Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 5 INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL E ESTRATÉGIA DE CROSS SELLING TEMA 1 – INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA Ao buscarmos o entendimento de como as empresas sobrevivem, quando expostas ao nível elevado de competição atual existente nos mercados, sejam eles baseados na manufatura ou transformação de produtos e/ou na prestação de serviços, encontramos como resposta um grande número de fatores influenciadores do desempenho. Entre eles, podemos citar: a estratégia a ser adotada, o resultado do conhecimento adquirido no dia a dia do negócio, os processos resultantes do fator inovação, as pessoas envolvidas, as tecnologias disponíveis etc. Assim, partindo do entendimento desse contexto, podemos apresentar uma definição para inteligência empresarial, que de acordo com Maróstica (2015, p. 1), é "a capacidade que a empresa tem de capturar, selecionar, analisar e gerenciar as informações de grande valor à administração do seu negócio, de forma objetiva e estruturada". Portanto, esses fatores ou conjunto de inteligências organizadas é que geram a criação de vantagens competitivas e comparativas para as organizações. Assim, podemos afirmar que não pode existir uma empresa de sucesso sem que haja uma estratégia bem definida, fator determinante para empresa alcançar a chamada inteligência de mercado. Dessa forma, o desenvolvimento das ferramentas, resultantes da evolução dos modelos do pensamento estratégico, no decorrer dos últimos anos, possibilitou e possibilita a gestão das empresas e a construção de um conjunto efetivo de conhecimentos que resultam no que denominamos como inteligência empresarial, refletida na formulação da estratégia. A seguir, apresentamos alguns exemplos de ferramentas resultantes da evolução do pensamento estratégico: • Anos 50 – fase orientada pelo planejamento financeiro ou controle financeiro das organizações. Nessa fase, as organizações tinham como prioridade cumprir o orçamento, mesmo que isso representasse colocar as questões operacionais em segundo plano. • Anos 60 – fase orientada pelo planejamento de longo prazo. Nessa fase, as organizações, por meio de indicadores do passado e segundo premissas tradicionais, projetavam o futuro como uma relação de causa e efeito. • Anos 70 – fase orientada pelo planejamento estratégico. Nesse caso, por meio dos modelos de análise estratégica, seria possível formular e 2 implementar as estratégias. Por exemplo, a Análise SWOT é o modelo em que, através da identificação de forças e fraquezas no ambiente interno e das oportunidades e ameaças do ambiente externo, é definida a estratégia com foco na eficiência e na eficácia, promovendo a ampliação do conhecimento sobre recursos e competências da organização. • Anos 80 – fase orientada pela administração estratégica da empresa. Nessa fase, a empresa analisa sua competitividade em cada área de seu negócio e formula estratégias para integrar e orientar o comportamento da organização no alcance de seus objetivos globais. Por exemplo, a análise da estrutura de indústria é feita através de estratégias competitivas, 5 forças de Porter por meio das quais as organizações obtêm lucro, baseadas no gerenciamento da cadeia de valor. Outro exemplo dessa fase são os chamados Fatores Críticos de Sucesso (FCS), que apontam as variáveis que distinguem a organização dos seus competidores. Os FCS servem de base para as estratégias e políticas da organização e fornecem a resposta para suplantar as ameaças do ambiente. • Anos 90 – fase orientada pela gestão estratégica. Nessa fase, se faz necessário planejamento, direção, organização e controle, de maneira estratégica, com base nas atividades internas, reagindo às mudanças do ambiente externo e interno. Um bom exemplo desta fase é o BSC – Balanced Score Card, criado pelos professores Kaplan e Norton. O BSC é um sistema de gestão baseado na medição do desempenho da organização através de indicadores. Esses indicadores têm por objetivo orientar o desenvolvimento da estratégia por meio de 4 perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e a perspectiva de aprendizado e crescimento. Fazer a gestão das empresas com eficiência e eficácia necessárias exige dos gestores o enfrentamento do principal paradigma, que é conhecer, além das ferramentas apresentadas acima, todas as demais surgidas nos últimos 80 anos. Assim, com o aparecimento de novas formas organizacionais (modelos de negócios), se faz premente a melhoria da inteligência aplicada a novas estratégias. Segundo Maróstica (2015, p. 26): Em todos os âmbitos organizacionais, devemos ter em mente e pôr em prática planos estratégicos para podermos analisar e buscar a melhoria contínua nos processos. Dentro das empresas: redução de custo, capacitação do capital humano, desenvolvimento de novas tecnologias 3 e diversificação de produtos e serviços mais competitivos perante os nossos concorrentes. Para que seja possível colocar em prática planos estratégicos, é necessário desenvolver estratégias específicas. Nesse sentido, o mesmo autor identifica algumas que seguem abaixo descritas: • Estratégia de marketing: levar em consideração os 4Ps – preço, praça, produto e promoção, a escolha do produto e do mercado-alvo, fidelização de clientes, atendimento pós-venda e posicionamento de marca. • Recursos humanos: é preciso ter na organização pessoas capacitadas para definição da visão, da missão e das estratégias. Caso não haja um profissional capacitado, é necessário desenvolver essa habilidade e competência nos colaboradores. • Tecnologia da informação (TI): o desenvolvimento e a aplicação da TI estão diretamente relacionados com a forma com que a organização implanta suas estratégias. • Estratégia da integração vertical: entrar ou sair dos elos posteriores ou anteriores da cadeia de valor; a integração vertical age em todos os elos da cadeia de valor, e a desverticalização concentra-se em apenas um elo da cadeia. • Estratégia de logística: é uma das mais importantes dimensões estratégicas, pois necessita da flexibilidade e da rapidez. A logística é o desafio dos profissionais nos próximos anos, exigindo pessoas preparadas no nível operacional, mas, principalmente, no nível estratégico. • Estratégia financeira: garantir a otimização das decisões sobre estruturas de capital, orçamento de capital e gestão de caixa da organização, atingindo assim o equilíbrio econômico- financeiro. Lembramos a importância da definição das estratégias – saber onde se quer chegar, ter visão de futuro e assim alcançarmos os objetivos e resultados desejados. TEMA 2 – A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA As mudanças no ambiente trazem enormes desafios às organizações, exigindo atitudes e definições por parte dos administradores a cada instante, na busca da sobrevivência e do crescimento. Segundo Gulini (2005), a economia atual 4 passa a exigir das empresas uma postura empreendedora e de inovação constante, e nesse cenário, vem se consolidando o uso empreendedor da inteligência nas empresas, emergindo o conceito de Inteligência Competitiva. Assim, a disseminação dentro das organizações de uma cultura voltada ao planejamento estratégico e ao desenvolvimento da inteligência traz enormes benefícios para o processo de aprendizagem da organização. Portanto, podemos identificar a inteligência competitiva como um processo de suporte as decisões da alta administração das empresas. Segundo Battagllia (1999, p. 204), a inteligência competitiva envolve: “a capacidade de antecipar as ameaças e oportunidades por meio da informação validada para a tomada de decisão, em um processo contínuo, em que a informação é transformada em conhecimento no processo decisório da empresa, cujo resultado final é na verdade informação com valor agregado”. O Quadro 1 representa de maneira objetiva o processo de criação de inteligência competitiva nas organizações. No quadro, percebem-se as estratégiase a gestão do conhecimento como fatores determinantes para gerar a inteligência competitiva. Quadro 1 – O processo de criação de inteligência competitiva Fonte: elaborado com base em Maróstica, 2015, p. 53. 5 Reforçando esse conceito, Gomes e Braga (2001, p. 28) afiançam que a inteligência competitiva é: “o resultado da análise de dados e informações coletados do ambiente competitivo da empresa que irão embasar a tomada de decisão, pois geram recomendações que consideram eventos futuros e não somente relatórios para justificar decisões passadas”. Assim, podemos afirmar que a Inteligência Competitiva tem como principal objetivo auxiliar as organizações na obtenção de melhores resultados, resultados estes que podem ser positivos ou negativos dependendo dos movimentos e incertezas do macroambiente, e que para alcançá-los, devem ter como base a análise dos movimentos dos concorrentes, dos fornecedores, dos clientes, de novas tecnologias, produtos e serviços e a observação de novos entrantes. Battaglia (1999, p. 204) afirma que “a inteligência competitiva é sinônimo de capacidade de antecipar as ameaças e novas oportunidades por meio da informação validada para a tomada de decisão”. Battaglia afirma ainda que a inteligência competitiva é: Fundamentada em duas grandes bases: a informação e a velocidade de seu uso. Estes dois componentes são chaves para o entendimento da inteligência competitiva, pela simples razão de que a inteligência competitiva faz uso de tipos e fontes diversas de informações em uma velocidade muito grande para monitorar desenvolvimentos de produtos, processos, serviços e posições de mercado. (1999, p. 201) Para o desenvolvimento do processo de Inteligência competitiva, Maróstica (2015, p. 57) indica algumas etapas que devem ser seguidas, entre elas: 1. Identificação das necessidades de inteligência. Requer a definição dos tópicos-chave de inteligência (KIT – key intelligence topics) e das questões- chave de inteligência (KIQ – key intelligence questions), atividades que correspondem ao processo de mapeamento das necessidades da organização, relativas a informação. Ao final, será feito o planejamento dos produtos de inteligência, que têm como finalidade responder adequadamente às necessidades de inteligência dos clientes da área de Inteligência Competitiva. Saiba mais Macroambiente é o que é externo à empresa (fatores econômicos, políticos, culturais, tecnológicos, etc.), e que podem representar ameaças e oportunidades. 6 2. Identificação das necessidades de informação. Requer a identificação das fontes primárias e secundárias, formais e informais, que responderão aos tópicos e às questões chave definidos pela empresa. As fontes devem ser selecionadas e analisadas conforme critérios de confiabilidade, qualidade, cobertura e abrangência, custo, acessibilidade, relevância e atualização. 3. Coleta e armazenamento das informações. Requer a organização da rede de coleta de informações (fontes), a definição dos papéis e funções dos pesquisadores ou coletores dos dados e a classificação dos dados coletados – se são satisfatórios e atualizados, ou não. 4. Análise das informações. As informações coletadas são transformadas em informações estruturadas, permitindo avaliação significativa, completa e confiável, apoiada nas experiências, interpretações e compreensão, em geral intuitiva, em relação a um problema ou situação identificados na etapa inicial. 5. Disseminação de produtos de inteligência. Etapa que consiste na entrega do resumo ou síntese da análise das informações, ou seja, os produtos de inteligência. É importante observarmos alguns critérios que devem ser observados, como a definição da linguagem utilizada, sua forma e meios de apresentação (relatórios, boletins, memorandos etc.). Também é importante observarmos a credibilidade da análise e a frequência ou periodicidade de entrega. A disseminação desses produtos de inteligência é utilizada pelos responsáveis (executivos) nas tomadas de decisão. 6. Avaliação do processo. Nessa etapa, o objetivo é definir quais os procedimentos ou ferramentas utilizadas (questionários, pesquisas etc.) para avaliação da qualidade do produto e do processo de inteligência competitiva. Desse processo, resultam a definição da matriz de inteligência; dos produtos de inteligência; dos processos de coleta e análise de informações. O Quadro 2, de uma maneira muito clara, demonstra porque a inteligência competitiva é importante e porque ela deve ser desenvolvida nas empresas. 7 Quadro 2 – Inteligência competitiva Fonte: elaborado com base em Maróstica, 2015, p. 53. Se nosso objetivo for aumentar a competitividade das organizações, devemos ter em mente que é preciso ficar atento ao mercado, aos concorrentes, avaliar as suas estratégias, antever as suas ações, antecipar alterações no mercado, e para que isso aconteça, algumas ferramentas são fundamentais. Portanto, com base nos conceitos de inteligência competitiva, o próximo tema apresenta algumas ferramentas básicas/tradicionais mais utilizadas nas organizações. TEMA 3 – INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: FERRAMENTAS Conforme afirmado acima, as ferramentas abaixo são as mais tradicionais e usuais nas organizações e devem ser de domínio e conhecimento de todos. Depois de termos domínio do uso dessas ferramentas, podemos partir para a utilização de outras de cunho tecnológico que serão mencionadas para o aperfeiçoamento da inteligência competitiva das empresas e consequentemente proporcionar um olhar “à frente” e um caminho certo para o atingimento do propósito/visão da organização. • Benchmarking: (processo de análise dos mercados, comparando as melhores práticas do seu negócio com as melhores práticas dos concorrentes e como eles trabalham); 8 • Análise de cenários: (análise do ambiente interno e externo na qual a organização se insere, e a identificação de fatores futuros com objetivo de obter o cenário atual e a tomada de decisão acertada); • O modelo das 5 forças de Porter: (1. Rivalidade entre concorrentes; 2. Poder de barganha dos fornecedores; 3. Poder de barganha dos compradores; 4. Ameaça de novos entrantes; 5. Ameaça de produtos ou serviços substitutos); • Matriz Swot: (forças e fraquezas/oportunidades e ameaças); • Bsc – balanced score card: (perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado e crescimento); • Outras: data mining/análise de time line/pesquisas/ mecanismos de busca/sites de concorrentes/sites de notícias/web monitor/ base de patentes/busca no Google/Instituto Nacional da Propriedade Industrial – (INPI)/análise de sites de reclamações/Text Mining Suite. TEMA 4 – INTELIGÊNCIA FINANCEIRA A inteligência financeira, além de monitorar a saúde financeira da organização, tem principalmente como finalidade identificar as oportunidades e ameaças existentes nos mercados ao seu redor, a fim de poder sugerir correções nas estratégias, nos planos e ou rotas definidas pela empresa. Mantendo assim a sua integridade financeira, melhorando a lucratividade, a competitividade e a participação da organização em seu mercado de atuação. Os procedimentos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades financeiras de uma empresa ou organização podem ser denominados de gestão financeira. Já quando nos referimos à inteligência financeira, não estamos nos referindo às fórmulas financeiras necessárias para o bom desempenho da gestão, mas sim aos conceitos relativos ao valor do dinheiro no tempo, aos controles e índices financeiros resultantes das análises financeiras, a comparação de seus investimentos, entre outros, Maróstica (2015, p. 89) afirma ser “fundamental entender o significado dos índices, as relações de causa e efeito e a aplicabilidade desses conceitos na gestão e na melhoria das finanças da empresa”. Para que possamos entender o significado desses índices, épreciso que busquemos desenvolver algumas competências, entre elas, o conhecimento dos chamados fundamentos financeiros, que são: a leitura de uma DRE (Demonstração de Resultado do Exercício), de um balancete contábil, de um 9 balanço patrimonial, saber distinguir o que é financeiro e o que é contábil, além de entender e interpretar os números apresentados nas análises financeiras (indicadores de desempenho) utilizados nas tomadas de decisão. Para melhor entendimento, abaixo explicamos brevemente alguns deles: • Análise Financeira: tem como principal função verificar a saúde financeira da organização, através da análise da liquidez e da rentabilidade do negócio. • Demonstrações Financeiras: as demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis têm por objetivo a divulgação externa das informações, geralmente através do Balanço patrimonial e das demonstrações de resultados. Internamente, essas informações são divulgadas por meio de relatórios gerenciais detalhados. • Fluxo de caixa: é um instrumento da gestão financeira, utilizado para projetar os recursos financeiros, através de todas as entradas e saídas de caixa. O fluxo de caixa exerce papel importante nas tomadas de decisões na empresa, pois permite aos executivos elaborarem uma estrutura gerencial de resultados para calcular a rentabilidade (valor presente líquido – VPL), a lucratividade e a viabilidade (o ponto de equilíbrio financeiro – breakeven e o prazo retorno do investimento – ROI). • EBTIDA: Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortizatio. Esse índice financeiro representa o lucro antes dos juros, impostos, taxas, depreciação e amortização, ou seja, quanto de caixa a empresa gera somente com suas atividades operacionais, sem considerar os efeitos financeiros e impostos. Desse modo, a inteligência financeira é um dos componentes da inteligência empresarial apresentados a partir da divulgação dos demonstrativos sob o comando da área contábil, que é área responsável por fornecer os dados que posteriormente são transformados em informações estruturadas, que serão considerados como resultado da inteligência e que permitirá aos executivos, entre outras coisas: • Avaliar a situação econômico-financeira da empresa, a formação do resultado, e seus efeitos; • Melhorar a tomada de decisões; 10 • Desenvolver melhores estratégias, sejam financeiras e/ou de investimentos. Devemos lembrar sempre que a saúde financeira de uma empresa é essencial para que todas as demais estratégias e ações sejam possíveis. Assim entender, compreender e principalmente “saber ler” os relatórios financeiros e contábeis faz parte do papel de um bom profissional, seja ele de que área for. As finanças da empresa não são de responsabilidade apenas da área financeira, são de responsabilidade de todos que fazem parte dela. TEMA 5 – INTELIGÊNCIA TECNOLÓGICA O ambiente empresarial está em constante evolução, tornando-se cada vez mais complexo. Basta olharmos para as organizações, tanto públicas quanto privadas, que estão sendo pressionadas a mudarem de atitude e reagirem rapidamente às ameaças e oportunidades do mercado e pressionadas também para inovarem seu modus operandi. Essa atitude, nas empresas privadas, demanda agilidade, e a tomada de decisões de maneira rápida exige decisões com um grau de complexidade maior, proporcionando, dessa maneira, a complexidade e efetividade necessária e o processamento de uma quantidade considerável de dados, informações e conhecimentos relevantes. Em um primeiro momento, as aplicações computadorizadas passaram de atividades de processamento e monitoramento de transações para tarefas de análise e solução de problemas. Ferramentas de análise de dados e de Business Intelligence – BI como armazenamento de dados, mineração de dados, processamento analítico online (OLAP – Online Analytical Processing), Dashboards e uso de sistemas baseados na nuvem para apoio às decisões tornaram-se os pilares da gestão moderna. A rápida evolução, em termos de hardware, software e das capacidades das redes sem dúvidas contribuiu para aprimorar o apoio à decisão e à análise de dados. O resultado desse aprimoramento ao processo de decisão, que resultou do aumento da capacidade de análise dos dados e do tratamento desses dados, não somente através de máquinas, mas também pela capacidade das pessoas em solucionar problemas, é que proporcionou ao ambiente de negócios, o que se denominou como inteligência tecnológica. Atualmente, muitas decisões são tomadas por grupos cujos membros estão geograficamente dispersos, e é nesse 11 cenário que os Sistemas de Informação e Comunicação – SIC podem aprimorar o processo colaborativo em grupo e permitir que, mesmo seus membros estando em locais diferentes (economizando custos de deslocamento), as decisões sejam tomadas, assim como, quase em tempo real, o fabricante ao longo da sua cadeia de suprimentos possa, em função da alteração na demanda (maior ou menor), reagir mais rapidamente, propondo ajustes na produção com base nos novos padrões de consumo. Além disso, o avanço no gerenciamento de dados também é outra resultante do aprimoramento ao apoio à decisão e da análise de uma grande quantidade de dados, por exemplo, os sistemas atuais são capazes de pesquisar, armazenar e transmitir os dados necessários, muitas vezes em enormes quantidades, de forma ágil, econômica, segura e transparente, mesmo de locais distantes. Portanto um sistema de negócios inteligentes (BI) está preparado para oferecer previsões, históricos e dados reais sobre as mais variadas operações comerciais, transformando essas informações em informações gerenciais valiosas. O business intelligence refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios. É um conjunto de técnicas e ferramentas para auxiliar na transformação de dados brutos em informações significativas e úteis a fim de analisar o negócio. (Bluesoft Soluções, 2016) Dessa forma, o Business Intelligence – BI pode ser apresentado como sendo um sistema de coleta e tratamento de grandes volumes de dados, oriundos dos chamados SIGs – Sistemas Integrados de Gestão. Foi nesse sentido que a partir dos anos 2000 os sistemas integrados de gestão baseados nas tecnologias da informação, o ERP (Enterprise Resource Planning), CRM (Customer Relationship Managment) e o SCM (Supply Chain Management) ganharam importância no desenvolvimento das estratégias para o desenvolvimento dos negócios e consequentemente a conquista de melhores resultados: • ERP: é um software de gestão, totalmente integrado, cuja principal finalidade é substituir os antigos programas que, durante os primórdios (anos 1980), eram adquiridos separadamente e de diferentes fornecedores. Atua em todos os setores da empresa, como recursos humanos, compras, vendas, fornecedores, pagamentos, entre outros. 12 • CRM: solução tecnológica para gerenciar e controlar o relacionamento com os clientes que propicia um contato mais próximo e focado em soluções para o cliente. • SCM: Sistema que gerencia o fluxo de mercadorias, desde a compra da matéria-prima até a entrega ao consumidor (processo de produção/distribuição/varejo etc.). De acordo com Maróstica (2015 p. 106) a infraestrutura de BI envolve a utilização de tecnologia analítica sofisticada que permite: “a partir do armazenamento em bases de dados com grande quantidade de caracteres, transformá-los em informações, para as quais serão dados um contexto, um significado, uma interpretação, que auxiliarão na maximização das ações dos tomadores de decisão”. Nesse sentido, Maróstica (2015, p. 107) afirma que as soluções de BI apresentam as competências e habilidades das organizações para acessar dados e explorar as informações analisadas e estruturadas, “de forma a torná-las inteligíveis, com o objetivo de gerarinteligência corporativa que será útil para que os executivos das empresas tomem melhores decisões, com o objetivo de desenvolver melhores estratégias, que beneficiarão o negócio”. A figura a seguir demonstra o funcionamento de um Business Intelligence. Figura 1 – Arquitetura de Business Intelligence Créditos: Aa Amie/Shutterstock. Conforme demonstrado na Figura 1, a estrutura de BI se divide em alguns níveis básicos conforme descritos brevemente abaixo: • Nível Operacional da hierarquia do BI: a origem dos dados, ou também denominado fontes de dados, constitui o nível operacional do BI, ou seja, 13 • são as fontes de onde se originam os dados. Esses dados são coletados dos sistemas integrados de gestão, como o ERP, o CRM, SCM através de planilhas, relatórios etc. Nível tático da hierarquia do BI: o segundo estágio dos dados, chamado de nível tático, é composto pelo Data Warehouse, Data Mart e pelo ETL (Extract Transform Load), sendo: DW – Data Warehouse: sistema amplo e flexível, “depósito” de dados e informações que consolida dados de fontes diferentes, projetado de maneira a dar suporte para a tomada de decisão. DM – Data Mart: é um DW menor, mais específico para um setor, departamento ou área, pode ser independente ou dependente. Os dados são retirados do Data Warehouse, facilitando assim as decisões a serem tomadas. ETL – Extract Transform Load: Sistema que consegue decifrar diferentes formas de arquivos e diferentes tipos de dados, de origens distintas e conduzi-los de um espaço para outro, inserindo- os geralmente em um Data Warehouse ou Data Mart. Nível estratégico da hierarquia do BI: é o terceiro estágio dos dados, sendo composto pelas ferramentas de OLAP e Data mining. OLAP – Online Analytical Processing: “Ferramentas capazes de processar e analisar um grande volume de dados com múltiplas perspectivas” (Maróstica, 2015, p. 111), dessa forma facilitando o trabalho de análise e visualização dos dados corporativos de forma célere, consistente e especialmente de maneira interativa. Data Mining – mineração de dados “é o processo de explorar grandes quantidades de dados, buscando dados apresentados em padrões relevantes ou relação sistemática entre variáveis, visando encontrar consistências nesses padrões”. (Maróstica, 2015, p. 112). • • • o o o De acordo com Maróstica (2015 p. 113): A visão estratégica a partir da utilização dos sistemas de informação ganha espaço nas empresas. Não só pelo desenvolvimento de percepções, entendimentos e conhecimentos, os quais podem produzir processo eficiente de tomada de decisão. Torna-se também parte integrante da inteligência empresarial, que envolve a inteligência de mercado, a inteligência competitiva, a gestão do conhecimento, a criatividade e a inovação. 14 Finalizando este tema, vale reforçar a importância do Inteligência Tecnológica como um processo de produção de conhecimento de extrema relevância, cujo principal input (entrada) são as informações inseridas em seus diversos bancos de dados integrados. 15 REFERÊNCIAS BATTAGLIA, M. G. B. A Inteligência competitiva modelando o Sistema de Informação de Clientes. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 2, p. 200-214, maio/ago. 1999. GOMES, E.; BRAGA, F. Inteligência competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. Rio de Janeiro: Campus, 2001. GULINI, P. L. Ambiente organizacional, comportamento estratégico e desempenho empresarial: um estudo no setor de provedores de internet de Santa Catarina. 160 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2005. MARÓSTICA, E. (Org.). Inteligência de Mercado. São Paulo: Cengage Learning, 2015. RAMOS, L. O que é business intelligence. Blog Bluesoft, 28 nov. 2016. Disponível em: <https://blog.bluesoft.com.br/o-que-e- business-intelligence/>. Acesso em: 3 jul. 2021. 16
Compartilhar