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Conjuntivite É a doença ocular mais comum em todo o mundo, se trata de uma inflamação da mucosa conjuntival. Sintomas princiapis • Dilatação vascular • Infiltrado celular • Exsudação Quais as principais causas? Causas exógenas, raramente é endógena Como são classificadas? • Infecciosa • Alérgica • Tóxica • Autoimune Como são divididas em relação a evolução temporal? • Hiperagudas: aparece em 12 horas. • Agudas: duram até 3 semanas • Crônicas: duram mais que 3 semanas. Conjuntivite viral Comum, autolimitante. O principal agente causador é o Adenovírus. Os sorotipos mais associados a ceratoconjuntivite epidêmica são os 8,9 e 37. Outros: Quais outros vírus podem causar? • Herpes simpex (VHS) • Varicela zoster • Picornavirus • Poxvírus • HIV Epidemiologia Homens e mulheres são acometidos na mesma proporção. A faixa etária média é de 20-40 anos e geralmente na primeira infecção adquirimos imunidade específica. Como é a transmissão? Através de contato direto → pessoas ou objetos contaminados. Algumas observações: • Tem um risco de surto no inverno • Os indivíduos imunocomprometidos são mais sucetíveis • Quanto ao período de contágio, temos até 14 dias para transmitir Patogênese O adenovírus é um vírus de DNA de fita dupla não envelopado, que pode causar infecções esporádicas ou epidêmicas. Fisiopatologia Inflamação → vasodilatação → dano do endotélio, que aumenta a permeabilidade dos vasos → edema. Por isso o olho fica vermelho e edemaciado. Por que acontece hipersecreção de lágrima? Porque há um estímulo de terminações nervosas sensoriais. As substâncias tóxicas podem levar a necrose. A morte celular que antecede a necrose pode ser visualizada por fluoresceína e rosa bengala. A irritação faz com que as glândulas produtoras de lágrima aumentem a secreção Quais os tipos de secreção? • Aquosa (lágrima) → mais comum na conjuntivite • Serosa (exsudação) • Mucosa (mucina) • Purulenta (macrófagos) • Pseudomembranosa (fibrina). A inflamação produz alterações morfológicas no tecido. Temos 3 tecidos reacionais inflamatórios na conjuntiva: Papilas Mais comuns em conjuntivites alérgicas. Folículos Mais comuns em conjuntivites virais e, em alguns casos, conjuntivite tóxica ou por clamídia. Flictênulas Reação do tecido conjuntival que invade a córnea após uma inflamação. Típica após reação de hiperssensibilidade a proteínas do estafilococos aureaus Quadro clínico Tem 3 tipos principais de conjuntivite: conjuntivite folicular simples; febre faringoconjuntival e ceratoconjuntivite epidêmica. Período de incubação: 5-12 dias. Resolução costuma ser espontânea em 2-4 semanas, sendo autolimitadas, e não são associadas a disfunções sistêmicas. Quais os principais sinais e sintomas? Hiperemia conjuntival, presença de muco nos cílios, presença de quemose conjuntival (foto 3), fotofobia, irritação do olho, folículos na conjuntiva. P.S.: quando secreção abundante, temos que ter cuidado para não ser uma infecção mais grave, como por neisseiria gonorreia. Na foto da esquerda, vemos os folículos. Na da direita, vemos membrana ou pseudomembrana → material exsudativo. Ele tem fibrina e fica firmemente aderido à conjuntiva → precisa remover, porque ele pode arranhar toda a superfície quando pisca. Como saber se é membrana ou pseudomembrana? Ao remover com um cotonete ou pinça, a pseudomembrana não sangra e a membrana sangra. Febre faringoconjuntival (FCC): Incubação: 5-14 dias. Os sintomas incluem febre, faringite, rinite, conjuntivite folicular. Pode ter linfadenopatia pré- auricular ou cervical. É uma doença autolimitada, cerca de 10 dias. Ceratoconjuntivite epidêmica (CCE): É bilateral em até 70% dos casos. Os sintomas incluem febre, mal-estar, mialgia e náuseas. O linfonodo pré-auricular estará inflamado. Pode durar até 4 semanas. Na CCE, pode ter um envolvimento significativo da córnea. Depois de alguns dias, podem surgir na córnea pequenas opacidades → é o vírus que morreu mas ficaram pedacinhos dele na córnea ou estroma da córnea e o organismo fica atacando esse material estranho → diminuição da transparência. Na maioria das vezes não borra a visão da pessoa, só quando tem uma confluência muito grande (é possível, inclusive pode causar cegueira). Foto abaixo: P.S.: é esse paciente que vai precisar usar corticoide na conjuntivite. Diagnóstico É essencialmente clínico. Os exames complementares que podemos utilizar em caso de dúvida ou não resolução do quadro são: coloração de Giemsa, PCR, cultura viral e imunocromatografia. Tratamento Não existe tratamento específico para conjuntivite viral. O tratamento inicial é para diminuir os sintomas e o desconforto. Se tiver intenso desconforto por edema palpebral e linfadenopatia pré-auricular Pode usar AINEs Qual o tratamento não medicamentoso que podemos fazer? Compressas geladas, limpeza de papel (para jogar fora), higiene do globo ocular com água corrente ou soro fisiológico e colírios lubrificantes. Quais coisas evitar durante esse período? • Lentes de contato • Coçar ou manipular os olhos • Contato dos frascos de colírio com o olho ou região periocular • Compartilhar lençóis, toalhas, travesseiros e outros objetos pessoais que podem ter contato com a face/região periocular • Trocar diariamente as fronas • Evitar saunas e piscinas • Lavar as mãos Cuidado com os colírios de antibiótico e corticosteroides → pode levar a lesões graves! Usar só quando há indicação. Diagnósticos diferenciais
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