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24/09/2020 1 DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS PULMONARES Profa. Laura Fantazzini Grandisoli 1 Material de estudo • CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 3. ed. Barueri: Manole, 2014. • SILVA, S. M. C. S. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. 3. ed. São Paulo: Payá, 2016. • MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 14. ed. São Paulo: Roca, 2018. 2 24/09/2020 2 DPOC ◦ Bronquite crônica ◦ Enfisema pulmonar ◦ Obstrução crônica do fluxo aéreo, progressiva, associada a uma resposta inflamatória dos pumões e vias aéreas à inalação de partículas ou gases tóxicos. 3 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DPOC ◦ https://www.youtube.com/watch?v=T1G9Rl65M-Q&t=3s 4 24/09/2020 3 DPOC Estado nutricional Fonte: adaptado de CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 3. ed. Barueri: Manole, 2014. CAQUEXIA Anorexia, saciedade precoce 5 6 24/09/2020 4 DPOC – Estado Nutricional ◦ Depleção de massa magra ◦ Desproporcional (mais pronunciada nos membros inferiores). ◦ Redução dos hormônios anabólicos (GH e testosterona) na DPOC. ◦ Caquexia em 20 a 40% dos pacientes. ◦ IMC baixo é preditor de mortalidade em pacientes com DPOC. ◦ Obesidade ◦ Sedentarismo (incapacidade física). ◦ Uso de glicocorticoides. 7 ◦ https://www.youtube.com/watch?v=mMgRPcOx2qs 8 24/09/2020 5 DPOC – Avaliação Nutricional ◦ Antropometria ◦ IMC < 21 kg/m2 ou % adequação do peso < 90% à depleção. ◦ Índice de Massa Magra (MM/altura2) – depleção de massa magra em DPOC: ◦ Homens: <= 16 kg/m2 ◦ Mulheres: <= 15 kg/m2 ◦ Avaliação bioquímica ◦ Avaliação dietética 9 Objetivos do tratamento nutricional ◦ Manutenção ou recuperação do estado nutricional. ◦ Redução da morbi-mortalidade. ◦ Proporcionar conforto respiratório durante a alimentação. 10 24/09/2020 6 DPOC Dietoterapia Estimativa das necessidades energéticas ◦ Equação de Harris- Benedict 11 DPOC Dietoterapia Fonte: CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 3. ed. Barueri: Manole, 2014. Normo a hiperproteica (conforme EN), normolipídica, normoglicídica, normovitamínica e mineral 12 24/09/2020 7 Dietoterapia Anorexia ◦ Fracionamento. ◦ Ingerir os alimentos mais calóricos primeiro. ◦ Adaptar a dieta às preferências alimentares do paciente. ◦ Aumentar o valor calórico dos alimentos (ex. azeite, manteiga, creme de leite) ou módulos de nutrientes (TCM, TCL, maltodextrina). ◦ Utilizar suplementos orais. 13 Dietoterapia - Saciedade precoce Ingerir os alimentos mais calóricos primeiro. Limitar líquidos durante as refeições (beber somente após 1 hora). Dar preferência aos alimentos frios. 14 24/09/2020 8 Dietoterapia Dispneia ◦ Descansar antes das refeições. ◦ Usar broncodilatadores antes das refeições. ◦ Empregar as estratégias de liberação de secreções, se indicadas. ◦ Adaptar a consistência da dieta, se necessário. ◦ Comer devagar. 15 Caso clínico ◦ H.A.G, 72 anos, gênero masculino, ex-fumante ◦ DPOC grave ◦ Em acompanhamento ambulatorial com pneumologista ◦ Encaminhado para reabilitação pulmonar com fisioterapeuta, visando aumentar massa muscular e melhorar a tolerância nas atividades de vida diária (controle da dispneia). ◦ Encaminhado para avaliação e acompanhamento nutricional. ◦ Dados antropométricos: ◦ Peso: 56,3kg Altura: 1,73m ◦ % gordura: 18,9% ◦ Anamnese alimentar: dieta hipocalórica, paciente não consegue finalizar as refeições devido dispneia e fadiga. ◦ IMC? IMM? Classificação % gordura? ◦ Diagnóstico nutricional (segundo antropometria). ◦ Cálculo das necessidades nutricionais (GET, proteínas g/kg, % macronutrientes). ◦ Orientações gerais quanto à dieta. 16 24/09/2020 9 Fibrose cística ou Mucoviscidose ◦ https://www.youtube.com/watch?v=-Np0n9hjQuA 17 Fibrose cística ou Mucoviscidose ◦ Mutação genética que leva a um defeito do transporte de cloro nas células epiteliais do aparelho respiratório, hepatobiliar, gastrointestinal, reprodutor, pâncreas e glândulas sudoríparas. ◦ Secreções de aspecto espesso e viscoso. ◦ Normalmente diagnosticada na infância, 41% atingem a idade adulta, 13% atingem a 3ª década de vida. Todas as formas de apresentação da doença podem levar a comprometimento nutricional. Fonte: MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 14. ed. São Paulo: Roca, 2018. 18 24/09/2020 10 FC e Estado Nutricional Desnutrição Má absorção (insuficiência pancreática) Anorexia (infecções) DM (↓ função da célula beta, resistência insulínica) Obstrução nasal e pulmonar 19 Avaliação Nutricional ◦ Parâmetros antropométricos ◦ IMC (preconizado pela Conferência de FC na América do Norte e Sociedade Europeia de FC). ◦ Crianças: manter IMC/I >= percentil 50. ◦ Adultos (20 a 40 anos): manter IMC acima de 22kg/m2 (mulheres) e 23kg/m2 (homens). ◦ Dobras e circunferências, BIA e DEXA: estimar massa gorda e massa magra. ◦ História Clínica ◦ Avaliação dietética 20 24/09/2020 11 Objetivos da Dietoterapia ◦ Manter ou recuperar o estado nutricional. ◦ Melhorar o prognóstico e a sobrevida. ◦ Adaptar a alimentação aos sintomas respiratórios e gastrointestinais. 21 Dietoterapia ◦ Músculos respiratórios Perda de peso Retardo de crescimento Perda de massa muscular Menor força contrátil do diafragma e musculatura acessória da respiração Declínio da capacidade respiratória Declínio da capacidade ao esforço físico Relação direta entre testes de função pulmonar e estado nutricional 22 24/09/2020 12 Efeitos da desnutrição na função pulmonar ◦ Perda de massa e comprometimento da função da musculatura respiratória, com consequente redução da ventilação pulmonar. ◦ Diminuição da produção de surfactante. ◦ Diminuição da produção de proteínas e colágeno, necessários ao processo de reparação do parênquima pulmonar. ◦ Predisposição à infecção, por atelectasia e redução da função imunológica. Leite, H.P., 2005 23 Dietoterapia ◦ Energia ◦ Aumentar a oferta energética em 20 a 50% em relação à recomendada para a idade (RDA) ◦ Aumento do gasto energético com esforço respiratório, inflamação e infecções frequentes. ◦ Hiperproteica ◦ Hiperlipídica (cerca de 40% do VET) ◦ Carboidratos: 40 a 50% - cuidado com a intolerância à glicose. 24 24/09/2020 13 Dietoterapia Insuficiência pancreática ◦ MICRONUTRIENTES ◦ Má absorção de lipídios: vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) – suplementar o dobro das DRIs. ◦ Esteatorreia: cálcio, zinco e magnésio – avaliar densidade óssea (DEXA) ◦ Deficiência de proteases: má absorção de B12. 25 Dietoterapia Lactentes: evitar o sal (não há estudos sobre sobrecarga de iodo nesta faixa etária) Fonte: NERI, L. C. L. Fibrose ci ́stica. In: ROSSI, L.; POLTRONIERI, F. (org.). Tratado de Nutric ̧a ̃o e Dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. p. 850-855. 26 24/09/2020 14 Dietoterapia ◦ Fracionamento – pequenas refeições, várias vezes ao dia; ◦ Incluir suplementos/módulos nas refeições com leite; ◦ Utilizar alimentos para enriquecer as preparações: ◦ Azeite ou queijo ralado no prato de comida já pronto. ◦ Creme de leite na salada de frutas, gelatina, sopas e purês. ◦ Gema de ovo cozida amassada ao caldo de feijão, sopas e purês. ◦ Clara de ovo cozida esfarelada sobre a salada ou legumes. ◦ Molho branco/gratinado nos legumes. ◦ Manteiga ou margarina nas sopas, pães, panquecas. ◦ Leite em pó no copo de café com leite ou achocolatado, etc. 27 Terapia Nutricional ◦ TNO ◦ TNE se necessário, conforme evolução do estado nutricional. MANUAL DE TERAPIA NUTRICIONAL NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA HOSPITALARNO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS, 2016 28 24/09/2020 15 Insuficiência respiratória aguda ◦ Necessidade de ventilação mecânica. ◦ Dificuldade/inviabilidade de uso da via oral. ◦ Desnutrição é um dos fatores que podem retardar a retirada da ventilação mecânica. ◦ Desnutrição + atrofia da musculatura pelo desuso à agravamento da insuficiência respiratória. 29 HIPERALIMENTAÇÃOhiperinsulinemia CHO > 5mg/kg/min hiperglicemia transporte de K, P para intracelular produção CO2 ventilação minuto Falência respiratória quando função pulmonar reduzida Ventilação mecânica prolongada PTN > 2g/kg/dia uréia Função renal prejudicada quando há doença renal preexistente LIP > 2g/kg/dia Sobrecarga do retículo endoplasmático triglicérides séricos > 150% GET Esteatose Hepatomegalia ALT, AST, fosfatase alcalina fagocitose e quimiotaxia dos neutrófilos Klein e col. JADA, 1998 30 24/09/2020 16 Insuficiência respiratória aguda ◦ Estado de hidratação ◦ Pode ser necessária restrição de volume à uso de fórmulas enterais hipercalóricas. ◦ Avaliação do balanço hídrico diário (líquidos ingeridos/infundidos versus líquidos eliminados). ◦ Carboidratos: redução pode ser considerada no caso de retenção de CO2. 31
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