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Lei de Inovação Tecnológica

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AULA 4 
GESTÃO ESTRATÉGICA 
DA INOVAÇÃO 
TEMA 1 – LEI DE INVAÇÃO TECNOLÓGICA: ASPECTOS 
LEGAIS DA INOVAÇÃO 
“A ciência está destinada a desenvolver um papel cada vez mais 
preponderante na produção industrial. E as nações que deixarem de 
entender esta lição hão inevitavelmente de serem relegadas à posição de 
nações escravas: cortadoras de lenha e carregadoras de água para os 
povos mais esclarecidos” (Rutherford, 1947). 
Apesar de essa citação ser antiga, é possível observar que, em um 
mundo cada vez mais globalizado, seu significado é diretamente 
condizente com as ações atuais. Como vimos anteriormente, o 
conhecimento é um dos principais recursos que direciona o 
desenvolvimento tanto das organizações como do mundo como um todo. 
Nesse sentido, toda a produção realizada pelas empresas e pessoas ao 
redor do mundo é resultado de um conjunto de informações que geraram 
o conhecimento necessário para tal ação. 
Anteriormente pudemos compreender que, devido à globalização, as 
diversas sociedades passam por transformações constantes em todos os 
campos da humanidade, sejam sociais, econômicos, políticos ou 
tecnológicos. Essa globalização, por sua vez, leva a diversas alterações 
na forma como as populações são constituídas, e muitas dessas 
alterações e evoluções são resultantes de pesquisas científicas e 
tecnológicas que surgiram nos mais diversos âmbitos. 
Desde os primórdios da humanidade, o homem procura melhorar tudo 
que está à sua volta, é uma ação natural da evolução humana, com o 
intuito de aperfeiçoar a sua comodidade e bem-estar no dia a dia. Esse 
aperfeiçoamento só foi possível por meio dos variados conhecimentos 
adquiridos nas mais diversas fontes, desde as mais primárias, como a 
natureza, até as mais complexas, resultantes de experimentos 
tecnológicos. Segundo Vetoratto (2018, p.56): 
o aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho, a inovação dos métodos de produção, 
da construção, da captação e geração de energia foram essenciais para a prosperidade 
de antigas civilizações, entre elas, pode-se citar o povo Egípcio, que se destacou em 
várias áreas, tanto na medicina por meio dos processos de mumificação e cirurgias, 
quanto na engenharia, visto que as construções das gigantescas pirâmides ainda são 
consideradas um enigma nos tempos modernos. 
Para que uma nação, empresa ou instituições de pesquisa e ensino 
tenham autonomia científica e tecnológica, é necessário que esses 
atores sejam capazes de produzir, absorver e transmitir conhecimento. 
Suas ações, por sua vez, 
2 
acarretam em ambientes produtivos, avançados e competitivos. Para que 
esses processos ocorram de forma sistemática e harmoniosa, são 
necessárias ações integradas dentro do próprio país a que estes atores 
pertencem. Essas ações auxiliam no melhor desenvolvimento da 
comunidade tecnológica, o que resulta em crescimento e 
desenvolvimento econômico em maior escala. 
Por conta desse desenvolvimento econômico, ações que envolvem as 
políticas de crescimento são essenciais para o bom andamento das 
atividades desenvolvidas pelas empresas e demais instituições com 
objetivo tecnológico e inovador. Segundo Vettorato (2018, p. 61), “é 
necessário que haja o envolvimento de todos os entes do estado 
brasileiro a fim de promover o progresso e convertê- lo no bem-estar da 
população, com melhoria da qualidade de vida da população, da redução 
das desigualdades sociais, bem como a ampliação do acesso à 
educação, cultura, lazer e saúde”. 
Por conta disso, o governo federal com o objetivo de levar o progresso econômico e 
social do país por meio do P&D, promulgou no dia 02 de dezembro de 2004, a Lei de 
incentivo à inovação, à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo (Lei n. 
10. 973/04), também denominada de Lei de inovação tecnológica. Essa lei apresentou 
as diretrizes gerais para o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas, 
integrando as universidades e empresas. (Vettorato, 2018, p. 65) 
Assim, nesta aula, compreenderemos os aspectos legais e os 
instrumentos que a lei da inovação fornece, com o objetivo de incentivar 
as pesquisas científicas no país. 
TEMA 2 – PROGRESSO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NO 
BRASIL 
No intuito de desenvolver o país, a Constituição Federal determina que 
os estados e municípios devem agir de acordo com a legalidade, 
objetivando o bem da nação, os direitos e deveres dos cidadãos, bem 
como os da política. Além disso, apresenta alguns objetivos, por 
exemplo: “construir uma sociedade livre; justa e solidária; garantir o 
desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalidade e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, 
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação” (Brasil, 1989). 
Por meio desses objetivos, o governo deu início a um conjunto de 
investimentos na infraestrutura, ciência, tecnologia e educação. Um dos 
programas criados foi o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), 
que tinha 
3 
como objetivo incentivar obras estratégicas de infraestrutura por meio do 
FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Nacional) e do 
Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI). 
Por fim, vale ressaltar que a carta magna estabeleceu que o país tem a 
responsabilidade de gerenciar e adotar medidas que permitam o 
progresso tecnológico. Deste modo, os artigos 218 e 219 regulamentam 
as disposições constitucionais a respeito da ciência e da tecnologia 
promulgada pela Lei federal n. 10.973/2004, mais conhecida como lei de 
inovação tecnológica. 
TEMA 3 – OS ASPECTOS LEGAIS DA INOVAÇÃO 
TECNOLÓGICA 
Além dos pontos já citados anteriormente, a lei da inovação tem como 
objetivo incentivar as relações entre as universidades e os setores de 
produção, com o intuito de desenvolver os setores científicos e 
tecnológicos do país. Além disso, a lei trata das questões sobre a 
proteção do conhecimento intelectual, resultantes das pesquisas em 
C&T&I (ciência, inovação e tecnologia), bem como trabalha com os 
instrumentos legais para os procedimentos e a transferência de 
tecnologia e regulamentação de patentes para exploração comercial. 
O primeiro projeto de lei (PL) foi apresentado no ano de 2000 pelo senador Roberto 
Freire que transitou nas comissões de constituição e justiça e ficou arquivado por 
despacho presidencial. A comunidade científica do país se mobilizou e começou a 
debater a importância e a necessidade de uma legislação que regulamentasse as 
disposições do art. 218 e art. 219 da Constituição Federal. Assim, em 2003, o governo 
em substituição ao primeiro PL apresentou novo projeto, requerendo urgência para sua 
análise que culminou na lei 10.973/04. (Vettorato, 2018, p. 15) 
Vale ressaltar que a lei de inovação tecnológica enfrenta grandes 
desafios, por exemplo, superar a ideia de que a produção científica e 
tecnológica do país fica restrita somente às universidades, enquanto os 
setores produtivos são responsáveis por usufruir do conhecimento 
produzido. 
Em outros países, o desenvolvimento científico e tecnológico está devidamente atrelado 
às relações entre as universidades, empresas e sociedade, por meio de ações de P&D 
focadas nas necessidades e anseios das comunidades regionais, os recursos para 
financiamento das pesquisas são tanto de origem pública como privada e voltados para 
resolver problemas concretos e elaborar soluções que possam auxiliar o progresso 
econômico e social do país. (Vettorato, 2018, p. 15) 
Para que uma nação alcance um alto poder econômico, o investimento 
em P&D é fundamental, além disso, as estratégias envoltas nesses 
processos podem se tornar importantes projetos que reduzem o nível de 
desigualdade do país. “O 
4 
ano de 2004 deve ser considerado um ‘divisor de águas’, pois finalmente 
o Estado resolveu adotar posturas de ousadia a fim de instaurar a 
independência econômica e social do Brasil” (Vettorato, 2018, p. 20). 
A lei de inovação também traz consigo uma série deinstrumentos que 
visam o fomento à inovação, à pesquisa científica e à tecnologia. São 
diversos os mecanismos reunidos em lei que atuam como mecanismo 
propulsor para o P&D e C&T&I. Vetoratto (2018) apresenta três eixos 
essenciais, são eles: 
• �  Estímulo à construção de ambientes especializados e 
cooperativos de inovação (art. 3o ao art. 5o); 
• �  Estímulo à participação das ICTs no processo de Inovação 
(art. 6o ao art. 18o); 
• �  Estímulo à inovação nas empresas (art. 19 ao art. 21). 
É importante destacar algumas informações a respeito de alguns 
órgãos 
do presente marco regulatório. De acordo com Vetoratto (2018, p. 
82): 
Denominou-se como agências de fomento todo e qualquer órgão ou instituição de 
natureza pública ou privada que possuam entre seus objetivos o financiamento de 
ações que visem promover o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação 
(art. 2o, I); invenção é todo modelo de utilidade, desenho industrial, programa de 
computador, topografia de circuito integrado, nova cultivar ou cultivar 
essencialmente derivada e qualquer outro desenvolvimento tecnológico que 
acarrete ou possa acarretar o surgimento de novo produto, processo ou 
aperfeiçoamento incremental (art. 2o, II); criador como sendo todo o pesquisador 
que seja inventor, obtentor ou autor de criação (art. 2o, III); inovação todo e 
qualquer mecanismo de introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente 
produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços (art. 2o, 
IV); Instituição Científica Tecnológica – ICT – como todo o órgão ou entidade da 
administração pública que tenha por missão institucional executar atividades de 
pesquisa básica e aplicada de caráter científico ou tecnológico (art. 2o, V); Núcleo 
de Inovação Tecnológica – NIT – como o órgão ou núcleo, constituído por uma ou 
mais de uma ICT com a finalidade de gerir sua política de inovação (art. 2o, VI); 
Instituições de apoio criadas com base na Lei no. 8.958/94, com a finalidade de 
dar apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento 
institucional, científico ou tecnológico (art. 2o, VII); conceituou p pesquisador 
público o ocupante de cargo efetivo, cargo militar ou emprego público que realize 
pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico (art. 2o, VIII) e 
inventor independente toda a pessoa física, não ocupante de cargo efetivo, cargo 
militar ou emprego público, obtentor ou autor de criação. (art. 2o, IX) 
Caracterizados sob a ótica legal, é importante destacar algumas 
caracterizações de alguns de seus agentes. “As ICTs são todos os 
órgãos ou instituições de natureza pública que possuem como 
missão institucional desenvolver atividades de pesquisas básicas ou 
aplicadas de caráter científico 
5 
ou tecnológico, logo, presumem-se por excelência, como sendo ICTs 
todos os centros universitários” (Vettorato, 2018, p 78). A lei caracteriza o 
conceito de ICT em seu art. 2°, inciso V: 
V – Instituição Científica e Tecnológica – ICT: órgão ou entidade da administração 
pública que tenha por missão institucional, dentre outras, executar atividades de 
pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou tecnológico. 
Assim, “compreende-se que a lei da inovação tecnológica se distanciou 
do conceito de Instituição Científica e Tecnológica as instituições 
universitárias privadas e comunitárias”. Por conta disso, a lei está 
recebendo inúmeras críticas e pressões por parte das universidades 
privadas para que o texto seja modificado (Vettorato, 2018, p. 75). 
TEMA 4 – CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES PARA 
INOVAÇÃO 
O primeiro eixo a ser tratado na lei da inovação é a construção de 
ambientes especializados que levam à cooperação para inovações. O 
objetivo central é construir parcerias estratégicas para o desenvolvimento 
de P&D, entre o setor público e privado, envolvendo as empresas 
brasileiras, ICTs e órgãos sem fins lucrativos. 
Dessa forma, a norma que norteia este projeto apontou duas formas 
diferenciadas de atuação: “a constituição de alianças estratégicas” e, não 
menos importante, “o desenvolvimento de projetos de cooperação”. 
Menciona o caput do art. 3° da lei n. 10.973/2004 da seguinte maneira: 
Art. 3o – A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas 
agências de fomento poderão estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas 
e o desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas nacionais, ICT e 
organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa 
e desenvolvimento, que objetivem a geração de produtos e processos inovadores. 
Parágrafo único. O apoio previsto neste artigo poderá contemplar as redes e os projetos 
internacionais de pesquisa tecnológica, bem como ações de empreendedorismo 
tecnológico e de criação de ambientes de inovação, inclusive incubadoras e parques 
tecnológicos. 
De acordo com Barbosa (2006, pág. 29), no art. 3° da lei de inovação 
tecnológica, “os termos de inter-relação do setor público e do setor 
privado enquanto perseguindo a inovação”. A autora, ainda, menciona 
que “se trata de norma de empoderamento, tendo como destinatários a 
União, os Estados, o 
6 
Distrito Federal, os Municípios e as respectivas agências de fomento; a 
lei comete a tais entes a missão de apoio aos atores do processo 
inovador”. 
Assim, a construção dos ambientes que fornecem apoio ao 
desenvolvimento, que têm como objetivo principal levar o progresso 
científico e tecnológico do país, ficam em segundo plano do governo, 
fazendo com que os principais investimentos sejam restritos às 
instituições públicas. Dessa forma, as ações de P&D ficam restritas aos 
interesses e às necessidades do governo. 
Neste sentido, Barbosa (2006, p. 31) descreve a cooperação para 
constituição de ambientes especializados: “[...] os ambientes 
especializados e cooperativos, com o uso potencial de criação das 
instituições públicas, especialmente universidade e centros de pesquisa, 
pelo setor econômico, numa via de mão dupla, perquirindo a inovação e 
o progresso em C&T (ciência e tecnologia)”. 
Além disso, as parcerias resultantes das cooperações entre as diversas 
instituições devem ser amparadas pela legalidade da administração 
pública, e os acordos, atender as disposições da Lei n. 8.666/1993. O art. 
4° 
leciona que as ICT’s poderão, mediante financiamento e por prazo determinado, por 
meio de contrato ou convênio, compartilhar ou permitir a utilização de seus laboratórios, 
equipamentos, instrumentos, materiais e a utilização de suas dependências por 
empresas nacionais, preferencialmente empresas de pequeno e médio porte, e as 
organizações de direito privado sem fins lucrativos voltados para o desenvolvimento de 
atividades de pesquisas, sem prejuízo das finalidades institucionais da Instituição. 
(Vettorato, 2018, p. 34) 
Art. 4o As ICT poderão, mediante remuneração e por prazo determinado, nos termos de 
contrato ou convênio: 
I - compartilhar seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais 
instalações com microempresas e empresas de pequeno porte em atividades voltadas à 
inovação tecnológica, para a consecução de atividades de incubação, sem prejuízo de 
sua atividade finalística; 
II - permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e 
demais instalações existentes em suas próprias dependências por empresas nacionais 
e organizações de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de 
pesquisa, desde que tal permissão não interfira diretamente na sua atividade-fim, nem 
com ela conflite. 
Parágrafo único. A permissão e o compartilhamento de que tratam os incisos I e II do 
caput deste artigo obedecerão às prioridades, critérios e requisitos aprovados e 
divulgados pelo órgão máximo da ICT, observadas as respectivas disponibilidades e 
assegurada à igualdade de oportunidades às empresas e organizações interessadas. 
Este item descreve o modo como serão formados os ambientes 
direcionadospara a inovação segundo a lei. 
Primeiramente, entende-se que este dispositivo possa sofrer diversas críticas por parte 
da sociedade. Dessa forma, os protocolos de intenção, 
7 
convênios, acordos e contratos deverão estar respaldados em detalhados planos de 
trabalho, que deverão estar presentes às obrigações específicas de cada instituição 
participante ou as atividades a serem desenvolvidas em conjunto; os orçamentos 
detalhados e as fontes de recursos; datas para as prestações de contas e apresentação 
de relatórios parciais e finais, das atividades desenvolvidas; cláusulas com o dever de 
confidencialidade em face do acesso às instalações por terceiros; e deverá constar, 
expressamente, de acordo com a legislação pertinente, o tratamento a propriedade 
intelectual decorrente de tais atividades. (Vettorato, 2018, p. 83) 
TEMA 5 – ESTÍMULO À INOVAÇÃO NAS EMPRESAS 
No último eixo, a lei de inovação apresenta dois dispositivos que têm 
como objetivo estimular a inovação nas empresas. O art. 19 disciplina os 
instrumentos nos nortes da inovação na seara do setor produtivo: 
Art. 19. A União, as ICT e as agências de fomento promoverão e incentivarão o 
desenvolvimento de produtos e processos inovadores em empresas nacionais e nas 
entidades nacionais de direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de 
pesquisa, mediante a concessão de recursos financeiros, humanos, materiais ou de 
infraestrutura, a serem ajustados em convênios ou contratos específicos, destinados a 
apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento, para atender às prioridades da 
política industrial e tecnológica nacional. 
§ 1o As prioridades da política industrial e tecnológica nacional de que trata o caput 
deste artigo serão estabelecidas em regulamento. 
§ 2o A concessão de recursos financeiros, sob a forma de subvenção econômica, 
financiamento ou participação societária, visando ao desenvolvimento de produtos ou 
processos inovadores, será precedida de aprovação de projeto pelo órgão ou entidade 
concedente. 
§ 3o A concessão da subvenção econômica prevista no § 1o deste artigo implica, 
obrigatoriamente, a assunção de contrapartida pela empresa beneficiária, na forma 
estabelecida nos instrumentos de ajuste específicos. 
§ 4o O Poder Executivo regulamentará a subvenção econômica de que trata este artigo, 
assegurada a destinação de percentual mínimo dos recursos do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT. 
§ 5o Os recursos de que trata o § 4o deste artigo serão objeto d programação 
orçamentária em categoria específica do FNDCT, não sendo obrigatória sua aplicação 
na destinação setorial originária, sem prejuízo da alocação de outros recursos do 
FNDCT destinados à subvenção econômica. 
Diferentemente dos outros dispositivos legais, o art. 19, conforme 
Barbosa (2006, pág. 173), “propõe os termos da assistência prestada 
pelas ICTs ao setor privado, no tocante às prioridades da política 
industrial e tecnológica nacional. Está aqui a diferença que justifica o 
tratamento especial previsto neste artigo”. A autora dá especial destaque 
às principais diferenças entre os mecanismos da lei de incentivo à 
inovação, às pesquisas científicas e tecnológicas voltadas ao ambiente 
produtivo. 
8 
No Art. 3o se regula a cooperação através de alianças estratégicas e projetos de 
desenvolvimento. No Art. 4o se prevê o acesso do setor privado às instalações físicas 
das ICTs. O Art. 8o rege a atividade da ICT enquanto prestadora dos serviços no caso 
de aquisições de tecnologia, serviços de pesquisa, etc., em que o tomador d serviços 
seja terceiro, pessoa jurídica pública ou privada. O Art. 9o trata de parceria, ou seja, 
junções de esforços entre uma ICT e terceiros com fins de desenvolvimento inovativo, 
sem criação de uma pessoa jurídica própria. No caso de cooperação entre entes 
públicos e privados que tome a forma de uma pessoa jurídica específica, a norma 
aplicável é a do Art. 5o. No caso de assistência prestada pela ICT a terceiros, inclusive 
empresas privadas, sem objetivos comuns, aplica-se este 19. No caso de fornecimento 
de tecnologia ou licenciamento de criações desenvolvidas pela ICT, aplica-se o Art. 6o. 
(Barbosa, 2006, pág. 173- 174) 
Assim, importante para o desenvolvimento econômico do país é a 
consolidação de políticas públicas que norteiam a inovação. Dessa 
forma, a lei de inovação tecnológica é imprescindível para a efetivação 
deste processo. Esse instrumento de cunho jurídico estabelece os 
direcionamentos que, por muitas vezes, não condizem com a cultura 
nacional, deixada ao cargo das universidades a função do 
desenvolvimento tecnológico. 
São diversos mecanismos legais que têm como função estimular essa 
interação entre as empresas e as universidades com o objetivo de propor 
ações para o desenvolvimento nacional. No entanto, essas ações dever 
ser colocadas em prática de forma transparente e de acordo com as leis 
regulatórias. 
Por fim, ressalta-se que o interesse público deve se sobrepor aos 
interesses particulares, deixando claro que todos os processos 
administrativos precisam pautar-se na legalidade, na eficiência, na 
impessoalidade e na moralidade. 
Nesta aula, apesar de diversos termos jurídicos apresentados, fica 
evidenciada a real importância do desenvolvimento do conhecimento e 
das tecnologias nas diferentes esferas econômicas. Fica claro, também, 
que esses são os principais pilares para o desenvolvimento global e, 
consequentemente, precisam ser apreciados com cuidado por toda a 
comunidade. 
9 
REFERÊNCIAS 
ANDREASSI, T. Gestão da inovação tecnológica. São Paulo: Thomson 
Learning, 2007. 
BARBOSA, D. B. Bases constitucionais da propriedade intelectual. 
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10 maio 2008. 
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Alegre: Livraria do Advogado, 2000. 
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Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 
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Produção, 2004, vol. 11, n. 2, 2004, p. 231-238. Disponível em: <http://
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11

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