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Adaptações na Gestação

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Atividade 2
Aula 9 Reprodução Humana 215
Nos rins, é verifi cado um aumento na produção de urina na gestante devido à maior 
ingestão de água. Sua capacidade de reabsorção de sódio, cloreto e água aumenta em até 
50% pela ação dos hormônios placentários (estrógenos) e do córtex da adrenal (aldosterona). 
Semelhantemente, a taxa de fi ltração glomerular aumenta e mais água e eletrólitos são 
excretados na urina. Assim, a gestante acumula 2,7kg de água e sal extras.
Uma alteração muito importante também é o aumento de pressão arterial, verifi cado em 
5% das grávidas no fi nal da gestação, que é conhecida como pré-eclâmpsia, e se caracteriza 
pela retenção excessiva de sal e água pela mãe, pelo ganho de massa corporal, pela ocorrência 
de edema e pela hipertensão arterial. Algumas hipóteses tentam explicar a ocorrência de 
pré-eclâmpsia, que são a síntese excessiva de hormônios placentários e adrenais; a resposta 
autoimune materna ao feto, já que os sintomas não são mais observados após o parto; e o 
menor aporte sanguíneo para a placenta, que pode induzir a liberação de substâncias pela 
placenta que, na circulação materna, prejudicam a função vascular, causando um menor fl uxo 
de sangue aos rins, excesso de retenção de sal e água e aumento da pressão. 
Por outro lado, o eclâmpsia propriamente dito é uma condição mais grave, acompanhado 
de espasmo vascular generalizado, convulsão, que pode ser seguida de coma; redução 
significativa do débito renal; disfunção hepática (fígado); hipertensão grave e toxemia 
generalizada, que pode levar a gestante a óbito. O uso de vasodilatadores de ação rápida, que 
diminuem os valores de pressão arterial e trazem a pressão a valores normais, seguida de 
cesariana, podem reduzir a mortalidade em 1% ou menos.
Como o corpo da gestante se adapta para a gestação?
Aula 9 Reprodução Humana216
Parto
O parto corresponde ao momento da expulsão do feto que passou nove meses se 
desenvolvendo no ventre materno (Figura 4). Ele parece estar associado à maior 
excitabilidade da musculatura uterina no fi nal da gravidez, que tem como resultado a 
geração de contrações. Possivelmente, essa resposta depende de mudanças no meio hormonal 
da mulher e alterações mecânicas.
Figura 4 – Sequência fotográfi ca do nascimento de um bebê
Fonte: <http://www.afh.bio.br/reprod/reprod4.asp#parto>. Acesso em: 21 maio 2010.
Quanto aos fatores hormonais verifi cados, podemos citar os estrógenos, que se elevam no 
fi nal da gestação enquanto a progesterona cai. Essa inversão na razão entre os dois hormônios 
parece ser um dos gatilhos para a geração das contrações uterinas. Os estrógenos têm ação 
contrátil. Outro hormônio a ser considerado é a ocitocina, secretada pela porção neural da 
glândula hipófi se. Durante os últimos meses de gravidez, observa-se um aumento no número 
de receptores para ocitocina no útero, que parece ser estimulada pelos estrógenos. Além disso, 
a taxa de síntese do hormônio também se eleva próximo ao parto; na sua ausência, o trabalho 
de parto pode se prolongar. A extensão do colo do útero causada ao fi nal da gravidez ativa 
uma alça de retroalimentação positiva (refl exo neuroendócrino) que envolve o eixo hipotálamo-
hipófi se, que intensifi ca mais e mais a liberação de ocitocina na circulação materna e seu efeito 
sobre o útero. Ela pode também ser usada na indução do parto. 
O feto também é um elemento ativo no processo de indução do parto, já que a hipófi se 
fetal produz ocitocina. Além disso, as glândulas suprarrenais fetais secretam o hormônio 
cortisol, que estimula a liberação de prostaglandinas pelas membranas fetais, e, com isso, 
intensifi ca as contrações. Essa secreção de cortisol pelo feto é induzida pelo hormônio liberador 
de corticitropina (CRH) de origem placentária, que, ao se acumular na circulação, aumenta a 
produção de CRH pelo feto e, consequentemente, a síntese de cortisol. Vale salientar que a 
produção de prostaglandinas também é estimulada pelos estrógenos.
Quanto aos fatores mecânicos, a distensão de um órgão que tem musculatura lisa (útero) 
aumenta sua contratilidade. 
O trabalho de parto mostrado na Figura 5 pode ser dividido numa sequência de eventos 
que incluem a ocorrência de contrações uterinas intensas, que forçam o feto contra a cérvice 
por várias horas, o que causa irritação da parede uterina; a saída do feto, que é rápida, não 
demorando mais de uma hora, seguido pela expulsão da placenta e por contrações do

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