Buscar

PM_08-115

Prévia do material em texto

em batata importada mantida em serviço de quarentena por técnicos da 
Embrapa, e representa constante ameaça à bataticultura nacional. Este patógeno 
foi descrito pela primeira vez na América do Norte, mas foi disseminado para 
outros continentes por meio do intercâmbio de tubérculos (batata-semente) 
infectados, tendo sido, até o momento, descrito nos seguintes países: Afeganistão, 
África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, China, Costa Rica, Egito, Estados 
Unidos, Índia, Japão, Nigéria, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Rússia e Ucrânia.
Círculo de hospedeiros, sintomas e danos:
 Os sintomas induzidos pelo PSTVd em batata incluem: (i) redução do 
desenvolvimento e crescimento da planta (nanismo) com consequente redução 
do tamanho dos tubérculos; (ii) malformações, alterações na coloração, 
encrespamento das margens e diminuição do tamanho das folhas e folíolos; (iii) 
pontos necróticos em pecíolos e ramos principais, (iv) afilamento dos tubérculos 
(Figura 2), que podem apresentar pequenos “olhos-superficiais”, os quais 
evoluem para rachaduras, inviabilizando a comercialização do produto. Os 
sintomas podem ser intensificados em condições de elevada temperatura e 
luminosidade, evidenciando um risco ainda maior para as condições tropicais e 
subtropicais. Vale lembrar que tanto em plantas de batata como em muitas 
outras espécies hospedeiras, infecções por PSTVd podem ser assintomáticas 
(infecção latente), o que pode facilitar a difusão desse viroide via trânsito de 
materiais vegetais infectados.
 O círculo de hospedeiros do PSTVd é dependente do seu genoma, ou seja, 
simples mutações podem alterar tanto a gama de hospedeiros como a severidade 
dos sintomas. Porém, de uma maneira geral, o PSTVd apresenta amplo círculo de 
hospedeiros podendo infectar mais de 160 espécies de plantas em pelo menos 13 
famílias botânicas, incluindo outras solanáceas de importância econômica como 
pimentão (Capsicum annuum), berinjela (Solanum melongena), petúnia 
(Petunia spp.) e o tomateiro (Solanum lycopersicon), em que causa doença 
conhecida por ‘bunchy top’. As perdas causadas pelo PSTVd em plantios de 
209
batata variam de acordo com o isolado (patógeno) e o cultivar (hospedeiro), 
podendo causar um decréscimo de até 64% no rendimento da cultura.
Transmissão
A via principal de difusão do PSTVd tem sido o intenso intercâmbio internacional 
de materiais de propagação vegetativa (principalmente tubérculos utilizados 
como batata-semente) infectados. O PSTVd é facilmente transmitido 
mecanicamente por meio de ferramentas contaminadas (canivetes e tesouras), 
normalmente empregadas em sistemas de propagação vegetativa. Além disso, 
pode também ser transmitido por enxertia, sementes verdadeiras e pólen. A 
transmissão do PSTVd por afídeos foi relatada em associação com partículas do 
Potato leafroll virus, PLRV (vírus do enrolamento da folha da batata), porém, a 
importância dessa transmissão é relativa e a epidemiologia, nesse caso específico, 
é dependente da epidemiologia do vírus.
Controle
 Assim como são recomendadas para os vírus, as medidas preventivas são as 
mais importantes e efetivas para o controle dos viroides. No caso do PSTVd, a 
utilização de material de propagação vegetativa (batata-semente) sadio é 
fundamental. Porém, está diretamente associada ao bom desempenho de outras 
medidas, tais como: (i) redução do trânsito de materiais propagativos a partir de 
áreas de ocorrência do PSTVd; (ii) programas de indexação e certificação 
fitossanitária eficientes; (iii) serviços de quarentena bem implementados com 
métodos de detecção que apresentem elevada especificidade e sensibilidade; (iv) 
acompanhamento da cultura e eliminação de plantas com sintomas; (v) controle 
de plantas daninhas, que podem ser hospedeiras alternativas do PSTVd; (vi) 
desinfecção de ferramentas (canivetes e tesouras de poda) com solução de 
hipoclorito de sódio 5%.
 A resistência genética representa o modo mais efetivo de controle de vírus e 
também de viroides. Porém, embora fontes de resistência tenham sido 
identificadas em Solanum berthaultii, e tolerância (infecção pelo viroide sem a 
manifestação de sintomas - latência) tenha sido observada em batata (S. 
210

Continue navegando