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aula-03-a-linguagem-audiovisual-elementos-especificos-e-nao-especificos1705013684

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A LINGUAGEM AUDIOVISUAL 
 
Para compreender o audiovisual e os elementos que possibilitam a comunicação 
através do audiovisual, vamos identificar inicialmente os principais códigos que a 
compõem, seus elementos específicos e não específicos. Consumimos e aprendemos 
naturalmente essa linguagem desde crianças, pois, ela está amparada no nosso mundo 
do real, do cotidiano que aprendemos diante da vivência em família e sociedade. 
Algumas de suas características são compreendidas independente da língua de 
determinado povo, pois o audiovisual traz a imagem em movimento compreendida em 
todos os lugares, independente de domínio de outro código – como a língua. Mas, a 
linguagem se vale de outras características e a forma como se faz as combinações de 
códigos, características e possibilidade de uso dos elementos é que surge a criação a 
partir da linguagem cinematográfica, linguagem audiovisual. 
Conforme usamos esses elementos podemos dar força à ideia que queremos 
comunicar, modificar o sentido do que está sendo comunicado. Por isso, é tão importante 
conhecer seus recursos para compreender o que é possível fazer. 
Ver um filme é, antes de tudo, compreendê-lo, independente do seu grau de 
narratividade. É portanto, que, em certo sentido, ele “diz” alguma coisa, e foi a partir 
desta constatação que nasceu, na década de 20, a ideia de que, se um filme comunica 
um sentido, o cinema é um meio de comunicação, uma linguagem (AUMONT, 2012, p. 
168). 
Assim, conhecer o que está por trás dessa linguagem, faz o indivíduo perceber/ 
enxergar os filmes de formas diferenciadas, em função das variações que os elementos 
e recursos disponíveis para comunicar a partir dessa linguagem permitem. Ou seja, não 
é apenas o que se diz, mas COMO se diz. Para entendermos essa linguagem que passa 
na tela, foi criada sua própria forma de expressão a partir de: 
• Códigos e termos próprios 
• Associação desses códigos 
• Desenvolvimento de características próprias 
 
Quando falamos em linguagem audiovisual, precisamos ter em mente, 
inicialmente, que ela é composta essencialmente por três códigos: o verbal, o sonoro e 
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o visual: 
• O verbal: o que é dito. Aqui será trabalhado o conteúdo textual da produção. 
Texto para uma narração em off, textos de diálogos, texto que revelam os pensamentos 
de personagens. O código verbal é trabalhado no roteiro, que considera outros 
elementos para a construção de uma narrativa. Ou seja, emprega as técnicas do roteiro. 
• O sonoro: o que é ouvido. Aqui, o cuidado é com o que será ouvido e como 
será ouvido. Se um diálogo ocorre dentro de uma igreja, o som ouvido pelo espectador 
terá de refletir a acústica desse ambiente, diferente de um diálogo que ocorre em um 
espaço aberto, por exemplo. Os sons que contribuem para enriquecer a narrativa, 
despertar sentimentos como melodias ou o som do vento, do mar, latidos de cachorros 
e sons de pássaros. Muitas vezes o código sonoro está presente mesmo quando a 
imagem não está em quadro, mas o som cumpre importante papel nesse sentido. 
• Visual: o que é visto. Quando falamos no código visual sendo trabalhado 
em uma produção, vamos ter em mente que é necessário pensar em todos os elementos 
que vão ser vistos na tela e como serão vistos. Assim, as perguntas do diretor do filme, 
seja uma produção de baixo orçamento ou não, terá de definir o que será mostrado na 
cena? Como será mostrado? Quando mostrar e por quanto tempo? O espectador verá 
toda paisagem, todo ambiente, todo personagem. Nesse sentido serão definidos os 
planos a serem adotados e cada um deles tem sua função específica. 
Já foram identificados os principais elementos que compõem o universo 
cinematográfico e audiovisual – o que permite ver e ouvir simultaneamente de forma 
integral uma história e que é visto com o grande diferencial da comunicação a partir do 
audiovisual. Mas, no processo de produção audiovisual, podemos contar com outros 
elementos para compor o filme – seja ele de ficção ou documental, publicitário ou 
institucional, de longa ou curta-metragem, bem como outras classificações. 
 
ELEMENTOS ESPECÍFICOS E NÃO ESPECÍFICOS 
Martin (2013) ressalta que são considerados elementos não específicos, os 
elementos empregados no audiovisual, mas que não são de uso exclusivo da arte 
cinematográfica, sendo comuns em outras artes como o teatro e a pintura. Consegue 
imaginar quais são esses elementos? Vamos a eles: 
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• A iluminação: é fundamental na produção pois, é ela que irá garantir a 
expressividade da imagem, contribuindo a atmosfera do filme. Martin (2013) destaca o 
que foi escrito por Ernest Lindgren que a iluminação “serve para definir e modelar os 
contornos e planos dos objetos, para criar a impressão de profundidade espacial, para 
produzir uma atmosfera emocional e mesmo certo efeitos dramáticos” (MARTIN, 2013, 
p. 62). Ela pode ser feita artificialmente para dar realismo às produções, mesmo quando 
não se está em um ambiente real da situação. O exemplo é que é possível gravar cena 
de dia, simulando a noite – e vice-versa. Normalmente, a iluminação nas produções 
passa despercebida por quem não é da área, mas com conhecimento específico, é 
possível perceber que a iluminação faz uma grande diferença na produção. 
No começo, e enquanto os filmes eram rodados ao ar livre ou em estúdios 
envidraçados, as possibilidades expressivas da iluminação artificial foram 
completamente ignoradas. Quando ela passou a ser utilizada, por volta de 1910, na 
França, na Dinamarca e nos Estados Unidos, foi quase unicamente em função de 
considerações de verossimilhança material. É a partir de Enganar e Perdor/The cheat 
(De Mille), de 1915, que parece ter havido verdadeira descoberta dos efeitos de 
iluminação psicológicos e dramáticos: nesse drama sombrio de paixão e ciúme, luzes 
violentas, esculpindo as sombras, intervêm como fator de dramatização (MARTIN, 2013, 
p. 62). 
 
UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM: OS FUNDAMENTOS DO 
CINEMA E DO AUDIOVISUAL 
A iluminação criada para um produto audiovisual exerce um papel importante, 
podendo ser básica ou complexa e podendo criar diversos efeitos. 
• O vestuário: um figurino adequado em uma produção conversa com todos 
os outros elementos que contribuem para a atmosfera da narrativa, pois é item 
fundamental na caracterização dos personagens e serve para valorizar suas atitudes, 
confirmando sua personalidade. Assim, o vestuário de uma produção é um meio de 
expressão, e normalmente é empregado de forma mais realista se comparado ao teatro. 
Martin (2013, p. 66) define três tipos de vestuário no cinema: os realistas – são aqueles 
que há uma preocupação coma exatidão histórica em relação à produção; os 
pararrealistas – quando o figurinista se inspira na moda da época, mas trabalha com uma 
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certa estilização prevalecendo o estilo e a beleza, conforme indicação da proposta do 
diretor; e os simbólicos nessa proposta de figurino não importa a exatidão histórica e sim 
contribuir para dar força expressiva ás características de personagens , simbolizando a 
essência muitas vezes de uma situação . 
Em produções publicitárias, podemos observar o cuidado da equipe de direção de 
arte (estudaremos adiante a equipe em uma produção audiovisual) ao definir figurino de 
atores conforme a essência do cliente, especialmente considerando suas cores. 
 
 Figura – Cores Usadas No Figurino Em Comerciais 
 Fonte: <Https://Bit.Ly/3toup8p>. 
 
• O cenário: elemento fundamental quando se faz cinema ou qualquer 
produção audiovisual. Sempre precisa ser pensado e definido, pois exige o realismo em 
função do que é “filmado”,e, consequentemente mostrado na tela a partir do 
enquadramento escolhido. Martin (2013, p. 67) destaca que o “conceito de cenário 
compreende tanto os naturais quanto as construções humanas. Os cenários, quer sejam 
de interiores ou de exteriores, paisagens podem ser reais (isto é, preexistir à rodagem 
do filme) ou construídos em estúdio”. Assim como o figurino, tem tipos específicos para 
sua classificação. O cenário também pode se apresentar realista – traz o que de fato é 
em sua materialidade; o impressionista – traz para a tela a intenção de refletir um estado 
psicológico da ação. Aqui, podemos trabalhar com a proposta de significação psicológica 
a partir de um cenário como o mar, simbolizando a liberdade, a nostalgia, ou o deserto 
significando a solidão, o desespero. Outra classificação de cenário é o expressionista – 
quase sempre criado artificialmente, se distancia muito do tipo impressionista. Sua 
característica está justamente no oposto ao natural. Busca certa deformação, estilização 
para auxiliar na narrativa do filme, produzido com essa característica. 
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Como elemento não específico da linguagem cinematográfica /audiovisual está também 
a cor. 
• A cor: durante 40 anos o cinema foi praticamente em preto e branco. O que 
Méliès e outros artistas faziam era colorir a mão os filmes, o que com o passar do tempo 
passou a ser algo exorbitante em função do aumento da duração dos filmes. Alguns 
banhos para tingir a película eram usados também no início do cinema, com finalidade 
parte realista e parte mais simbólica, quando se usava banhos azulados para indicar a 
noite, esverdeado para paisagens e vermelho para incêndios e revoluções. Nesse 
sentido, destacamos a afirmação de Martin (2013, p. 75), quando ele diz que na maioria 
dos casos, os produtores estão interessados apenas no realismo, e é conhecido o 
slogan, que no início causou furor, das “cores cem por cento naturais”. Contudo, a 
verdadeira invenção da cor cinematográfica data do dia em que os diretores 
compreenderam que ela não precisava ser realista (isto é, conforme a realidade) e que 
deveria ser utilizada antes de tudo em função de valores (como o preto e branco) e das 
implicações psicológicas e dramáticas das diversas tonalidades (cores quentes e cores 
frias). (Grifo no original) 
• Desempenho dos atores: outro importante elemento não específico da 
linguagem audiovisual que contribui com as narrativas. O diretor do filme irá se valer da 
contribuição dos atores para criar o universo de sua história. A atuação do ator no cinema 
é muito diferente da atuação do ator no palco em um teatro. No palco, o ator poderá 
forçar sua atuação e sua dicção. No entanto, no cinema/ na TV é a câmera que fará essa 
parte de evidenciar toda a expressão gestual e verbal, contando inclusive com a 
fotogenia e carisma do ator. Na atuação, Martin (2013) indica algumas concepções: 
 
o Hierática: atuação estilizada e teatral; 
o Estática: sua força está na presença física do ator; 
o Dinâmica: é uma característica nos filmes italianos por ressaltar o 
temperamento latino; 
o Frenética: quando é empregada uma expressão gestual e verbal 
propositalmente exagerada, característica da intenção de alguns diretores. 
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Para a criação de produtos audiovisuais existem outros elementos empregados 
tecnicamente para a construção das narrativas. Em um estudo aprofundando sobre 
essas possibilidades, Jennifer van Sijl nos presenteia com uma obra em que apresenta 
as 100 convenções mais importantes do mundo do cinema. É o livro Narrativa 
Cinematográfica, que consta nas referências deste livro didático. Sabemos que uma 
narrativa trata de histórias e para fazer uma análise, ou escrever uma boa narrativa, se 
faz necessário conhecer as especificidades de como ocorre a comunicação e a forma 
como esses elementos ou convenções se relacionam à estrutura da história, ou seja 
como cada detalhe será empregado, qual o papel de cada elemento nessa narrativa. Um 
trabalho complexo. 
Além dos elementos já estudados, temos ainda à disposição para trabalhar em 
uma narrativa, segundo Sijll (2019), importantes convenções que são empregadas na 
produção cinematográfica, que se juntam ao que já destacamos como os elementos não 
específicos da linguagem audiovisual e aos elementos específicos, como definido por 
Marcel (2013). Vamos destacar algumas dessas convenções, compreendendo que 
essas convenções fazem parte da especificidade para a concepção de um produto 
audiovisual. 
 
• O espaço do filme: refere-se à dinâmica espacial intrínseca ao fotograma 
(ou frame em se tratando de mídias digitais e não película). É o eixo que o olhar do 
espectador se move diante da tela. 
• Enquadramento: composição do quadro que será mostrado na tela, com 
todos os elementos escolhidos para serem mostrados em determinado plano. 
• Edição: é o processo de montar o filme, construir a cena por meio da junção 
dos planos. 
• Efeitos sonoros e música: o roteirista pode se valer de tipos de som para 
narrar a história, a música que pode ter em sua letra os pensamentos de um 
personagem, os tradicionais diálogos ou narração e os efeitos sonoros. 
• Transições de cena: elas ocorrem no momento de unir as cenas e 
consideram tanto o código sonoro quanto o visual. Conforme Sijll (2019), com a transição 
tanto o roteirista quanto o diretor tem a oportunidade de transmitir informações da 
história. Elas podem ser unidas, sem nenhuma referência intencional ou elaboradas para 
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acrescentar elementos à história. 
• Lentes: com elas, é possível criar em um mesmo plano, diversas 
perspectivas para o olhar com vários elementos em ação em 1º, 2º ou 3º plano quanto à 
profundidade por exemplo, ou reduzir essa profundidade, deixando de fora do foco tantos 
objetos que podem compor a cena. As lentes podem ser usadas para provocar distorções 
que despertam diferentes sensações a partir do visual. 
• Posição e movimentos da câmera: no princípio do cinema, uma das 
evoluções foi a que Mèliés propôs ao mudar a câmera de posição. Outros foram 
aperfeiçoando essa posição da câmera se aproximando do tema e contribuindo para 
enriquecer a narrativa. Assim, a posição da câmera com o uso de planos próximos ou 
distantes, ou que assumam o ponto de vista do espectador são fundamentais para a 
dramaticidade de todo filme, bem como a angulação e movimentação da câmera. 
E quando falamos em linguagem audiovisual, os planos empregados para compor 
os enquadramentos, ou seja, o que será mostrado e como será mostrado no quadro 
(tela), precisam ser conhecidos e todos da equipe precisam conhecer essa linguagem 
técnica. Assim, vamos identificar os nomes dos principais planos, angulações e 
movimentos de câmera e quando e porque são feitas determinadas escolha de um plano 
e não de outro. 
O plano é a imagem entre dois cortes sendo a menor unidade narrativa de um 
roteiro técnico. O tempo de duração de cada plano é determinado de acordo com a 
dramaticidade da cena e seu nome está relacionado a distância da câmera e do objeto. 
A escolha do plano deve estar condicionada à necessidade de dar clareza à narrativa e 
assim, a partir da escolha do plano é possível ampliar ou reduzir a dramaticidade da 
cena. Rodrigues (2010) traz os seguintes planos: 
• Grande Plano Geral: muito aberto. Mostra todo ambiente que pode ser uma 
grande cidade, uma rua, um parque, conjunto de casas. Usado para: situar o espectador, 
pois contextualiza quanto a cena seguinte. Sua proposta não valoriza o personagem. 
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 Figura – Grande Plano Geral (Gpg)Fonte: Rodrigues (2010) 
 
Plano Geral: usado para situar algo mais específico. Ex.: a casa, em relação ao 
desenvolvimento da cena. 
 
 Figura – Plano Geral (Pg) 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
O plano geral ainda pode se apresentar com especificação: 
• Plano Geral Aberto: utilizado para situar cenas localizadas em externo/ 
interno amplos, mostrando o espaço da ação. 
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 Figura – Plano Geral Aberto (Pga) 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Plano Geral Fechado: Utilizado para mostrar a ação do personagem em 
relação ao espaço cênico. 
 Figura – Plano Geral Fechado (Pgf) 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Plano Inteiro (PI) – A proposta do plano é mostrar o personagem da cabeça 
aos pés. 
 
 
 
 
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 Figura – Plano Inteiro (Pi)Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Plano americano (PA) – O personagem é mostrado a partir dos joelhos. Foi 
criado nos filmes de westerns americanos, para valorizar a caracterização do 
personagem em função das armas carregadas junto ao corpo, na linha da cintura. 
 
 
 Figura – Plano Americano (Pa) 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Plano Médio (PM) – Tem a proposta de mostrar da cintura para cima. 
Usado para valorizar o movimento das mãos durante a cena. 
 
 
 
 
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 Figura – Plano Médio (Pm) 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Primeiro Plano / Plano Próximo (PP) – enquadrado do busto para cima. 
Usa- se para valorizar as características, intenções e atitudes do personagem. 
 
 Figura – Primeiro Plano Pp) 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Close/ Primeiríssimo Plano (CL) – enquadra o personagem do ombro para 
cima. Usado para valorizar/ definir a carga dramática empregada pelo ator. É um plano 
emotivo. 
 Figura– Close (Cl) / Fonte: Rodrigues (2010) 
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• Superclose: a proposta deste plano é enquadrar somente o rosto – do queixo 
até o limite da cabeça. 
 
 Figura – Superclose 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Plano Detalhe – é o mais próximo de todos. Mostra apenas parte do corpo, 
como seu próprio nome diz. Usado também para mostrar objetos. 
 Figura – Plano Detalhe 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Câmera sobre o ombro (over shoulder) – enquadra o personagem em 
ação e parte do ombro do outro. Usada em cenas de diálogos com a proposta de plano 
/ contraplano. 
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 Figura – Over Shoulder 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
Existem ainda outros planos usados que são considerados neutros: 
• Frontal: ator fala para a câmera. Usado no jornalismo para a passagem do 
repórter 
• Cut in: Close dentro da ação filmada. 
• Cut away: Plano ou close de outra cena, interligada a ela. 
• Plano Zenital: Plano gravado a 90º sobre a cabeça dos atores. 
 
• Plano sequência – toda a cena captada em sequência, com a câmera 
deslocando- se no espaço cênico, sem cortes. 
• Plongé – Neste plano, a câmera enquadra o personagem de cima para baixo. 
Espectador tem a visão de cima. Sua proposta é dar o “poder” para o outro. 
 Figura – Plongéfonte: Rodrigues (2010) 
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• Contraplongé – o personagem é enquadrado de baixo para cima e neste 
caso, o personagem ganha mais poder, fica “superior, mais forte”. 
 Figura – Contraplongé 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
• Plano subjetivo – neste plano, o espectador ou o personagem tem o ponto 
de vista da câmera. A proposta é muito utilizada em diversas produções com o objetivo 
de aproximar o espectador para a experiência da cena. 
 Figura – Plano Subjetivo 
 Fonte: Rodrigues (2010) 
 
Além dos planos, para compor a linguagem visual de uma produção empregamos 
também movimentações e angulações de câmera. Nesse sentido, Moletta (2009) nos 
apresenta as seguintes possibilidades, podendo ser empregadas em todas as 
produções. 
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o Panorâmica – nesse movimento, a câmera gira em seu próprio eixo com 
a proposta de mostrar totalmente o local. Pode ser feita na horizontal (pan horizontal) ou 
na vertical (pan vertical – também conhecido como tilt) Na Pan invertida, a câmera gira 
em torno do personagem ou do objetivo. 
o Travelling – é o movimento em que a câmera segue um caminho para 
acompanhar uma ação ou o personagem em uma corrida, por exemplo. Para esse 
movimento, normalmente, é usado equipamento específico. Essa proposta pode ser 
usada para dar certa tensão à cena. 
o Zoom – é um movimento feito na lente. Usado para chamar atenção para 
algo em cena, pois a câmera, a partir do zoom, irá focar rapidamente um objeto 
específico. Pode ser usado: 
▪ Zoom-in: movimento que aproxima o objeto na imagem; 
▪ Zoom-out: movimento que distancia o objeto da imagem. 
 
Tanto um movimento quanto o outro podem ser feitos de forma rápida ou lenta. 
Nas produções, também podemos empregar as propostas de: 
o Câmera nervosa: consiste em balanço durante a filmagem/gravação. Tem 
a intenção de provocar desconforto, insegurança em relação à sequência. 
o Câmera na mão: desejo de acentuar uma ação, simulando o movimento 
de deslocamento do personagem. 
 
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