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AULA 6 INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL E ESTRATÉGIA DE CROSS SELLING TEMA 1 – CROSS SELLING (VENDA CRUZADA) Um dos maiores desafios nas empresas, quando o assunto é vendas, é encontrar pessoas que saibam vender. No processo seletivo para contratação de profissional da área de vendas, a experiência anterior do candidato tem uma importância enorme, pois há a percepção de que “profissionais mais rodados conhecem os atalhos para ajudar clientes a decidir por uma compra". Enfim, são mais hábeis ao negociar e despertar nas pessoas o desejo pela compra. No entanto, contar apenas com o talento individual, pode não ser a melhor solução. É neste sentido que a utilização de técnicas de vendas poderá ser uma escolha estratégica mais acertada. Várias são as definições em relação à venda direta ou marketing direto. Entretanto, observa-se existir um consenso entre os autores na forma direta e planejada da abordagem das empresas, junto aos potenciais clientes, das estratégias de marketing direto. 1. Marketing direto ou venda direta: Destacar as qualidades de um produto ou serviço é parte do processo, e a argumentação precisa ter o objetivo de atender às necessidades do cliente sem perder a finalidade do produto ou serviço que está sendo oferecido. Portanto, é o processo pelo qual se identifica quem a empresa deve atingir e se direciona a estratégia de marketing para essas pessoas; 2. Cross selling é um termo do inglês que significa “venda cruzada”, utilizada basicamente para que o cliente seja convencido a comprar mais produtos do que inicialmente ele previa. Para convencer alguém, usamos sempre dados, fatos e argumentos, pois o convencimento, segundo o dicionário on line, significa” aceitar uma ideia ou admitir um fato, por meio de razões ou argumentos bem fundamentados”. O cross selling tem por objetivo aperfeiçoar ou melhorar a experiência do cliente e também aumentar o ticket médio1. Esta estratégia de venda oferece um mix2 de itens que se relacionam com o produto originalmente procurado pelo cliente e que venham a chamar a sua atenção e seu interesse, visando aperfeiçoar sua experiência de compra. Isto é muito comum em lojas virtuais. Ao buscarmos 1 2 Valor médio das vendas de um período. Mistura de todos os produtos e serviços que sua empresa oferece. 2 algum produto que temos interesse em um site, normalmente encontramos outros itens relacionados a ele como sugestões de compra. Para Maróstica et al. (2015, p.183), O conceito de cross selling (vendas cruzadas) visa otimizar receitas e custos num contexto de concorrência muito forte, em mercados maduros. Vender produtos ou serviços a um cliente já́ em carteira é até quatro vezes menos dispendioso do que fazê-lo a um cliente novo (2015, p. 183). O cross selling não tira a experiência original de compra: faz com que ela seja ainda melhor se a estratégia for bem aplicada. Se você já fez ou faz compra on line, provavelmente já se deparou com ofertas de produtos complementares ao que estava buscando. Por exemplo, um squeeze3 pode ser muito útil para alguém que procura um tapete de Yoga, e uma meia também será útil para alguém que está comprando um tênis. Se esta estratégia vier acompanhada de desconto, melhor ainda. A estratégia de cross selling acrescenta valor ao seu produto e principalmente valor ao seu cliente. Falamos de valor percebido, e não valor monetário, em R$ (financeiro). A estratégia do cross selling só será realmente atrativa quando o segundo produto é oferecido por um valor abaixo do que comumente se encontra à venda, ou ainda que os valores dos dois produtos (original e segunda oferta) tenham valores mais baixos. Vale reforçar que a estratégia de cross selling só terá sucesso se realmente gerar valor ao cliente; assim, a oferta do produto por produto sem o fator “combinação” não atrairá o cliente, nem fará com que ele decida pela compra. Se faz imperativo, então, atrair a atenção do cliente e suscitar a percepção de que realmente adquirir o “combo” é a melhor solução de compra para ele. É essencial que se diferencie o cross selling de outras estratégias, como o upselling e o downselling. Embora tenham nomes parecidos, apresentam abordagens diferentes, conforme veremos mais adiante. TEMA 2 – BENEFÍCIOS E VANTAGENS DO CROSS SELLING 3 Garrafa de plástico geralmente de 550ml utilizada para beber água durante provas de exercício físico. Com o conceito de cross selling já internalizado, vamos abordar os principais benefícios e vantagens da utilização desta estratégia de vendas, lembrando que vantagem, segundo o dicionário online, significa “ganho 3 (comercial, pecuniário, fiscal etc.) auferido numa transação; lucro” ou ainda “êxito obtido por participante numa campanha, torneio etc.; vitória”. Para iniciar o tema que trata dos benefícios e vantagens da estratégia de cross selling, um dos principais e talvez mais difíceis de serem obtidos é a obtenção da “lealdade do cliente”. É como se o cliente fosse o representante da marca. Isso significa ter pessoas que defendem a sua marca, que garantem a estabilidade e a sustentabilidade da empresa. Ter clientes leais é o sonho de consumo de qualquer empresa. É necessário analisar se as ofertas estão realmente oferecendo uma solução ao seu cliente e atendendo a sua demanda, afinal ele foi até você, seja na loja física ou virtual, para resolver um problema ou em busca de uma solução. Para agregar valor ao cliente, devemos apresentar produtos que sejam úteis e se relacionem com a compra inicial. Em tempos de mudança de comportamentos e de formas de relacionamentos, sem falar nas diversas restrições impostas, a satisfação está ao perceber que todas as soluções podem ser encontradas no mesmo lugar. Esta é com certeza uma relação que se perpetuará! Tornar-se um diferencial e referência na oferta de produtos e serviços será de maneira decisiva a melhor forma de obter esta vantagem competitiva. Para tanto, é essencial planejar as estratégias a serem utilizadas, os produtos a serem combinados, qual método pode ser usado e qual a maneira adequada para abordagem. Só assim a empresa chamará a atenção do cliente e fará com que este perceba valor na sua oferta. Neste ponto, é necessário fazermos um parêntese para lembrar da importância da percepção e do conhecimento! Conhecer o cliente é primordial, e perceber suas necessidades é o grande diferencial competitivo em relação aos concorrentes, e esta combinação é um indicativo da utilização daquilo que chamamos de inteligência de mercado. Conforme afirmado acima, a prática do cross selling aumenta o ticket médio e, consequentemente, aumenta a lucratividade da empresa, embora inicialmente possamos pensar que a empresa terá um lucro menor com o segundo produto, do que se ele fosse ofertado de forma individual. Talvez devêssemos, neste caso, pensar se o segundo produto teria forças para se vender sozinho. Outro importante benefício da prática do cross selling é que essa ação fortalece o relacionamento com o cliente, ao demonstrar que a empresa o conhece e que pode atender às suas necessidades e até as que ele ainda não sabe ou ainda não percebeu que tem. Imaginar as suas próprias experiências de compra podem 4 fazer com que você entenda melhor esta estratégia. Também podemos considerar como benefício o aumento da quantidade de clientes potenciais, pois, como podemos lembrar, "sempre que temos experiências boas de compras, indicamos a empresa para amigos, família etc.". Portanto, ao atender bem e propor soluções que realmente superem as expectativas do cliente, que deixem o cliente feliz, a empresa atinge um dos objetivos, que é a fidelização do cliente, e, consequentemente, traz novos clientes por meio da indicação e das referências. TEMA 3 – ESTRATÉGIAS DE VENDAS COM CROSS SELLING Podemos identificar outras vantagens e benefícios da prática do cross selling. Mas, como exercício, vamos deixar paraque cada um possa pensar a sua empresa e quais seriam estes benefícios e quais as vantagens, segundo as suas especificidades. Antes de iniciarmos este item, é importante esclarecer que cross selling não se aplica apenas as vendas online. Na verdade, esta é uma estratégia que deu muito certo no comércio físico e está sendo muito bem reproduzida no comércio digital. Então, considerando o crescimento do e-commerce nos últimos anos e as perspectivas de crescimento que se apresentam, devemos seguir analisando algumas das estratégias que podem ser utilizadas. Mas antes é necessário relembrar o conceito de estratégia. Segundo Ansoff apud Oliveira (2012, p. 3), que apresenta como sendo de autor desconhecido, "estratégia é quando a munição acaba, mas continua-se atirando, para que o inimigo não descubra que a munição acabou”. Em outras palavras, estratégia está diretamente relacionada à utilização de todos os recursos da organização, sejam eles recursos de tecnologia, recursos humanos, físicos, financeiros etc., tendo em vista a “maximização do uso das oportunidades identificadas no ambiente da empresa. É por isso que as estratégias devem apresentar efetiva interligação com os projetos das empresas” (Oliveira, 2012, p. 3). Neste contexto, o cross selling se apresenta como uma estratégia a ser aplicada visando buscar as vantagens e os benefícios listados no item anterior. Maróstica et al. (2015, p. 183) afirmam que "uma boa estratégia de cross selling pode maximizar os resultados, entretanto, faz-se necessário lançar a estratégia no momento oportuno". Assim, para iniciar, indicamos algumas estratégias de vendas que, se devidamente implantadas, poderão trazer resultados excelentes. Entre as estratégias, temos: 5 Conhecer o seu cliente é essencial, pois cada produto ofertado pode ser diferente para cada cliente ou grupo de clientes. Imagine que você como eu adora pesca esportiva, pesca há muito tempo, tem praticamente todos os equipamentos necessários para que seu momento de lazer seja maravilhoso; mas quer trocar apenas o seu caiaque. Ao se dirigir à loja ou acessar o site para comprar, você se depara com um caiaque no valor de R$ 6.350,00. Olha, avalia, analisa e decide pela compra. Ao chegar na fase de finalização da compra, fazem-lhe uma oferta de levar uma carretilha Shimano no valor de R$ 3.100,00, ou ainda uma caixa “porta apetrechos de pesca” por apenas R$ 299,90. O que você pensa? Eu pensaria que, infelizmente, esta loja não me conhece, nem se preocupou em me conhecer. Se conhecesse, saberia que eu não preciso de uma caixa para apetrechos, nem de uma carretilha. Mas, caso me oferecessem um novo modelo de isca artificial, com certeza eu ficaria muito tentada a efetuar a compra. Este exemplo caracteriza a importância de se conhecer o cliente, saber do que gosta, o que prefere, como transformar sua experiência de compra em algo que agregue valor. Figura 1 – Imagem de caiaque para pesca esportiva Crédito: xamyak/Shuttertock. 6 Figura 2 – Imagem isca artificial parapesca esportiva Crédito: Oleksandr Kliuiev /Shuttertock. Figura 3 – Imagem caixa para pesca esportiva Crédito: Yanas /Shuttertock. Enfim, conheça o perfil do seu cliente. Existem ferramentas tecnológicas que podem auxiliar neste processo, e também algo muito inovador, que chamaremos de “perceba o cliente”: olhe para o seu cliente, converse com ele, pergunte o que quer, para que quer. Só assim conseguirá identificar o que o cliente precisa e o que o sensibilizaria para comprar mais produtos. Percorra o caminho do comprador, para saber se realmente a oferta vai interessar a ele. Portanto, esperar que o cliente/comprador chegue à etapa final de sua compra é essencial para aumentar as chances de uma decisão positiva em relação à aquisição de um segundo produto. É importante entender como o comprador vai utilizar o produto que está comprando e como o produto vendido e a oferta de cross sell fará ele mais feliz. Lembre-se de que o cliente satisfeito indica a sua empresa! É importante ofertar produtos que realmente tenham relevância e sejam úteis para o cliente. Neste sentido, reforçamos a importância da estratégia de conhecer o seu cliente. Tentar uma venda cruzada sem conhecer as reais necessidades e desejos do comprador pode provocar distrações de tal forma que, 7 ao final, ele (cliente) não compre nem o produto que inicialmente estava procurando. Além destas estratégias de cross selling, podemos indicar outras, as quais, ao serem utilizadas, apresentam bons resultados. Entre elas, a preocupação em fazer das ofertas algo natural, de tal forma que o cliente tenha a percepção de que você e sua empresa querem ajudá-lo e atendê-lo da melhor maneira possível. Que tal utilizar algumas frases que ajudariam o cliente a tomar a decisão pela compra do segundo produto? “Quem comprou este produto, levou também este aqui” ou “veja este produto; você pode gostar dele”. Podemos utilizar também outras formas de abordagens e cuidados em relação ao cliente. Entre elas, identificamos a oferta de um número pequeno de produtos e ou serviços. Não adianta “encher” o cliente com muitas ofertas, acabar confundindo-o e provocando a indecisão. Mais uma ação que gera resultados positivos é a utilização de declaração de clientes que já compraram. Isso sempre gera segurança em quem está comprando. Não esqueça que o cross selling não é a oferta de produtos mais caros (conforme veremos mais adiante) e sim de produtos complementares. Sempre utilize a estratégia de cross selling combinada com outras estratégias de marketing visando a potencialização das ações (você já deve ter visto ofertas de cupons, frete grátis, leve 3 pague 2 etc.). Agora que já entendemos o que é cross selling, vamos exemplificar como identificar quando uma empresa, loja física ou comércio eletrônico está utilizando está técnica com seus clientes. Vamos iniciar com duas marcas conhecidas de fast foods4: McDonald’s e Burger King. Provavelmente, vocês já devem ter visto suas ofertas “leve mais uma fritas e um refrigerante por somente x R$”, e talvez tenham ficado muito tentados a adquirirem o combo. Outro exemplo bastante próximo se dá ao comprarmos roupas ou calçados esportivos. Ao comprar um tênis, invariavelmente nos oferecem uma meia, seja na compra online ou na loja física. Ao comprarmos uma calça ou bermuda para academia, oferecem-nos a blusa que combina com ela ou outros acessórios que podem ser úteis nos momentos da malhação. Outro exemplo ocorre na compra de um celular: ao sair da loja, vamos direto comprar uma película para proteger a tela e, ao escolher a película, o/a vendedor (a) nos oferece uma capa para o aparelho. 4 Gênero de comida (ger. sanduíches, batatas fritas etc.), preparada e servida com rapidez; comida de lanchonetes e similares. 8 Estes são exemplos simples de cross selling acontecendo, com o ticket médio aumentando. O cross selling só será realmente eficaz se os produtos a serem oferecidos aos clientes forem realmente úteis e apresentarem alguma vantagem ao cliente. Caso contrário, ele se sentirá enganado. TEMA 4 – DIFERENÇA ENTRE CROSS SELLING - UP SELLING - DOWNSELLING O cross selling ou venda cruzada é a oferta de um ou mais produtos que possam ser adicionados a um produto que o cliente já adquiriu, enquanto o up selling tem por objetivo a oferta de mais produtos que o produto originalmente adquirido pelo cliente. Segundo Maróstica et al. (2015, p. 184), As estratégias de up selling apontam mais à venda de maior quantidade do mesmo serviço ou produto; ou à venda de produtos/serviços de uma mesma família, associados naturalmente aos produtos e serviços comercializados numa venda anterior. Já o cross selling não objetiva alterar o produto original, mas sim adicionar outros produtos que possam complementar aquele que está sendo comprado (lembram do exemplo do caiaque de pesca?). Utilizando o mesmo exemplo docaiaque, vamos usar a estratégia de up selling. Neste caso, seria a oferta de um caiaque de valor bem mais caro, mais completo e que talvez possa apresentar uma qualidade maior. Neste sentido, a maior parte das técnicas de vendas tem por objetivo “aumentar o ticket médio (maior valor de compra por cliente), quer seja pela maior quantidade do mesmo produto (up selling), quer seja pela compra de outros itens (cross selling)” (Maróstica et al., 2015, p. 183). A figura a seguir tem por objetivo demonstrar a diferença dos conceitos entre o up selling e o cross selling: Figura 4 – Representação da estratégia de venda up selling e cross selling Créditos: Sudowoodo/Shutterstock; andrew1998/Shutterstock. 9 Segundo Maróstica et al., (2015, p. 184) o up selling é “o conceito de vendas aumentadas, prevê o incremento em uma mesma oportunidade, ou seja, aproveitar o ponto de contato e otimizar uma ação comercial". Mas aqui vale lembrar novamente a importância de conhecer o cliente, pois é necessário termos a percepção se o cliente realmente deseja um produto mais caro ou mais do mesmo produto. No Quadro 1, apresentamos algumas das diferenças entre as estratégias de Cross selling e Up selling Quadro 1 – Comparativo entre Cross selling e Up selling Cross selling Up selling Fator-chave Maior número de relações Maior número de soluções Conhecer melhor as necessidades do cliente, as suas exigências de entregas e "timing". Descobrir novas aplicações de determinados produtos e serviços. Aumentar a quota de clientes. Realizar "vendas defensivas" ante à concorrência. Aumentar o número de profissionais envolvidos nas contas-chave. Maior número de produtos e serviços já disponíveis, e de soluções "premium". Maior rentabilidade e menos custo por venda. Requisitos e rendimento Maior número de novos produtos e serviços. Maior rentabilidade por venda e menos custo por venda. Encurtar o ciclo de vendas e otimizar o ritmo de pedidos. Obter no momento compromissos de compra no futuro. Descobrir novas aplicações de determinados produtos e serviços. Aumentar a penetração por cliente. Consolidar a posição de empresa em médio e longo prazo. Definição Crescimento da relação com o cliente mediante a venda de maior número de produtos ou serviços Crescimento da relação com o cliente mediante maior venda do mesmo produto ou serviço, ou de versões mais Benefícios Fonte: Maróstica et al. (2015, p. 184), com dados de SDR (2014). Mesmo que os dois conceitos (cross e up selling) sejam distintos, eles podem ser aplicados de maneira simultânea. 10 A estratégia de downselling pode ser descrita como uma estratégia voltada a atender a necessidade do cliente e, principalmente, perceber quando este está propenso a desistir de uma compra principalmente pelo fator preço. Nesse momento, a equipe de vendas deve oferecer um produto mais barato, ou seja, com preço menor, mas que satisfaça parcialmente ou totalmente os anseios de consumo do cliente, sem prejudicar a sua experiência. Um exemplo clássico desta estratégia é o da concessionária de veículos, quando o vendedor percebe que o cliente olha um carro, mas não tem condições de adquiri-lo. Apesar disso, ele poderia tranquilamente comprar um similar ou o mesmo automóvel, só que de um modelo mais simples, com menor número de opcionais, por exemplo, mas com preço mais em conta, que não deixaria a desejar no seu objetivo final. Logo, o vendedor oferece essa opção para que o cliente não saia da loja sem nenhum veículo. Portanto, criar formas de estabelecer uma relação benéfica e melhorar a experiência de consumo dos clientes pode aumentar o valor percebido por eles em relação aos produtos e serviços oferecidos pela empresa, e ainda garantir maiores níveis de satisfação, prolongando o processo de permanência com a marca. TEMA 5 – KEY PERFORMANCE INDICATOR (KPI) – INDICADORES DE VENDA Finalizando nossa aula, não podemos deixar de abordar a questão dos indicadores de vendas, afinal estamos falando de estratégias de vendas (cross selling, up-selling e down selling) e precisamos de alguma maneira saber se o que foi programado está gerando resultados. Então, estamos falando de indicadores (KPIs), termo do inglês Key Performance Indicator, ou seja, KPIs de vendas que no geral são empregados para a avaliação da área de vendas de uma empresa. Antes, vamos buscar alguns conceitos de indicadores. O dicionário on line define indicador como “instrumento, dispositivo etc. que fornece indicações de pesos e medidas diversas”. Tendo como parâmetro os indicadores ou KPIs, a equipe de vendas obtém as informações necessárias para saber se as estratégias de vendas (ações/promoções) realizadas estão sendo eficazes e, assim, contribuindo para que as metas sejam alcançadas. A seguir, estão alguns indicadores que podem fornecer informações importantes para a tomada de decisão. Entre eles: 11 • Custo de Aquisição por Cliente – CAC: este indicador mede quanto em “$” dinheiro foi consumido para conquistar um cliente. Para chegar ao CAC, é necessário somar todos os gastos com marketing, publicidade, propaganda, vendas etc., que envolvem as áreas responsáveis pela obtenção de um cliente. O CAC demonstra a média do que foi investido em marketing e vendas e se as ações geraram resultados. Podemos considerar que, quanto mais alto o CAC, menor o retorno que estamos recebendo, considerando os valores investidos. Em contrapartida, quanto menor o CAC, maior é o retorno do que foi investido. Caso o CAC seja muito alto, é importante rever nossas ações, estratégias etc., visando possíveis reduções. Para calcular o CAC, é necessário considerar todos os gastos realizados com marketing, vendas, publicidade, propaganda, vendas, custos gerais e dividi-los pelo número de novos clientes. Custo total para aquisição de clientes Total de novos clientes Fonte: Martins, 2021. CAC O quadro anterior expõe a fórmula do CAC. Apenas o seu resultado pode não significar muito em termos de alteração de ações ou estratégias, se não for comparado a outros indicadores. Entre eles, o Ticket Médio e o LifeTime Value (LTV). • Ticket Médio – TM: Indicador de fundamental importância, pois demonstra o valor médio de vendas por cliente, ou seja, quanto o cliente gasta na compra de produtos e serviços na sua empresa. Saliento que o Ticket Médio não deve ser considerado isoladamente, mas sim considerando uma série histórica de medições para que realmente apresente dados relevantes sobre o movimento das suas vendas. Para se calcular o TM, dividimos o valor total de vendas (faturamento) pelo número de vendas do período. Assim, temos a seguinte fórmula: Fonte: Martins, 2021. TM = Faturamento Total Número vendas no período 12 Da mesma maneira que o CAC, o TM juntamente com outros indicadores fornece dados importantes em relação ao planejamento e ao aumento de resultados. No geral, podemos afirmar que o TM é um excelente indicador de desempenho, pois ilustra de forma clara quanto os clientes estão gastando e se estão gastando mais a cada compra, assim aumentando ou diminuindo o valor do Ticket Médio. Ao analisar o TM, é preciso considerar também outros indicativos importantes, como o lucro, a rentabilidade, a margem de contribuição etc., bem como outros indicadores da área de vendas. • LifeTime Value – LTV: É o indicador que nos informa o valor que um cliente devolve ao longo do tempo. Para calcular o LTV, é necessário multiplicar o TM pelo número de parcelas. O total deve ser multiplicado então pela média de anos de relacionamento com o seu cliente; • Taxa de Conversão – TC: Indicador que tem por objetivo medir e acompanhar os resultados, especialmente no que se refere ao Marketing Digital, ou seja, saber quanto dos seus leads (potenciais clientes) se converte em vendas, gerando assim resultados para a empresa. É de fundamental importância acompanhar a taxade conversão para avaliar as estratégias de marketing utilizadas, entre os principais motivos para se acompanhar a TC podemos destacar a análise do ROI (Retorno sobre o Investimento). Ter em mãos este dado permitirá avaliar se o que foi planejado poderá continuar ou deverá mudar de direção. A fórmula segue apresentada a seguir: Fonte: Martins, 2021. Para sabermos a quantidade de visitantes que realmente foram convertidos em clientes, é preciso dividir o número de visitas pelo número de conversões, conforme demonstrado na fórmula abaixo: TC = Leads (potenciais clientes) Número de visitantes X 100 TC = Número de vendas Total de visitas na loja Fonte: Martins, 2021. 13 O acompanhamento da Taxa de Conversão permite verificar e acompanhar a evolução dos visitantes e dos clientes potenciais (leads), pelo que chamamos de funil de vendas, possibilitando assim identificar possíveis pontos de melhoria ou mesmo gargalos e ainda vislumbrar novas oportunidades, ou oportunidades perdidas. • Número de leads gerados: Este indicador auxilia na avaliação da eficiência das estratégias de marketing. Leads são potenciais clientes que entraram em contato e demonstraram interesse no seu produto ou serviço e, como tal, deve ser convertido em vendas. Fizemos um esforço para captá-los. Temos que de alguma maneira transformá-los em compradores, acompanhar a sua jornada de compra (percurso do comprador de um determinado produto ou serviço), com objetivo de direcionar ofertas personalizadas que o direcionem à efetivação da compra. Devemos trabalhar nosso Funil de Vendas5 de modo que o marketing consiga avaliar o quanto de novas oportunidades geradas estão sendo convertidas em compras. Juntamente com o indicador do número de leads gerados, devemos analisar também o Número de leads qualificados; • Número de leads qualificados: Os leads qualificados são os clientes que, durante toda a jornada de compra, são providos de informações essenciais para que a compra se efetive. Vale ressaltar que prover os leads de informação e conhecimento sobre o produto ou serviço se torna de extrema importância para as equipes de vendas, marketing etc., visando alcançar uma excelente taxa de conversão. Como podemos ver até o momento, os indicadores devem ser analisados em conjunto e não separadamente. No final, o que buscamos é o monitoramento que garanta que o cliente tome a decisão de compra; • Carteira de Clientes: Neste indicador, o que vale não é a quantidade, mas sim a qualidade dos clientes. Infelizmente, ter uma grande carteira de clientes não significa que as ações e estratégias adotadas pelo marketing e pela área de vendas estão dando certo, pois, como dito antes, o que importa é a qualidade e não a quantidade. Para garantirmos a qualidade da nossa carteira de clientes, faz-se necessário separá-los por categorias, pois Funil de vendas: Representação do caminho percorrido por um potencial cliente (leads), desde o 5 primeiro contato com a empresa até a venda do produto ou serviço. 14 somente assim podemos aproveitar as melhores oportunidades. Uma das maneiras para categorizar a carteira de clientes é a análise da frequência de compra (clientes ativos e qual a frequência de compra). Outra forma de categorizar é fazendo a divisão horizontal (análise do comportamento do cliente e como a empresa gostaria que ele se comportasse). Estas duas formas de análise permitem que a empresa obtenha um bom conhecimento de sua carteira de clientes; • Número de negócios fechados (compra efetivada): Este indicador é importante. Mas, quando analisado em conjunto com outros, como o ticket médio, fornece subsídios excelentes para a equipe de vendas, marketing e principalmente para a gestão, quando da criação e definição das metas do próximo período; • Ciclo de vendas: Tem por objetivo analisar o tempo gasto por um cliente, desde o primeiro contato com a empresa até a finalização da compra. Quanto mais curto este tempo, mais tempo a equipe de vendas terá para se dedicar a busca de novos clientes, gerando assim um aumento nas vendas e, consequentemente, nos lucros da empresa. A análise deste indicador pode significar, entre outras coisas, que as informações não estão sendo suficientes para levar a efetivação da compra e, assim, novas estratégias e ações podem ser definidas pela equipe de marketing, inclusive com a verificação da qualidade das informações fornecidas aos clientes. É importante salientar que fazer o gerenciamento dos indicadores é essencial para conhecer a performance da empresa e automaticamente desenvolver novas e mais inovadoras estratégias. Ladeira e Santini (2018, p. 504) afirmam que “os indicadores devem ser ajustados e refinados com o passar do tempo para que estejam alinhados com as metas empresariais – e as empresas precisam aprender com seus indicadores”. Portanto, faz-se necessário acompanhar e analisar os indicadores de vendas, visando garantir que as ações tomadas estão gerando os resultados esperados. 15 REFERÊNCIAS CRAWFORD, M.; DI BENEDETTO, A. Gestão de Novos Produtos. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. DICIO. Disponível em: <https://www.dicio.com.br>. Acesso em: 18 jun. 2021. LADEIRA, W.; SANTINI, F. Merchandising e promoção de vendas: como os conceitos modernos estão sendo aplicados no varejo físico e na internet. São Paulo: Atlas, 2018. MARÓSTICA, E.; MARÓSTICA, N.; CASTELO BRANCO, V. R. Inteligência Empresarial. São Paulo: Cencage Learning, 2015. OLIVEIRA, D. P. R. Estratégia Empresarial e vantagem competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. SILVA, F. P. da. Gestão da inovação. [recurso eletrônico]. Porto Alegre: AMGH, 16
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