento metro (m) Massa quilograma (kg) Tempo segundo (s) Temperatura kelvin (K) Corrente elétrica ampère (A) Quantidade de luz candela (cd) Quantidade de matéria mol (mol) Prefixos padrão para unidades no SI Revisão de sistemas de medidas No SI, as unidades de massa, comprimento e tempo são quilograma (kg), metro (m) e segundo (s), respectivamente. As unidades respectivas do sistema inglês são a libra-massa (lbm), pé e segundo (s). Embora no idioma inglês a palavra libra se traduza por pound, o símbolo lb é, na verdade, a abreviação de libra, que era a antiga medida romana de peso. Revisão de sistemas de medidas O inglês conservou esse símbolo mesmo depois do final da ocupação romana da Grã-Bretanha em 410 d.C. As relações das unidades de massa e comprimento dos dois sistemas são: 1 lbm =0,45359 kg 1 pé = 0,3048 m No sistema inglês, a força é considerada uma dimensão primária, e é atribuída a ela uma unidade não derivada. Essa é a fonte de confusão e erro que torna necessário o uso de uma constante dimensional (gc) em muitas fórmulas. Revisão de sistemas de medidas Para evitar esse aborrecimento, consideramos a força uma dimensão secundária, cuja unidade é derivada da segunda lei de Newton, ou seja: Força = (Massa) x (Aceleração) No SI, a unidade de força é newton (N), e ela é definida como a força necessária para acelerar uma massa de 1 kg a uma taxa de 1 m/s2 . Revisão de sistemas de medidas No sistema inglês, a unidade de força é a libra-força (lbf), definida como a força necessária para acelerar uma massa de 32,174 lbm (1 slug) a uma taxa de 1 pé/s2 . Outra unidade de força normalmente usada em muitos países europeus é o quilograma-força (kgf), que é o peso de uma massa de 1 kg no nível do mar (1 kgf 9,807 N). Revisão de sistemas de medidas O termo peso quase sempre é utilizado incorretamente para expressar massa, particularmente pelos “vigilantes do peso”. Ao contrário da massa, o peso W é uma força. Ele é a força gravitacional aplicada a um corpo, e sua magnitude é determinada pela segunda lei de Newton: P=mg (N) onde m é a massa do corpo e g é a aceleração gravitacional local (g é 9,807 m/s2) Uma balança comum mede a força gravitacional que age sobre um corpo. Revisão de sistemas de medidas Uma balança comum mede a força gravitacional que age sobre um corpo. O peso de uma unidade de volume de uma substância é chamado de peso específico 𝜸 e é determinado por 𝜸 = 𝜌g, onde 𝜌 é a densidade. A massa de um corpo permanece a mesma, independentemente de sua localização no universo. Seu peso, porém, modifica-se de acordo com alterações na aceleração gravitacional. Um corpo pesa menos no alto de uma montanha, uma vez que g diminui com a altitude. Revisão de sistemas de medidas A principal causa de confusão entre massa e peso é que a massa em geral é medida indiretamente calculando-se a força da gravidade exercida sobre ela. Essa abordagem também considera que as forças exercidas por outros efeitos, como o empuxo, são desprezíveis. Isso é como medir a altitude de um avião por meio da pressão barométrica. A forma direta apropriada de medir a massa é compará-la a uma massa conhecida. Revisão de sistemas de medidas Essa forma é complicada e, portanto, mais usada para calibração e medição de metais preciosos. O trabalho, que é uma forma de energia, pode ser definido simplesmente como força vezes distância. Dessa forma, ele tem a unidade “newton-metro (N m)”, que é chamada de joule (J). Ou seja, 1J = 1Nm A unidade de energia mais comum no SI é o quilojoule (1 kJ 1000 J). Revisão de sistemas de medidas A unidade da taxa de energia em relação ao tempo é o joule por segundo (J/s), que é chamado de watt (W). No caso do trabalho, sua taxa é chamada de potência. Uma unidade comumente usada para a potência é o cavalo-vapor (hp), que é equivalente a 746 W. A energia elétrica é geralmente expressa em quilowatt-hora (kWh), que equivale a 3.600 kJ. Revisão de sistemas de medidas Um aparelho elétrico com uma potência nominal de 1kW consome 1 kWh de eletricidade quando funciona continuamente por uma hora. Quando se trata de geração de energia elétrica, as unidades de kW e kWh são frequentemente confundidas. Note que kW ou kJ/s é uma unidade de potência, enquanto kWh é uma unidade de energia. Equações apresentadas ∆E= Eentrada - ESaída Força = (Massa) x (Aceleração) P=mg (N) 𝜸 = 𝜌g Exercícios Realize a conversão 𝜸 [ N/m³] 𝜌 [kg/m³] 10 2 0,01 0,03 Exercícios Encontre o peso ou massa de cada situação P [N] m [kg] 65 3 0,04 10 Exercícios Encontre as propriedades dos componentes da tabela F [N] m [kg] 𝜸 [ N/m³] 𝜌 [kg/m³] V[m³] 15 5 0,2 0,1 3 2 1 0,005 Introdução - Aula 2 Vamos discutir inicialmente alguns conceitos como sistemas, estado, o postulado de estado, equilíbrio e processos. Após esta conceituação vamos discutir as propriedades de diferentes tipos de sistemas e definir a densidade, densidade relativa e peso específico. Sistemas e Volumes de controle • Um sistema é definido como uma quantidade de matéria ou região no espaço selecionada para estudo. A massa ou região fora do sistema é chamada de vizinhança. A superfície real ou imaginária que separa o sistema de sua vizinhança é chamada de fronteira. A fronteira de um sistema pode ser fixa ou móvel. ela é a superfície de contato compartilhada pelo sistema e pela vizinhança. Em termos matemáticos, a fronteira tem espessura zero e, portanto, não pode conter massa nem ocupar nenhum volume no espaço. Os sistemas podem ser considerados fechados ou abertos, dependendo da seleção de uma massa fixa ou de um volume fixo para o estudo. Sistemas e Volumes de controle • Um sistema fechado (também conhecido como massa de controle) consiste em uma quantidade fixa de massa, e nenhuma massa pode atravessar sua fronteira. Ou seja, nenhuma massa pode entrar ou sair de um sistema fechado. Entretanto, a energia na forma de calor ou trabalho pode cruzar a fronteira, e o volume de um sistemafechado não precisa ser necessariamente fixo. Se, em um caso especial, nem a energia atravessa a fronteira, esse sistema é chamado de sistema isolado. Sistemas e Volumes de controle • Considere o arranjo pistão-cilindro. Desejamos descobrir o que acontece ao gás que está confinado quando é aquecido. Como nos concentramos no gás, esse será nosso sistema. As superfícies internas do pistão e do cilindro formam a fronteira; como nenhuma massa está cruzando essa fronteira, trata-se de um sistema fechado. Observe que a energia pode atravessar a fronteira, e que parte da fronteira (neste caso, a superfície interna do pistão) pode se mover. Tudo o que estiver fora do gás, incluindo o pistão e o cilindro, é a vizinhança. Sistemas e Volumes de controle • Um sistema aberto, ou um volume de controle, como é usualmente chamado, é uma região criteriosamente selecionada no espaço. Em geral, ele inclui um dispositivo que envolve fluxo de massa, como um compressor, uma turbina ou um bocal. O escoamento através desses dispositivos pode ser melhor estudado selecionando-se a região dentro do dispositivo como o volume de controle. Tanto massa quanto energia podem cruzar a fronteira de um volume de controle. Sistemas e Volumes de controle Sistemas e Volumes de controle • Diversos problemas de engenharia envolvem fluxos de massa para dentro e para fora de um sistema e, portanto, são modelados como volumes de controle. • Um aquecedor de água, um radiador de automóvel, uma turbina e um compressor apresentam fluxo de massa e devem ser analisados como volumes de controle (sistemas abertos), em vez de massas de controle (sistemas fechados). • Em geral, toda região arbitrária no espaço pode ser selecionada como um volume de controle. Sistemas e Volumes de controle • Não existem regras concretas para a seleção dos volumes de controle, mas a opção adequada certamente torna a análise muito mais fácil. • Se tivéssemos que analisar o fluxo de ar através de um bocal, por exemplo, uma boa opção para o volume de controle seria a região interna do bocal. Sistemas e Volumes de controle • Em uma análise de engenharia, o sistema em estudo deve ser definido com cuidado. Na maioria dos casos, os sistemas investigados são bastante simples e óbvios, e a definição do sistema pode parecer uma tarefa entediante e desnecessária. • Em outros casos, porém, o sistema em estudo pode ser muito sofisticado, e uma escolha adequada do sistema pode simplificar bastante a análise Propriedades de um sistema • Qualquer característica de um sistema é chamada de propriedade. Algumas propriedades familiares são a pressão P, a temperatura T, o volume V e a massa m. A lista pode se estender incluindo propriedades menos conhecidas como a viscosidade, a condutividade térmica, o módulo de elasticidade, o coeficiente de expansão térmica, a resistividade elétrica e até mesmo a velocidade e a altura. Propriedades de um sistema • As propriedades podem ser classificadas como intensivas ou extensivas. As propriedades intensivas são independentes da massa de um sistema, como temperatura, pressão e densidade. As propriedades extensivas são valores que dependem do tamanho – ou extensão – do sistema. A massa total, o volume total e a quantidade de movimento total são alguns exemplos de propriedades extensivas. Propriedades de um sistema • Um modo fácil de determinar se uma propriedade é intensiva ou extensiva é dividir o sistema em duas partes iguais com uma partição imaginária, como mostra a figura ao lado. Cada parte terá propriedades intensivas com o mesmo valor do sistema original, mas metade do valor original no caso das propriedades extensivas. Propriedades de um sistema • Geralmente, as letras maiúsculas são usadas para indicar propriedades extensivas (com a massa m como a grande exceção), e as minúsculas, para as propriedades intensivas (com a pressão P e a temperatura T como as exceções óbvias). • As propriedades extensivas por unidade de massa são chamadas de propriedades específicas. Alguns exemplos de propriedades específicas são o volume específico (v = V/m) e a energia total específica (e = E/m). Propriedades de um sistema • A matéria é formada por átomos que se encontram amplamente espaçados na fase gasosa. Entretanto, é bastante conveniente ignorar a natureza atômica de uma substância e vê-la como uma matéria contínua, homogênea e sem descontinuidades, ou seja, um contínuo Propriedades de um sistema • A idealização do contínuo permite tratar as propriedades como funções pontuais e considerar que as propriedades variam continuamente no espaço sem saltos de descontinuidade. Essa idealização é válida desde que o tamanho do sistema com o qual lidamos seja grande com relação ao espaçamento entre as moléculas. Esse é o caso de praticamente todos os problemas, com exceção de alguns mais específicos. A idealização do contínuo está implícita em muitas de nossas afirmações, como “a densidade da água em um copo é a mesma em qualquer ponto”. DENSIDADE E DENSIDADE RELATIVA • A densidade é definida como massa por unidade de volume 𝜌 = 𝑚 𝑉 [ 𝑘𝑔 𝑚3] • O inverso da densidade é o volume específico 𝑣, definido como volume por unidade de massa. Ou seja, 𝑣 = 𝑉 𝑚 = 1 𝜌 [ 𝑚3 𝑘𝑔 ] • Para um volume diferencial elementar de massa δ m e volume δ V, a densidade pode ser expressa como 𝜌 =δ m/ δ V. DENSIDADE E DENSIDADE RELATIVA • Geralmente, a densidade de uma substância depende da temperatura e da pressão. A densidade da maioria dos gases é proporcional à pressão e inversamente proporcional à temperatura. Os líquidos e sólidos, por sua vez, são substâncias essencialmente incompressíveis, e a variação de suas densidades com a pressão são geralmente desprezíveis. DENSIDADE E DENSIDADE RELATIVA • A 20 °C, por exemplo, a densidade da água varia de 998 kg/m3 a 1 atm até 1.003 kg/m3 a 100 atm, uma alteração de apenas 0,5%. As densidades de líquidos e sólidos dependem muito mais da temperatura do que da pressão. A 1 atm, por exemplo, a densidade da água varia de 998 kg/m3 a 20 °C até 975 kg/m3 a 75 °C, uma alteração de 2,3%, a qual pode ainda ser considerada desprezível em muitas análises de engenharia. DENSIDADE E DENSIDADE RELATIVA • Às vezes, a densidade de uma substância é dada de forma relativa à densidade de uma substância bem conhecida. Nesse caso, ela é chamada de gravidade específica ou densidade relativa, e é definida como a razão entre a densidade da substância e a densidade de alguma substância padrão, a uma temperatura especificada (em geral água a 4 °C, para a qual 𝜌𝐻2𝑂 = 1.000 kg/m3). Ou seja, 𝐷𝑅 = 𝜌 𝜌𝐻2𝑂 ESTADO E EQUILÍBRIO • Considere um sistema que não esteja passando por nenhuma mudança. Nesse ponto, todas as propriedades podem ser medidas ou calculadas em todo o sistema, o que nos dá um conjunto de propriedades que descreve completamente a condição ou o estado do sistema. Em determinado estado, todas as propriedades de um sistema têm valores fixos. Se o valor de apenas uma propriedade mudar, o estado será diferente. ESTADO E EQUILÍBRIO • A termodinâmica trata de estados em equilíbrio. A palavra equilíbrio implica um estado também de equilíbrio. Em um estado de equilíbrio não existem potenciais desbalanceados (ou forças motrizes) dentro do sistema. Um sistema em equilíbrio não passa por mudanças quando é isolado de sua vizinhança. ESTADO E EQUILÍBRIO • Existem muitos tipos de equilíbrio, e um sistema não está em equilíbrio termodinâmico a menos que as condições para todos os tipos relevantes de equilíbrio sejam atendidas. Por exemplo, um sistema está em equilíbrio térmico se a temperatura for igual em todo o sistema, Ou seja, o sistema não contém nenhuma variação diferencial de temperatura, que é a força motriz do fluxo de calor. ESTADO E EQUILÍBRIO • O equilíbrio mecânico está relacionado à pressão, e um sistema está em equilíbrio mecânico se não houvervariação na pressão em qualquer ponto do sistema com o tempo. Entretanto, a pressão pode variar com a altura dentro do sistema como resultado de efeitos gravitacionais. Por exemplo, a pressão mais alta em uma camada inferior é equilibrada pelo peso extra que ela deve suportar e, portanto, não há desequilíbrio de forças. ESTADO E EQUILÍBRIO • A variação da pressão como resultado da gravidade na maioria dos sistemas termodinâmicos é relativamente pequena e geralmente ignorada. Se um sistema contém duas fases, ele está em equilíbrio de fase quando a massa de cada fase atinge um nível de equilíbrio e permanece nele. • Finalmente, um sistema está em equilíbrio químico se sua composição química não mudar com o tempo, ou seja, se não ocorrer nenhuma reação química. Um sistema não estará em equilíbrio, a menos que todos os critérios relevantes de equilíbrio sejam satisfeitos. O postulado de estado • Após a especificação de um número suficiente de propriedades, o restante das propriedades automaticamente assume determinados valores. Ou seja, a especificação de um determinado número de propriedades é suficiente para fixar um estado. O número de propriedades necessárias para definir o estado de um sistema é dado pelo postulado de estado: O estado de um sistema compressível simples é completamente especificado por duas propriedades intensivas independentes. O postulado de estado • Um sistema é chamado de sistema compressível simples na ausência de efeitos elétricos, magnéticos, gravitacionais, de movimento e de tensão superficial. Esses efeitos decorrem de campos de força externos, e são desprezíveis na maioria dos problemas de engenharia. Caso contrário, uma propriedade adicional precisaria ser especificada para cada efeito não desprezível. Para que os efeitos gravitacionais sejam considerados, a altura z, por exemplo, precisa ser especificada, além das duas propriedades necessárias para fixar o estado. O postulado de estado • O postulado de estado requer que duas propriedades especificadas sejam independentes para que o estado seja definido. Duas propriedades são independentes se uma propriedade puder ser alterada enquanto a outra é mantida constante. • Por exemplo, a temperatura e o volume específico são sempre propriedades independentes e, juntas, podem definir o estado de um sistema compressível simples O postulado de estado • A temperatura e a pressão, porém, são propriedades independentes nos sistemas monofásicos, mas são propriedades dependentes nos sistemas multifásicos. • Ao nível do mar (P = 1 atm), a água ferve a 100 °C, mas no alto de uma montanha, onde a pressão é mais baixa, a água ferve a uma temperatura mais baixa. Ou seja, T = f(P) durante um processo de mudança de fase; assim, a temperatura e a pressão não são suficientes para definir o estado de um sistema bifásico. PROCESSOS E CICLOS • Toda mudança na qual um sistema passa de um estado de equilíbrio para outro é chamada de processo, e a série de estados pelos quais um sistema passa durante um processo é chamada de percurso do processo. Para descrever um processo completamente, é preciso especificar os estados inicial e final do processo, bem como o percurso que ele segue, além das interações com a vizinhança. PROCESSOS E CICLOS • Quando um processo se desenvolve de forma que o sistema permaneça infinitesimalmente próximo a um estado de equilíbrio em todos os momentos, ele é chamado de processo quase-estático ou processo de quase-equilíbrio. Um processo de quase-equilíbrio pode ser visto como um processo suficientemente lento que permite ao sistema ajustar-se internamente para que as propriedades de uma parte do sistema não mudem mais rapidamente do que as propriedades das outras partes. PROCESSOS E CICLOS • Quando o gás de um arranjo pistão-cilindro é repentinamente comprimido, as moléculas próximas à face do pistão não terão tempo suficiente para se deslocar e vão se acumular em uma região pequena à frente do pistão, criando ali uma região de alta pressão. Por causa dessa diferença de pressão, não é mais possível dizer que o sistema está em equilíbrio, e isso o caracteriza como um processo de não equilíbrio. PROCESSOS E CICLOS • Entretanto, se o pistão for movimentado lentamente, as moléculas terão tempo suficiente para se redistribuírem e não haverá acúmulo de moléculas à frente do pistão. Como resultado, a pressão dentro do cilindro será sempre quase uniforme e se elevará à mesma taxa em todos os locais. Como o equilíbrio é mantido em todos os instantes, o processo é de quase-equilíbrio. PROCESSOS E CICLOS • É preciso notar que um processo de quase-equilíbrio é idealizado, e não é uma representação verdadeira de um processo real. Entretanto, muitos processos reais se aproximam bastante dos processos de quase-equilíbrio e podem ser modelados como tais com um erro desprezível. Engenheiros se interessam por processos de quase-equilíbrio por dois motivos. Em primeiro lugar, eles são fáceis de analisar; em segundo, os dispositivos que produzem trabalho fornecem mais trabalho quando operam nos processos de quase-equilíbrio. Assim, os processos de quase-equilíbrio servem como padrão de comparação para os processos reais. PROCESSOS E CICLOS • É preciso notar que um processo de quase-equilíbrio é idealizado, e não é uma representação verdadeira de um processo real. Entretanto, muitos processos reais se aproximam bastante dos processos de quase-equilíbrio e podem ser modelados como tais com um erro desprezível. Engenheiros se interessam por processos de quase-equilíbrio por dois motivos. Em primeiro lugar, eles são fáceis de analisar; em segundo, os dispositivos que produzem trabalho fornecem mais trabalho quando operam nos processos de quase-equilíbrio. Assim, os processos de quase-equilíbrio servem como padrão de comparação para os processos reais. PROCESSOS E CICLOS • Diagramas de processo traçados com o emprego de propriedades termodinâmicas como coordenadas são muito úteis na visualização dos processos. Algumas propriedades comuns usadas como coordenadas são a temperatura T, a pressão P e o volume V (ou o volume específico v). A Figura ao lado mostra o diagrama P-V do processo de compressão de um gás. PROCESSOS E CICLOS • Observe que o percurso do processo indica uma série de estados de equilíbrio pelos quais o sistema passa durante um processo, e tem significado apenas para os processos de quase equilíbrio. PROCESSOS E CICLOS • Nos processos de não equilíbrio, não somos capazes de caracterizar todo o sistema com um único estado e, portanto, não podemos falar de um percurso de processo para um sistema como um todo. Um processo de não equilíbrio é indicado por uma linha tracejada entre o estado inicial e final, em vez de uma linha contínua. PROCESSOS E CICLOS • O prefixo iso- é quase sempre usado para designar um processo em que determinada propriedade permanece constante. O processo isotérmico, por exemplo, é um processo durante o qual a temperatura T permanece constante; o processo isobárico é um processo durante o qual a pressão P permanece constante; e o processo isocórico (ou isométrico) é um processo durante o qual o volume específico v permanece constante. • Diz-se que um sistema executou um ciclo quando ele retorna ao estado inicial no final do processo. Ou seja, para um ciclo, os estados inicial e final são idênticos. PROCESSOS E CICLOS − Processo Isobárico ( pressão constante ) − Processo Isotérmico ( temperatura constante ) − Processo Isocórico ( isométrico ) ( volume constante ) − Processo Isoentálpico ( entalpia constante ) − Processo Isoentrópico ( entropia constante ) − Processo Adiabático ( sem transferência de calor ) O processo em regime permanente • Os termos permanente e uniforme são usados com frequência na engenharia e, portanto, é importante ter uma compreensão clara de seus significados. O termo permanente implica nenhuma modificaçãocom o tempo. O oposto de permanente é transiente, ou temporário. O termo uniforme, por sua vez, implica nenhuma variação espacial. Esses termos são consistentes com o seu uso no dia a dia (namorada fixa, propriedades uniformes, etc.). O processo em regime permanente • Diversos equipamentos de engenharia operam por longos períodos sob as mesmas condições e são classificados como dispositivos de regime permanente. Os processos que envolvem tais dispositivos podem ser razoavelmente bem representados por um processo algo idealizado chamado de processo em regime permanente, que pode ser definido como um processo durante o qual um fluido escoa através de um volume de controle de forma permanente O processo em regime permanente • Ou seja, as propriedades podem mudar de um ponto para outro dentro do volume de controle, mas em qualquer ponto fixo elas permanecem as mesmas durante todo o processo. Assim, o volume V, a massa m e o conteúdo de energia total E do volume de controle permanecem constantes durante um processo em regime permanente O processo em regime permanente • Condições de regime permanente podem ser aproximadas de forma bastante satisfatória por dispositivos que se destinam à operação contínua, como turbinas, bombas, caldeiras, condensadores, trocadores de calor, usinas de potência ou sistemas de refrigeração. Alguns dispositivos cíclicos, como motores ou compressores alternativos, não atendem a nenhuma das condições expostas anteriormente, uma vez que o fluxo nas entradas e saídas é pulsante e não permanente. O processo em regime permanente • Entretanto, as propriedades do fluido variam com o tempo de forma periódica, e o escoamento através desses dispositivos ainda pode ser analisado como um processo em regime permanente quando se utiliza valores médios de tempo para as propriedades. Introdução - Aula 3 Outros aspectos que necessitam de conceituação são escalas de temperatura, pressão, equipamentos de medição de pressão como manômetros e barômetros. Estes fatores são fundamentais para a compreensão da disciplina TEMPERATURA E A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA • Embora estejamos familiarizados com a temperatura como medida de “calor” ou “frio”, não é fácil apresentar uma definição exata para ela. Com base em nossas sensações fisiológicas, expressamos o nível de temperatura qualitativamente com palavras como frio de congelar, frio, morno, quente e muito quente. Entretanto, não podemos atribuir valores a temperaturas com base apenas em nossas sensações. • Além disso, nossos sentidos podem nos enganar. Uma cadeira de metal, por exemplo, será muito mais fria do que uma cadeira de madeira, mesmo quando ambas estiverem à mesma temperatura. TEMPERATURA E A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA • Felizmente, várias propriedades dos materiais mudam com a temperatura de maneira repetida e previsível, e isso cria a base para a medição da temperatura com exatidão. O comumente usado termômetro de bulbo de mercúrio, por exemplo, tem por base a expansão do mercúrio com a temperatura. A temperatura pode ser também medida usando várias outras propriedades dependentes da temperatura. • Em uma experiência comum, uma xícara com café quente deixada sobre uma mesa esfria após algum tempo, da mesma forma que uma bebida fria esquenta. Ou seja, quando um corpo é colocado em contato com outro corpo que está a uma temperatura diferente, o calor é transferido do corpo com temperatura mais alta para aquele com temperatura mais baixa até que ambos os corpos atinjam a mesma temperatura TEMPERATURA E A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA • Nesse ponto, a transferência de calor para e diz-se que os dois corpos atingiram o equilíbrio térmico. A igualdade de temperatura é a única exigência para o equilíbrio térmico. • A lei zero da termodinâmica afirma que, se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, eles também estão em equilíbrio térmico entre si. Pode parecer tolice que um fato tão óbvio seja uma das leis básicas da termodinâmica. TEMPERATURA E A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA • Entretanto, tal fato não pode ser concluído a partir das outras leis da termodinâmica, e serve como base para a validade da medição da temperatura. Ao substituir o terceiro corpo por um termômetro, a lei zero pode ser reescrita como: • “Dois corpos estão em equilíbrio térmico se ambos tiverem a mesma leitura de temperatura, mesmo que não estejam em contato” TEMPERATURA E A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA • A lei zero foi formulada e batizada por R. H. Fowler, em 1931. Como sugere o nome, seu valor como princípio físico fundamental foi reconhecido mais de meio século depois da formulação da primeira e segunda leis da termodinâmica. Ela foi denominada lei zero, já que deveria ter precedido a primeira e a segunda leis da termodinâmica. Escalas de temperatura • As escalas de temperatura permitem usar uma base comum para as medições de temperatura, e várias foram criadas ao longo da história. • Todas as escalas de temperatura se baseiam em alguns estados facilmente reprodutíveis, como os pontos de congelamento e de ebulição da água, os quais também são chamados de ponto de gelo e ponto de vapor de água, respectivamente. • Diz-se que uma mistura de gelo e água que está em equilíbrio com o ar saturado com vapor à pressão de 1 atm está no ponto de gelo, e que uma mistura de água líquida e vapor de água (sem ar) em equilíbrio à pressão de 1 atm está no ponto de vapor de água. Escalas de temperatura • As escalas de temperatura permitem usar uma base comum para as medições de temperatura, e várias foram criadas ao longo da história. • Todas as escalas de temperatura se baseiam em alguns estados facilmente reprodutíveis, como os pontos de congelamento e de ebulição da água, os quais também são chamados de ponto de gelo e ponto de vapor de água, respectivamente. • Diz-se que uma mistura de gelo e água que está em equilíbrio com o ar saturado com vapor à pressão de 1 atm está no ponto de gelo, e que uma mistura de água líquida e vapor de água (sem ar) em equilíbrio à pressão de 1 atm está no ponto de vapor de água. Escalas de temperatura • As escalas de temperatura usadas hoje no SI e no sistema inglês são a escala Celsius (anteriormente chamada de escala centígrada, e renomeada em 1948 em homenagem ao astrônomo sueco A. Celsius, 1702-1744, que a criou) e a escala Fahrenheit (em homenagem ao fabricante de instrumentos alemão G. Fahrenheit, 1686-1736), respectivamente. Na escala Celsius, aos pontos de gelo e de vapor foram atribuídos originalmente os valores 0 °C e 100 °C, respectivamente. Os valores correspondentes na escala Fahrenheit são 32 °F e 212 °F. Com frequência, elas são chamadas de escalas de dois pontos, já que os valores de temperatura são atribuídos em dois pontos diferentes. Escalas de temperatura • Em termodinâmica, é bastante desejável uma escala de temperatura que seja independente das propriedades de qualquer substância. Tal escala de temperatura é chamada de escala termodinâmica de temperatura, que será desenvolvida posteriormente em conjunto com a segunda lei da termodinâmica. A escala termodinâmica de temperatura no SI é a escala Kelvin, assim chamada em homenagem a Lord Kelvin (1824-1907). Escalas de temperatura • A escala termodinâmica de temperatura do sistema inglês é a escala Rankine, assim chamada em homenagem a William Rankine (1820- 1872). A unidade de temperatura dessa escala é o rankine, designado por R. Escalas de temperatura • A escala Kelvin está relacionada à escala Celsius por T(K) = T(°C) + 273,15 • A escala Rankine está relacionada à escala Fahrenheit por T(R) = T(°F) + 459,67 É uma prática comum arredondar os valores para 273 e 460 respectivamente. Escalas de temperatura • A relação entre as escalas de temperatura nos dois sistemas de unidades é T(R) = 1,8T(K) T(°F) = 1,8T(°C) • A temperatura de referência escolhida na escala Kelvin original foi de 273,15K (ou 0 °C), que é a temperatura na qual a água congela (ou o gelo derrete) e a água existe como um mistura sólido-líquido em equilíbrio sob pressão atmosférica Escalas de temperatura • Uma informação útil é que as variações dentro de algumas destas escalas são semelhantes, a variação de temperatura em Kelvin ou em graus Celsius são idênticas. O mesmo efeito ocorre entre as escalas Rankine e Fahrenheit. ∆𝑇 𝐾 = ∆𝑇 °𝐶 ∆𝑇 𝑅 = ∆𝑇 °𝐹 Escalas de temperatura • Algumas relações termodinâmicas envolvem a temperatura T e quase sempre surge a dúvida se ela está em K ou °C. Se a relação contiver diferenças de temperatura (como a = b ∆T), não há diferença, e ambas podem ser usadas. Entretanto, se a relação contiver apenas temperaturas, em vez de diferenças de temperatura (como a = bT), então K deve ser usada. Na dúvida, sempre é mais seguro usar K, porque praticamente não há situações em que o uso de K seja incorreto, mas existem muitas relações termodinâmicas que fornecerão um resultado incorreto se °C for usado. PRESSÃO • A pressão é definida como uma força normal exercida por um fluido por unidade de área. Só falamos de pressão quando lidamos com um gás ou um líquido. O equivalente da pressão nos sólidos é a tensão normal. Como a pressão é definida como a força por unidade de área, ela tem unidade de newtons por metro quadrado (N/m2), denominada de pascal (Pa). 1 Pa = 1 N/m2 PRESSÃO • A unidade de pressão pascal é muito pequena para quantificar as pressões encontradas na prática. Assim, normalmente são usados seus múltiplos quilopascal (1 kPa = 10³ Pa) e megapascal (1 MPa = 106 Pa). Outras unidades de pressão muito usadas na prática, particularmente na Europa, são bar e atmosfera padrão : 1 bar = 105 Pa = 0,1 MPa =100 kPa 1 atm = 101325 Pa = 101,325 kPa = 1,01325 bars PRESSÃO • Pressão também é usada para sólidos como sinônimo de tensão normal, que é a força agindo perpendicularmente à superfície por unidade de área. • Por exemplo, uma pessoa que pesa 75 quilos com uma área total de impressão dos pés de 300 cm2 exerce uma pressão de 75 kgf/300 cm2 = 0,25 kgf/cm2 sobre o piso. • Se a pessoa fica sobre um único pé, a pressão dobra. Se a pessoa ganha peso excessivo, ela pode sentir desconforto nos pés por conta da maior pressão sobre eles (o tamanho do pé não muda com o ganho de peso). Isso também explica o motivo pelo qual uma pessoa pode caminhar sobre neve fresca sem afundar se usar sapatos de neve grandes, e como uma pessoa consegue cortar alguma coisa com pouco esforço usando uma faca afiada. PRESSÃO • A pressão real em determinada posição é chamada de pressão absoluta, e é medida com relação ao vácuo absoluto (ou seja, a pressão absoluta zero). A maioria dos dispositivos de medição da pressão, porém, é calibrada para ler o zero na atmosfera e, assim, indicam a diferença entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica local. Essa diferença é chamada de pressão manométrica. • As pressões abaixo da pressão atmosférica são chamadas de pressões de vácuo e são medidas pelos medidores de vácuo, que indicam a diferença entre a pressão atmosférica e a pressão absoluta. PRESSÃO • As pressões absoluta, manométrica (ou relativa) e de vácuo são todas quantidades positivas e estão relacionadas entre si por: 𝑃𝑚𝑎𝑛 = 𝑃𝑎𝑏𝑠 − 𝑃𝑎𝑡𝑚 𝑃𝑉𝑎𝑐 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑎𝑏𝑠 PRESSÃO • Assim como outros medidores de pressão, o medidor utilizado para medir a pressão do ar de um pneu de automóvel lê a pressão manométrica. Assim, a leitura comum de 32 psi (2,25 kgf/cm2) indica uma pressão de 32 psi acima da pressão atmosférica. • Em um local no qual a pressão atmosférica é de 14,3 psi, por exemplo, a pressão absoluta do pneu é de 32 +14,3 = 46,3 psi. Nas relações e tabelas termodinâmicas, quase sempre é utilizada a pressão absoluta. Variação da pressão com a profundidade • Não deve ser surpresa para você o fato de que a pressão em um fluido em repouso não varia na direção horizontal. Isso pode ser facilmente mostrado considerando uma fina camada horizontal de fluido e fazendo um balanço de forças em qualquer direção horizontal. Entretanto, o mesmo não ocorre na direção vertical. A pressão em um fluido aumenta com a profundidade devido ao efeito do “peso extra” em uma camada mais profunda, que é equilibrado por um aumento na pressão Variação da pressão com a profundidade • Para obter uma relação para a variação da pressão com a profundidade, considere um elemento fluido retangular de altura ∆ z, comprimento ∆ x, e profundidade unitária em equilíbrio Variação da pressão com a profundidade • Considerando uma densidade constante para o fluido ρ, o balanço de forças na direção vertical z resulta: 𝐹𝑧 = 𝑚𝑎𝑧 = 0 𝑃2∆𝑥 − 𝑃1∆𝑥 − 𝜌𝑔∆𝑥 ∆𝑧 = 0 Variação da pressão com a profundidade • onde W = mg = 𝜌𝑔∆𝑥 ∆𝑧, este é o peso do elemento fluido. Dividindo por ∆𝑥 e reorganizando temos: ∆𝑃 = 𝑃2−𝑃1= 𝜌𝑔∆𝑧 = 𝛾∆𝑧 • onde 𝜌𝑔 = 𝛾 é o peso específico do fluido. Assim, concluímos que a diferença de pressão entre dois pontos em um fluido de densidade constante é proporcional à distância vertical ∆𝑧 entre os pontos e à densidade 𝜌 do fluido. Variação da pressão com a profundidade • A pressão é a mesma em todos os pontos de um plano horizontal em um fluido, independentemente da geometria, desde que os pontos estejam interconectados pelo mesmo fluido. Variação da pressão com a profundidade • A “máquina de Pascal” tem sido a fonte de muitas invenções que são parte do nosso dia a dia, como os freios e os elevadores hidráulicos. • Observando que P1 = P2, já que ambos os pistões estão no mesmo nível (o efeito das pequenas diferenças de altura é desprezível, particularmente a altas pressões), a razão entre a força de saída e a força de entrada é determinada por: 𝑃1 = 𝑃2 → 𝐹1 𝐴1 = 𝐹2 𝐴2 → 𝐹2 𝐹1 = 𝐴2 𝐴1 Variação da pressão com a profundidade • A razão de áreas 𝐴2 𝐴1 é chamada de ganho mecânico ideal do elevador hidráulico. Usando um macaco hidráulico com uma razão de áreas do pistão de 𝐴2 𝐴1 = 10, por exemplo, uma pessoa pode elevar um automóvel de 1.000 kg aplicando uma força de apenas 100 kgf (= 981 N). Variação da pressão com a profundidade • Uma consequência da pressão de um fluido permanecer constante na direção horizontal é que a pressão aplicada a uma dada região de um fluido confinado aumenta a pressão em todo o fluido na mesma medida. Esta é a lei de Pascal, em homenagem a Blaise Pascal (1623- 1662). Pascal sabia também que a força aplicada por um fluido é proporcional à área da superfície. Ele percebeu que quando dois cilindros hidráulicos com áreas diferentes estão conectados, o de maior área de seção transversal pode ser usado para exercer uma força proporcionalmente maior do que aquela aplicada ao menor. Exercício 1 T Celsius T Kelvin T Fahrenheit 20 350 70 34 240 90 250 400 0 1500 Exercício 2 ∆P [N/m² ou Pa] 𝛾 [N/m³] ∆𝑧 [m] 200 1000 9800 0,1 3500 70 3000 1 240 0,5 75000 9 250000 1 2500 4000 5800 0,01 650 1500 Existem diversas formas de energia. • Energia Térmica • Energia mecânica • Energia cinética • Energia potencial gravitacional • Energia elétrica • Energia magnética • Energia química • Energia nuclear. Termodinâmica Aplicada Energia e suas formas – Aula 4 Fonte: [11] SpaceX no Unsplash Termodinâmica Aplicada Energia e suas formas Como falamos na última aula, a energia é uma das propriedades do sistema. Quando formos equacionar expressões e precisarmos falar da energia total do sistema utilizaremos a letra 𝐸 maiúscula p/ energia total: e a letra 𝑒 minúscula para a energia específica total. 118 Fonte: [11] SpaceX no Unsplash 𝐸 = 𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚 + 𝑒𝑚𝑒𝑐 + 𝑒𝑐𝑖𝑛 + 𝑒𝑝𝑜𝑡.𝑔 + 𝑒𝑒𝑙𝑒𝑡 + 𝑒𝑚𝑎𝑔 + 𝑒𝑛𝑢𝑐 +⋯ 𝑒 = 𝐸 𝑚 Termodinâmica Aplicada Energia Interna Os componentes microscópicos de um corpo, como prótons, elétrons, nêutrons, átomos,moléculas, terão uma quantidade de energia associada a sua translação, rotação, vibração molecular e spins. Chamamos de energia interna (𝑈) toda energia associada às movimentações de ordem microscópica dos componentes do sistema. 119 Termodinâmica Aplicada Energia associada ao fluxo de massa Semana passada falamos em sistemas abertos, e quando falamos em sistemas em regime permanente demos exemplos de sistemas que há um fluxo constante de massa. Esse fluxo de massa também irá carregar com ele uma quantidade de energia. 120 ሶ𝐸 = ሶ𝑚𝑒 ሶ𝑚 = 𝜌𝐴𝑐𝑉𝑚𝑒𝑑 𝐴𝑐 𝑉𝑚𝑒𝑑𝑡 Termodinâmica Aplicada Energia associada ao fluxo de massa Semana passada falamos em sistemas abertos, e quando falamos em sistemas em regime permanente demos exemplos de sistemas que há um fluxo constante de massa. Esse fluxo de massa também irá carregar com ele uma quantidade de energia. 121 ሶ𝐸 = ሶ𝑚𝑒 ሶ𝑚 = 𝜌𝐴𝑐𝑉 Termodinâmica Aplicada Energia Cinética Agora, quando falamos em movimentação macroscópica, a energia que está relacionada com a velocidade é a energia cinética. Para a energia cinética utilizaremos as letras 𝐸𝐶 para a energia extensiva e as letras minúsculas 𝑒𝑐 para a energia por unidade de massa. 122 Fonte: [8] Zakaria Zayane on Unsplash Fonte: [11] SpaceX no Unsplash 𝑒 = 𝐸 𝑚 𝐸𝐶 = 𝑚 𝑉2 2 [𝐽] 𝑒𝑐 = 𝑉2 2 𝐽 𝑘𝑔 https://unsplash.com/@kaziiparkour?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText https://unsplash.com/s/photos/parkour?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText Termodinâmica Aplicada Energia Cinética - Exemplos Utilizando as expressões de energia cinética mostradas anteriormente, calcule a energia cinética dos casos: 𝐸𝐶 = 𝑚 𝑉2 2 𝑒𝑐 = 𝑉2 2 Termodinâmica Aplicada Energia Cinética - Exemplos Utilizando as expressões de energia cinética mostradas anteriormente, calcule a energia cinética dos casos: 124 𝑚 = 1200 𝑘𝑔 𝑚 = 900 𝑘𝑔 𝑉 = 90 𝑘𝑚/ℎ 𝑉 = 80 𝑘𝑚/ℎ 𝑉 = 25 𝑚/𝑠 𝑉 = 22, 22 𝑚/𝑠2 𝐸𝐶 = 𝑚 𝑉2 2 ⇒ 900 22,22 2 𝐸𝐶 = 450 ∗ 22,22 ⇒ 𝐸𝐶 = 450 ∗ 493,73 𝐸𝐶 = 111088,89 𝐽 𝑒𝑐 = 𝑉2 2 ⇒ 22,222 2 𝐸𝐶 = 493,73/2 𝐸𝐶 = 246,86 𝐽/𝑘𝑔 𝐸𝐶 = 𝑚 𝑉2 2 ⇒ 1200 252 2 𝐸𝐶 = 600 ∗ 252 ⇒ 𝐸𝐶 = 600 ∗ 625 𝐸𝐶 = 375000 𝐽 𝑒𝑐 = 𝑉2 2 ⇒ 252 2 𝐸𝐶 = 625/2 𝐸𝐶 = 312,5 𝐽/𝑘𝑔 Termodinâmica Aplicada Energia potencial gravitacional A energia que está relacionada uma diferença de altura é a energia potencial gravitacional. Para ela utilizaremos as letras 𝐸𝑃 para a energia extensiva e as letras minúsculas 𝑒𝑝 para a energia por unidade de massa. 125 Fonte: [8] Zakaria Zayane on Unsplash Fonte: [11] SpaceX no Unsplash 𝑒 = 𝐸 𝑚 𝐸𝑃 = 𝑚𝑔 H − H0 = 𝑚𝑔𝑧 [𝐽] 𝑒𝑝 = 𝑔𝑧 [𝐽/𝑘𝑔] https://unsplash.com/@kaziiparkour?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText https://unsplash.com/s/photos/parkour?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText Termodinâmica Aplicada Energia potencial gravitacional - Exemplos Utilizando as expressões de energia potencial gravitacional mostradas, calcule a energia potencial dos casos: 126 𝑒𝑝 = 𝑔𝑧 𝐸𝑃 = 𝑚𝑔𝑧 ℎ = 5 𝑚 𝑚 = 2 [𝑘𝑔] ℎ = 5 𝑚 𝑚 = 5 [𝑘𝑔] Termodinâmica Aplicada Energia potencial gravitacional - Exemplos Utilizando as expressões de energia potencial gravitacional mostradas, calcule a energia potencial dos casos: 127 𝑒𝑝 = 𝑔𝑧 ℎ = 5 𝑚 𝑚 = 2 𝑘𝑔 𝑔 = 10 [𝑚/𝑠²] ℎ = 5 𝑚 𝑚 = 5 [𝑘𝑔] 𝑔 = 10 [𝑚/𝑠²] 𝐸𝑃 = 𝑚𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 2 ∗ 10 ∗ 5 𝐸𝑃 = 100 𝐽 𝐸𝑃 = 𝑚𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 5 ∗ 10 ∗ 5 𝐸𝑃 = 250 𝐽 𝑒𝑝 = 𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 10 ∗ 5 𝐸𝑃 = 50 𝐽/𝑘𝑔 𝑒𝑝 = 𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 10 ∗ 5 𝐸𝑃 = 50 𝐽/𝑘𝑔 Termodinâmica Aplicada Energia potencial gravitacional - Exemplos Utilizando as expressões de energia potencial gravitacional mostradas, calcule a energia potencial dos casos: ℎ = 45 𝑚 𝑚 = 2 [𝑘𝑔] ℎ = 45 𝑚 𝑚 = 50 [𝑘𝑔] Termodinâmica Aplicada Energia potencial gravitacional - Exemplos Utilizando as expressões de energia potencial gravitacional mostradas, calcule a energia potencial dos casos: 129 ℎ = 45 𝑚 𝑚 = 2 [𝑘𝑔] 𝐸𝑃 = 𝑚𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 2 ∗ 10 ∗ 45 𝐸𝑃 = 900 𝐽 𝑒𝑝 = 𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 10 ∗ 45 𝐸𝑃 = 450 𝐽/𝑘𝑔 ℎ = 45 𝑚 𝑚 = 50 [𝑘𝑔] 𝐸𝑃 = 𝑚𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 50 ∗ 10 ∗ 45 𝐸𝑃 = 22500 𝐽 𝑒𝑝 = 𝑔ℎ 𝐸𝑃 = 10 ∗ 45 𝐸𝑃 = 450 𝐽/𝑘𝑔 Termodinâmica Aplicada Energia do Sistema Em diversos dos sistemas, poderemos ignorar os termos de energia associados a eletricidade, magnetismo, reações químicas e tensão superficial, nesses casos poderemos escrever a energia do sistema utilizando as seguintes equações: 𝐸 = 𝑈 + 𝐸𝐶 + 𝐸𝑃𝑔 𝐸 = 𝑈 +𝑚 𝑉2 2 +𝑚𝑔𝑧 [𝐽] 𝐸 𝑚 = 𝑒 = 𝑢 + 𝑉2 2 + 𝑔𝑧 [𝐽/𝑘𝑔] Termodinâmica Aplicada Conservação de energia do sistema Como já falamos anteriormente, em diversos casos, podemos considerar que a energia do sistema é conservada, e então escrevemos: 𝐸𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − 𝐸𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 0 Utilizando a expressão da energia que acabamos de ver, podemos escrever: 𝐸𝑖 = 𝑈𝑖 +𝑚 𝑉𝑖 2 2 +𝑚𝑔𝑧𝑖 [𝐽] 𝐸𝑓 = 𝑈𝑓 +𝑚 𝑉𝑓 2 2 +𝑚𝑔𝑧𝑓 𝐽 Então, o balanço de energia (uma forma mais geral de dizer conservação de energia), será representado como: 𝐸𝑖 − 𝐸𝑓 = 𝑈𝑖 +𝑚 𝑉𝑖 2 2 + 𝑚𝑔𝑧𝑖 − 𝑈𝑓 −𝑚 𝑉𝑓 2 2 − 𝑚𝑔𝑧𝑓[𝐽] Termodinâmica Aplicada Conservação de energia do sistema 𝐸𝑖 − 𝐸𝑓 = 𝑈𝑖 +𝑚 𝑉𝑖 2 2 +𝑚𝑔𝑧𝑖 − 𝑈𝑓 −𝑚 𝑉𝑓 2 2 −𝑚𝑔𝑧𝑓[𝐽] Podemos então reordenar a equação da seguinte forma: 𝐸𝑖 − 𝐸𝑓 = 𝑈𝑖 − 𝑈𝑓 +𝑚 𝑉𝑖 2 2 −𝑚 𝑉𝑓 2 2 +𝑚𝑔𝑧𝑖 −𝑚𝑔𝑧𝑓[𝐽] E então: Δ𝐸 = 𝑈𝑖 − 𝑈𝑓 + 𝑚 2 𝑉𝑖 2 − 𝑉𝑓 2 +𝑚𝑔 𝑧𝑖 − 𝑧𝑓 𝐽 Termodinâmica Aplicada Conservação de energia do sistema - Exemplo Com a expressão desenvolvida a pouco, determine a velocidade da esfera na hora que ela atingir o ponto B. Considerando h = 10 m, m = 2 kg e que a esfera parte do repouso. Δ𝐸 = 𝑈𝑖 − 𝑈𝑓 + 𝑚 2 𝑉𝑖 2 − 𝑉𝑓 2 +𝑚𝑔 𝑧𝑖 − 𝑧𝑓 𝐽 Termodinâmica Aplicada Conservação de energia do sistema - Exemplo Com a expressão desenvolvida a pouco, determine a velocidade da esfera na hora que ela atingir o ponto B. Considerando h = 10 m, m = 2 kg e que a esfera parte do repouso. Não há nenhum motivo para a energia interna, microscópica, da bola se alterar no movimento de descida da esfera, assim, 𝑈𝑖 = 𝑈𝑓. E podemos reescrever a equação de conservação de energia como: 134 Δ𝐸 = 𝑈𝑖 − 𝑈𝑓 + 𝑚 2 𝑉𝑖 2 − 𝑉𝑓 2 +𝑚𝑔 𝑧𝑖 − 𝑧𝑓 𝐽 𝑚 2 𝑉𝑖 2 − 𝑉𝑓 2 +𝑚𝑔 𝑧𝑖 − 𝑧𝑓 ⇒ −𝑉𝑓 2 2 +𝑚𝑔𝑧𝑖 = 0 𝑉𝑓 2 = 𝑚𝑔𝑧𝑖 ⇒ 𝑉𝑓 = 2𝑚𝑔𝑧𝑖 𝑉𝑓 = 2 ∗ 2 ∗ 10 ∗ 10 ⇒ 𝑉𝑓 = 20 [𝑚/𝑠] Termodinâmica Aplicada Energia associada à pressão Quando há aplicação de uma força de pressão ao longo de uma distância, realizamos uma adição de energia no sistema. Assim como a energia potencial gravitacional e a energia cinética essa é uma forma de energia mecânica. 135 𝐴𝑐 𝑉𝑚𝑒𝑑𝑡 𝑒𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 = 𝑃 𝜌 𝑒𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 = 𝑃 𝜌 + 𝑉2 2 + 𝑔𝑧 Termodinâmica Aplicada Energia associada à pressão Bombas, ventiladores, compressores e turbinas são equipamentos utilizados para modificar a energia mecânica dos fluídos. As bomba, ventiladores e compressores são responsável por aumentar a energia mecânica dos fluídos. Já as turbinas são utilizados para extrair energia mecânica dos fluídos. Nas figuras abaixo vemos o equacionamento idealizado da geração de energia em uma turbina. 136 𝑒𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 = 𝑃 𝜌 + 𝑉2 2 + 𝑔𝑧 Δ𝑒𝑚𝑒𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 = Δ𝑃 𝜌 + Δ 𝑉2 2 + 𝑔Δ𝑧
Compartilhar