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Ebook_Bioética e Biossegurança_SER (Versão Digital)-1

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BIOÉTICA E 
BIOSSEGURANÇA
Paulo Heraldo Costa do Valle.
Bioética e 
Biossegurança
© by Ser Educacional
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional.
Imagens e Ícones: ©Shutterstock, ©Freepik, ©Unsplash.
Diretor de EAD: Enzo Moreira.
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato.
Coordenadora de projetos EAD: Jennifer dos Santos Sousa.
Revisora: Daniele Souza.
Equipe de Designers gráficos: Bruna Helena Ferreira; Danielle Almeida; 
Jonas Fragoso; Lucas Amaral, Sabrina Guimarães, Sérgio Ramos e Rafael 
Carvalho.
Ilustrador: João Henrique Martins.
Valle, Paulo Heraldo Costa do.
Bioética e Biossegurança:
Recife: Grupo Ser Educacional e Telesapiens - 2022.
140 p.: pdf
ISBN: ---
1. Ética 2. Segurança 3. Ciência.
Grupo Ser Educacional
Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
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Links que 
complementam o 
contéudo.
OBJETIVO
Descrição do conteúdo 
abordado.
IMPORTANTE
Informações importantes 
que merecem atenção.
OBSERVAÇÃO
Nota sobre uma 
informação.
PALAVRAS DO 
PROFESSOR/AUTOR
Nota pessoal e particular 
do autor.
PODCAST
Recomendação de 
podcasts.
REFLITA
Convite a reflexão sobre 
um determinado texto.
RESUMINDO
Um resumo sobre o que 
foi visto no conteúdo.
SAIBA MAIS
Informações extras sobre 
o conteúdo.
SINTETIZANDO
Uma síntese sobre o 
conteúdo estudado.
VOCÊ SABIA?
Informações 
complementares.
ASSISTA
Recomendação de vídeos 
e videoaulas.
ATENÇÃO
Informações importantes 
que merecem maior 
atenção.
CURIOSIDADES
Informações 
interessantes e 
relevantes.
CONTEXTUALIZANDO
Contextualização sobre o 
tema abordado.
DEFINIÇÃO
Definição sobre o tema 
abordado.
DICA
Dicas interessantes sobre 
o tema abordado.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos e explicações 
para melhor absorção do 
tema.
EXEMPLO
Exemplos sobre o tema 
abordado.
FIQUE DE OLHO
Informações que 
merecem relevância.
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Ética: Introdução e histórico � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Conceito de ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Comportamento antiéticos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Objetivos da ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �14
História da ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �15
Ética na Grécia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �16
Ética na Idade Média � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �16
Ética na idade moderna � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �17
Ética Contemporânea � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 20
Ética na pesquisa com seres humanos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �21
Atrocidades da segunda guerra mundial � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �21
Código de Nuremberg � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 22
Diretrizes internacionais para pesquisa biomédica � � � � � � � � � � � � � � � � � 25
Resolução Conselho Nacional de Saúde 196/96 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 26
Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos
 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 26
Termo de consentimento livre e esclarecido � � � � � � � � � � 27
Riscos e benefícios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 27
Ética na pesquisa com animais experimentais � � � � � � � � � � � � � � � � � � 27
Utilização dos animais em pesquisa experimental � � � � � � � � � � � � � � � � � 28
Debates éticos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 29
Aspectos positivos e negativos da pesquisa com animais � � � � � � � � � � � 30
Contribuições significativas quanto aos aspectos éticos � � � � � � � � � � � 30
Lei Arouca � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 32
Ética ambiental � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 33
Crescimento econômico e a ética ambiental � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 34
Mudanças durante o século XIX � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 34
Evidências quanto aos graves problemas ambientais � � � � � � � � � � � � � � 35
Prática da ética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 36
Visão holística � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 36
Constitução Federal de 1988 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 37
UNIDADE 2
Bioética: Introdução, histórico e conceitos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 43
Introdução a bioética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 43
Princípios da bioética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 45
Beneficência � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 45
Não-maleficência � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 46
Autonomia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 46
Justiça ou equidade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 47
Ética ao profissional de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �48
Objetivo de criação dos conselhos Profissionais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 49
Funções dos conselhos da área da saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 49
Situação atual dos conselhos de classe � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 50
Profissões da área da saúde Regulamentadas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 52
Código de Ética profissional � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 52
Organização Mundial da Saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 54
Organização Pan-Americana da Saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 54
Biossegurança: histórico, conceito e legislação � � � � � � � � � � � � � � � � � � 55
Histórico da biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 55
Conceito sobre a biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 56
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 58
Principais classes de riscos ocupacionais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 58
Biossegurança em laboratórios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �59
Normas de Biossegurança para os laboratórios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 60
Programa de Segurança � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 62
Avaliação e Representação de Riscos Ambientais � � � � � � � � � � � � � � � � � � 63
Mapa de riscos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 64
Serviço especializado de engenharia de segurança e em medicina do 
trabalho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 65
Etapas para a elaboração do Mapa de riscos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 66
UNIDADE 3
Segurança biológica e doenças adquiridas em laboratório � � � � � � � 71
Níveis de segurança biológica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �71
Código de práticas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 73
Acesso ao laboratório � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 73
Proteção individual no laboratório � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 74
Normas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 75
Equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção 
coletiva � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �76
Ministério do Trabalho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 76
Equipamentos de Proteção � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 77
Equipamento de proteção coletiva � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 78
Equipamentos de proteção individual � � � � � � � � � � � � � � � � �81
Obrigações Específicas para Empregador, Empregados, Fabricante e 
Importador � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 82
Obrigações para o empregador � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 82
Obrigações para o empregado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 83
Obrigações do fabricante ou do importador � � � � � � � � � � 84
Organismos geneticamente modificados � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �86
Lei n° 8�974 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 86
Lei n° 11�105 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 86
Comparações entre as duas leis � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 88
Gestão das Comissões Internas de Biossegurança � � � � � � � � � � � � � � � � � 89
Principais funções das comissões internas de biossegurança � � � � � � 89
Assuntos éticos controversos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Começo da vida � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Engenharia genética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �91
Aborto � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 92
Modalidades do aborto não espontâneo � � � � � � � � � � � � � 93
Código Penal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 93
Reprodução assistida � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 94
Normas éticas para a utilização das técnicas de 
reprodução assistida� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 94
Alterações da Resolução do Conselho Federal de Medicina 
em vigor � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 95
Transplante de órgãos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 95
Pacientes terminais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 97
Eutanásia e morte assistida � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 97
UNIDADE 4
Utilização das normas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 103
Normas Técnicas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 103
Normas regulamentadoras � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 105
Comitês de ética em pesquisa em animais e humanos � � � � � � � � � 109
Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �110
Comitê de ética em pesquisa� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 111
Comissão nacional de ética em pesquisa (CONEP) � � � � � � � � � � � � � � � � � 111
Pesquisa com animais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 113
Atribuições do Conselho Nacional de Controle de 
Experimentação Animal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 113
Orientações técnica do Conselho Nacional de Controle de 
Experimentação Animal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �114
Comissões de Ética no Uso de Animais � � � � � � � � � � � � � � � 115
Resíduos sanitários e ambientais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 116
Formação de resíduos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 117
Geradores de resíduos dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 117
 Atribuições das empresas geradores de resíduos do serviço de saúde
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �119
Substâncias perigosas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 120
Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde � � � � � � � � � � 121
Tipos de resíduos� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 124
Grupo A � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 124
Grupo B � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 127
Grupo C � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 128
Grupo D � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 128
Grupo E � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 129
Gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � 130
Resolução nº 306 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 131
Resolução nº 358 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 131
Plano para gerenciar os resíduos provenientes dos serviços de saúde
� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 132
Passos para a elaboração do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 134
1º Passo - Identificação do problema � � � � � � � � � � � � � � � �135
2º Passo - Definição da equipe de trabalho � � � � � � � � � � �135
3º Passo - Mobilização da organização � � � � � � � � � � � � � � �135
4º Passo - Diagnóstico da situação dos resíduos sólidos 
dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 136
5º Passo - Definição de metas, objetivos, período de 
implantação e ações básicas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 136
6º Passo - Elaboração do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � 136
 7º Passo - Implementação do plano de gerenciamento 
de resíduos de serviço de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �137
8º Passo - Avaliação do plano para gerenciar os resíduos 
provenientes dos serviços de saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � �137
Autoria
Paulo Heraldo Costa do Valle.
Olá. Meu nome é Paulo Heraldo Costa do Valle. Sou formado em fi-
sioterapia, com mestrado e doutorado em fisiologia pela Universi-
dade Federal de São Carlos (UFSCar), comuma experiência técnico, 
profissional e acadêmica na área de saúde a mais de 25 anos.
Trabalhei em instituições de ensino, tais como, a Universidade de 
Cruz Alta (UNICRUZ), Universidade Regional do Noroeste do Es-
tado do Rio Grande do Sul (UNIJUI), Universidade Cidade de São 
Paulo (UNICID), Universidade Gama Filho (UGF), Universidade Ibi-
rapuera (UNIb), Universidade Nove de Julho (UNINOVE) e Kroton 
Educacional.
Atuei como consultor AD HOC do MEC, para autorização, reconhe-
cimento e renovação de cursos de graduação, por durante 10 anos. 
Também participei como membro da Comissão Assessora do Curso 
de Fisioterapia do Exame Nacional de Desempenho do Estudante 
- ENADE.
Fui membro da Comissão de Qualificação de Cursos e da Comissão 
de Educação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupa-
cional – COFFITO e membro da Comissão de Sindicância do Conse-
lho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - CREFITO.
Fui Vice Presidente, assim como também fui presidente da Associa-
ção Brasileira de Ensino em Fisioterapia.
Além da Telesapiens já produzi conteúdos para a Kroton Educacio-
nal, Editora Guanabara Koogam, 5G Educacional, Uninter, Delínea, 
Must, Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e DPContent.
Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiên-
cia de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, 
trabalho junto com a Editora Telesapiens compondo o seu elenco 
de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você 
nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo sempre.
UN
ID
AD
E
1
Objetivos
1. Estudar os marcos históricos da ética.
2. Pesquisar a ética na pesquisa com seres humanos.
3. Identificar a ética na pesquisa com animais experimentais.
4. Analisar a ética ambiental.
Ética na pesquisa
12
Introdução
Olá, prezado aluno, tudo bem com você? Gostaria de convidá-lo 
(a) neste momento para iniciar este processo de conhecimento e 
aprendizagem. Tenho certeza que será muito enriquecedor, reple-
to de desafios e estímulos para o seu o crescimento! Durante esta 
trajetória você irá se deparar com trilhas muito interessantes e de-
safiadoras em todo o percurso. Podemos começar? O tema desta 
primeira unidade é “Ética na pesquisa”, o qual está dividido nos se-
guintes conteúdos: Ética, introdução e histórico; Ética na pesquisa 
com seres humanos; Ética na pesquisa com animais experimentais 
e Ética ambiental.
13
Ética: Introdução e histórico
Ao término deste capítulo você será capaz de entender de forma de-
talhada o conceito e os objetivos da ética, todas as fases da história e 
os acontecimentos importantes relacionados com a ética.
Conceito de ética
A palavra ética tem origem grega “éthos” e o seu significado é pro-
priedade do caráter. Considerada como um dos mecanismos de re-
gulação das relações sociais do homem, é também apontada como o 
estudo do que é bom ou mau.
A sociedade atualmente é pluralista e apresenta diferentes 
compreensões e interpretações quanto aos princípios e os valores 
éticos. 
Comportamento antiéticos
Devido as várias interpretações dos valores éticos, existem vários 
comportamentos que são considerados totalmente antiéticos. Infe-
lizmente, ainda existem muitos indivíduos que buscam vantagem 
em tudo, esquecendo sempre dos valores éticos e morais.
No Brasil, um dos principais exemplos referente a deturpação 
dos conceitos éticos é a famosa expressão conhecida como “Lei de 
Gerson” que foi introduzida na sociedade em meados dos anos 70, 
sendo considerada como o reflexo de uma sociedade que acaba bus-
cando sempre a esperteza, querendo sempre levar vantagens em 
cima dos outros indivíduos. 
OBJETIVO
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Tal expressão foi lançada no ano de 1976, por meio de uma 
propaganda de cigarros, em que o jogador da seleção brasileira Ger-
son era o protagonista da história. Essa propaganda foi veiculada 
a nível nacional e acabou gerando um grande problema, pois tinha 
uma mensagem subliminar quanto a obter vantagens indiscrimi-
nadas, não se importando, portanto, com as questões éticas ou 
morais. 
Esta expressão é ainda utilizada até os dias atuais em con-
versas onde os indivíduos estão se referindo a várias situações na 
qual existe uma vantagem que está relacionada com alguma forma 
de corrupção. 
Atualmente boa parte da sociedade não aceita mais viver 
dessa forma, estando realmente preocupada em aplicar todos os 
conceitos éticos em seu dia a dia. Devido a isso, este tema vem sendo 
cada vez mais discutido pela sociedade.
Ainda nos dias atuais existem sociedades que 
vivem sobre o poder absoluto, onde estão em 
vigor os chamados princípios e deveres abso-
lutos, e devido a essa situação muitos indiví-
duos, acabam fugindo em massa destes locais, 
por não concordarem com esta forma de go-
vernar onde não existe ética em suas ações, 
esta situação é observada em todo mundo de-
vido ao grande aumento do número de refu-
giados (BRAUNER & DURANTE, 2012).
Objetivos da ética
Um dos principais objetivos da ética é a busca das justificativas para 
as regras que são propostas tanto pela moral como pelo direito.
A moral e o direito são considerados como diferentes da ética, 
uma vez que os dois acabam estabelecendo regras.
A moral é uma palavra de origem grega “mos” ou “mores” e 
tem como significado costumes, conduta de vida, estando relacio-
nada, portanto, com as regras de conduta do homem no dia a dia. 
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É considerada como um conjunto de princípios, valores e normas 
que são aprendidas mediante seus círculos de convivência.
Já a ética é a ideia universal do comportamento humano. 
Pode ser definida como a expressão única do pensamento, voltado 
às ações que deveriam ser adotadas para melhorar a convivencia em 
sociedade. 
Para alguns pesquisadores a moral corresponde mais a um 
apelo popular, já a ética tem um apelo mais acadêmico, ou seja, a 
moral está mais relacionada a um sentido mais prático do compor-
tamento enquanto a ética está voltada mais para a teoria.
Portanto, a ética pode ser definida como a propriedade do 
caráter, um mecanismo de regulação das relações sociais do ho-
mem, considerada como o estudo geral do que é bom ou mal.
Fluxograma 1: Resumindo os conceitos iniciais
Fonte: Barbosa, F.C.G. 2021
História da ética
Você sabia que ao longo da história a ética foi interpretada de ma-
neiras variadas?
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A seguir será estudada a ética na Grécia, na idade Média, na 
idade Moderna e na idade Contemporânea.
Ética na Grécia
Pesquisas indicam que a ética nasceu na Grécia, porém existem re-
gistros que confirmam que alguns dos seus preceitos já eram pra-
ticados desde o início da humanidade, que eram combinados aos 
conceitos religiosos na busca de imporem novas regras de com-
portamento que possibilitassem o convívio entre os indivíduos que 
viviam em um determinado local.
Na época em que viveram os filósofos gregos Sócrates, Pla-
tão e Aristóteles, as preocupações eram outras, onde o que era con-
siderado como bom representava apenas a preservação da ordem 
natural.
Sócrates acreditava que o verdadeiro conhecimento estava 
centrado na alma humana. Para ele a verdadeira felicidade só se-
ria possível de ser atingida por meio de uma conduta correta, ou 
seja, por meio da prática do bem em benefício de todos os indiví-
duos. Portanto, esta preocupação ética estava relacionada com a 
coletividade.
Para Platão a ética era um componente indissolúvel da polí-
tica, tendo como principal função a igualdade entre todos os indi-
víduos, impossibilitando, portanto, a concentração nas mãos de um 
grupo ou de apenas um único indivíduo.
Para Aristóteles a ética era considerada como o caminho para 
que a desigualdade fosse eliminada. Ele foi um grande defensor da 
democracia associada à liberdade, mas com o dever de dividir o po-
der sempre de forma igualitária.
Ética na Idade Média 
A Idade Média está relacionada ao período entre os séculos V a XV, 
tendo o seu início com a queda do Império Romano do Ocidente e 
terminando na transição para aIdade Moderna.
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Nessa época a ética estava relacionada com a religião e com os 
dogmas cristãos, portanto nesse período a igreja exerceu um gran-
de poder sobre todos os indivíduos, reprimindo de todas as formas 
os indivíduos que não estavam enquadrados nessas propostas.
Esse período foi influenciado por vários indivíduos entre eles: 
Santo Agostinho; Santo Anselmo e São Tomás de Aquino.
Para Santo Agostinho a verdade era considerada como uma 
questão de fé, por meio de Deus, subordinada ao Estado e tendo 
como autoridade política a Igreja.
Naquela época se acreditava que tudo só poderia ser alcan-
çado por meio da bondade de Deus, devendo ser evitado todos os 
prazeres da vida, estando então a ética relacionada com a justiça em 
segundo plano, com a valorização da moral. Também ficou conheci-
da até os dias atuais como a idade ou época das trevas, marcada pela 
falta da liberdade de todos os indivíduos.
Ética na idade moderna
A Idade Moderna ficou marcada pela consolidação dos estados eu-
ropeus, antes da Revolução Francesa e Industrial. Nesse momento 
a ética voltou a ser vista de acordo com o seu sentido original gre-
go, com foco na busca da felicidade coletiva, vinculada à política e 
propondo ações para os cidadãos.
Se destacaram na Idade Moderna os pesquisadores Galileu 
Galilei e posteriormente Francis Bacon e Max Weber, dando assim, 
início à chamada ciência moderna.
Galileu Galilei nasceu em 15 de fevereiro de 1564 e faleceu 
em 8 de janeiro de 1642. Por meio dos seus experimentos foi consi-
derado como o responsável pelo início da ciência moderna. Foi um 
importante físico, matemático, astrônomo e filósofo, considerado 
como fundamental para toda a revolução científica.
Ele descobriu, por exemplo, as quatro luas de Júpiter, os anéis 
de Saturno, inventou o telescópio e propôs a teoria do heliocen-
trismo. Galileu se dedicou muito aos estudos sobre todos os mo-
vimentos dos corpos, considerado como o cientista que conseguiu 
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elaborar as bases para que Isaac Newton pudesse descrever as três 
leis que estavam relacionadas com os movimentos dos corpos no 
universo.
Figura 1: Galileu Galilei
Fonte: ©Justus Sustermans (1597-1681) / Wikimedia Commons
Francis Bacon nasceu no dia 22 de janeiro de 1561 e faleceu 
em 9 de abril de 1626. Em 1620 ele proporcionou o início da ciên-
cia experimental por meio da sua proposição do método científico 
experimental. Foi um dos fundadores do método indutivo de inves-
tigação científica. Baseado no Empirismo, seus estudos auxiliaram 
bastante na construção da história da ciência moderna e em fun-
ção das suas contribuições foi considerado como “o pai do método 
experimental”.
Bacon contribui bastante com a sociedade uma vez que bus-
cou a promoção do conhecimento, sempre de forma eticamente 
neutra, ou seja, ela dava importância apenas para os valores morais 
que estavam relacionados com uma prática correta, não realizando 
nada que fosse considerado antiético.
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Figura 2: Francis Bacon
Fonte: ©National Portrait Gallery / Wikimedia Commons
Maximilian Karl Emil Weber mais conhecido como Max We-
ber foi um importante economista e intelectual alemão, considera-
do como um dos fundadores da sociologia. Nasceu em 21 de abril de 
1864 e faleceu em 14 de junho de 1920.
Weber defendeu que a ciência recebia da sociedade a função 
para solucionar os vários problemas, estando de um lado os indiví-
duos que estavam praticando a ciência e do outro lado os indivíduos 
que estavam utilizando todos os seus resultados, porém ambos os 
grupos deveriam estar sempre subordinados aos valores éticos. Em 
seus comentários ele sempre frisava o quanto o método científico 
não poderia sofrer nenhum tipo de influência subjetiva, uma vez 
que toda pesquisa deveria ser neutra, para que não exista nenhum 
tipo de distorção.
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Figura 3: Max Weber
Fonte: ©Wikimedia Commons
Ética Contemporânea
A ética contemporânea foi definida pela separação do conhecimento 
com a religião, voltando a centralização na razão, proporcionando 
então a autonomia humana.
Na Revolução Francesa foi trabalhado o ideal de liberdade, 
igualdade e fraternidade; apontada quanto a tolerância com as di-
ferenças e o estabelecimento de um pacto social. Esse período foi um 
marco pela discussão com o foco nos direitos humanos, por meio da 
“Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” em 1789.
Para vários pensadores dessa época a ética passou a ser o 
centro para a fundamentação de todas as ações humanas; consti-
tuindo então o elemento que viabilizaria a convivência entre todas 
as pessoas.
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Ética na pesquisa com seres humanos
Durante muitos séculos a medicina foi exercida de forma autori-
tária, o que significa que praticamente não existia autonomia por 
parte do paciente. Seres humanos e animais foram utilizados em 
várias pesquisas nessa época de forma totalmente abusiva, sem te-
rem nenhuma escolha de participarem ou não de tais pesquisas.
Figura 4: símbolo bioética
Fonte: MAIS PB. Disponível em: https://www.maispb.com.br/523695/a-bioetica-
veio-para-isso.html
Atrocidades da segunda guerra mundial
Ao refletir quanto ao respeito ao ser humano, ninguém pode ou 
consegue esquecer as atrocidades que ocorreram com os judeus 
durante a Segunda Guerra Mundial, nos campos de concentração 
nazistas.
Os nazistas nos campos de concentração pegavam muitos 
prisioneiros e deixavam a disposição dos médicos para serem uti-
lizados em qualquer tipo de pesquisas. Ao serem submetidos a tais 
experimentos, muitos deles morriam, enquanto outros ficavam 
desfigurados ou definitivamente incapacitados.
Todas essas atrocidades ocorridas durante a Segunda Guerra 
Mundial ficaram conhecidas por meio de imagens, que chocaram as 
pessoas no mundo inteiro.
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Dentre os exemplos das atrocidades cometidas pelos nazistas des-
tacam-se as do médico Josef Mengele, que realizou experiências 
em mais de 1500 gêmeos, dentre os quais apenas 200 sobrevive-
ram às experiências. Outras pesquisas realizadas nessa época pe-
los médicos alemães estavam relacionadas com as reações em altas 
altitudes, experiências de congelamento para o tratamento para a 
hipotermia, desenvolvimento de medicamentos entre tantas ou-
tras realizadas.
No dia 09 de dezembro de 1946, após o final da Segunda 
Guerra Mundial o Tribunal Militar Internacional, em Nuremberg, 
julgou vinte médicos que foram considerados como criminosos de 
guerra, em função dos experimentos que eles realizaram com os se-
res humanos nos campos de concentração.
Código de Nuremberg
No dia 19 de agosto de 1947, sete dos vinte acusados foram conde-
nados à morte, sete foram absolvidos e os demais foram condena-
dos à prisão. Com isso, foi elaborado um importante documento, 
nomeado como Código de Nuremberg.
O Código de Nuremberg possui um conjunto de dez princí-
pios éticos que regem a pesquisa com os seres humanos.
A seguir você vai observar os princípios éticos do Código de 
Nuremberg:
1. O consentimento voluntário do ser humano para a pesquisa 
é essencial, ou seja, todo indivíduo que será pesquisado deve 
estar legalmente capacitado para dar o seu consentimento, 
sempre consciente do seu direito livre de escolha. Não pode 
existir nenhum tipo de intervenção, por exemplo: força, frau-
de, mentira ou coação ou qualquer outro tipo de restrição, 
VOCÊ SABIA?
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tendo sempre o conhecimento e a compreensão necessária do 
assunto para que possa tomar a sua decisão.
Portanto é fundamental que seja explicado ao indivíduo a 
natureza, duração e propósito da pesquisa, quais são os métodos 
que vão ser utilizados, os riscos esperados e os eventuais efeitos que 
a pesquisa possa causar na saúde dos participantes.
O pesquisador tem o dever e a responsabilidade de garantir a 
qualidade do consentimento, como também deve dirigir e geren-
ciar todo o experimento, sendo então deveres e responsabilidades 
que não podem ser delegados para qualquer outro indivíduo.
2. A pesquisa deve produzir resultados que sejam benéficos para 
a sociedade, os quaisnão são atingidos por outros métodos de 
estudo.
3. Toda pesquisa deve ser baseada em resultados de experimen-
tação com animais, como também com relação à evolução 
da doença ou outros problemas relacionados com a pesqui-
sa, os resultados previamente esperados devem justificar a 
experimentação.
4. Toda pesquisa precisa ser conduzida de uma forma que possa 
evitar todo o sofrimento e danos desnecessários, físicos ou 
mentais.
5. Nenhuma pesquisa pode ser realizada quando existe alguma 
possibilidade que os indivíduos avaliados possam morrer ou 
sofrer algum tipo de invalidez, exceto nos casos onde o pró-
prio pesquisador (médico) se submeter à pesquisa.
6. O grau de risco que deve ser aceitável deve ser limitado pela 
importância humanitária do problema que o pesquisador se 
propõe a resolver.
7. É necessário que sejam tomados cuidados especiais com a fi-
nalidade de proteger todos os participantes da pesquisa de 
qualquer possibilidade, mesmo que remota, de um possível 
dano, invalidez ou morte.
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8. O experimento deve ser conduzido apenas por indivíduos 
cientificamente qualificados. É necessário que exista o maior 
grau possível de cuidado e habilidade, em todos os estágios, 
por parte dos indivíduos que estão conduzindo e gerenciando 
a pesquisa.
9. Durante o curso da pesquisa, os indivíduos têm a liberdade 
plena de se retirarem, caso sintam que exista alguma possibi-
lidade de dano em função da sua continuidade.
10. Durante o curso da pesquisa, o pesquisador precisa estar pre-
parado para suspender os procedimentos em qualquer mo-
mento, se for comprovado que a pesquisa pode causar algum 
tipo de dano, invalidez ou morte para os pesquisados.
Dica
Uma forma dinâmica e legal de entender sobre o código de Nurem-
berg é com o filme: “ O Julgamento de Nuremberg”.
O Código de Nuremberg não foi reconhecido logo após a sua 
criação pelas leis americanas e alemãs. O Código de Nuremberg só 
passou a ser reconhecido por meio da Declaração de Helsinque, du-
rante a 18ª Assembleia Médica Mundial, realizada na Finlândia em 
1964. No ano de 1978, o governo norte-americano, elaborou um do-
cumento no qual constavam os princípios e diretrizes éticas para a 
proteção de pacientes humanos, tal material ficou conhecido como 
Relatório de Belmont.
DICA
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Diretrizes internacionais para pesquisa biomédica
No ano 1982 por meio do Conselho para Organizações Internacio-
nais de Ciências Médicas (CIOMS), junto com a Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) foi escrito as diretrizes internacionais para 
pesquisa biomédica envolvendo seres humanos.
Estas diretrizes foram revisadas no ano de 1993, sendo sub-
dividas em 15 itens que são:
 • Consentimento informado individual;
 • Informações essenciais para os possíveis sujeitos da pesquisa;
 • Obrigações do pesquisador a respeito do consentimento 
informado;
 • Indução a participação;
 • Pesquisa envolvendo crianças;
 • Pesquisa envolvendo pessoas com deficiência intelectual ou 
comportamentais;
 • Pesquisa envolvendo prisioneiros;
 • Pesquisa envolvendo indivíduos de comunidades 
subdesenvolvidas;
 • Consentimento informado em e s t u d o s 
epidemiológicos;
 • Distribuição equitativa de riscos e benefícios;
 • Seleção de gestantes e nutrizes como sujeitos de pesquisa;
 • Salvaguardas à confidencialidade;
 • Direito dos sujeitos à compensação;
 • Constituição e responsabilidades dos comitês de revisão ética;
 • Obrigações dos países patrocinadores e anfitriões.
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Resolução Conselho Nacional de Saúde 196/96
A Resolução número 196 do Conselho Nacional de Saúde dia 10 de 
outubro de 1996, possui todas as diretrizes e normas regulamenta-
doras para as pesquisas com seres humanos tanto de forma direta 
ou indireta, individualmente ou coletivamente, em todos os campos 
profissionais (biológico, cultural, educacional, psíquico e social).
Para a elaboração dessa resolução foram utilizados os prin-
cipais documentos internacionais relacionados com as pesquisas 
que envolvem os seres humanos, por exemplo, o Código de Nurem-
berg, Declaração de Helsinque e a Declaração Universal dos Direi-
tos Humanos.
A resolução 196/96 recebeu uma atualização no ano de 2012 e 
posteriormente no ano de 2015, e vários pontos importantes foram 
alteradas nessa nova versão, conforme veremos a seguir:
 • Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos;
 • Termo de consentimento livre e esclarecido;
 • Riscos e benefícios;
 • Comitê de Ética em Pesquisa (CEP);
 • Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos
As pesquisas relacionadas com os seres humanos precisam atender 
todas as exigências éticas e científicas, por exemplo, o respeito aos 
voluntários da pesquisa em sua dignidade e autonomia, asseguran-
do sempre a sua vontade de forma livre e esclarecida de permanecer 
ou não na pesquisa, comprometimento com o máximo de benefícios 
e o mínimo de riscos.
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Termo de consentimento livre e esclarecido
O termo de consentimento livre e esclarecido deve ser elabora-
do pelo pesquisador responsável pela pesquisa. É fundamental que 
exista todas as informações necessárias para esclarecer o voluntário 
que será submetido à pesquisa.
O voluntário participante da pesquisa deve rubricar todas as 
páginas e assinar no seu término, ele próprio ou por meio do seu 
representante legal e também pelo pesquisador responsável.
Esse documento deveria ser elaborado em 2 vias, sendo que 
uma delas deve ficar com o voluntário da pesquisa ou seu represen-
tante legal e a outra via com o pesquisador.
Riscos e benefícios
Todas as pesquisas que envolvem a utilização dos seres humanos 
possui riscos em graus variados, podendo ser imediatos ou tardios. 
As pesquisas que podem comprometer o indivíduo ou ainda a cole-
tividade, como também a tipificação dos riscos, devem ser definidos 
através de um norma própria pelo Conselho Nacional de Saúde.
Ética na pesquisa com animais 
experimentais 
A utilização dos animais em pesquisa experimental deve estar re-
lacionada com os aspectos técnicos, éticos e políticos. Quanto ao 
ponto de vista técnico é necessário que seja realizada a adequação 
dos modelos animais com relação às metodologias utilizadas em 
pesquisa, como também quais são os seus benefícios em virtude da 
utilização dos modelos animais específicos em relação ao estudo de 
algumas doenças humanas.
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Utilização dos animais em pesquisa experimental
Figura 5: Animais experimentais
Fonte: ©Pixabay
Quanto ao aspecto ético, a relação entre os homens e os animais 
podem ser consideradas sobre a questão de moralidade, enquanto 
com relação à visão política ou jurídica, essa interação é vista de 
acordo com a regulamentação de leis que dizem respeito também à 
experimentação animal.
É importante ressaltar que praticamente todos os grandes 
avanços alcançados quanto ao conhecimento da biologia dos mamí-
feros foram atingidos por meio dos experimentos com os animais, 
portanto, é fundamental ressaltar a grande relevância de todas es-
tas pesquisas, obedecendo sempre os critérios estabelecidos.
Existem opiniões favoráveis e contrárias com 
relação à utilização dos animais para a pesqui-
sa de doenças humanas, porém pode-se afir-
mar que os grandes avanços alcançados na 
fisiologia e na fisiopatologia foram possíveis 
em função da utilização da experimentação 
animal, sendo que sem elas muitas inovações 
que foram inseridas junto aos cuidados em 
saúde humana não teriam acontecido (RE-
ZENDE, et al, 2008).
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Todas essas pesquisas com animais precisam levar em con-
sideração durante o seu planejamento os cuidados para evitar, por 
exemplo, estresse, dor e sofrimento desnecessário a todos os 
animais.
Para a escolha do delineamento experimental deve ser sele-
cionado os trabalhos com um número menor de animais, que es-
tejam com um menor grau de sensibilidade neurofisiológica, ou 
melhor, que provoquem menores dores, sofrimento, estresse e 
prejuízos duradouros.
Debates éticos
Os cientistasque estão envolvidos nas pesquisas com animais afir-
mam que os animais possuem sim a consciência e a memória e, 
portanto, são capazes de sofrer, sentir dor, ter medo e muitas vezes 
lutarem fortemente pela vida.
Oficialmente, desde o ano de 1876 iniciaram-se os primeiros 
debates com relação às pesquisas com animais, na qual foi consti-
tuída uma sociedade anti-vivissecção em Londres nessa época.
De acordo com vários pesquisadores ainda existe a necessi-
dade de um maior esclarecimento quanto à utilização dos animais 
em pesquisas, visto que muitas vezes os indivíduos em geral desco-
nhecem que a maioria dessas pesquisas são conduzidas por meio de 
padrões éticos e de bem-estar animal.
Assim, torna-se cada vez mais necessário um maior esclare-
cimento quanto a utilização de códigos éticos estabelecidos quanto 
à escolha do método a ser utilizado, bem como à evolução dos re-
sultados obtidos, pois, os mesmos são fundamentais para trazerem 
grandes avanços quanto ao conhecimento e tratamento de várias 
doenças como a Diabetes mellitus tipo 2 e a doença de Chagas.
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Aspectos positivos e negativos da pesquisa com 
animais
As pesquisas com animais acabam assumindo dois aspectos sendo 
eles:
 • Positivos – estão relacionados com a dedicação quanto à pre-
venção ou alívio do sofrimento de todos os seres humanos 
por meio dos resultados encontrados nas pesquisas com os 
animais.
 • Negativos – a exposição dos animais nas pesquisas acarre-
tando muitas vezes dor, sofrimento, invalidez e morte.
O debate sobre a utilização dos animais em pesquisa vem ga-
nhando grande exposição e repercussão nas mídias: de um lado es-
tão os vários cientistas que realizam experimentos com animais, e 
do outro os grupos de ativistas de proteção aos direitos dos animais.
A grande questão em debate nesse caso é con-
seguir proteger os animais evitando a sua 
utilização em experimentos desnecessários, 
como também procurar aliviar os sofrimentos 
dos mesmos sem comprometer os dados da 
pesquisa (REZENDE, et al, 2008).
Infelizmente ainda existem muitas pesquisas com animais 
que estão sendo malconduzidas, devido à falta de planejamento e o 
desrespeito às normas vigentes. Neste sentido, se faz necessário um 
maior acompanhamento dessas atividades, em que dependendo do 
caso, pode levar a proibição da continuidade da referida pesquisa.
Contribuições significativas quanto aos aspectos 
éticos
No ano de 1959 houve uma importante contribuição no âmbito da 
bioética através da publicação do livro “Princípios da técnica expe-
rimental” por William M. S. Russell e Rex L. Burch.
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No livro os autores fizeram a proposição de um conceito de-
nominado de três “R” para a experimentação animal, argumentan-
do quanto a necessidade e a importância de se buscar esses três “R” 
que correspondem respectivamente:
 • Reduction;
 • Replacement;
 • Refinement.
Estes três “R” ao serem traduzidos para o português signifi-
cam: redução, substituição e refinamento.
 • Redução – é a diminuição do número de animais em cada uma 
das pesquisas, porém sempre com um número mínimo que 
seja consistente quanto a obtenção dos objetivos do estudo.
 • Substituição – é a substituição dos animais por metodologias 
alternativas como, por exemplo, os testes in vitro, modelos 
matemáticos e cultura de células.
 • Refinamento – é a diminuição do sofrimento dos ani-
mais por meio de cuidados com analgesia, anestesia e pré e 
pós-operatórios.
Devido a todo esse embasamento quanto aos 
fundamentos científicos que são aceitáveis, 
pode- se dizer que objetivo da legislação re-
lacionada com as pesquisas com animais em 
vários países do mundo como nos Estados Uni-
dos, a União Europeia, Brasil e outros países é 
diminuir todos os aspectos éticos que possam 
ser considerados como negativos com relação a 
utilização de pesquisas com animais (REZEN-
DE, et al, 2008).
32
Um dos métodos alternativos conhecidos e aceitos internacional-
mente é chamado de HET-CAM (hen’s egg test chorionallantoic 
membrane).
Lei Arouca
A Lei nº 11.794, foi promulgada no dia 8 de outubro de 2008. Mais 
conhecida como Lei Arouca, esta lei recebeu este nome em home-
nagem a Sérgio Arouca que foi um importante médico e deputa-
do federal, que ocupou vários cargos junto às comissões de saúde, 
ciência e tecnologia.
Foi também um dos principais responsáveis pela criação da 
reforma sanitária e um grande defensor do acesso universal à saúde 
em todo o país.
Essa lei se tornou um importante marco histórico, uma vez 
que estabeleceu todos os procedimentos necessários para a utili-
zação científica de animais em pesquisas, implementando todas as 
definições e regras para a utilização de animais em laboratório.
Por meio dessa lei foi criada, portanto, uma política nacional 
para a utilização dos animais em pesquisa, que contribuiu para o de-
senvolvimento do país e da ciência, fazendo com que toda a comuni-
dade científica fosse mobilizada quanto a importância dos aspectos 
éticos relacionados com a utilização dos animais em pesquisas.
Os pontos principais dessa lei são:
Utilização dos animais para atividades didáticas e cientí-
ficas em Instituições de ensino superior e ensino técnico na área 
biomédica;
 • Criação do Controle de Experimentação Animal (CONCEA);
VOCÊ SABIA?
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 • Obrigatoriedade de constituição da comissão de ética no uso 
de animais;
 • Registro e licenciamento de cada instituição para a realização 
da pesquisa;
 • Cadastro Institucional de Uso Científico de Animais (CIUCA).
Ética ambiental
Existem alterações constantes com relação aos valores da socieda-
de, em decorrência da cobiça dos indivíduos, que coloca os homens 
como os grandes predadores da natureza desrespeitando alguns 
valores éticos existentes.
É fundamental que seja atingido uma visão ética em relação 
ao ambiente para que essa situação possa ser revertida o mais rápi-
do possível.
Figura 6: Ética ambiental
Fonte: Ética Ambiental. Disponível em: https://etica-ambiental.com.br/
beneficios-da-iso-14001/
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Crescimento econômico e a ética ambiental
O crescimento econômico decorrente do progresso científico ocorre 
em função do grande desenvolvimento tecnológico que acabou oca-
sionando um enorme diferencial na era moderna. 
Quando se trata da ética ambiental, somado ao modelo da 
economia industrial, esses fatores tendem a aumentar mais ainda a 
deterioração do equilíbrio ecológico, levando a altos prejuízos para 
a vida em todo o planeta.
Mudanças durante o século XIX
O aumento da industrialização (ocorrido durante todo o século XIX), 
aliado ao crescimento desenfreado da população humana, como 
também a expansão econômica (principalmente devido ao regime 
capitalista), foram fatores que contribuíram bastante para o au-
mento do consumo, o que foi acentuando para a população em todo 
o mundo.
A partir dos anos 70 a preocupação com relação 
ao meio ambiente mais sadio começou a fazer 
parte de uma discussão em todo o mundo, 
principalmente com relação ao equilíbrio dos 
ecossistemas naturais que são fundamentais 
para a preservação da vida na terra (BRAUNER 
& DURANTE, 2012).
A utilização dos recursos naturais de forma não controla-
da começou a fazer parte dos temas para as discussões relacionadas 
com a ética ambiental. A relevância quanto as questões lesivas do 
homem sobre o meio ambiente só foram ganhar realmente a aten-
ção no século XXI.
É exatamente nesse momento que o homem conseguiu cau-
sar grandes alterações no planeta, por exemplo:
 • emissão dos vários poluentes;
 • alteração do curso dos rios;
35
 • modificação da composição do solo;
 • desmatamento de todas as florestas;
 • extinção de várias espécies.
Todas essas mudanças, sem dúvida alguma, estão sendo 
muito prejudiciais para toda a população, interferido diretamente 
no ambiente natural, visto que muitas vezes os seres humanos não 
se preocupam com a real disponibilidade dos recursos, apenas con-
sideram os seus interesses.
Evidências quanto aos graves problemas 
ambientais
Existemínumeras evidências que a relação do homem com a na-
tureza, principalmente nos últimos anos, está ocasionando graves 
problemas ambientais, muitas vezes devido a ação humana sem li-
mites originada da ambição e da falta de sensibilidade para com o 
planeta.
A intervenção predatória do homem na natureza atingiu ní-
veis críticos. Até um certo tempo atrás a natureza ainda conseguia 
de certa forma “apaziguar” todas as ações do homem, visto que 
existia um período de tempo para recuperar-se. Porém, devido esse 
ritmo muito acelerado de destruição, já não existe mais esse tempo 
mínimo para que seja possível uma reversão dessa situação.
O ambiente, então, vem sofrendo alterações. Pouco a pouco 
alguns fenômenos começaram a se fazer presente, como por exem-
plo, cidades se transformando em desertos com poucas gostas de 
chuva e temperaturas cada vez mais altas, ou mesmo as leves ondas 
da praia sendo substituidas por Tsunamis. 
Sem dúvida alguma, a natureza começou a dar as suas res-
postas em decorrência de toda a violência que vem sofrendo nos úl-
timos anos.
36
Prática da ética
Vários pesquisadores acreditam que apenas a prática da ética em 
sua totalidade pode ser considerada como uma das únicas possibili-
dades de devolver a vida novamente à natureza.
Pode-se afirmar que a relação do homem com o ambiente 
está totalmente deformada e a única saida, realmente, são ações re-
lacionadas com a ética humana, por meio da proteção a natureza.
Por outro lado existem ainda culturas que vi-
vem de uma forma diferente, onde colocam a 
natureza com o centro de sua vida, e que não 
têm coragem de agredir em nenhuma situação 
a natureza, sem dúvida alguma o maior exem-
plo nesse caso são os índios (BRAUNER & DU-
RANTE, 2012).
Espera-se que por meio da ética possa existir uma visão 
voltada para a vida, e que exista uma preocupação global que con-
sidere substituir o antropocentrismo pelo chamado “biocentris-
mo”, uma vez que o antropocentrismo valoriza demais o homem 
e o coloca no centro de tudo, esquecendo todos os demais seres que 
coexistem na natureza.
Visão holística
Para uma visão holística é necessário que seja abandonando, por-
tanto, o antropocentrismo, uma vez que a visão atual além deco-
locar o homem como centro de tudo, enfatiza que a natureza está 
“apenas para servir o homem”.
Por meio dessa nova visão global o homem passa a ser um 
integrante da natureza como todos os outros, ou seja, o ser humano 
passa a ser um integrante nesse contexto global, fazendo parte da 
natureza.
Os seres humanos, como todos os outros seres vivos, depen-
dem das suas relações para sobreviverem. Portanto, todos os seres 
vivos podem ser considerados como “centros da vida”, visto que o 
37
ser humano não é superior a nenhum dos outros seres vivos, que 
esses dependem dos animais, que por sua vez vão depender das 
plantas, que dependem da água, ou seja, fazem parte de uma cadeia 
que está interrelacionada para garantir a vida de todos.
Essa nova visão da realidade deve ser baseada em uma pro-
funda consciência quanto a interrelação e interdependência de 
todos os fenômenos físicos, biológicos, psicológicos, sociais e 
culturais.
Entretanto, pode-se afirmar que ainda não existe uma es-
trutura estabelecida. Dessa forma, as suas linhas mestras estão 
começando a serem formuladas por meio de vários indivíduos, co-
munidade e organizações que buscam novas formas de pensamen-
tos em função desses novos princípios.
É fundamental que cada ser humano, seja um 
guardião que busca cuidar da natureza, de 
forma a criar uma convivência em harmonia, 
que busca apenas utilizar para a sua necessi-
dade mínima e é claro buscando sempre repor 
o que foi utilizado (BRAUNER & DURANTE, 
2012).
O planeta deve ser considerado como um grande sistema que 
está dividido em três subsistemas que são o atmosférico, o conti-
nental e o aquático, sendo que para a manutenção da vida é neces-
sário a interação dos três subsistemas.
Constitução Federal de 1988
Pode-se afirmar que a Constitução Federal de 1988 foi o primeiro 
documento que passou a discutir as questões ambientais, conside-
rando esse assunto como fundamental para a manutenção da vida 
em nosso planeta.
No artigo 225 da Constituição Federal de 1988 você vai ob-
servar que:
“Todos tem o direito ao meio ambiente eco-
logicamente equilibrado, bem de uso comum 
38
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao poder público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações ”.
A ética ambiental deve ser buscada tendo como propósito a 
manutenção de todas as condições que são saudáveis para a terra, 
existindo uma ética que esteja comprometida com a existência de 
todas as formas de vida. Que a ética esteja a cargo das sociedades de 
uma forma harmônica e promova o desenvolvimento de uma melhor 
relação do homem com o ambiente, buscando extinguir todo o que 
pode ser considerado como prejucial ao futuro da própria espécie.
É necessário que exista a conscientização dos indivíduos 
quanto as várias possibilidades para conseguir reverter todas as 
tendências quanto a destruição, alterando a forma de viver, po-
dendo ser modificados através de pequenos hábitos que vão alte-
rar de forma muito significativa a qualidade de todos, inclusive a do 
planeta.
E então, gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudo? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o 
tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que foi abor-
dado. Estudamos inicialmente a ética por meio de uma introdução 
sobre esse importante assunto e em seguida os principais aconte-
cimentos históricos. Ao longo deste tema foram vistos os compor-
tamentos antiéticos, objetivos da ética, filósofos gregos e o início 
da ciência moderna através dos estudos de Galileu Galilei, Francis 
Bacon e Max Weber. Em seguida, foi abordada a ética na pesquisa 
com seres humanos por meio do estudo das atrocidades da segun-
da guerra mundial, Código de Nuremberg, diretrizes internacio-
nais para a pesquisa biomédica, Resolução do Conselho Nacional 
de Saúde 196/96 através da abordagem dos aspectos éticos, termo 
de consentimento e riscos e benefícios. Posteriormente, foi estu-
dada a ética na pesquisa com animais experimentais e levantado 
RESUMINDO
39
questionamentos sobre a utilização dos animais em pesquisa expe-
rimental, debates éticos, aspectos positivos e negativos da pesquisa 
com animais e as contribuições significativas quanto aos aspectos 
éticos. E por último foi abordado a ética ambiental, que relacionado 
aos estudos do crescimento econômico, evidenciou o surgimento de 
graves problemas ambientais, bem como foi abordado a prática da 
ética, visão holística e a Constituição Federal de 1988.
40
UN
ID
AD
E
2
Objetivos
1. Compreender a bioética: Introdução, histórico e conceitos;
2. Estudar a ética aplicada ao profissional de saúde;
3. Pesquisar sobre a biossegurança: histórico, conceito e 
legislação;
4. Analisar a biossegurança em laboratórios.
Conceitos de 
Bioética e 
Biossegurança
42
Introdução
Olá tudo bem com você? Prezado aluno gostaria de convidar você 
neste momento para iniciar este processo de conhecimento e 
aprendizagem, tenho certeza que será muito enriquecedor, repleto 
de desafios e estímulos para o seu o crescimento. Você é o nosso 
convidado especial para iniciar essa viagem por meio do conheci-
mento, Durante esta trajetória você irá se deparar com trilhas mui-
to interessantes e desafiadoras em todo o percurso. O tema desta 
segunda unidade é “Bioética e biossegurança”, o qual está dividido 
nos seguintes conteúdos: Bioética: Introdução, histórico e concei-
tos; Ética ao profissional de saúde; Biossegurança: histórico, con-
ceito e legislação e Biossegurança em laboratórios.
43
Bioética: Introdução, histórico e conceitos
Ao longo deste item você será capaz de compreender vários conteú-
dos fundamentais com relação à introdução, histórico e os conceitos 
muito importantesque estão relacionados com a bioética.
Introdução a bioética
No ano de 1927 Fritz Jahr publicou um artigo científico em um pe-
riódico alemão onde o termo “bioética” foi utilizado pela primeira 
vez. Para ele este termo estava relacionado com o reconhecimento 
de obrigações éticas, não apenas em relação ao ser humano, mas 
também para com todos os seres vivos, conforme mostra o Fluxo-
grama 01.
Quanto à sua criação na língua inglesa, foi atribuído a André 
Hellergers, no ano de 1971. Como uma forma para estabelecer uma 
área de atuação, relacionado com a reprodução humana, foi criado o 
Instituto Kennedy de Ética.
A ampliação da bioética no mundo não ocorreu de forma ho-
mogênea, sendo observada inicialmente nos Estados Unidos e na 
Europa, enquanto que no Brasil foi apenas na década de 90 por 
meio da proposta que reuniu as várias áreas do conhecimento em 
volta da ética em saúde.
Atualmente tanto a América Latina e principalmente o 
Brasil têm apresentado uma grande contribuição para a composi-
ção do pensamento bioético mundial, no qual foi observado um 
grande número de publicações nessa área.
OBJETIVO
44
Fluxograma 1: Definição Bioética.
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
A bioética está envolvida especificamente com a abordagem 
dos conflitos morais e éticos na saúde. O Relatório Belmont, pu-
blicado no ano de 1978, foi editado por meio da Comissão Nacional 
para Proteção de Pessoas Humanas na pesquisa biomédica e com-
portamental, sendo conceituado como o primeiro a organizar a uti-
lização sistemática de princípios.
45
O Relatório de Belmont foi pensado logo após vir a tona um grande 
experimento teraupêutico sobre sífilis envolvendo cidadãos afro-
-americanos, chamado de “ESTUDO TUSKGEE”. Para saber mais 
sobre o estudo acesse o link: (redbioetica.com.ar)
Princípios da bioética
Fluxograma 2: Princípios bioéticos
Barbosa, F.C.G., 2021.
Beneficência
O princípio da beneficiência apresenta uma relação quanto a busca 
de uma excelência profissional. Você pode observar essa busca, por 
exemplo, por meio do juramento de Hipócrates:
“Usarei o tratamento para ajudar os doentes, 
de acordo com minha habilidade e julgamento 
e nunca o utilizarei para prejudicá-los”. 
O juramento de Hipócrates abrange todas as profissões da 
área da saúde, ou seja, é obrigação de todo profissional da saúde 
sempre fazer o bem para todos os pacientes, utilizando de todos 
os seus conhecimentos e habilidades, bem como devendo sempre 
SAIBA MAIS
46
maximizar os benefícios e minimizar os riscos, procurando alcan-
çar o melhor tratamento e a prevenção para todas as doenças, por 
meio de um equilíbrio físico e emocional.
Não-maleficência
Este princípio é considerado como o mais controverso dos quatro 
princípios, tendo como pressuposto que é dever de todo o profis-
sioinal da saúde não fazer qualquer mal a outro indivíduo, não 
causando danos ou colocando-o em risco. O fato de não se pensar 
em fazer o mal, por si só, já é um ato de bondade para o outro. Você 
está convidado para refletir neste momento, uma vez que muitas 
das intervenções tanto diagnósticas como terapêuticas que estão 
presentes na saúde, em muitos casos, acabam apresentando um 
certo risco.
A maior justificativa em todos estes casos está relacionada 
com os casos onde existe uma certa expectativa quanto ao benefício 
esperado em função desta avaliação ou exame: quando o benefício 
é maior que a possibilidade de risco, a sua realização é, portanto, 
justificada.
Autonomia
Neste princípio está envolvido o poder de decisão que o indivíduo 
tem com relação a si mesmo, e que cada ser humano deve ter a sua 
liberdade resguardada e garantida.
Em função deste princípio, o ser humano que é adulto e pos-
sui plena consciência vai ter sempre o direito de decidir do que 
pode ser realizado ou não no seu próprio corpo.
Existem duas condições que podem ser consideradas como 
fundamentais para que o indivíduo possa exercer sua autonomia: 
ter sempre a capacidade de agir de forma intencional, compreen-
dendo e tendo as condições necessárias para decidir entre todas as 
alternativas apresentadas, como também, a liberdade de decisão 
para todo e qualquer procedimento.
47
Este princípio, na prática, obriga que todo profissional da 
saúde deva apresentar para todos os seus pacientes as informações 
necessárias para que eles consigam entender todos os seus proble-
mas, garantindo que em função dessas informações, tenham condi-
ções para tomar as suas decisões.
Na área da saúde existe um documento que é denominado de 
consentimento informado, que significa a representação dessa in-
teração entre o profissional e o paciente, que após a leitura, como 
também a explicação completa sobre os procedimentos, deve assi-
nar confirmando o seu consentimento, o que significa a sua decisão 
voluntária, quanto a sua submissão para todos os procedimentos 
que forem necessários.
Figura 1: Poder de decisão do paciente
Fonte: Freepik
Justiça ou equidade
Neste princípio está envolvido a organização de todos os deveres 
e benefícios sociais de uma forma coerente e apropriada para to-
dos os indivíduos que fazem parte de uma determinada sociedade, 
devendo ser garantindo para cada um o seu direito. É fundamen-
tal evidenciar que a equidade é diferente da igualdade. Igualdade é 
aplicado quando queremos nos referir a situações iguais, idênticas 
ou equivalentes para todos os indivíduos e para todas as situações. 
Equidade está diretamente ligada ao julgamento imparcial, com re-
tidão e justiça.
48
A bioética ao ser aplicada para o setor público deve prote-
ger a vida e a integridade de todos os indivíduos, evitando portanto 
qualquer forma de discriminação, marginalização ou a segregação 
social, o que significa que todos os indivíduos devem ter os mesmos 
direitos, porém, infelizmente no dia a dia das pessoas este princípio 
muitas vezes não é respeitado, sendo observado, por exemplo, pa-
cientes que ficam meses em uma fila de espera para serem atendi-
dos em uma consulta ou ainda para uma intervenção cirúrgica.
Saiba Mais
Para aprofundar um pouco mais sobre a origem da bioética, a bioé-
tica e a ética, a bioética e a humildade, a bioética e a responsabili-
dade e a bioética e a competência interdisciplinar, leia o artigo do 
professor Doutor em Ciências Médicas José Roberto Goldim, “Bioé-
tica: Origens e Complexidade”,
Ética ao profissional de saúde 
Neste item você irá conhecer a criação dos conselhos profissionais 
da saúde, funções dos conselhos da área da saúde, situação atual dos 
conselhos de classe, profissões da área da saúde regulamentadas, 
código de de ética profissional, Organização Mundial da Saúde e por 
último a Organização Pan-Americana da Saúde.
SAIBA MAIS
OBJETIVO
49
Objetivo de criação dos conselhos Profissionais
O propósito da criação de todos os conselhos profissionais da saú-
de foi regularizar, regulamentar e fiscalizar todos os profissio-
nais que trabalham na área da saúde, além da representação política 
das classes, operando junto com o poder Legislativo, Ministérios, 
Secretarias e Conselhos de Saúde, somado ao empenho de todas as 
instâncias.
Figura 2: Conselhos da área da saúde
Fonte: Freepik
Funções dos conselhos da área da saúde
Está a cargo dos Conselhos Profissionais a fiscalização do exercício 
profissional, sendo destinado às instituições de natureza jurídica 
e federativa, que possuem independência administrativa e finan-
ceira, sustentadas pelas colaborações de cada profissional inscrito, 
com relação a habilitação para o exercício profissional.
Os conselhos devem fiscalizar o exercício profissional, de-
sempenhando, em juízo e fora dele, os interesses gerais e indivi-
duais dos profissionais, garantindo uma boa execução de todos os 
serviços prestados à sociedade.
50
Nos regimes democráticos no mundo, os conselhos profis-
sionais devem contribuir para o desenvolvimento dos mecanismos 
de controle social e para a democratização das políticas públi-
cas, precisando estar em concordânciacom o projeto ético-polí-
tico profissional, um projeto social maior; devendo ser um agente 
fundamental na construção e consolidação de uma sociedade mais 
democrática.
A partir da década de 1980 os conselhos estão mais relaciona-
dos nas diferentes lutas da sociedade, com uma grande atuação na 
construção coletiva dos espaços democráticos de defesa das políti-
cas públicas, colaborando para a institucionalização de princípios 
democráticos da Constituição Federal de 1988.
Os conselhos profissionais da saúde têm dado preferência 
para as suas ações que estão envolvidas quanto a qualificação de 
profissionais e trabalhadores, procurando atingir melhores condi-
ções de trabalho, democratização dos vínculos profissionais, atua-
ção nos espaços de controle social, universalização das políticas 
sociais, confirmação do direito ao atendimento humanizado nos 
serviços públicos e incentivo à participação popular, em união com 
os diversos segmentos da sociedade.
Situação atual dos conselhos de classe
Os conselhos de classe atualmente têm um papel primordial com 
relação à constituição de um pacto baseado na ética e nos direitos 
humanos, procurando atingir a justiça social e a democracia.
Qualquer sociedade só pode evoluir por meio de sua habilida-
de de rediscutir todas as suas regras, valores e códigos de conduta 
de maneira plural e estruturada, permitindo as verificações entre o 
presente e o passado com o objetivo de planejar o futuro.
Todas as profissões da saúde possuem um decreto lei, pre-
sentes em todas as suas especificidades, sendo válidos para todo o 
território Nacional, específico para os portadores de diplomas expe-
didos por curso superior reconhecido pelo Ministério da Educação.
51
Todos os decretos possuem várias resoluções, que tem o pa-
pel de explicar, regulamentar e determinar os padrões e conceitos 
quanto a atuação, técnicas e proibições para cada área além das leis 
que são as responsáveis pela regulamentação de todas as profissões.
A seguir será abordado a regulamentação por meio da lei e do 
decreto de todas as profissões da área da saúde de nível superior, 
com os seus respectivos documentos.
Tabela 1: Profissões da área da saúde
SAIBA MAIS
52
Fonte: Elaborada pelo autor (2019)
Profissões da área da saúde Regulamentadas
No Brasil atualmente existem mais de vinte profissões da área da 
saúde que são regularizadas, sendo algumas de formação de nível 
técnico, por exemplo, técnico em radiologia, enfermagem, auxiliar 
de enfermagem, análises clínicas, prótese dentária, saúde bucal, 
auxiliar de saúde bucal entre outras.
Código de Ética profissional
O Código de ética profissional é um documento que apresenta várias 
diretrizes tendo o obejetivo de auxiliar todos os indivíduos quanto 
às suas atitudes e condutas, aspectos morais aceitos pela sociedade.
53
Cada uma das profissões da área da saúde tem o seu próprio 
código de ética com o objetivo de auxiliar quanto a execuação de 
cada uma das profissões.
O código de ética é escrito em decorrência das lutas, interes-
ses e ambições da sociedade beneficiada para todos os serviços ofe-
recidos pelos profissionais.
Os conceitos de éticas deontológicos determinados pelos 
conselhos, estão diretamente envolvidos com as leis e as normas le-
gais do país. portanto, mesmo que o profissional seja absolvido pelo 
próprio conselho, pode ser caracterizado como uma forma de ferir a 
lei, em função de não estar apenas realizando um descumprimento 
ético, mas também em função do dano causado as vítimas envolvi-
das com essas atitudes não éticas.
A maior parte dos profissionais da área da saúde devem estar 
voltados para a promoção, reabilitação da saúde, prevenção, recu-
peração e autonomia de acordo com todos os preceitos éticos e le-
gais existentes.
Os profissionais são componentes da equipe de saúde, e de-
vem ter como objetivo a satisfação quanto as demandas de saúde da 
sociedade e dos princípios das políticas públicas de saúde e ambien-
tais, que permitam a universalidade de acesso a todos os serviços de 
saúde.
Figura 3: ética, moral e deontologia
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
54
Organização Mundial da Saúde
No dia 07 de abril de 1948 foi criada a Organização Mundial da Saú-
de (OMS) na cidade de Nova Iorque. A OMS é subordinada a Orga-
nização das Nações Unidas (ONU), com sede em Genebra na Suíça.
O objetivo fundamental da organização é desenvolver ao 
máximo possível a saúde em todos os povos. A saúde é caracteri-
zada como um estado de completo bem-estar físico, mental e so-
cial, não compreendendo somente da ausência de uma doença ou 
enfermidade.
Organização Pan-Americana da Saúde
No ano de 1902 foi criado Organização Pan-Americana da Saúde 
(OPAS), que é uma organização internacional especializada em saú-
de considerada como a agência internacional de saúde mais antiga 
em todo o mundo.
O trabalho dessa agência é melhorar condições de saúde dos 
países que fazem parte das Américas. A Organização Pan-Americana 
da Saúde faz parte da ONU e atualmente seus escritórios estão pre-
sentes em mais de 27 países, contando com oito centros científicos.
Figura 4: eblema da Organização Pan-Americana de Saúde
Fonte: Observatório Nacional de Saúde Viária. Disponível em: < https://www.onsv.org.
br/organizacao-pan-americana-da-saude/> Acesso em: 30/06/2022
55
Biossegurança: histórico, conceito e 
legislação
Ao longo deste item você será capaz de compreender o histórico da 
biossegurança, conceito sobre a biossegurança, legislação sobre 
biossegurança, comissão técnica nacional de biossegurança e prin-
cipais classes de riscos ocupacionais.
Histórico da biossegurança
No período de 1940 a 1950, vários cientistas estavam realizando 
pesquisas com infecções humanas através de vírus e bactérias, que 
eram obtidos nos locais de trabalho por meio da exposição direta ou 
indireta de um agente infeccioso.
Figura 5: biossegurança
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
Na década de 1940 nos Estados Unidos o go-
verno americano começou um programa no 
Forte Detrick, cujo objetivo era organizar para 
uma possível guerra biológica, eles estavam 
OBJETIVO
56
bastante preocupados com a possibilidade da 
Alemanha Nazista utilizar foguetes como um 
veículo para uma guerra biológica durante a Se-
gunda Guerra Mundial (HIRATA, et al, 2012).
Por este motivo, foi construído no Forte Detrick o primeiro lo-
cal para o estabelecimento de um espaço de segurança destinado ao 
trabalho com os agentes biológicos.
Conceito sobre a biossegurança
A biossegurança é definida como a execução de várias ações que estão 
voltadas para a prevenção e proteção dos indivíduos, devido aos riscos ge-
rados em função dos agentes químicos e físicos, redução dos riscos envol-
vidos com as atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento tecnológico 
e realização dos serviços, tendo em vista a saúde do homem, dos animais e 
a preservação do meio ambiente, e a qualidade dos resultados.
Uma das principais funções da biossegurança é a 
geração de um ambiente biológico seguro, para 
os indivíduos e os profissionais que estão envol-
vidos com uma determinada situação (HIRATA, 
et al, 2012).
Legislação sobre biossegurança
O ano de 1984 é considerado o ano do surgimento da biossegurança, 
porém apenas no ano de 1995 que a primeira Lei da Biossegurança foi 
sancionada no Brasil.
No dia 05 de janeiro de 1995 foi promulgada a Lei 
n° 8.974, denominada como a Lei Brasileira da 
Biossegurança, a qual constitui as especificações 
para o trabalho com DNA no Brasil, na qual in-
cluída a pesquisa, produção e comercialização de 
organismos geneticamente modificados (OGMs), 
como objetivo de cuidar da saúde do homem, 
dos animais e do meio ambiente (HIRATA, et al, 
2012).
DATAS IMPORTANTES PARA A BIOSSEGURANÇA NO BRASIL:
Em 1984 foi realizado o I Workshop de Biossegurança em Laboratórios, en-
quanto que no ano de 1986 foi realizada a primeira avaliação sobre os riscos 
em Laboratório pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). A linha do tempo a 
seguirdestaca outros grandes marcos da biossegurança no Brasil.
57
Fonte: Barbosa, F.C.G., 2021.
58
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
Por meio da aprovação da Lei Nº 11.105 de 25 de março de 2005, foi 
revogada a Lei Nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995. Por meio desta lei 
foi criada a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNT-
Bio), cujo mandato do presidente é de dois anos, podendo ser reno-
vado por igual período, sendo designado pelo Ministro da Ciência e 
Tecnologia.
A finalidade foi garantir uma assistência técnico con-
sultivo e o assessoramento para o Governo Federal, com a 
proposta de desenvolver a formulação, atualização e imple-
mentação da Política Nacional de Biossegurança associado 
com os organismos geneticamente modificados (OGMS).
Em 03 De Outubro De 2019, Uma Resolução Normativa, Nº23, 
Foi Publicada No Diário Oficial Da União, Trantando Da Libe-
ração Planejada No Meio Ambiente De Organismos Genetica-
mente Modificados Da Classe De Risco 1.
Principais classes de riscos ocupacionais
Os principais riscos ocupacionais são: físicos, químicos, bio-
lógicos, ergonômicos e de acidentes, que são mostrados no 
mapa de risco por cores características.
 • Físicos - Ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não 
ionizantes, temperaturas extremas e umidade. COR: 
VERDE.
 • Químicos - Poeira, fumo, neblinas, névoas, gases e va-
pores, explosivos inflamáveis, corrosivos, irritantes, 
tóxicos e cancerígenos. COR: VERMELHO
VOCÊ SABIA?
59
 • Biológicos - Vírus, bactérias, protozoários, parasitas, 
insetos e organismos geneticamente modificados. COR: 
MARROM
 • Ergonômicos - Esforço físico ou cargas excessivas, 
produtividade ou ritmo de trabalho excessivo, postu-
ra inadequada e jornada de trabalho prolongada. COR: 
AMARELO
 • Acidentes - Arranjo físico e iluminação adequada, equi-
pamentos inadequados, defeituosos ou sem proteção, 
sobrecarga deeletricidade, incêndioouexplosãoearma-
zenamento de material inadequado. COR: AZUL
Figura 6: Principais classes de riscos ocupacionais
Fonte: BARBOSA, F.C.G.,2021.
Biossegurança em laboratórios 
Neste item você será capaz de entender as normas de biosse-
gurança para os laboratórios, programa de segurança, ava-
liação e representação de riscos ambientais, mapa de riscos, 
serviço especializado de engenharia de segurança em medi-
cina do trabalho e etapas para elaboração dos mapas de riscos.
OBJETIVO
60
Figura 7: Biossegurança nos laboratórios
Fonte: Pixabay
Normas de Biossegurança para os laboratórios
As Normas de biossegurança nos laboratórios são essenciais para 
prevenirem e também reduzirem os riscos dos profissionais que 
trabalham nesses locais desenvolverem doenças devido a exposição 
aos vários agentes que estão presentes nestes locais.
Todas as circunstâncias onde existe um risco pode ocorrer 
acidentes, em alguns dos casos eles não são reversíveis, ocasionan-
do afastamento temporário, definitivo ou até mesmo à morte do 
colaborador.
Existe uma série de processos que devem ser 
empregados nos laboratórios, tendo como 
principal finalidade a diminuição da exposição 
de todos os indivíduos a esses riscos, por meio 
da: limpeza de materiais e dos locais de traba-
lho; manipulação correta de todos os equipa-
mentos; manipulação correta das substâncias 
químicas; manipulação correta dos materiais 
biológicos e radioativos; utilização adequada 
de todos os aparelhos de proteção coletiva e 
individual (HIRATA, et al, 2012).
61
Na tabela a seguir você verá algumas orientações que são 
fundamentais para o planejamento e a organização de todas as ati-
vidades realizadas dentro de um laboratório.
Tabela 2: Orientações para planejamento e organização das atividades
62
Fonte: HIRATA; HIRATA; MANCINI FILHO (2012)
Programa de Segurança
Todo laboratório deve ter um programa de segurança com o objeti-
vo de reduzir os riscos ambientais e prevenção de acidentes, assim 
como um treinamento em contexto de emergência e a realização de 
todas as normas de segurança em vigor.
63
É imprescindível que todo colaborador saiba quais são as con-
dições mínimas para um programa de segurança, entre eles estão:
 • quantidade disponível e utilização adequada dos equipamen-
tos de proteção coletiva e individual;
 • realização regulares dos programas de treinamento;
 • os equipamentos de combate a incêndio precisam estar dispo-
níveis em todos os locais;
 • sinalização das áreas de risco e rotas de fuga; 
 • manutenção de um sistema de geração de energia elétrica
 • de emergência;
 • elaboração e realização de um programa de prevenção de
 • riscos ambientais;
 • sistema de registros para todos os testes de segurança desen-
volvidos quanto ao desempenho dos equipamentos.
Avaliação e Representação de Riscos Ambientais
A avaliação é desenvolvida com o propósito de diminuir os riscos 
de manipulação dos materiais e a proteção para todos os indivíduos 
e ao meio ambiente. Todas estas informações estão fundamenta-
das em função da periculosidade e/ou patogenicidade do agente. Por 
meio dessa avaliação é possível então verificar o nível de biossegu-
rança que é necessário para combater esses agentes.
Essa avaliação dos riscos ambientais pode ser desenvolvida 
por meio da produção de um mapa de risco ambiental, que permite 
fazer um diagnóstico da condição de segurança e saúde ocupacional 
no laboratório.
A confecção do mapa de risco ambiental deve ser executada 
por meio dos membros da comissão interna de prevenção de aci-
dentes (CIPA) estando fundamentada por meio da Norma Regula-
mentadora n° 5 (NR 5).
64
Mapa de riscos
O mapa de riscos deve ser elaborado através da utilização da planta 
baixa do local. Todos os riscos (químicos, físicos, acidentais, bio-
lógicos e egonômicos) precisam ser representados por meio de co-
res e círculos padronizados.
Figura 8: Exemplo de um mapa de Risco
Fonte: LEAL,V.L., 2019. Disponível em: (PDF) Protocolos e técnicas laboratoriais 
de rotina: aplicações em biologia molecular, microbiologia, cultivo celular e 
farmacognosia (researchgate.net)
Além das cores usadas para definir os riscos no mapa, exis-
tem outras que são empregadas com o intuíto de promover uma 
melhor seguridade no local, conforme você pode observar nas ta-
belas seguintes:
Tabela 3: Descrição das cores utilizadas para delimitar riscos em um laboratório
COR UTILIZAÇÃO
Branca
Delimitar áreas isoladamente 
ou combinadas com a cor preta
65
Amarela
Indicar “Atenção” ou 
“Cuidado”
Alaranjada
Identificar partes móveis de 
máquinas e Equipamentos
Vermelha
Indicar equipamentos e os apa-
relhos de proteção e combate ao 
incêndio, além das rotas de fuga 
e da saída de emergência
Púrpura
Indicar os perigos provenientes 
de radiações eletromagnéti-
cas penetrantes e de partículas 
nucleares
Verde
Indicar dispositivos de segu-
rança como chuveiros de emer-
gência, lava-olhos, caixas de 
primeiros socorros e caixas 
com materiais para situações de 
emergência (máscaras contra 
gases)
Azul
Indicar equipamentos fora de 
uso
Preta
Indicar coletores de esgoto ou 
lixo
Fonte: HIRATA; HIRATA; FILHO (2012)
Serviço especializado de engenharia de segurança 
e em medicina do trabalho
Ao elaborar o mapa de riscos é necessário que exista um suporte por 
parte do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT) de acordo com a Norma Regula-
mentadora n° 4 (NR 4 ).
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Para saber mais, leia na íntegra a Norma Regulamentadora n° 4 
(NR 4) que possui todas as informações sobre o Serviço Especia-
lizado de Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
(SESMT).
Etapas para a elaboração do Mapa de riscos
As etapas utilizadas para a confecção do mapa de riscos são:
 • conhecer todos os processos e procedimentos do laboratório;
 • identificar todos os riscos ambientes presentes no local;
 • determinar as medidas de controle existentes como tam-
bém a sua eficácia;
 • verificar a existência de levantamentos ambientais anteriores 
pertencentes ao mesmo local;

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