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NEUROPSICOPATOLOGIAS-2-1 _ Passei Direto

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Impresso por Fernando Scoth, E-mail nandoscoth@gmail.com para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos
autorais e não pode ser reproduzido ou repassado para terceiros. 19/04/2024, 23:54:43
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Transtornos do Espectro Autista 
 
Os transtornos do espectro autista (TEAs) são problemas nos quais as pessoas 
têm dificuldade em desenvolver relacionamentos sociais normais, usam linguagem 
de maneira anormal ou não a usam em absoluto e se comportam de maneiras 
compulsivas e ritualistas. 
 As pessoas afetadas têm dificuldades para se comunicar e se relacionar 
com terceiros. 
 As pessoas com transtornos do espectro autista também têm padrões 
de comportamento, interesses e/ou atividades restritas e com frequência seguem 
rotinas rígidas. 
 O diagnóstico se baseia na observação e nos relatos dos pais e outros 
cuidadores. 
 A maioria das pessoas responde melhor a intervenções 
comportamentais altamente estruturadas. 
Os transtornos do espectro autista (TEAs) são considerados um espectro de 
transtornos, porque as manifestações variam amplamente em tipo e gravidade. 
Anteriormente, os TEAs eram classificados como autismo clássico, síndrome de 
Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância e transtorno 
generalizado do desenvolvimento não especificado. Contudo, os médicos atualmente 
não usam essa terminologia e consideram todos esses como TEAs (exceto para a 
síndrome de Rett, que é um distúrbio genético distinto). Os TEAs são diferentes da 
deficiência intelectual, ainda que muitas crianças com TEAs tenham ambas as coisas. 
O sistema de classificação enfatiza que, dentro desse amplo espectro, diferentes 
características podem ocorrer de maneira mais ou menos intensa em um dado 
indivíduo. 
Os sintomas de um transtorno do espectro autista podem aparecer nos 
primeiros dois anos de vida, mas em formas mais leves, os sintomas podem não ser 
detectados até à idade escolar. Esses transtornos ocorrem em cerca de uma em cada 
68 pessoas com base em estatísticas populacionais recentes, e são quatro vezes 
mais comuns entre meninos do que entre meninas. 
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As causas específicas dos transtornos do espectro autista não são 
completamente compreendidas, embora elas frequentemente estejam relacionadas a 
fatores genéticos. No caso de pais com um filho com um TEA, o risco de ter outro 
filho com um TEA é 50 a 100 vezes maior. Diversas anomalias genéticas, como a 
síndrome do X frágil e o complexo da esclerose tuberosa e a síndrome de Down, 
podem estar associados a um TEA. Infecções pré-natais, como infecções virais como 
a rubéola ou o citomegalovírus, também podem ter alguma participação. No entanto, 
está claro que os TEAs não são causados por má educação, condições adversas da 
infância ou por vacinação. 
 
Sintomas 
 
As crianças com transtorno do espectro autista desenvolvem sintomas nas 
seguintes áreas: 
 
 Comunicação e interações sociais 
 Comportamento, interesses e atividades 
Os sintomas de um transtorno do espectro autista variam de leves a graves, 
mas a maioria das pessoas exige algum tipo de apoio em ambas as áreas. Existe 
uma ampla variação nas pessoas com um TEA quanto à sua capacidade de agir de 
forma independente na escola ou na sociedade e em relação à sua necessidade de 
receber apoio. Além disso, cerca de 20% a 40% das crianças com um TEA, sobretudo 
aquelas com um QI inferior a 50, desenvolvem convulsões antes da adolescência. 
Em cerca de 25% das crianças afetadas ocorre uma regressão do desenvolvimento 
por volta da época do diagnóstico, o que pode ser o indicador inicial de um distúrbio. 
 
Comunicação e interações sociais 
 
Com frequência, os bebês com um TEA se aninham e fazem contato visual de 
formas pouco habituais. Apesar de alguns bebês afetados ficarem perturbados 
quando são separados dos pais, podem não procurar seus pais em busca de 
segurança como as outras crianças. As crianças mais velhas muitas vezes preferem 
brincar sozinhas e não estabelecem relações pessoais íntimas, especialmente fora 
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da família. Quando interagem com outras crianças, podem não fazer contato visual 
nem usar expressões faciais para estabelecer contato social e têm dificuldade de 
interpretar o humor e as expressões dos outros. Elas podem ter dificuldade para saber 
como e quando falar em uma conversa e dificuldade em reconhecer falas impróprias 
ou causadoras de mágoa. Esses fatores podem fazer com que os outros as vejam 
como estranhas ou excêntricas, o que leva a isolamento social. 
 
Linguagem 
 
As crianças afetadas mais gravemente nunca aprendem a falar. Aquelas que 
o fazem aprendem muito mais tarde do que o normal e utilizam as palavras de forma 
estranha. Elas frequentemente repetem palavras ditas a elas (ecolalia), usam falas 
memorizadas em vez de linguagem mais espontânea ou invertem o uso normal dos 
pronomes, especialmente usando você em vez de eu ou mim quando se referem a 
elas mesmas. Sua conversa pode não ser interativa e, quando presente, é usada mais 
para rotular ou solicitar do que para compartilhar ideias ou sentimentos. É possível 
que a pessoa com um transtorno do espectro autista tenha um ritmo e tom de fala 
incomuns. 
 
Comportamento, interesses e atividades 
 
Com frequência, as pessoas com transtorno do espectro autista são muito 
resistentes a mudanças, tais como novos alimentos, brinquedos, organização dos 
móveis e roupas. Elas podem ficar excessivamente apegadas a objetos inanimados 
específicos. Elas com frequência fazem coisas repetidamente. Crianças mais novas 
e/ou mais gravemente afetadas com frequência repetem certos atos, tais como se 
balançar, agitar as mãos ou girar objetos. Algumas podem se ferir por meio de 
comportamentos repetitivos como bater a cabeça ou se morder. As pessoas menos 
gravemente afetadas podem assistir aos mesmos vídeos múltiplas vezes ou insistir 
em comer a mesma comida em todas as refeições. Frequentemente, as pessoas com 
um TEA têm interesses muito especializados e com frequência, incomuns. Uma 
criança pode, por exemplo, se interessar por aspiradores de pó. 
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As pessoas com um transtorno do espectro autista frequentemente reagem de 
maneira excessiva ou deficitária às sensações. Elas podem sentir repulsa extrema a 
certos odores, gostos ou texturas ou reagir a sensações de dor, calor ou frio de 
maneiras incomuns que outras pessoas consideram perturbadoras. Elas podem 
ignorar alguns sons e ser extremamente perturbadas por outros. 
 
Inteligência 
 
Muitas pessoas com um TEA têm algum grau de deficiência intelectual (QI 
abaixo de 70). Seu desempenho é desigual. Elas em geral se saem melhor em testes 
de habilidades motoras e espaciais do que em testes verbais. Algumas pessoas com 
TEA têm capacidades idiossincráticas ou “fragmentadas”, como a aptidão para 
realizar mentalmente operações complexas de cálculo ou habilidades musicais 
avançadas. Infelizmente, essas pessoas com frequência não conseguem usar essas 
habilidades de maneira produtiva ou que levam a interações sociais. 
 
Diagnóstico 
 
Avaliação de um médico. O diagnóstico de um transtorno do espectro autista 
é feito mediante observação cuidadosa da criança em uma sala de jogos e mediante 
cuidadoso questionamento dos pais e professores. Testes padronizados,como o 
Questionário de Comunicação Social e a Lista de Verificação Modificada para o 
Autismo em Bebês (Social Communication Questionnaire and the Modified Checklist 
for Autism in Toddlers, M-CHAT-R) podem ajudar a identificar crianças que precisam 
de testes mais aprofundados. Psicólogos e outros especialistas podem usar os 
Cronogramas de observação para o diagnóstico de autismo (Autism Diagnostic 
Observation Schedules) e outras ferramentas. Além dos testes padronizados, os 
médicos devem realizar determinados exames de sangue ou genéticos para detectar 
distúrbios de saúde tratáveis ou hereditários primários, como distúrbios metabólicos 
hereditários e a síndrome do cromossomo X frágil. 
Tratamento 
 
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 Terapia comportamental 
 Fonoaudiologia 
 Às vezes, terapia medicamentosa 
Os sintomas dos transtornos do espectro autista normalmente persistem 
durante toda a vida. O prognóstico é fortemente influenciado pela quantidade de 
linguagem utilizável que a criança adquiriu até a idade escolar. Crianças com um TEA 
com quociente de inteligência mais baixo (aquelas com pontuação abaixo de 50, por 
exemplo, em testes de QI padronizados) provavelmente precisarão de apoio mais 
intensivo como adultos. 
Crianças com TEAs com frequência se beneficiam de técnicas intensivas de 
modificação do comportamento. As crianças com QIs mais elevados obtêm benefício 
de terapias com o objetivo de desenvolver as habilidades sociais. Educação especial 
individualizada é essencial e com frequência inclui terapias da fala, ocupacional, física 
e comportamental dentro de um programa elaborado para o tratamento de crianças 
com um TEA. 
Terapias medicamentosas não conseguem alterar o distúrbio primário. No 
entanto, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como fluoxetina, 
paroxetina e fluvoxamina, produzem resultados positivos na redução dos 
comportamentos ritualísticos das pessoas com um TEA. Medicamentos 
antipsicóticos, como a risperidona, podem ser administrados para reduzir o 
comportamento autoagressivo, ainda que o risco de efeitos colaterais (como ganho 
de peso e distúrbios motores) deva ser considerado. Estabilizadores do humor e 
psicoestimulantes podem ser úteis no caso de pessoas desatentas, impulsivas ou 
com hiperatividade. 
A Lei federal sobre educação para indivíduos com deficiências (Individuals with 
Disabilities Education Act, IDEA) exige que as escolas públicas ofereçam educação 
gratuita e apropriada para crianças e adolescentes com TEA. A educação deve ser 
fornecida no ambiente menos restritivo e mais inclusivo possível, no qual a criança 
tenha todas as oportunidades para interagir com outras crianças não afetadas e tenha 
igual acesso aos recursos da comunidade. 
Embora alguns pais tentem dietas especiais, terapias gastrointestinais ou 
terapias imunológicas, não existem atualmente evidências concretas de que alguma 
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dessas terapias ajude crianças com um transtorno do espectro autista. A eficácia de 
outras terapias complementares, tais como comunicação facilitada, terapia quelante, 
treinamento de integração auditiva, terapia com oxigênio hiperbárico, ainda não foi 
comprovada. Ao considerar tais tratamentos, as famílias devem consultar o pediatra 
da criança no que se refere a riscos e benefícios. 
 
Distúrbios da aprendizagem 
 
Distúrbios de aprendizagem são dificuldades que algumas pessoas 
apresentam, ainda na infância, na hora de aprenderem algo novo. Crianças com 
algum distúrbio de aprendizagem possuem dificuldades para aprender a escrever, a 
ler, possuem dificuldades de concentração e são agitadas. Muitas vezes essas 
crianças são consideradas problemáticas, 
rebeldes ou preguiçosas. 
Os distúrbios de aprendizagem 
acontecem quando há uma falha no 
sistema nervoso central (SNC) e as 
informações recebidas não são 
processadas corretamente. Ao receber as 
informações a criança que possui algum distúrbio de aprendizagem não consegue 
processar corretamente as informações. 
Os distúrbios de aprendizagem se dividem em três: 
 Dislexia 
 Disgrafia 
 Discalculia 
A dislexia é um distúrbio caracterizado pela dificuldade de decodificar as 
palavras simples, essa dificuldade acaba causando distúrbios na fala e na escrita. O 
diagnóstico da dislexia precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar que envolve 
pediatras, professores, psicólogos e outros profissionais. 
Já a disgrafia, que também é conhecida como letra feia, é um distúrbio de 
aprendizagem onde a criança não consegue se lembrar da grafia da letra e acaba 
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escrevendo muito devagar unindo incorretamente certas letras. Esse distúrbio não 
está relacionado a nenhum distúrbio intelectual. 
A discalculia é um distúrbio onde a pessoa não consegue assimilar símbolos 
matemáticos, escreve os números de forma incorreta. As pessoas com discalculia 
também apresentam dificuldade para posicionarem os símbolos matemáticos na folha 
e não tem noção de espaço. 
Os distúrbios de aprendizagem envolvem uma incapacidade de adquirir, reter 
ou usar habilidades ou informações gerais, o que resulta de dificuldades com a 
atenção, com a memória ou com o raciocínio e afeta o desempenho acadêmico. 
As crianças afetadas podem ser lentas para aprender os nomes das cores ou 
das letras, para contar ou para aprender a ler e escrever. Os distúrbios de 
aprendizagem são distúrbios de neurodesenvolvimento. 
Os distúrbios de aprendizagem são bastante diferentes da deficiência 
intelectual (anteriormente denominada retardo mental) e ocorrem em crianças com 
desempenho intelectual normal ou mesmo elevado. Os distúrbios de aprendizagem 
afetam somente certas funções, enquanto que nas crianças com deficiência 
intelectual as dificuldades afetam de maneira ampla as funções cognitivas. 
Os três tipos comuns de distúrbios de aprendizagem são: 
 Distúrbios da leitura 
 Distúrbios da expressão escrita 
 Distúrbios envolvendo a capacidade matemática 
Assim, crianças com distúrbios de aprendizagem podem ter dificuldades 
significativas para compreender e aprender matemática, mas nenhuma dificuldade 
para ler, escrever e se sair bem em outras matérias. A dislexia é o distúrbio de 
aprendizagem mais conhecido. Os distúrbios de aprendizagem não incluem as 
dificuldades de aprendizagem que se devem a problemas de visão, audição e de 
coordenação ou a distúrbios emocionais, embora esses problemas possam também 
ocorrer em crianças com distúrbios de aprendizagem. 
As crianças podem nascer com um distúrbio de aprendizagem ou desenvolver 
um à medida que crescem. Ainda que as causas dos distúrbios de aprendizagem não 
sejam completamente conhecidas, elas incluem anomalias dos processos básicos 
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envolvidos na compreensão ou no uso da linguagem falada ou escrita ou do raciocínio 
numérico ou espacial. As possíveis causas incluem doença da mãe ou uso de drogas 
tóxicas pela mãe durante a gravidez, complicações durante a gravidez ou parto (por 
exemplo, pré-eclâmpsia ou trabalho de parto prolongado) e problemas com o recém-
nascido no momento do parto (por exemplo,prematuridade, baixo peso ao 
nascimento, icterícia grave ou pós-maturidade). Após o nascimento, possíveis fatores 
incluem exposição a toxinas ambientais como chumbo, infecções do sistema nervoso 
central, cânceres e seus tratamentos, desnutrição e isolamento social grave ou abuso 
ou negligência emocional. 
As dificuldades de aprendizagem (DAs) consideradas como inespecíficas são 
aquelas que não afetam o desenvolvimento de modo a impedir alguma aprendizagem 
em particular. 
Principais Distúrbios de Aprendizagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disgrafia 
 
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Crianças disgráficas são aquelas que apresentam dificuldades no ato motor da 
escrita, tornando a grafia praticamente indecifrável; sendo assim, disgrafia é a 
perturbação da escrita no que diz respeito 
ao traçado das letras e à disposição dos 
conjuntos gráficos no espaço utilizado. 
Relaciona-se, portanto, esta às 
dificuldades motoras e espaciais. Estudos 
apontam que a criança com disgrafia 
escreve de maneira desviante ao padrão, 
contemplando uma caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas e mal 
elaboradas/ proporcionadas. 
Quando a criança apresenta esse distúrbio, são comuns características como: 
(i) letra excessivamente grande ou excessivamente pequena macrografia e –
micrografia, respectivamente; 
(ii) forma das letras irreconhecível; 
(iii) traçado exagerado e grosso ou demasiadamente suave; 
(iv) grafismo trêmulo ou com irregularidade; 
(v) escrita demasiadamente rápida ou lenta; 
(vi) espaçamento irregular das letras ou palavras; 
(vii) erros e borrões que podem impossibilitar a leitura da escrita; 
(viii) desorganização geral no texto e 
(ix) utilização incorreta do instrumento com que escrevem. 
Para confirmar esse distúrbio, a criança deve contemplar o conjunto ou quase 
a totalidade das condições supracitadas; além disso, é possível que sejam notados 
outros comportamentos relacionados a outras dificuldades específicas de 
aprendizagem. 
 
Causas da Disgrafia 
 
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Cinel (2003) traz como prováveis causas para o desenvolvimento da disgrafia 
os distúrbios da motricidade fina e da motricidade ampla, distúrbios de coordenação 
visomotora, deficiência da organização têmporo-espacial, os problemas de 
lateralidade e de direcionalidade e, por fim, o erro pedagógico. 
Os distúrbios da motricidade fina e ampla 
compreendem disfunções psiconeurológicas ou 
anomalias na maturação do sistema nervoso central, 
levando à falta de coordenação entre o que a criança 
se propõe a fazer (intenção) e a respectiva ação. 
Para que os mecanismos da escrita sejam 
adquiridos pela criança, é necessário saber orientar-
se no espaço (motricidade ampla), ter consciência de seus membros e da mobilização 
destes, bem como ter a capacidade de individualizá-los (motricidade fina) a fim de 
pegar o lápis ou a caneta e riscar, traçar, escrever, desenhar (CINEL, 2003). 
Em relação à coordenação visomotora, temos que esta é a correspondência 
do movimento dos membros superiores, inferiores ou de todo o corpo a um estímulo 
visual; dessa maneira, quando a criança apresenta esse aspecto comprometido, ela 
apresenta dificuldade para traçar linhas com trajetórias predeterminadas, visto que a 
mão não “obedece” ao trajeto estabelecido (CINEL, 2003). 
No que se refere à organização têmporo-espacial, observa- -se a relação entre 
a orientação e a estrutura do espaço e do tempo. A deficiência nesse campo faz com 
que as crianças escrevam invertendo as letras e combinações silábicas, 
desobedecendo o sentido correto de execução das letras e escrevendo fora das 
linhas por não terem orientação sobre como utilizar a folha de papel (CINEL, 2003). 
Os problemas de lateralidade e de direcionalidade podem ser causados por 
perturbações do esquema corporal, pela má organização do próprio corpo em relação 
ao espaço ou por desarranjos de ordem afetiva. Quando as crianças apresentam 
esses problemas, estes podem ser observados de diversas maneiras: 
(i) lateralidade mal estabelecida ou dominância não claramente definida –
exemplo: inversão de letras na leitura ou na escrita;

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