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Coqueluche A coqueluche era uma causa importante de mobimortalidade no século XX, mas houve uma redução importante da sua incidência com a vacinação universal. Recentemente esse tema voltou a ser relevante por estarmos vivendo um aumento dos casos de coqueluche. Epidemiologia Na era pré-vacinal a coqueluche era mais comum em crianças de 1 a 9 anos. Com o surgimento da vacina, agora nós vemos a coqueluche mais comum em adolescentes e crianças menores de 1 ano. O maior risco da coqueluche acontece quando acomete lactentes menores de 3 meses, por não ter ainda as duas doses da vacina, gerando quadros mais graves, e com maior morbimortalidade. Os adolescentes agora cursam com uma perda da imunidade, que acontece tanto com a imunidade natural, quanto com a vacina DTP. Etiologia Em 85-95% dos casos é causado pela bactéria bordetella pertussis, um cocobacilo aeróbio gram-negativo, cujo homem é o único hospedeiro. Além disso, pode ter outras espécies de bordetella levando a coqueluche, como parapertussis, bronchiseptica e holmesii. A bordetella é transmitida por gotículas, principalmente, sendo a principal via de transmissão por respiratório, além da via de contato com secreções. Quadro clínico Período de incubação: 7 a 10 dias. Fase catarral: 1-2 semanas. O paciente tem bastante congestão nasal, rinorreia, lacrimejamento, mal-estar, tosse e é raro ter febre. Fase paroxística: 2-6 semanas. Mais característica. Tosse importante, paroxística, que leva a cianose facial, ou até a vômitos pós tosse. Adolescentes e adultos podem não ter essa fase característica, dificultando o diagnóstico. Fase convalescença: 1-12 semanas. Nessa fase há uma redução progressiva da frequência e gravidade da tosse. Fase de maior transmissão: fase catarral e primeiras 3 semanas da fase paroxística. Caso suspeito de criança maior ou igual a 6 meses de idade: independente do estado vacinal, qualquer tipo de tosse com duração de 14 dias ou mais associada a pelo menos um dos achados: · Paroxística (5-10 sequencias de tosse forçada em uma única expiração) · Guincho inspiratório · Vômitos pós-tosse Nesses casos, a notificação é compulsória, e sempre tem que colher swab da nasofaringe, que vai para cultura e PCR, sempre nos primeiros 7 a 10 dias da tosse Lactentes: fase catarral curta, apenas apneia, sem tosse paroxística. Achados exames Radiografia: achado coração felpudo: infiltrado peri-hilar Hemograma: leucocitose > 30 mil leucócitos, com predomínio de linfócitos (pode cursar com hipertensão pulmonar) DX diferencial: bronquiolite. Fatores de risco · Sexo masculino · Idade < 3 meses · Prematuridade · Baixo nível socioeconômico · Febre > 37,5°C a entrada Sinais de alerta · Taquipneia > 60 ipm · Bradicardia < 50 bpm · Leucocitose > 50 mil/mm3 · Hipóxia persistente após paroxismos de tosse · Cianose persistente Internação Isolamento por pelo menos 5 dias de uso de ATB. Oxigenoterapia > durante a crise de tosse, se cianose durante a crise de tosse Hidratação Nutrição Corticoide e broncodilatador não são eficientes no tratamento da coqueluche Antibiótico 1ª escolha: azitromicina por 5 dias 2ª escolha: claritromicina por 7 dias 3ª escolha: eritromicina por 7-14 dias (não usar em lactentes pelo risco de estenose hipertrófica do piloro) Alergia a macrolídeos: SMZ/TMP por 7 dias (não utilizar em < 2 meses) Hipertensão pulmonar ECMO Exsanguineo-transfusão Profilaxia Vacina DTP Gestantes: dTpa celular do adulto Imunidade não é permanente > reforço a cada 10 anos
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