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AULA 4 INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL E ESTRATÉGIA DE CROSS SELLING TEMA 1 – FUNDAMENTOS DA GESTÃO DA INOVAÇÃO Ao iniciar o tema de inovação é importante ressaltar que o conceito tem inúmeras e variadas definições e interpretações, dependendo da empresa/organização bem como da forma que é trabalhada e incentivada. O Manual de Oslo define inovação como sendo a Introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado, no que se refere às suas características ou usos previstos, ou ainda, à implementação de métodos ou processos de produção, distribuição, marketing ou organizacionais novos ou significativamente melhorados. Se pensarmos no momento que estamos vivendo (pandemia Covid-19), temos em mãos um material de análise imensurável sobre a necessidade de inovação e transformação das organizações, seja em seus produtos, serviços, estruturas etc. Silva (2018, p. 13) define a transformação como o que norteia o nosso dia a dia, assim: Vivemos em uma sociedade na qual produtos, empresas, hábitos e, por conseguinte, a população passam por mudanças jamais imaginadas. Parte desse processo transformacional deve-se às tecnologias da informação e da comunicação, que apresentam novas possibilidades e oportunidades de negócios, de modo a incitar certa percepção da realidade que difere quase por completo da existente há alguns anos. Se em 2018, Silva afirmava que vivíamos grandes transformações, podemos imaginar o que ainda vamos vivenciar nos próximos anos após tantas mudanças e transformações sofridas por conta da pandemia. Dessa forma, pensar em inovação é premente e a base para essa inovação está no conhecimento. A expressão “economia baseada no conhecimento” foi cunhada para descrever as tendências, verificadas nas economias mais avançadas, e a uma maior dependência de conhecimento, informações e altos níveis de competência e a uma crescente necessidade de pronto acesso a tudo isto (Manual de Oslo, p, 31, item 59). O conhecimento é, então, um fator fundamental para a inovação e tem papel central no mundo cada vez mais competitivo, instável e globalizado. Afinal, como afirma Silva (2018, p. 14), “uma empresa que não inova está fadada ao fracasso”. Pois é justamente a inovação que gera mais valor para o cliente. Nesse sentido, muitas são as características que a configuram como um elemento catalizador de diferenciais competitivos, cuja busca é 2 constante para as instituições que desejam obter vantagens competitivas duradouras para, assim, anteciparem-se às concorrentes. Olhando para as grandes empresas como Amazon, Google, Uber, Facebook, AirbnB, é natural que passe por nossos pensamentos que tudo o que tinha para ser inventado já foi. Tirando o fato de que esses negócios não chegaram ao tamanho que estão simplesmente por serem boas ideias, achar que todas as grandes revoluções tecnológicas ou grandes ideias de negócio já aconteceram é ter uma visão muito simplista sobre a tecnologia e o nosso futuro. Por isso, quando se deparar com algum pensamento do tipo “gostaria de ter aproveitado melhor as grandes revoluções que vivemos nas últimas décadas”, pense nas oportunidades que estão aparecendo hoje e que você pode não estar vendo, justamente por pensar que tudo já foi inventado. O pensamento anterior nos remete a pensar em inovação e mais um pouco no significado da palavra. Primeiramente, é importante deixar claro que inovação não é invenção, então, o que é inovação? São inúmeras as definições para inovação, a definição centrada na Lei n. 10.973/2004 “Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências” estabelece que inovação é a Introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo e social que resulte em novos produtos, serviços ou processos ou que compreenda a agregação de novas funcionalidades ou características a produto, serviço ou processo já existente que possa resultar em melhorias e em efetivo ganho de qualidade ou desempenho (Brasil, 2004, art. 2°). Schumpeter (1934) afirmou que se uma invenção não gerar resultados em termos econômicos não será uma inovação. Podemos então considerar que, para ser inovação, deve-se gerar resultados financeiros. Possoli (2012) sinaliza que o processo de inovação às vezes pode ser confundido com o aprimoramento, ou seja: É primordial termos conhecimento para distinguir se o que estamos fazendo é realmente uma inovação ou simplesmente um “aprimoramento”. Nesse sentido, Silva (2018, p. 17) esclarece que a relação entre conhecimento e inovação é Constante de produtos, métodos, serviços, processos etc. Por isso, devemos saber que a inovação gera um impacto significativo para a organização ou para o conjunto de pessoas nela envolvidas, se considerarmos esse processo com um todo e não apenas em seus aspectos isolados (Possoli, 2012, p. 17). 3 Direta e proporcional: quanto mais conhecimento houver, mais inovações surgirão. Logo, o conhecimento vem sendo visto como um recurso essencial às organizações, pois já não basta possuir dados (registros isolados), tampouco informações (dados com algum tratamento), pois é o conhecimento — e as suas diferentes formas de manifestação, que envolvem a informação aplicada em busca de um determinado objetivo que gerará a base para a inovação. Falando em conhecimento, você sabia que no primeiro semestre de 2020 houve um crescimento de 40% de consumidores no e- commerce em relação ao mesmo período de 2019, segundo pesquisa da EBIT Nielsen? Isso significa 41 milhões de novos consumidores em um mercado que cresce a passos largos. Então, estamos falando sobre inovar para não ficar fora desse mercado. Ainda, segundo a mesma pesquisa, os consumidores heavy users aumentaram, principalmente no segundo trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019, lembrando que os heavy users, termo em inglês que significa “consumidor pesado”, são aqueles que compram muito de determinado produto ou serviço, que buscam informações e pesquisam antes de comprar. Aproveitando essas informações, podemos pensar que toda e qualquer organização pode inovar, tanto ofertando valor ao cliente quanto no que tange a eficiência. TEMA 2: TIPOS DE INOVAÇÃO (CLASSES) Conforme apresentado no tema anterior, o e-commerce apresentou expansão nos últimos anos e principalmente durante o ano de 2020, crescimento provocado principalmente pela pandemia do novo Coronavírus. Assim, é preciso pensar em inovar, oferecer aos nossos clientes cada vez mais produtos e serviços que sequer eles imaginem precisar, ou pelo menos produtos e serviços que realmente agreguem valor a ele (cliente/consumidor), afinal, o que queremos é que passe a ser aquele consumidor “pesado”, para tanto, é necessário conhecer que consumidor é esse. Sobre isso, Tidd e Bessant (2015, p. 39 citado por Silva 2018, p. 17) ressaltam que “[...] a inovação é uma questão de conhecimento – criar novas possibilidades por meio da combinação de diferentes conjuntos de conhecimentos”. Então, vamos lá! Que tal conhecer um pouco mais sobre os tipos de inovação existentes? Alguns autores dividem a inovação em incremental, radical ou de ruptura. A inovação incremental é assim chamada por se caracterizar na melhoria de um 4 processo, produto ou serviço já existente, que, Possoli (2012, p. 17) diz caracterizar-se “por um aprimoramento constante e paulatino”. Segundo Silva (2018, p. 34), “a inovação radical transforma a forma como um produto é percebido e usado, de modo a quebrar paradigmas estabelecidos pela sociedade”. O mesmo autor explica que a inovação disruptiva Abarca a mesma quebra de paradigma que a inovação radical, isto é, visa criar algo que rompa com os conceitos definidos até o momento, levando a um desvio completo da rota anteriormente traçada. Em termos mercadológicos, isso significa que a corporação inventa um produto ou serviço novo que foge porcompleto do que foi visto até o momento (Christensen, 1997 citado por Silva, 2018, p. 34). A inovação radical parte do princípio que se deve fazer algo novo e se possível jamais imaginado. Outros autores classificam ainda a inovação em inovação sustentadora e inovação interruptiva. Segundo Carvalho (2017, p. 48), as “Inovações sustentadoras são aquelas que mantém a taxa de aprimoramento de produtos e serviços que eles mais valorizam”. Nesse contexto, na inovação sustentadora, as organizações promovem melhorias em seus produtos e serviços para que possam garantir a permanência na liderança; enquanto a inovação disruptiva/ruptura é quando a organização oferta um produto ou serviço mais simples, de mais fácil acesso e ainda com preço mais baixo, na busca por clientes que até então não tinham acesso e, por consequência, não faziam parte de sua carteira de clientes. Ainda segundo Carvalho (2017, p. 48), as inovações interruptivas São aquelas que provocam ruptura no modelo de negócios prevalente, permitindo a introdução de um conjunto de atributos, muitas vezes com desempenho inferior nos atributos valorizados pelos clientes tradicionais, mas, tendendo a ser valorizadas em novos mercados. As inovações interruptivas, normalmente, favorecem o aparecimento de novos produtos. Ou seja, uma inovação interruptiva é a introdução de um novo modelo de negócios, normalmente mais difícil de ser implantada em empresas que já se encontram bem colocadas no mercado, pois invariavelmente comprometeria seus lucros, teriam um menor crescimento e a probabilidade de ofertar produtos e serviços que seus clientes não desejam, ou ainda não sabem que desejam. Carvalho (2017, p. 46) afirma que “por mais arriscado que seja inovar, não inovar é ainda mais arriscado”. O Quadro 1 demonstra a diferença entre os tipos/classes de inovações. 5 Quadro 1 – Tipos/classes de inovações INOVAÇÃO INOVAÇÃO INOVAÇÃO INOVAÇÃO INCREMENTAL RADICAL DISRUPTIVA/RUPTURA DISTINTIVA Inovação pode ser definida como aquelas soluções que representam configurações melhores ou novas e que dão conta de responder as demandas de oportunidades que o mercado apresenta. Nesse sentido, podemos dizer que existem várias classificações de inovações segundo as dimensões organizacionais e quanto ao negócio. 6 TEMA 3 – INOVAÇÕES: DIMENSÕES ORGANIZACIONAIS Pequenos avanços tecnológicos Grandes avanços tecnológicos Abandona conceitos preexistentes Reformar ou rearranjar processos/ produtos ou serviços já existentes Objetivo: Melhorar Objetivo: Criar Objetivo: Trazer valor ao mercado Objetivo: Melhorar/Criar Fazer uma releitura mais inovadora para percebidas como Mais sucesso, menos Incerteza Menos sucesso, mais Incerteza Mais incerteza, mais riscos Menos riscos e incertezas, mais sucesso/impactoExemplos: Carregamento sem fio do iPhone 8, que no iPhone 7 não estava Exemplos: Startups Airbnb Uber, Ifoods Exemplos: Apple – Computador pessoal Netflix WhatsApp Wikipédia Exemplos: Cirque du Soleil Carro Flex Filmes 3D Fonte: Martins, 2021. Visando aumentar o índice de inovação, a organização deve escolher em qual dimensão vai inovar, analisando sempre o limite de recursos e os riscos envolvidos caso resolva inovar em todas as dimensões. Sendo assim, é determinante para o negócio definir claramente em quais delas quer inovar. Uma classificação de dimensões que auxilia nas escolhas é apresentada por Sawhney et al. citado por Scherer (2016, p. 24) que formulam quatro polos fundamentais. São eles: (1) as ofertas que a empresa gera; (2) os clientes que atende; (3) os processos que utiliza; e (4) os pontos de presença que ocupa para levar suas ofertas ao mercado. Entre esses quatro polos, os mesmos autores colocam outras oito dimensões que podem servir como alternativas de rumo para inovar. A Figura 1 apresenta as 12 dimensões, também chamada de “radar da inovação”. Figura 1 – Radar da inovação – 12 dimensões da inovação Fonte: Scherer, 2016, p. 25. Com base em Scherer (2016, p. 25), descrevemos a seguir as diversas dimensões da inovação e citamos exemplos de cada uma, reforçando novamente a necessidade de se fazer uma análise criteriosa sobre qual dimensão serão concentrados os recursos e avaliados os riscos. 7 • Inovação em oferta: desenvolvimento de novos produtos e serviços que agreguem valor para os clientes. Maneira mais formal de inovação, utilizada em quase todos os setores da economia. Como exemplo temos a Gilette, com os barbeadores (Sensor, Excel e Mach III etc.); • Inovação em clientes: descobrir as necessidades ainda não identificadas pelos próprios consumidores existentes ou em novos segmentos de clientes não explorados. O Habib’s é um exemplo de empresa que desenvolveu uma proposta de valor e uma operação eficiente, buscando atingir um público mais propenso a preços baixos; Créditos: rafastockbr/ shutterstock. • Inovação em solução: criação de ofertas integrada e com customização de produtos, serviços e informação com vistas na resolução de problemas dos clientes, por conta da amplitude de opções oferecidas. Como exemplo temos a IBM, que se reinventou ofertando serviços complementares aos hardwares e softwares comercializados com o “On Demand”; • Inovação na experiência do consumidor: nova maneira de aprofundar a relação com os consumidores, levando em consideração tudo o que o cliente ouve, vê, sente e experimenta na interação com o prestador de serviço ou com o produtor. O Cirque du Soleil, circo-espetáculo-show, inovou na experiência do cliente ao transformar a ida ao circo em uma nova experiência de entretenimento. Desde a comunicação dos shows, passando pela compra dos ingressos, chegada ao local do evento e ambiente do espetáculo, tudo prima pelo alto nível de serviço e atenção 8 aos detalhes a fim de proporcionar uma experiência inesquecível para o cliente; Créditos: Ben Houdijk /Shutterstock. • Inovação em captura de valor: o Google inovou nesse item com seu sistema de remuneração pelos anúncios dispostos junto à “procura” realizada no site. Essa ação possibilitou o comércio de espaço para pequenos anunciantes que antes não tinham acesso pelo preço do sistema de banners eletrônicos; • Inovação em processos: para aumentar a eficiência e a produtividade, promove-se o redesenho dos principais processos. Nesse contexto, a Toyota é um dos exemplos mais conhecidos de empresa que implantou novos processos e redesenhou os que já existiam. O movimento da qualidade provocou melhorias e inovações nas organizações; • Inovação em relacionamentos: tem por objetivo a integração de clientes e parceiros para oferecer soluções competitivas, como a empresa Otis, que inovou oferecendo a possibilidade de monitorar de maneira remota os seus elevadores estabelecendo uma rede de parceiros de empresas de tecnologia, segurança e informação a fim de viabilizar a proposta; • Inovação de plataforma: realizada por meio da elaboração de um leque de produtos e serviços a partir de componentes comuns que são montados ou agrupados de formas distintas, possibilitando uma variedade de tipos e modelos adaptados a necessidades específicas dos clientes. No lançamento do Walkman, a Sony desenvolveu uma plataforma básica do aparelho e gerou inúmeros modelos distintos, de acordo com as preferências dos mais variados clientes; 9 Créditos: Ned Snowman/Shutterstock. • Inovação na organização: versa pela busca de novas maneiras para estruturar uma organização, rever o papel dos funcionários e das parcerias. A Promom, empresa de engenharia, é reconhecida pela forma inovadora de sua organização, com diversas formas de participação nos resultados, além de uma estrutura organizacional flexível e ágil; • Inovação na cadeia de suprimentos: redimensiona as operações que agregam valor ao produto, ajusta as atividades de todos os agentes envolvidos no processode fabricação e de prestação de serviços. A GM organizou a produção do automóvel Celta na montagem de seus Sistemistas1 e no modelo de venda on-line. É o tipo de inovação que trata de redefinir o modelo de fornecimento do negócio; • Inovação de presença: recria os canais de distribuição visando a aproximação da empresa com o cliente por meio da presença em novos pontos de venda. A Grendene inovou quando desenvolveu lojas conceito para a sua marca Melissa, a qual difunde a ideia de design e inovação. As Havaianas também têm atuado dessa forma; Créditos: Jo Galvao / shutterstock. • Inovação na marca: criação de novos argumentos e aplicações para a marca. A Ferrari, por exemplo, com a sua presença no mundo dos 10 automóveis, inseriu-se em uma série de outros produtos (roupas, canetas etc.), com isso, adquiriu excelentes resultados. Créditos: Christopher Lyzcen/Shutterstock. TEMA 4 – INOVAÇÕES: EXEMPLOS A Tabela 1 apresenta as 12 dimensões de Sawhney et al. (2006 citado por Scherer, 2016, p. 28) e exemplos de empresas que inovam em cada uma das dimensões. Tabela 1: As 12 dimensões e exemplos de inovação Oferta Desenvolvimentodenovosprodutosou PlásticoVerde serviços Braskem Viagra TIPO DEFINIÇÃO EXEMPLO S Plataforma Utilizar a mesma plataforma tecnológica ou componentes para criar produtos. Utiliza a modularidade como estratégia Dell Computers Tela multitoque Apple Soluções Através da combinação de produtos, serviços e informação, cria-se soluções integradas para atender as necessidades do XP Investimentos Nespresso Nestlé Clientes Identificar públicos ou segmentos não atendidos “Condomínios verdes” Comida para crianças Senninha Cartão de Captura de Valor Redefinir como a empresa é remunerada por seus produtos e serviços Skype Peixe Urbano 11 Processos Cadeia de Fornecimento Marca Redesenho dos processos para aumentar eficiência Pensar diferente sobre fornecimento, movimentação e entrega dos produtos ou serviços Dell Computers Hospital Sírio- Libanês Embraer Ferramentas Gerais Utilizar a marca como alavanca para novasoportunidadesemoutrossetores Armani Experiência do consumidor Repensar a interação da empresa com os públicos. Criar experiências e sensações ao público Abercrombie and Fitch HSM Tok Stok Organização Mudanças na estrutura de funcionamento da empresa. Pode envolver a alteração do escopo de atuação ou da forma como ela Banco Sicredi Google Fonte: Martins, 2021, com base em Sawhney et al., 2006 citado por Scherer, 2016, p. 28. Podemos observar com as dimensões e os exemplos apresentados que o que torna uma inovação valiosa é a dificuldade de ser imitada. TEMA 5 – GESTÃO DE PROCESSOS Antes de iniciarmos este tema, vamos a uma reflexão importante. Você já pensou que tudo que fazemos envolve um processo? Para inovar é preciso conhecer os processos, desde o mais comum ao mais complexo, com muitas ou poucas etapas, com muito investimento ou com pouco investimento. Enfim, os processos fazem parte da nossa vida pessoal e organizacional. Porém, vamos focar logicamente nos processos organizacionais. Nesse sentido, “a gestão por processos pode ser entendida como, “um enfoque de desenvolvimento organizacional que tipicamente objetiva alcançar melhorias qualitativas de desempenho nos processos, tomando uma visão objetiva e sistêmica das atividades, estruturas e recursos necessários para cumprir os objetivos críticos do negócio” (Laurindo; Rotondaro, 2006, p. 56). Ainda, de acordo com Laurindo e Rotondaro (2006), os objetivos da gestão por processos podem ser para: 1) aumentar o valor do produto/serviço na percepção do cliente; 2) aumentar a competitividade; Coca-Cola 12 Presença Criar canais de distribuição ou locais em que os produtos ou serviços podem ser oferecidos Nike Town Avon XP InvestimentosRelacionament o s Criar uma ligação entre a empresa e seus clientes de forma a criar maiores benefícios ou aumentar a eficiência no Bancos Premium Tecnisa Web • 3) atuar segundo as estratégias competitivas consideradas mais relevantes e que agreguem valor ao cliente; • 4) aumentar sensivelmente a produtividade, com eficiência e eficácia; • 5) simplificar processos, condensando e/ou eliminando atividades que não acrescentem valor ao cliente. Com o objetivo de reforçar ainda mais o conceito da gestão por processos, podemos dizer que esse modelo de gestão tem uma abordagem sistêmica visando a melhoria contínua dos processos da organização, por meio de uma metodologia inteligente, pessoas capacitadas e trabalho em equipe, além de tecnologias atuais e agregação de valor ao cliente. Hoje já é consenso nas empresas a importância do cliente para o alcance da estratégia, pois esse está no centro das decisões das organizações, cujo foco está em oferecer, a eles (clientes), soluções (produtos e serviços) de mais valor, de forma mais rápida e a um custo menor. Nesse sentido, Keen (1997) afirma que “os processos podem ser fonte de competências específicas que fazem diferença na concorrência”. A globalização dos mercados, as novas tecnologias e as exigências dos clientes estão propiciando uma concorrência cada vez mais concreta entre as organizações. A sobrevivência destas organizações está em entregar produtos que atendam às necessidades e às expectativas dos clientes, por exemplo, através de preços competitivos, novas estratégias de vendas etc., mas para isso é fundamental garantir que as diversas ferramentas e modelos relacionados à gestão da empresa as direcione para o que podemos definir como "trabalhe sempre bem", ou seja, que busque por excelência em todas as suas áreas. A estrutura por processos tem como foco principal a melhoria contínua, o que irá permitir ganhos expressivos para a organização em termos de desempenho do produto e/ou do serviço oferecido, tornando-a mais eficiente e mais eficaz. Entretanto, sabe-se que a mudança de uma organização tradicional para uma organização baseada em gestão por processos é algo complexo e com um enorme grau de dificuldade. Um dos desafios para a organização baseada em processos é fazer com que os envolvidos aprendam a pensar de uma maneira nova e sistêmica, compreendendo melhor a dinâmica que envolve o negócio, assumindo maiores responsabilidades e, principalmente, aprendendo a trabalhar 13 em equipe. Em síntese, é necessário que haja participação, envolvimento e comprometimento de todos com os objetivos da organização, na busca da satisfação do cliente, do consequente aumento da competitividade, na melhoria da produtividade, tudo isso no contexto de uma sociedade a cada momento mais globalizada e mais dinâmica. Nesse contexto, é importante considerar que as pessoas são os elementos- chave na administração de estratégias competitivas, podendo-se falar em modelo empresarial centrado nas pessoas. Dentre os vários recursos empregados em um sistema produtivo, as pessoas são as únicas que efetivamente podem promover mudanças que visam ao incremento da competitividade e, consequentemente, inovação e criatividade. Vale ressaltar que a adoção de uma tecnologia da informação (TI) adequada não promove a disseminação do conhecimento sem um projeto de mudança na cultura da organização. Essa é uma das razões para que no modelo de gestão por processos seja considerado tanto a participação das pessoas quanto a cultura organizacional, além das diversas inteligências (estratégica, competitiva, financeira e tecnológica). 14 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei Federal n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _ato2004-2006/2004/lei/l10.973.htm>. Acesso em: 24 fev. 2021. CARVALHO, M. A. de. 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