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Virologia

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Virologia
Parasitas intracelulares obrigatórios, são
organismos subcelulares que não possuem
metabolismo ativo fora de uma célula hospedeira. 
São classificados em ordens, famílias, subfamílias,
gênero e espécie.
Uma partícula viral completa chama-se vírion, é
composta por capsídeo e ácido nucleico e, em
alguns casos, por envelope viral (membrana
lipoproteica).
Possui apenas um tipo de ácido nucleico, RNA ou
DNA, além de poucas proteínas e poucas ou
nenhuma enzima.
Podem ser divididos entre os que infectam
bactérias (bacteriófagos) e os que infectam plantas
e animais.
Vírus de animais e
plantas
Vírus de
bactérias
Penetra a célula
hospedeira
Apenas o ácido nucleico Todo o vírion
Local em que
replicam-se
Citoplasma (procariontes
não possuem núcleo)
Núcleo
Os vírus apresentam um espectro de hospedeiros,
a maioria é capaz de infectar apenas alguns tipos
específicos de células de uma espécie de
hospedeiro.
A maioria dos que infectam humanos possuem
RNA de fita dupla.
Vírus de animais possuem quatro possibilidades de
desfecho:
• Lise da célula hospedeira;
• Células hospedeiras não danificadas;
Em infecções latentes em que o vírus
não é replicado.
• Liberação do vírion por brotamento;
A célula hospedeira pode não se lisada,
como ocorre em alguns vírus
envelopados.
• Conversão em uma célula tumoral.
Classificação
Baseia-se em:
Morfologia: tamanho, forma, tipo de simetria
estrutural do capsídeo, presença de glicoproteínas,
presença de envelope.
Replicação e organização do genoma: DNA ou
RNA, forma de replicação, tamanho do genoma, fita
simples ou dupla, ácido nucleico linear ou circular,
número e posição de sequências de leitura aberta,
conteúdo de guanina-citosina no genoma,
características da transcrição e da tradução,
processamento pós-traducional, sítio de montagem,
maturação e liberação da partícula viral.
Propriedades das proteínas virais: número,
tamanho e atividade de proteínas estruturais e não
estruturais, sequencia de aminoácidos, tipos de
modificação como fosforilação, metilação e
glicosilação, estrutura tridimensional e atividades
funcionais especiais como transcriptase e
neuroamidase.
Propriedades de lipídeos e carboidratos: refere-
se a composição e teor desses elementos.
Propriedades físico-químicas: massa molecular,
densidade de flutuação, estabilidade e variações de
pH e suscetibilidade a calor, íons divalentes,
detergentes e radiação.
Propriedades antigênicas: relações sorológicas.
Resumo de microbiologia
Propriedades biológicas: variedade de
hospedeiros naturais, modo de transmissão,
distribuição geográfica, relações com vetores,
patogenicidade, tropismos, patologias e
histopatologias.
Taxonomia
A partir dessas características os vírus são
agrupados em famílias. Elas são representadas
pelo sufixo –viridae e podem ser agrupadas em
ordens, reconhecidas pelo sufixo –virales.
Subfamílias possuem o sufixo –virinae e gêneros
são reconhecidos pelo sufixo –virus. Por último, a
classificação mais importante é em espécies.
Ordem (–virales)
↓
Família (–viridae)
↓
Subfamílias (–virinae)
↓
Gêneros (–virus)
↓
Espécies
Nome da família, subfamília e gênero deve
começar com maiúscula. Enquanto o nome da
espécie não deve, além de não ser escrito em
itálico.
Há também a classificação baseada no tipo de
ácido nucleico e método de replicação:
Grupo I: dsDNA (fita dupla), transcrição com
produção de mRNA.
Grupo II: ssDNA (fita simples), polaridade positiva
(a mesma do mRNA).
Grupo III: dsRNA.
Grupo IV: (+)ssRNA (polaridade positiva).
Grupo V: (–)ssRNA (polaridade negativa, ou seja,
complementar ao mRNA).
Grupo VI: ssRNA-RT (polaridade positiva e que se
replica através de um intermediário de DNA).
Utilizam a transcriptase reversa.
Grupo IV: dsDNA-RT (replica-se através de um
intermediário de RNA de fita simples).
Estrutura dos vírus
As principais estruturas são:
• Capsídeo;
• Ácido nucleico viral;
• Proteínas virais;
• Envelope.
Nucleocapsídeo = ácido nucleico + proteínas do
capsídeo.
O capsídeo fornece proteção e rigidez. As
subunidades proteicas similares formam um arranjo
simétrico energeticamente favorável, pois isso
reduz a necessidade de informação genética e
favorece a automontagem.
Essa organização das subunidades proteicas
(protômeros) determina diferentes simetrias:
• Icosaédrica;
• Helicoidal;
• Complexa.
20 triângulos equiláteros formam um icosaedro.
Sua forma mais simples apresenta três protômeros
em cada face, esse agrupamento chama-se
capsômero.
Na forma helicoidal o arranjo é em uma espiral oca
em forma de bastão, rígida ou flexível. Possuem
envelope.
Há ainda os vírus que possuem simetria complexa.
Resumo de microbiologia
Exemplos:
O envelope viral é uma membrana lipoproteica com
proteínas vírus-específicas e lipídeos derivados da
célula hospedeira. A aquisição desses lipídeos
ocorre pelo brotamento do nucleocapsídio.
Alguns vírus apresentam ainda glicoproteínas em
formato de espículas em sua superfície, as quais
ligam-se a receptores na célula hospedeira.
O envelope deixa o vírus mais suscetível a
detergentes e solventes lipídicos.
O ácido nucleico pode ser:
• DNA ou RNA;
• Circular ou linear;
• Dupla ou simples fita;
• Segmentada ou não.
A maioria é haploide, exceto o retrovírus, que é
diploide.
O RNA de fita simples pode ser positiva,
semelhante ao mRNA, ou negativa,
anticomplementar ao mRNA.
As proteínas virais facilitam a transferência do
genoma viral. Na superfície determinam a
especificidade de hospedeiros e de órgãos e
tecidos, além de serem os antígenos que induzem
a reposta inflamatória.
Com base nos antígenos, há sorotipos, ou seja,
número de determinantes antigênicos que induzem
a resposta inflamatória no hospedeiro. Por
exemplo, os poliovírus possuem três sorotipos.
Vacinas para um vírus com mais de um sorotipo
deve conter todos.
As proteínas internas podem ser estruturais ou
enzimas.
Ciclo biológico viral
A ligação com a célula hospedeira se dá pela
interação com receptores por meio de ligações
fracas.
A multiplicação viral possui duas etapas principais:
• Período de eclipse;
• Período de crescimento ou de maturação.
No período de eclipse o vírion é rompido e perde
sua infecciosidade detectável.
O ácido nucleico viral começa a se acumular e as
atividades metabólicas da célula são
redirecionadas para suprir as demandas virais. Isso
pode ocorrer de forma exclusiva, levando à morte
celular, ou de maneira discreta.
Após esse período de síntese, o ácido nucleico é
empacotado no capsídeo para formar novos
vírions, sendo então chamado período de
crescimento ou de maturação.
Resumo de microbiologia
Esses dois períodos juntos são chamados de
período de latência, no qual o vírus ainda não pode
ser detectado, pois os vírions recém-sintetizados
ainda não surgiram externamente à célula.
Uma infecção pode ser produtiva, resultando em
partículas infecciosas, ou abortiva, quando a célula
não é capaz de sustentar a expressão dos genes
virais ou quando o vírus é defeituoso.
Etapas do ciclo viral
Pode ser dividido em sete eventos principais:
• Adsorção;
• Penetração;
• Desnudamento;
• Expressão gênica;
• Replicação do genoma;
• Montagem;
• Liberação.
Há também outra divisão:
• Eventos precoces: adsorção, penetração e
desnudamento;
• Eventos intermediários: expressão gênica e
replicação do genoma;
• Eventos tardios: montagem e liberação.
Adsorção
Ligação específica de uma glicoproteína viral a um
receptor de superfície da célula hospedeira. Isso
ocorre por pontes de hidrogênio, ligações fracas
não covalentes.
Somente células suscetíveis ao vírus expressam as
moléculas receptoras necessárias para a adsorção.
Com poucas exceções, essa ligação é irreversível.Os receptores geralmente são glicoproteínas, mas
também podem ser sequências de proteínas ou
oligossacarídeos.
Penetração
A captação da partícula viral pode ocorrer por três
mecanismos:
• Penetração direta;
Envolve a translocação do vírus inteiro
pela membrana.
• Endocitose;
Ocorre por meio de receptores e leva
ao acúmulo de proteínas virais dentro
de vesículas intracitoplasmáticas.
• Fusão direta.
O envelope viral se funde com a
membrana da célula. Envolve a
interação de uma proteína de fusão
com um segundo receptor celular.
Vírus envelopados: qualquer um dos três
mecanismos.
Vírus não envelopado: apenas penetração direta ou
endocitose.
Desnudamento
Concomitante à penetração, consiste na separação
do ácido nucleico viral, liberando o genoma viral
para a sua expressão na forma de ácido nucleico
livre ou de nucleocapsídio.
No caso do nucleocapsídio, ele é transportado até
próximo ao núcleo, onde o ácido nucleico atravessa
um poro nuclear.
Durante o desnudamento o vírus perde sua
infecciosidade.
Algumas vezes necessita de pH ácido no
endossomo.
Existem vírus que não são totalmente desnudados,
a expressão do seu genoma só ocorre se ele
estiver parcialmente revestido.
Bacteriófagos não passam por essa etapa, apenas
o material genético é injetado.
Expressão e replicação do genoma viral
Consiste na transcrição de mRNAs específicos a
partir do ácido nucleico viral. Depois esses mRNAs
são traduzidos.
Contudo, nenhuma célula possui uma enzima que
realize a transcrição do RNA para mRNA ou
transcreva diretamente DNA para mRNA no
Resumo de microbiologia
citoplasma. Dessa forma, os vírus possuem dois
tipos de enzimas:
• RNA polimerase-RNA dependente;
• RNA polimerase-DNA dependente.
Vírus DNA de fita dupla que possuem transcriptase
reversa utilizam um intermediário de RNA de fita
simples. Já os vírus de DNA de fita simples
replicam-se no núcleo da célula, formando um
intermediário de fita dupla.
RNA fita simples de polaridade positiva já serve
como mRNA. Ao penetrar na célula, o RNA
encaminha-se para o ribossomo para ser traduzido.
Alguns possuem mRNA policistrônico, são
traduzidos para mais de uma cadeia polipeptídica
que será clivada formando várias proteínas. Outros
apresentam mRNA subgenômico, em que
pequenos trechos do mRNA molde são traduzidos.
Os vírus de RNA fita simples com polaridade
negativa precisam estar associados a uma
transcriptase viral que faz sua polaridade ficar
positiva.
O retrovírus possuem RNA fita simples e estão
associados a transcriptase reversa. Essa enzima
transcreve o RNA viral em DNA para que possa
integrar-se ao genoma da célula hospedeira.
O mRNA é traduzido gerando proteínas precoces,
que são enzimas necessárias para a replicação do
genoma viral, e proteínas tardias, estruturais da
progênie viral.
Uma proteína precoce importante é a polimerase
ou replicase, a qual replicará o genoma viral.
Contudo, alguns vírus utilizam a polimerase da
célula hospedeira.
Montagem e liberação
O ácido nucleico deve ser empacotado dentro do
capsídeo.
Vírus não envelopados podem ser montados tanto
no citoplasma quanto no núcleo e dependem da
lise para serem liberados.
Vírus envelopados adquirem o envelope na
membrana plasmática, nuclear ou de vesículas e
são liberados por brotamento ou exocitose.
Normalmente não causam lise.
Lisogenia
O DNA viral integra-se ao cromossomo da célula e
nenhuma partícula viral é produzida.
O mais conhecido é o ciclo lisogênico do fago
lambda. Ao entrar na célula, o DNA torna-se circular
por meio de uma enzima que liga às extremidades
da fita. O balanço de duas proteínas, o repressor e
o antagonista do repressor decide se o vírus irá ou
não entrar no ciclo lisogênico. A dominância do
repressor determina a entrada no ciclo lisogênico,
não havendo transcrição dos genes precoces.
O repressor liga-se em regiões operadoras do DNA
viral e inibe a transcrição. Contudo, se o
antagonista do repressor conseguir inibir a
transcrição do repressor, o processo não ocorre,
havendo replicação do genoma viral.
A partir da entrada no ciclo lisogênico uma enzima
de recombinação quebra o DNA circular da bactéria
e do fago, ligando-os em locais complementares.
A replicação da bactéria leva as células-filhas a
herdarem o genoma viral.
O prófago pode ser induzido a sair do ciclo por luz
ultravioleta ou substâncias que danifiquem o DNA.
Isso ocorre por causa da indução da síntese de
protease, que cliva o repressor, permitido a síntese
de proteínas, inclusive as que excisam o prófago do
DNA bacteriano.
Existem fagos que ficam em um ciclo lisogênico
extracromossomicamente.
Resumo de microbiologia
De maneira similar a lisogenia, nos vírus que
infectam as células humanas há a latência.
Patogenia, prevenção e controle
Patogenia viral
A patogenia de um vírus são os danos causados
por ele no organismo hospedeiro.
A patogenicidade desse microrganismo é a sua
capacidade de infectar o hospedeiro e causar-lhe
danos.
Características das doenças virais:
• Muitas são subclínicas, assintomáticas;
• Uma doença pode ser causada por
diferentes vírus;
• Um único vírus pode causar diferentes
doenças;
• A doença não tem relação com a
morfologia do vírus;
• A evolução de uma doença depende de
fatores virais e do hospedeiro, por exemplo,
a genética de ambos.
A patogênese viral pode ser dividida em sete
etapas:
1. Penetração do vírus no hospedeiro;
2. Replicação viral primária;
3. Propagação do vírus;
4. Lesão celular;
5. Resposta imunológica do hospedeiro;
6. Eliminação do vírus ou estabelecimento de uma 
infecção persistente;
7. Disseminação viral.
Penetração e replicação
Uma das portas de entrada mais comum para os
vírus é o trato respiratório. Para que o infecte, deve
superar as camadas de muco e de células ciliadas,
os macrófagos alveolares e os anticorpos IgA.
Exemplos:
• Vírus influenza (gripe);
• Rinovírus (resfriado comum);
• Vírus Epstein-Barr (mononucleose infecciosa);
• Herpes-vírus simples 1 (herpes labial);
• Adenovírus (pneumonia);
• Coronavírus.
Alguns vírus entram no organismo pelo trato
gastrointestinal, devendo superar o pH ácido do
estômago, a alcalinidade do intestino, enzimas que
degradam proteínas, a camada de muco, as células
fagocitárias e os anticorpos IgA. Esses vírus
utilizam a transcitose mediada por células M da
mucosa intestinal, essas células endocitam e
transferem antígenos para o tecido linfoide
localizado abaixo do epitélio, podendo invadir vasos
linfáticos e capilares, disseminando-se pelo
organismo.
Exemplos:
• Vírus da hepatite A;
• Poliovírus (poliomielite);
• Rotavírus (diarreia).
Existem também os vírus que entram pelo trato
urogenital, apesar do muco e pH ácido. A atividade
sexual pode resultar em abrasões no epitélio
vaginal ou na uretra, o que permite a entrada de
vírus. Alguns desses infectam o epitélio, causando
lesões locais, enquanto outros causam infecções
disseminadas.
Exemplos:
• Papilomavírus humano;
• Vírus da hepatite B;
• Vírus da imunodeficiência humana;
• Herpes-vírus simples 2 (herpes genital e neonatal);
Vírus que infectam a conjuntiva possuem a
secreção ocular e o movimento das pálpebras
dificultando a sua entrada. Normalmente, esse tipo
de infecção ocorre devido a procedimentos
oftálmicos.
A entrada do vírus pela pele só pode ocorrer em
lesões locais. Na epiderme não há vasos e a
infecção limita-se ao local. Podem ganhar acesso à
derme por meio da picada de vetores artrópodes,
agulhas contaminadas, tatuagens e piercings,
chegando a outros locais do organismo.
Exemplos:
• Vírus da raiva;
• Vírus da febre amarela;
• Vírus da dengue;
• Papilomavírus humano (verrugas).
Propagação
A via mais comum é a correntesanguínea ou
linfática.
Resumo de microbiologia
A fase mais curta na maioria das infecções virais é
a presença do vírus na corrente sanguínea,
chamada viremia. Podem estar associados a
células específicas ou livres.
O tropismo do vírus determina o padrão de doença
sistêmica produzida na infecção. Ele se dá pelas
proteínas de superfície viral e a presença de
constituintes intracelulares essenciais para a
síntese viral.
Alterações celulares e doença clínica
Uma infecção pode levar a quatro possíveis efeitos
em uma célula:
• Morte;
• Fusão das células para formar uma célula
multinucleada;
• Transformação maligna;
• Nenhuma mudança aparente.
A inibição da síntese de macromoléculas pode levar
à morte celular, uma vez que a maquinaria celular é
redirecionada.
Os corpúsculos de inclusão são estruturas que
correspondem a áreas distintas contendo proteínas
ou partículas virais. Eles podem ser intranucleares
ou intracitoplasmáticos.
Um exemplo são os corpúsculos de Negri,
presentes em neurônios infectados pelo vírus da
raiva.
A formação de células multinucleadas, ocorre por
alterações na membrana celular.
O poliovírus leva a doença por matar neurônios
motores, causando a paralisia nos músculos que
são inervados por esses neurônios. Contudo, nem
toda doença é resultado dos danos causados pelo
vírus, como é o caso da diarreia causada por
rotavírus, na qual há estimulação do sistema
nervoso entérico.
Resposta imune do hospedeiro
Inclui tanto a resposta imune adaptativa quanto
inata. A resposta imune inata auxilia na inibição do
crescimento viral no momento em que o vírus induz
respostas humoral e celular, principalmente a partir
da indução de interferon.
Os alvos da resposta são as proteínas virais, a
partir de seu reconhecimento, as células T
citotóxicas podem lisar as células infectadas
A resposta humoral protege contra reinfecções,
bloqueando as etapas de fixação, penetração e
desnudamento.
Há vírus que expressam proteínas que bloqueiam a
apoptose, outros – a maioria dos vírus de RNA –
possuem alta taxa de mutação e causam uma
variação antigênica produzindo proteínas alteradas.
Há ainda vírus que produzem proteínas
antagonistas a citocinas e interferon, impedindo a
ligação desses fatores a seus receptores. Por fim,
alguns expressam proteínas que bloqueiam
proteínas do complexo principal de
histocompatibilidade de classe I.
Infecções persistentes
Não são rapidamente eliminadas, as partículas
virais continuam sendo produzidas por meses ou
anos de forma contínua ou intermitente.
Em alguns casos, mesmo após o término da
detecção de proteínas virais, o genoma viral
continua na célula infectada.
As infecções podem ser de três tipos:
• Crônica: o vírus é continuamente produzido
e excretado;
• Lenta: há um longo período entre a
infecção primária e o aparecimento de
sintomas;
• Latente: o vírus permanece na sua forma
não infecciosa com períodos intermitentes
de reativação.
Disseminação viral
Pode ocorrer em diferentes momentos da doença
dependendo do vírus.
Em algumas doenças, como a raiva, o ser humano
apresenta infecção terminal, não disseminando o
vírus.
A transmissão pode ocorrer de duas formas:
• Vertical: da mãe para o embrião ou feto;
• Horizontal: de um indivíduo para o outro, da
mesma espécie ou não.
A contaminação horizontal pode ocorrer por meio:
• Contato;
◦ Direto;
◦ Indireto (objetos e gotículas).
• Por um veículo (água e alimentos);
• Vetores.
◦ Biológicos: o vírus se replica no vetor;
Resumo de microbiologia
◦ Mecânicos: o vírus só é carregado pelo
vetor.
Prevenção de infecções virais
A principal forma é por meio de vacinas.
Existem também formas de prevenção gerais:
• Uso de antissépticos;
• Evitar compartilhamento de utensílios como
talheres;
• Evitar contato com pessoas contaminadas.
Para doenças mais específicas:
• Uso de repelentes (doenças transmitidas
por mosquitos);
• Uso de preservativo (doenças transmitidas
sexualmente);
• Evitar consumir alimentos crus (doenças
virais entéricas).
Acredita-se que as proteínas de superfície geram
uma resposta imune mais eficaz do que as
proteínas do cerne viral, as quais desempenham
papel muito pequeno ou nulo na resistência à
infecção.
Alguns fatores dificultam o desenvolvimento de
vacinas:
• Diversos sorotipos (rinovírus);
• Grande número de reservatórios animais
(influenza);
• Integração do DNA viral no cromossomo
hospedeiro (retrovírus);
• Infecção de células do sistema imunológico
(HIV).
As vacinas podem ser desenvolvidas de duas
formas:
• Vírus mortos;
• Vírus vivos atenuados.
Vacinas com vírus mortos/ vacinas inativadas
Preparadas a partir de vírions completos, estimula
a produção de anticorpos contra as proteínas de
revestimento do vírus.
Vantagens:
• Não apresenta reversão para a virulência;
• Possibilita o desenvolvimento de vacinas
na ausência de vírus atenuados aceitáveis.
Limitações:
• Deve-se ter extremo cuidado para garantir
que não haja vírus virulento vivo residual.
• Conferem imunidade de curta duração e
devem ser reforçadas com o tempo.
• A administração parenteral induz a
produção de IgM e IgG, mas pode não
induzir adequadamente IgA na porta de
entrada natural do vírus ou local primário
de replicação;
• Podem induzir hipersensibilidade quando
há infecção subsequente.
Vacinas com vírus vivos atenuados
Utilizam vírus mutantes que possuem alguma etapa
da sua patogênese restrita.
O processo consiste na infecção de culturas de
células ou ovos embrionários de vírus patogênicos,
obtendo-se, após uma série de passagens, cepas
menos virulentas. Essas cepas sofreram mutações
genéticas que comprometem sua patogenicidade
sem afetar sua capacidade replicativa.
Vantagens:
• Atua como a infecção natural no seu efeito
na imunidade, estimulando produção
duradoura de anticorpos;
• Induz boa resposta celular; 
• Leva ao desenvolvimento de resistência na
porta de entrada.
Limitações:
• Risco de reversão para maior virulência
durante a replicação;
• Possíveis contaminantes por agentes
desconhecidos no substrato da cultura;
• Essas vacinas possuem prazo de validade
limitado;
• Podem ter sua eficácia reduzida se houver
infecção concomitante com vírus de
ocorrência natural, que pode inibir a
replicação do vírus da vacina.
Controle de infecções virais
É feito principalmente pelo uso de fármacos, os
quais devem ser capazes de atuar seletivamente
nos vírus, sem lesar as células do hospedeiro.
Devido ao período de latência, os vírus
disseminam-se antes do aparecimento de algum
Resumo de microbiologia
sintoma, tornando o tratamento com medicamentos
ineficaz. Contudo, eles são necessários quando
não há vacinas ou quando a vacina não é tão
eficaz.
Antivirais
Análogos de nucleosídeos: inibem as polimerases
necessárias para a replicação do ácido nucleico
viral; alguns incorporam-se ao ácido nucleico viral,
bloqueando sua síntese ou alterando sua função.
Podem inibir enzimas celulares.
O aparecimento de variantes resistentes ao
fármaco pode ser retardado com o uso combinado
de diferentes antivirais.
Exemplos:
• Aciclovir (acicloguanosina);
• Lamivudina (3TC);
• Ribavirina;
• Vidarabina (adenina arabinosídeo);
• Zidovudina (azidotimidina, AZT).
Inibidores da transcriptase reversa: atua ligando-se
diretamente na enzima transcriptase reversa,
rompendo seu sítio catalítico. 
Rapidamente surgem mutantes resistentes.
Exemplo:
• Nevirapina.
Inibidores de protease: liga-se à protease do HIV,
necessária em seu ciclo biológico para a formação
do cerne do vírion maduro e para a ativação da
transcriptase reversa.
Exemplos:
• Saquinavir;
• Indinavir;
• Ritonavir.
Outros tipos: outro medicamento utilizado contra
HIV é o fuzeon, que bloqueia a fusão da membranacelular com o vírus em sua entrada.
Contra a influenza, a amantadina e a rimatadina,
aminas sintéticas, bloqueiam o desnudamento viral.
Esses fármacos devem ser administrados de forma
profilática.
O foscarnete é um análogo orgânico do fosfato
inorgânico, atuando pela inibição seletiva das DNA-
polimerases e transcriptases reversas virais no sítio
de ligação do fosfato.
A metisazona foi o primeiro antiviral, ele atua
bloqueando um estágio avançado da replicação
viral, formando partículas virais imaturas não
infecciosas.
Diagnóstico das infecções virais
O diagnóstico de doenças virais é realizado de
diversas formas:
• Método clássico;
◦ Isolamento de vírus e inoculação em sistemas
hospedeiros.
• Métodos sorológicos;
◦ Detectam anticorpos do paciente e antígenos
virais.
• Métodos moleculares.
◦ Identificação de ácidos nucleicos virais.
O método é escolhido com base no vírus e no
estágio da doença.
Isolamento de vírus e inoculação em
sistemas hospedeiros
O vírus é identificado em cultivo celular. A infecção
de uma célula é necessária para que haja
replicação. A inoculação deve ser rápida pois
muitos vírus são desativados em temperatura
ambiente.
Esse diagnóstico baseia-se no efeito citopático, ou
seja, alterações na aparência das células. As
alterações, o tipo de célula e o tempo que leva para
aparecerem levam a identificação do vírus.
Em vírus que possuem a proteína hemaglutinina
em seu envelope, como sarampo, parainfluenza e
influenza, podem ser observados outros efeitos:
• Hemadsorção: ligação de hemácias na
superfície de células infectadas.
• Hemaglutinação: aglutinação de hemácias
causada pela infecção viral.
Resumo de microbiologia
Outros vírus, como o da rubéola, podem ser
detectados pela interferência no efeito citopático de
alguns enterovírus.
Há ainda aqueles vírus, como enterovírus, que são
detectados pela diminuição da produção de ácido
por células infectadas que estão morrendo. O
vermelho de fenol no meio de cultura permanece
vermelho na presença do vírus, indicando
alcalinidade. Caso não haja infecção, torna-se
amarelo.
Para isolar os vírus aviários e influenza utiliza-se o
modelo de propagação em ovos embrionários. Com
condições ideais de temperatura e umidade e
circulação de ar inocula-se o vírus via saco vitelino,
cavidade amniótica, cavidade alantóica ou
membrana corioalantróica. Via de inoculação e
idade do embrião dependem do vírus. Analisa-se a
hemaglutinação ou lesões esbranquiçadas ou
hemorrágicas na membrana corioalantróica.
Sorologia e métodos imunológicos
Baseia-se na formação de anticorpos específicos
após uma infecção, podendo ser detectados no
soro.
Determina também o status imunológico do
paciente, verificando se já foi infectado ou
imunizado para certo vírus.
Os métodos clássicos detectam IgG, o qual
permanece por toda a vida na maioria das
infecções virais.
Testes que detectam anticorpos totais também
detectam IgM, a primeira imunoglobulina a ser
produzida e que decai rapidamente. Esse método
não diferencia IgG e IgM. IgA também pode ser
detectada, mas IgD e IgE apresentam quantidades
mínimas.
Teste imunoenzimático (ELISA)
Utilizado tanto para detecção de anticorpos quanto
de antígenos. Envolve anticorpos conjugados com
enzimas.
O soro é adicionado a uma placa sensibilizada com
um antígeno do vírus que se quer investigar. Caso
haja infecção ou imunização os anticorpos vão se
ligar ao antígeno na placa de ensaio.
O sistema é lavado, o que não reagiu é eliminado e
o que reagiu fica preso no antígeno aderido à
placa. São adicionados anticorpos anti-
imunoglobulina humana conjugados com enzimas,
que ligam-se aos anticorpos ligados ao antígeno.
Adicionando-se o substrato da enzima, a reação
produz uma coloração no meio. 
Para detectar antígenos, a placa é sensibilizada
com anticorpos.
Esse teste é o rastreamento primário para HIV,
utilizando-se antígenos para detectar-se anticorpos
no soro.
Teste de neutralização (TN) 
Também detecta anticorpos. 
Baseia-se no princípio de que os vírus, ao
interagirem com anticorpos específicos, são
neutralizados e perdem sua infecciosidade.
Resumo de microbiologia
O soro é misturado com o vírus, para que caso
hajam anticorpos eles interajam. A mistura é
inoculada em uma cultura de células e seu efeito
citopático é observado.
Esse teste pode ser usado também para identificar
um vírus desconhecido, utilizando-se anticorpos
específicos.
Teste de inibição da hemaglutinação (HI)
Inibição da capacidade de hemaglutinação de um
vírus ao reagir com um anticorpo específico.
O soro é misturado com partículas virais e seu
houve anticorpos, o vírus perde sua capacidade de
hemaglutinação.
Aplicável somente a vírus com capacidade
aglutinante, como influenza, parainfluenza e
sarampo.
Teste de fixação do complemento (FC)
O complemento é um agente lítico (promove a lise
celular) e ele pode ser ligado por um complexo
antígeno-anticorpo.
O teste é feito com uma mistura de soro, com
anticorpos ou não, partículas virais e o
complemento. Adiciona-se então um complexo
formado por hemácias-anticorpo anti-hemácia e se
o complemento não foi fixado na primeira etapa
devido à ausência de anticorpos, ele lisará a
hemácia. Assim, a ausência de hemólise indica a
presença de anticorpos. 
Também pode ser utilizado para identificação de
um vírus desconhecido.
Imunofluorescência (IF)
Utiliza anticorpos marcados com corantes
fluorescentes, chamados anticorpos conjugados.
Existem dois tipos:
• Imunofluorescência direta;
• Imunofluorescência indireta.
A direta é utilizada apenas para a detecção de
antígenos. Um anticorpo conjugado específico é
adicionado a uma lâmina de microscópio contendo
células infectadas. Se o anticorpo for específico do
vírus, eles irão ligar-se, emitindo fluorescência.
A indireta pode ser usada tanto para detectar o
antígeno quanto o anticorpo. Anticorpos não
marcados são adicionados à lâmina contendo
células infectadas e, após um tempo de incubação,
a lâmina é lavada para remover anticorpos não
ligados. Então, um anticorpo anti-imunoglobulina
conjugado é adicionado e, após incubação, a
lâmina é observada. Caso os anticorpos da
primeira etapa tenham se ligado, serão
reconhecidos pelos anticorpos conjugados,
havendo fluorescência.
Aglutinação passiva
Baseia-se no princípio da aglutinação direta, ou
seja, agrupamento de antígenos livres pela ligação
de anticorpos específicos.
O antígeno é artificialmente ligado a uma partícula
carreadora com anticorpos específicos em sua
superfície. Essas partículas se agrupam pela
ligação dos anticorpos de sua superfície aos
antígenos.
Também pode ser utilizado para detectar
anticorpos. As partículas carreadoras, nesse caso,
carregam antígenos virais conhecidos e são
misturadas com o soro. A aglutinação indica a
presença de anticorpos. 
Teste da imunoperoxidase (IP)
É parecida com a imunofluorescência e utiliza
anticorpos conjugados com a enzima peroxidase.
Esses anticorpos, ao se ligarem aos antígenos de
interesse e após a adição do substrato da
peroxidase, produzem uma coloração que pode ser
observada no microscópio óptico. 
Pode ser feito de maneira direta ou indireta.
Immunoblotting/ western blotting (WB)
Refere-se, geralmente, à técnica de western
blotting, que consiste na separação de proteínas
por um gel de eletroforese e sua posterior
transferência para uma membrana. 
Resumo de microbiologia
Inicialmente, uma amostra é adicionada a um gel
de poliacrilamida contendo o detergente duodecil
sulfato de sódio (SDS-PAGE). Esse detergente faz
com que as proteínas adquiram carga negativa e
desnaturem, tornando-se umacadeia totalmente
estendida e solúvel. 
Esse gel é submetido a uma voltagem, de forma
que as proteínas, agora carregadas negativamente,
migrem em direção ao polo positivo do gel,
separando-as em bandas. Essas bandas são,
então, transferidas para uma membrana de
nitrocelulose, também por meio da aplicação de
voltagem. As bandas na membrana são cortadas
em tiras, de forma que cada tira serve como um
antígeno para o immunoblotting, em que uma
banda do antígeno é relacionada com uma proteína
do vírus intacto. 
Assim, o soro reage com as proteínas das bandas,
de modo que, se há o anticorpo para aquele
antígeno, será formado o complexo antígeno-
anticorpo. 
Faz-se, então, uma reação imunoenzimática,
adicionando-se um anticorpo anti-imunoglobulina
conjugado a uma enzima, o qual emitirá uma
fluorescência que pode ser detectada.
É muito utilizado para a confirmação de um
resultado positivo do ELISA para HIV, medindo a
presença de anticorpos contra esse vírus no soro.
Métodos moleculares
Envolvem a biologia molecular do vírus, como a
identificação de sequências do ácido nucleico viral. 
Podem ser divididas em métodos para:
• Detecção; 
• Determinação da sequência; 
• Quantificação do ácido nucleico viral; 
• Genotipagem com comparação do genoma
viral. 
Detecção qualitativa do ácido nucleico
Divide-se em:
• PCR;
• Reação de hibridação;
• Southern, northern e dot blot;
• Eletroforese em gel poliacrilamida.
PCR (reação em cadeia da polimerase) 
Consiste na amplificação de sequências de DNA.
Um ácido nucleico-alvo é isolado de uma amostra.
Caso esse ácido nucleico seja um RNA, ele deve
ser inicialmente convertido em DNA complementar
(cDNA) pela ação da transcriptase reversa. 
As reações cíclicas utilizam o DNA-alvo,
nucleotídeos (chamados de desoxinucleotídeos
trifosfato/dNTP), um tampão (para garantir as
condições ideias), uma enzima DNA polimerase e
primers, que consistem em pequenas sequências
de nucleotídeos que fornecem o ponto de partida
para a síntese de DNA. 
Inicialmente, os elementos da reação são
aquecidos (90°C – 96°C) para que haja a
desnaturação do DNA, separando suas fitas.
Depois, a temperatura (65°C), de maneira que os
primers possam ligar-se. Por fim, a temperatura
sobe (70°C) para que a DNA- -polimerase realize o
alongamento da nova fita de DNA. 
Esse ciclo é repetido diversas vezes, de modo que
a amplificação ocorre de maneira exponencial.
O DNA amplificado (amplicon), pode ser detectado
por hibridização com uso de sondas específicas ou
visualizado após eletroforese e coloração do gel.
Resumo de microbiologia
Reação de hibridação
O amplicon gerado em uma reação de PCR pode
ser detectado por reações de hibridação. Além
disso, permite a identificação de outras sequências
de ácido nucleico viral.
São comercializadas sequências complementares
ao ácido nucleico viral, marcadas por enzimas,
chamadas sondas. Elas anelam-se ao ácido
nucleico viral, processo chamado hibridação.
As amostras são aquecidas para desnaturar o
material genético e separar as fitas, são
adicionadas as sondas e a reação é lavada para
que as sondas que não hibridizaram sejam
removidas. Então, o substrato da enzima da sonda
é adicionado e, com isso, sondas hibridizadas
emitem fluorescência, observada pelo microscópio,
indicando a presença de ácido nucleico viral na
amostra.
Southern, northern e dot blot
São semelhantes entre si:
• Southern blot: detecta DNA;
• Northern blot: detecta RNA;
• Dot blot: detecta DNA ou RNA.
São também muito parecidas com immunoblotting
ou western blot, mas utilizam a hibridização de
sondas em vez de anticorpos para a detecção do
material genético.
Assim, a sequência de ácido nucleico de interesse
é separada por eletroforese em gel e transferida
para uma membrana. A detecção é feita pela
adição de sondas marcadas com radioisótopo ou
enzima na membrana.
Eletroforese em gel poliacrilamida (PAGE)
Além de ser utilizada nas técnicas de blotting, pode
ser utilizada sozinha para vírus de genoma
segmentado, como rotavírus e reovírus.
Os segmentos são separados no gel de acordo
com o seu tamanho molecular por meio da
aplicação de voltagem. Esse gel pode então ser
corado, por exemplo, com nitrato de prata.
Determinação da sequência do ácido nucleico
viral
Utilizado para investigar a possibilidade de reação
cruzada, como é o caso de HBV e HCV, bem como
para direcionar a terapia no caso do HIV, que pode
auxiliar na detecção de resistência a drogas. 
Para esse último caso, são analisadas as
sequências da transcriptase reversa e da protease
viral e comparadas com o vírus selvagem. 
Quantificação do ácido nucleico viral 
Utilizada para a indicação de prognóstico, resposta
à terapia antiviral e determinação do risco de
transmissão. 
É bastante utilizada para a indicação do
prognóstico para infecções com HIV, visto que
níveis plasmáticos de RNA viral estão relacionados
com o estágio da doença, de forma que pacientes
com baixos níveis permanecem assintomáticos e
saudáveis por longos períodos de tempo. 
Uma das técnicas mais comumente utilizadas na
quantificação do ácido nucleico viral é a PCR. A
principal forma de se realizar a quantificação por
essa técnica é mediante a PCR em tempo real,
também chamada de PCR quantitativo (qPCR). Ela
utiliza sondas fluorescentes para monitorar a
amplificação do DNA em tempo real, bem como
para sua quantificação. 
São adicionadas sondas fluorescentes que se ligam
ao DNA. Essas sondas podem ser específicas,
como a TaqMan, ou não específica, como a SYBR
Green.
A sonda sequência-específica garante que a
sequência de interesse está sendo amplificada. A
TaqMan consiste em dois fluoróforos ligados por
uma sequência de DNA que se hibridiza com o
meio da sequência-alvo. Quando esses fluoróforos
estão ligados na sonda, não há a emissão de
fluorescência. Quando a sonda se liga ao DNA-
alvo, a Taq polimerase corta a sonda em
nucleotídeos, soltando os fluoróforos e permitindo a
liberação da fluorescência, a qual pode ser
detectada.
Resumo de microbiologia

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