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Caso Clínico - L C

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UNESC – UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
Curso de Psicologia
Disciplina: Teorias e Técnicas Psicoterápicas IV
Acadêmico(a): Amanda Bettiol
Caso Clínico L. C.
Sexo: Masculino
Idade: 23 anos
Queixa: Ansiedade e Insegurança 
Anamnese: filho caçula, tem uma irmã de 39 e uma de 25 anos. A gestação não foi desejada, porém foi tranquila, sem acidentes ou doenças durante a gestação. Havia preferência por menino. Seu pré-natal realizado na cidade de Criciúma. O parto foi cesariana, com duração de quatro horas, aos nove meses de gestação, não havia familiares presente.
A primeira reação do bebê foi chorar, alcançando um apgar de 10. Ele nasceu com a pele branca e pesando 3,440 kg. Apesar de não ter sido colocado imediatamente no peito da mãe após o nascimento, a mãe pôde assistir ao parto e ver o bebê três horas depois, uma vez que ela precisou ir para o quarto e ficar sob observação devido à cesariana.
O bebê foi amamentado até os cinco meses, pois a mãe não produzia leite suficiente. L.C. mamava a cada três horas, e a mãe sentia-se bem. Para suprir a ausência de leite materno, a mamadeira foi utilizada até os quatro anos e a chupeta até os cinco anos. Além disso, o bebê começou a receber alimentos sólidos, sem fazer escolhas específicas.
L.C. foi capaz de sentar-se com apoio aos quatro meses e sem apoio aos seis meses. Aos oito meses, começou a engatinhar, e aos nove meses conseguiu ficar em pé segurando em objetos. Com dez meses, L.C. já era capaz de ficar em pé sem segurar em nada. Não houve utilização de andador, e aproximadamente aos onze meses, L.C. deu os primeiros passos sozinho.
Aos cinco anos e meio, começou a usar o banheiro de forma independente. Não tinha dificuldade em segurar objetos e se movimentava de maneira normal. O primeiro dente surgiu aos sete meses, e não houve problemas na fala. Além disso, demonstrava clareza ao relatar acontecimentos.
L.C. não era um bebê que chorava muito, e atualmente também não chora com tanta frequência. Ele buscava a atenção da mãe quando necessário. Sua queixa mais comum está relacionada à ansiedade e insegurança.
Não é mencionado se o sono de L.C. era tranquilo ou agitado, mas não acordava durante a noite, o que continua acontecendo atualmente. Ele costumava dormir tanto em seu próprio quarto quanto na cama dos pais. L.C. Acorda com o despertador e descreve seu estado de humor como mau humor, tanto na infância quanto atualmente. Não apresentava sonambulismo nem incontinência urinária durante o sono.
Quando criança, L.C. não apresentava tiques e não roía as unhas, mas atualmente diz que tem o hábito de roer as unhas. L.C. não chupou o dedo e fez uso da chupeta até aproximadamente os cinco anos. O motivo pelo qual abandonou o uso da chupeta foi porquê simplesmente não quis mais.
L.C. costumava brincar tanto sozinho quanto com os amiguinhos da escola. Ele tinha facilidade em fazer e manter amizades. Não era uma criança que se isolava, não tendo preferência de gênero (sexo) entre seus amigos. L.C. gostava de conversar e socializar, o que se tornava algo natural para ele. Ele se considerava/considera uma pessoa gentil e sincera. Além disso, L.C. gostava de brincar com bonecos, carrinhos e videogames. No entanto, as brigas ocorriam principalmente em casa e não envolviam amigos ou outras pessoas. L.C. também gostava e continua gostando de receber visitas, ir a passeios e festas. Quando cometia algo considerado errado, ele recebia correções e orientações.
Durante a infância, a presença do pai era considerada ausente, sempre trabalhou muito. No entanto, L.C. o via como uma pessoa boa, que nunca o agrediu, mostrando um pouco mais de afeto, enquanto a mãe era mais de brigas. Atualmente, L.C. tem um relacionamento bom com o pai, mas não tão bom com a mãe. Na infância, L.C. passava mais tempo com as irmãs e havia discussões normais entre eles como irmãos. Hoje em dia, mantém uma boa relação com ambas. Em respeito aos outros parentes, não havia uma relação negativa, mas também não era particularmente afetuosa. L.C. sempre se deu bem com os primos, já que era o caçula dos dois lados da família. Há uma prima que L.C. considera como irmã, embora ela resida em outra cidade.
Raramente assistia televisão, preferindo brincar mais com o videogame. Quando assistia à televisão, era para ver desenhos animados. Ele cuidava bem de seus brinquedos e não gostava de emprestá-los, pois tinha medo de que eles fossem espalhados ou estragadas. L.C. também mostrava liderança durante as brincadeiras.
Quando criança, durante a semana, L.C. frequentava a escola e costumava brincar com videogame. Nos sábados, domingos e feriados, ele ficava em casa. Atualmente, durante a semana, L.C. trabalha e estuda, e nos sábados, domingos e feriados, ele sai e também passa tempo com sua namorada.
L.C. ingressou na escolinha aos quatro anos e chorou bastante durante o processo de adaptação. No geral, não haviam queixas por parte dos professores. L.C. demonstrava interesse nas atividades escolares e gostava de estudar, porém, dependia do assunto a ser estudado. L.C. não costumava receber ajuda nos estudos.
A descoberta da sexualidade deu-se de forma natural, tinha curiosidade em saber como era ficar com uma menina, ter relações sexuais, etc. O esclarecimento sexual aconteceu através de descobertas pela internet e conversas com amigos. A descoberta da masturbação aconteceu por volta dos doze anos, com frequência.
L.C. era uma criança cheia de energia, não sofria de desmaios ou convulsões e não apresentava queixas frequentes relacionadas à sua saúde. Ele não esteve em tratamento médico e não tomava medicamentos, exceto por ter tido sinusite.
Quanto à religião, L.C. não segue nenhuma específica, mas acredita em Deus. Todos os membros de sua família possuem formação superior completa. Os pais trabalham em horário comercial, mas infelizmente o relacionamento do casal é considerado ruim devido às brigas constantes, os mesmos são separados. A reação de L.C. diante do falecimento de algum parente é de tristeza, mas o mesmo relata que superava rápido.
 
Hipótese diagnóstica
Diagnóstico psicodinâmico
	Sugere-se uma fixação na fase oral, sendo expressado pela raiva oral contida, visto que L.C. teve um desmame precoce, dificultando a formação de uma relação de apego seguro e afetando a satisfação das necessidades emocionais dele no início de sua vida. A relação entre os pais de L.C. é considerada ruim devido às brigas constantes, e eles são separados. Isso pode ter impactado a dinâmica emocional e o desenvolvimento psicodinâmico de L.C., especialmente sua relação com a mãe. O indivíduo apresenta ações que demonstram raiva inibida, como roer as unhas constantemente.
 Também pôde ser visto nos relatos, uma grande insegurança e ansiedade no paciente, originados na fase edípica da criança, algo que veio através da falta de afeto na infância e nas agressões físicas que sofria principalmente da mãe.
Diagnóstico caracterológico
Paciente L.C. tem o costume de roer as unhas, sente-se inseguro e ansioso com certa frequência, apresenta dificuldades de confiar nas pessoas e também não possui uma boa relação com a sua mãe, porém, tem habilidade social; para ele considerado algo natural, fazendo e mantendo suas amizades, sem distinção de gênero, tornando a gentileza e a sinceridade algo positivo para sua personalidade.
Devido a essas características, sugere-se que L.C possui traços do caráter oral.

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