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2/13/20 1 TERAPIA NUTRICIONAL ORAL Laura Fantazzini Grandisoli MATERIAL DE ESTUDO ! WAITZBERG, D. et al. Nutrição oral, enteral e parenteral . 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. Vol 1 e 2. ! Capítulo: Indicações e usos de Suplementos Nutricionais Orais. ! SILVA, S. M. C. S. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. 3. ed. São Paulo: Payá, 2016. ! Capítulo: Intervenção nutricional em desequilíbrios do trato digestório. (espessantes) CASO CLÍNICO ! M.G.D, sexo masculino, 58 anos. Deu entrada no Pronto Socorro com quadro de hemiparesia direita, disartria (alteração na fala) e confusão mental. ! HD: AVE (Acidente Vascular Encefálico), confirmado após tomografia computadorizada. ! AP (Antecedentes pessoais): HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), DLP (Dislipidemia) em uso irregular de medicação e sem controle dietético, AVE prévio (há 5 meses) com sequela motora. CASO CLÍNICO ! Peso atual: 74kg ! Peso habitual (há 5 meses): 83kg. ! Altura: 1,70m ! Anamnese: familiar relata perda de apetite e dificuldade para se alimentar desde o último AVE, aceitando pequenas quantidades de alimentos mais macios, amassados ou batidos (pouco mais da metade da quantidade que comia anteriormente). No momento tem dificuldade de deglutição, engasgando com alimentos sólidos e também com líquidos. ! IMC? %PP? IMC = 25,6 kg/m2 %PP= 10,8% TERAPIA NUTRICIONAL AS TERAPIAS DE NUTRIÇÃO ORAL (TNO), ENTERAL (TNE) E PARENTERAL (TNP) COMPREENDEM UM CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS UTILIZADOS QUANDO O PACIENTE É INCAPAZ DE ATENDER ÀS SUAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS PELA INGESTÃO NORMAL DE ALIMENTOS. TERAPIA NUTRICIONAL Objetivos: ! Prevenir e tratar a desnutrição. ! Preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico. ! Melhorar a resposta imunológica e cicatricial. ! Prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do tratamento e da doença. ! Melhorar a qualidade de vida do paciente. ! Reduzir o tempo de internação hospitalar. ! Reduzir a mortalidade. ! Reduzir custos hospitalares. 2/13/20 2 TERAPIA NUTRICIONAL - INDICAÇÕES MANUAL DE TERAPIA NUTRICIONAL NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA HOSPITALAR NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS, 2016 TERAPIA NUTRICIONAL - ETAPAS ! Triagem Nutricional. ! Avaliação Nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos. ! Estimativa das Necessidades Nutricionais (cálculos). ! Indicação da Terapia Nutricional a ser instituída. ! Monitoramento. ! Aplicação dos Indicadores de Qualidade em Terapia Nutricional. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016 CASO CLÍNICO ! Avaliado pelo fonoaudiólogo: disfagia, sendo indicada dieta cremosa homogênea e líquidos espessados na consistência néctar. DISFAGIA DEGLUTIÇÃO: 4 fases ! Preparatória oral: alimento é manipulado e mastigado, se necessário. ! Oral: língua realiza a propulsão do bolo alimentar em direção à faringe. ! Faríngea: receptores localizados na língua e orofaringe são estimulados; bolo alimentar segue pela faringe. ! Esofágica: transição do bolo pelo esôfago (do EES ao EEI). DIFICULDADE NO TRANSPORTE DO ALIMENTO DA BOCA AO ESTÔMAGO. DISFAGIA DEGLUTIÇÃO: 4 fases ! Preparatória oral: alimento é manipulado e mastigado, se necessário. ! Oral: língua realiza a propulsão do bolo alimentar em direção à faringe. ! Faríngea: receptores localizados na língua e orofaringe são estimulados; bolo alimentar segue pela faringe. ! Esofágica: transição do bolo pelo esôfago (do EES ao EEI). DIFICULDADE NO TRANSPORTE DO ALIMENTO DA BOCA AO ESTÔMAGO. DISFAGIA OROFARÍNGEA DISFAGIA ESOFÁGICA DISFAGIA Pode ser transitória ou permanente. CAUSAS ! Mecânica: alterações nas estruturas orais e/ou faríngeas. ! Neurogênica: alterações neurológicas – AVC, TCE (trauma cranio-encefálico), doenças progressivas. ! Iatrogênica: causada por tratamento ou intervenção médica – IOT (intubação oro- traqueal), medicamentos, radiação. ! Bebês: desconforto respiratório. 2/13/20 3 DISFAGIA X NUTRIÇÃO ! Indivíduos disfágicos apresentam maior risco de desnutrição e deficiência de nutrientes. ! A modificação na textura dos alimentos e espessamento dos líquidos ingeridos facilita a deglutição, melhorando a ingestão alimentar. ! Nutricionistas e fonoaudiólogos devem atuar em parceria: ! Avaliar a disfagia; ! Recomendar as texturas mais adequadas para cada nível da disfunção; ! Garantir o suprimento das necessidades nutricionais do paciente. CASO CLÍNICO ! Avaliado pelo fonoaudiólogo: disfagia, sendo indicada dieta cremosa homogênea e líquidos espessados na consistência néctar. ! Prescrição médica: Dieta cremosa para hipertenso e dislipidêmico com líquidos espessados. ! Prescrição dietética? ! Cardápio qualitativo: café da manhã e almoço. ESPESSANTES ! O aumento da viscosidade dos líquidos, por meio da utilização de espessantes, promovem a deglutição segura, evitando a aspiração dos líquidos para os pulmões (o que pode causar pneumonia). ! AGENTES ESPESSANTES ! Amidos, féculas, gomas. ESPESSANTES ESPESSANTES CARACTERÍSTICAS ! Flui de uma colher. ! Pode ser bebido em goles. ! Derrama rapidamente de uma colher, mas mais lento que líquidos ralos. ! É necessário esforço para beber através de um canudo de orifíciopadrão (5,3mm de diâmetro) www.iddsi.org; SMS Belo Horizonte, 2017 ESPESSANTES CARACTERÍSTICAS ! Pode ser bebido em um copo. ! É necessário algum esforço para sugar através de um canudo de orifício padrão ou de orifíciolargo(orífico largo = 6,9mm de diâmetro). ! Não pode ser comido com um garfo porque escorre lentamente entre os dentes. ! Pode ser comido com uma colher. ! Não é necessário nenhum processamento oral ou mastigação –pode ser engolido diretamente. www.iddsi.org; SMS Belo Horizonte, 2017 2/13/20 4 ESPESSANTES CARACTERÍSTICAS ! Normalmente comido com uma colher (com um garfo também é possível). ! Não pode ser bebido em um copo. ! Não pode ser sugado por canudo. ! Não exige mastigação. www.iddsi.org; SMS Belo Horizonte, 2017 ESPESSANTES ! ESPESSANTES CASEIROS ! Agregam valor nutritivo à preparação. ! Exigem manipulação: cocção ou liquidificação para atingir a consistência desejada. ! Menor custo. ! Frutas: manga, mamão, goiaba, banana, abacate, biomassa de banana verde. ! Raízes e tubérculos: batata, mandioca, inhame, batata-doce. ! Cereais: amido de milho, fécula de batata, farinhas de trigo, arroz, milho e aveia. ! Legumes: abóbora moranga. ESPESSANTES ! ESPESSANTES CASEIROS SMS Belo Horizonte, 2017 ESPESSANTES ! ESPESSANTES CASEIROS SMS Belo Horizonte, 2017 ESPESSANTES ! ESPESSANTES INDUSTRIALIZADOS ! Amido de milho modificado (tratamento térmico ou enzimático) ou goma xantana/guar + maltodextrina. ! Não necessitam cocção/liquidificação: basta dissolver no líquido. ! Maior custo. ESPESSANTES ! ESPESSANTES INDUSTRIALIZADOS 2/13/20 5 CASO CLÍNICO ! Paciente evolui com pouco apetite e baixa aceitação alimentar. Nos últimos 3 dias aceitou bem o desjejum, mas ingere entre 50% e 75% do prato no almoço e no jantar. ! Segue prostrado e perdendo peso. ! Conduta? TNO – SUPLEMENTAÇÃO ORAL INDICAÇÕES ! Aceitação alimentar < 60% das necessidades nutricionais (MS, 2016) ! Indicada também nos seguintes casos: ! Baixo Peso + catabolismo ! Perda de peso significativa (avaliar %PP) + catabolismo ! Uso prolongado de dieta restrita (ex. dieta líquida) ! Pré-operatórios ( complicações pós-operatórias) TNO – SUPLEMENTAÇÃO ORAL ! Suplementação caseira ! Módulos de nutrientes ! Suplementos nutricionais industrializados padrão ! Suplementos nutricionais industrializados especializados NUTRIÇÃO ENTERAL - DEFINIÇÃO RESOLUÇÃO RCD nº63 ANVISA/MS 6/7/00. ENTERAL = DENTRO OU NA EXTENSÃO DO TRATO GASTROINTESTINAL SUPLEMENTAÇÃO ORALSUPLEMENTAÇÃO CASEIRA ! Barata. ! Palatabilidade ajustada às preferências alimentares. ! Composição nutricional indefinida e incompleta. ! Osmolaridade (concentração) indefinida – pode trazer transtornos digestivos/absortivos. ! Suplementação calórico-proteica com desequilíbrio de nutrientes – contra-indicada dependendo da patologia do paciente (excesso de açúcar, gordura saturada). SUPLEMENTAÇÃO ORAL SUPLEMENTAÇÃO CASEIRA ! Exemplos: ! Azeite ou queijo ralado no prato de comida já pronto. ! Creme de leite na salada de frutas, gelatina, sopas e purês. ! Gema de ovo cozida amassada ao caldo de feijão, sopas e purês. ! Clara de ovo cozida esfarelada sobre a salada ou legumes. ! Molho branco/gratinado nos legumes. ! Leite em pó no copo de café com leite ou achocolatado. ! Sorvetes e suspiro nos lanches, etc. 2/13/20 6 SUPLEMENTAÇÃO ORAL MÓDULOS DE NUTRIENTES ! Alimentos convencionais acrescidos de módulos de proteínas, carboidratos, lipídios ou fibras. ! Permitem a individualização da suplementação. ! Versatilidade: ! Permitem aumentar a densidade calórica sem alterar o sabor da preparação (módulo de lipídios e carboidratos). ! Permitem aumentar a quantidade de proteínas sem alterar o volume final da preparação (módulos de proteínas). ! Permitem aumentar a quantidade de fibras sem alterar o sabor e volume das preparações (módulos de fibras solúveis). SUPLEMENTAÇÃO ORAL MÓDULOS DE NUTRIENTES ! Proteínas ! Albumina (clara de ovo em pó) ! Caseina (caseinato de cálcio) ! Proteína isolada do soro do leite (Whey Protein) ! Glutamina ! Proteína isolada de arroz SUPLEMENTAÇÃO ORAL MÓDULOS DE NUTRIENTES ! Carboidratos ! Maltodextrina (produto da hidrólise parcial do amido, sabor levemente adocicado). SUPLEMENTAÇÃO ORAL MÓDULOS DE NUTRIENTES ! Lipídios ! TCM (com ou sem AGE) ! TCL SUPLEMENTAÇÃO ORAL MÓDULOS DE NUTRIENTES ! Fibras ! Solúveis ! Goma guar, inulina, FOS (frutooligossacarídeos) ! Mix de fibras solúveis e insolúveis ! Inulina, polidextrose, goma arábica, FOS, celulose, polissacarídeo de soja, amido resistente SUPLEMENTAÇÃO ORAL SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS INDUSTRIALIZADOS ! Suplementos padrão ! Em pó ou pronto para beber ! Lácteos ou não lácteos ! Com ou sem fibras ! Normocalóricos ou hipercalóricos ! Normoproteicos ou hiperproteicos " Normalmente contêm sacarose (palatabilidade) 2/13/20 7 SUPLEMENTAÇÃO ORAL SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS INDUSTRIALIZADOS ! Suplementos padrão SUPLEMENTAÇÃO ORAL SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS INDUSTRIALIZADOS ! Suplementos especializados ! Composição nutricional modificada para atender necessidades dietoterápicas específicas das patologias Exemplos: ! Alteração na composição de lipídios ! Aumento na concentração de proteínas ! Acréscimo ou redução de micronutrientes ! Hidrólise das proteínas ! Etc. SUPLEMENTAÇÃO ORAL SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS INDUSTRIALIZADOS ! Suplementos especializados CASO CLÍNICO ! Prescrição do suplemento oral? ! Registro em prontuário ! Resolução CFN 594/2017
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