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PROGRAMA FORMAÇÃO PELA ESCOLA
DANIELLA KÁRITA GARCIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
A EXECUÇÃO DO PNAE NO MUNICÍPIO
DE BARRA DO GARÇAS
MARIA AUXILIADORA GARÇÃO
Barra do Garças
2017
PROGRAMA FORMAÇÃO PELA ESCOLA
DANIELLA KÁRITA GARCIA DE OLIVEIRA ARAÚJO
A EXECUÇÃO DO PNAE NO MUNICÍPIO
DE BARRA DO GARÇAS
Trabalho final de conclusão do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE no âmbito do programa formação pela escola.
MARIA AUXILIADORA GARÇÃO
Barra do Garças
2017
RESUMO
 O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), garante, por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica matriculados em escolas públicas e filantrópicas. Seu objetivo é atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis. O PNAE tem caráter suplementar, como prevê o artigo 208, incisos IV e VII, da Constituição Federal, quando coloca que o dever do Estado (ou seja, das três esferas governamentais: União, estados e municípios) com a educação é efetivado mediante a garantia de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade e ao educando no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. No município de Barra do Garças o programa é executado de forma prevista, garantindo uma alimentação de qualidade às crianças e adolescentes do município. 
	
Palavras chave: Alimentação escolar; Educação Básica; Execução municipal.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................... 05
2. O PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR......................... 04
2.1Visão geral, objetivos e diretrizes.............................................04
2.2 Operacionalização......................................................................06
2.2.1Centralizada....................................................................... 08
2.2.2Descentralizada..................................................................08
3. CONTROLE SOCIAL - CAE............................................................ 10
4. ATUAÇÃO DA CAE............................................................................09
5. CONCLUSÕES..................................................................................... 11
6. REFERÊNCIAS....................................................................................13
	
 		
1. INTRODUÇÃO
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), já possui mais de meio século de existência e vem contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem, o rendimento escolar dos estudantes e a formação de hábitos alimentares saudáveis, por meio da oferta da alimentação escolar e de ações de educação alimentar e nutricionais. Além disto, vem contribuindo com o importante papel que exerce nos efeitos sinérgicos no desenvolvimento sustentável, especificamente no referente aos impactos sociais rurais e ambientais.
2. O PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
2.1 Visão geral, objetivos e diretrizes
O PNAE é uma das políticas públicas para a garantia da segurança alimentar e nutricional de estudantes que cursam o ensino fundamental e médio no Brasil. É de alta relevância social, pois atende alunos da educação infantil e do ensino fundamental da rede pública. Isto significa o atendimento de mais de 37 milhões de alunos por dia. Além disso, o PNAE tornou-se necessário para o desenvolvimento da agricultura familiar e a garantia da segurança alimentar entre famílias do meio rural.
Neste contexto, o PNAE se fortalece como política de governo, com grande capacidade para influenciar o desenvolvimento local. Sua sinergia com políticas pode desencadear um bem-sucedido e virtuoso ciclo para o desenvolvimento local. Em cada município o impacto de um programa público é diferente. Os contextos locais influenciam diretamente o desempenho e a dinâmica de políticas públicas. 
2.2 Operacionalização	
		2.2.1 Centralizada
A variedade dos produtos servidos na merenda escolar obedece às necessidades nutricionais dos alunos. Novos produtos passaram a ser incorporados nos cardápios, que antes não podiam ser entregues devido a incapacidade que as empresas tinham de armazenar estes. Com a entrega direta dos agricultores os alimentos são mais frescos e os alunos e professores sabem e valorizam a sua origem. Como dito abaixo nos depoimentos: 
 
“Quando os alunos recebem os alimentos eles sabem de onde vem e como são produzidos. A educação alimentar é discutida e muitos alunos aprendem a comer melhor” (Professora de escola pública).
 
“Os alunos estão sendo introduzidos a alimentos saudáveis, e o intuído também é trazer a questão de forma lúdica. Tem jogos que introduzem a alimentação de qualidade aos alunos, educando assim de diversas maneiras (representante de escola pública).
 
Alguns depoimentos revelam que o processo de aquisição de alimentos para a merenda escolar ultrapassa o papel de garantia de alimentação e se torna instrumento para o exercício didático. Como relatou o informante de uma escola publica:
 
“Alunos estão consumindo mais frutas, legumes e verduras e isso reflete em seus familiares. Os professores também ganham, porque tem momentos que relacionam com conteúdos como ciência e biologia. A escola vai realizar em setembro feira de ciência com meio ambiente e muito da alimentação deles vai ser discutido” (representante de escola publica).
 
Assim, os efeitos da aquisição de alimentos da agricultura familiar local parecem transcender as restritas arestas da alimentação escolar. A alimentação é comentada em casa, com os pais, favorecendo a orientação da família sobre alimentação saudável. Para os professores o processo de aquisição de alimentos vira proposta de discussão da matéria lecionada, e ainda é precedente para outras formas de aprendizado, como a feira de ciências.
No município de Barra do Garças, a operacionalização do PNAE é recente, mas inúmeras mudanças nas dinâmicas comerciais e sociais dos agricultores familiares envolvidos podem ser entendidas. Atualmente (2017) existem vários agricultores familiares localizados nas comunidades rurais do entorno do município que realizam entregas via programa da merenda escolar. Este número era consideravelmente menor no início de 2011, quando começaram as articulações e organizações em função do PNAE. 
Com o forte apoio da EMATER, o Pnae em Barra do Garças avançou em pouco tempo. Os técnicos da Emater assumiram o papel de animadores e articuladores do programa, gerando mais confiança e dinamismo nos processos. Com o bom desempenho inicial do pequeno grupo que aderiu a proposta, novos agricultores se sentiram instigados e passaram a adjudicar para as escolas do município de Barra do Garças, aumentando o sucesso do programa.
Em Barra do Garças a expansão da comercialização não aconteceu apenas com a entrega de alimento às escolas. Ocasionou também em maior divulgação da agricultura familiar no município e aumento da demanda pelos produtos em outros locais. A comercialização para o PNAE permitiu que produtos que o mercado convencional não aceitaria com relação ao visual pudessem ser vendidos, pois a valor estaria mais concentrado na qualidade do alimento. Com as mudanças na comercialização os agricultores familiares são induzidos à profissionalização na busca pela quantidade e qualidade da produção e mesmo em função da exigência de planejamento da produção.
2.2.1 Descentralizada
O emprego de uma alimentação saudável e adequada compreende o uso de alimentos variados e seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis. A alimentação escolar é direito do aluno e tem por objetivo contribuir para o crescimento biopsicossocial,a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos. 
Em cada escola temos uma merendeira que fica responsável pela elaboração da merenda escolar, essa recebe treinamento no local. Uma vez ao ano também reunimos as merendeiras para um treinamento conjunto, pois entendemos que a merendeira é a peça chave da merenda escolar. É ela que está ali diariamente preparando a refeição que será servida. O cardápio deve ser elaborado pela nutricionista responsável técnica, baseando-se nas diretrizes previstas na lei n° 11.947 de 16 de julho de 2009, priorizando os hábitos alimentares regionais e principalmente com incentivo a alimentação saudável. 
A refeição ofertada serve como uma merenda (tipo lanche), devendo priorizar frutas, verduras e hortaliças, deve ser com mínima quantidade ou quase nada de sódio, é restrita para doces, e deve ofertar no mínimo 110 kcal por refeição. São elaborados dois cardápios anuais, um para verão e outro para inverno. Assim que a nutricionista elabora o cardápio, deve preparar a lista de compras baseando na quantidade de alunos inscritos ou pelo ano anterior, diante disto é preparada a licitação e a chamada pública. O município recebe uma parcela de valor baseado no senso escolar do ano anterior, esse montante é repassado pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), no âmbito do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) em 10 parcelas. Deste valor é obrigatório o uso de 30% para produtos adquiridos via agricultura familiar, o objetivo é incentivar a aquisição de gêneros produzidos em âmbito local.
3. CONTROLE SOCIAL – CAE
O CAE no município de Barra do Garças foi instituído desde 2011. No que diz respeito à formação e composição do CAE até o final da gestão de 2011 seguiam a antiga Medida Provisória nº 1979-19, de 2 de junho de 2000, porém os membros do Conselho junto com a 8 EE estavam se organizando para se adequar a nova Resolução 38/2009 (que amplia para 4 anos o mandato e substitui o representante do poder legislativo por dois representantes indicados por entidades civis organizadas). 
Outro dado importante é referente às escolhas dos membros do conselho, em análise das repostas aos questionários aplicados com todos os integrantes do Conselho (titulares e suplentes), verificou-se que ocorre sem interferência do poder público (64%), por meio de reuniões ou assembléias. Contudo, observou-se que há dificuldades em envolver e manter os membros do CAE, principalmente após a publicação do Relatório da CGU (2010). O relatório aponta uma atuação desarticulada do conselho, reafirmando a responsabilidade legal caso ocorram irregularidades na execução do programa. Isso ocasionou uma série de solicitações de desligamento dos conselheiros, o que indica um envolvimento frágil dos conselheiros, constatação explicada com os dados que seguem. 
4. ATUAÇÃO DA CAE
O CAE é um órgão deliberativo, fiscalizador e de assessoramento, instituído no âmbito dos estados e municípios. Foi criado para acompanhar e monitorar a utilização dos recursos financeiros transferidos pelo FNDE para o PNAE, bem como zelar pela qualidade da alimentação escolar, desde a compra até a oferta da alimentação aos alunos.
O CAE é constituído por 7 membros efetivos: 1 representante do Poder Executivo; 2 representantes dentre as entidades de docentes, discentes ou trabalhadores na área de educação; 2 representantes de pais de alunos e 2 representantes da sociedade civil local. Cada membro titular tem um suplente do mesmo segmento representado.
No município de Barra do Garças o CAE é composto de representantes efetivos requisitados e tem comprido sua função no âmbito escolar. As visitas são feitas regularmente e as reuniões interna do órgão tem transmitido transparência para a população. Desde sua criação, não houve grandes desvios de conduta e a organização tem cumprido suas funções satisfatoriamente. 
5. CONCLUSÕES
 Pode-se concluir que esta política favorece a interação entre campos temáticos das esferas da produção e do consumo por meio de estratégias que promovem a integração entre produtores e consumidores, sociedade civil, Estado e outros atores sociais. A governança local do PNAE representa uma contribuição potencial ao desenvolvimento local, pois é através do programa que vários atores se articulam, discutem a realidade local e elaboram estratégias em conjunto para o desenvolvimento do município. A sinergia entre o Estado a sociedade civil do município na implementação do programa está contribuindo cada vez mais para qualificar as ações do programa e a organização social do município.
Em termos econômicos, apesar de não ter acesso ainda a dados quantitativos referentes ao aumento da renda dos agricultores e de seus investimentos, é possível perceber pelos relatos que esta é uma das conseqüências. A grande demanda deste mercado institucional por alimentos produzidos pela agricultura familiar tem ampliado o volume das operações de venda de produtores. Como os recursos vindos para o município para subsidiar a execução do PNAE são gastos no próprio município e não na compra de alimentos de empresas de outro município, permite-se que tais recursos circulem localmente, criando assim um circulo virtuoso. Os agricultores que recebem estes recursos pela venda de seus produtos passam a ter uma capacidade de consumo maior e estável, o que incentiva o investimento dos agricultores, que é feito em grande parte dentro do próprio município. Esse ciclo de dinamização econômica é uma expressão essencial do desenvolvimento local.
6. REFERÊNCIAS
 
BALMANT, Ocimara. Conselho de alimentação escolar (CAE). Disponível em: <https://gestaoescolar.org.br> Acesso em: 01 de Junho de 2017
SILVA, Fabiana Matos da. Programa Nacional da Merenda Escolar (pnae) e a Promoção do Desenvolvimento Regional: o Caso de São Luis do Paraitinga Sp. Dispoível em: <http://www.aedb.br/> Acesso em: 01 de Junho de 2017
MONLEVADE, João. Financiamento da Educação Básica - Disponível em: <www.tvebrasil.com.br/salto>. Acesso em: 01 de Junho de 2017

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