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EXERCICIOS

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MUSCULAÇÃO 
Cristiano Cardoso de Matos 
Análise mecânica dos 
exercícios de força
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os componentes que diferenciam os exercícios de 
musculação.
 � Classificar os exercícios de musculação de acordo com a mecânica 
externa.
 � Diferenciar as exigências musculares decorrentes da mecânica 
externa dos exercícios de força.
Introdução
O conhecimento a respeito das forças que agem no corpo, como tam-
bém da mecânica dos movimentos, é de extrema importância para o 
professor de educação física. Com esse conhecimento, ele terá uma 
base teórica mais concisa para uma correta prescrição das sessões de 
treinamento de força. 
Neste capítulo, você vai ler sobre os componentes que diferenciam os 
exercícios de musculação e a classificação dos exercícios de musculação 
de acordo com a mecânica externa. Além disso, você vai estudar sobre 
a diferença das exigências musculares decorrentes da mecânica externa 
dos exercícios de força.
1 Componentes que diferenciam os exercícios 
de musculação
O sistema musculoesquelético é uma estrutura fantástica. Por meio da união 
dos ossos, temos as articulações que permitem as amplitudes de movimento 
ao longo de determinados planos e eixos. São mais de 205 ossos que, unidos, 
possibilitam a formação de inúmeras articulações. O agente do movimento, 
o músculo, por meio da sua contração permite a realização do movimento. 
Ao todo, temos mais de 600 músculos, que nos permitem a realização dos 
movimentos das atividades diárias (HAMMIL; KNUTZEN, 2000; WATKINS, 
2001; MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006).
Podemos observar três tipos de contrações do tecido muscular: isotônica, 
isométrica e isocinética.
Na contração isotônica, ou dinâmica, ocorre o movimento em razão da 
desigualdade entre a força muscular e a resistência, provocando o movimento 
do segmento corporal. Existem dois tipos de contração dinâmica, a concên-
trica e a excêntrica. A contração muscular concêntrica é descrita como a 
diminuição do comprimento muscular quando comparado com o músculo em 
repouso. Ao realizar esse tipo de contração, é aproximada a inserção distal da 
proximal, causando encurtamento do seus sarcômeros. A contração muscular 
excêntrica é entendida como uma contração que ocorre enquanto se observa 
um aumento do comprimento muscular. Essa contração causa um afastamento 
da inserção distal da proximal.
Na contração isométrica, ou estática, observa-se um mínimo movimento 
ou nenhum, ou seja, nesse tipo de contração, não é observado movimento 
articular. Veja a Figura 1.
Figura 1. Contração isotônica e isométrica.
Fonte: Adaptada de Pearce (2019).
O músculo 
encurta
O músculo 
é alongado
O comprimento 
do músculo 
permanece
inalterado
Contração isotônica Contração isométrica
Análise mecânica dos exercícios de força2
Por fim, na contração isocinética, é mantida a mesma velocidade ao longo 
de toda a amplitude de movimento. Esse tipo de contração só pode ser realizado 
em aparelhos isocinéticos (HAMMIL; KNUTZEN, 2000; WATKINS, 2001; 
MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006; LIMA; PINTO, 2012; HALL, 2015).
Por meio da contração dos músculos esqueléticos são realizados os mo-
vimentos entre as estruturas ósseas. A junção entre as estruturas ósseas é 
chamada de articulação. O corpo humano tem três tipos de articulações. 
Sinartroses são articulações fibrosas imóveis, mas têm um grande papel na 
absorção de impactos, um exemplo é a sindesmose tibiofibular. Anfiartroses 
são articulações cartilaginosas pouco móveis que diminuem a sobrecarga na 
região onde é aplicada força e também permitem um pouco de movimento 
entre as uniões ósseas, um exemplo é a sínfise púbica. Por fim, temos as arti-
culações diartroses, que têm uma grande amplitude de movimento. Um tipo 
de articulação diartrose é a articulação sinovial, um exemplo é a articulação 
glenoumeral. Esta constitui a maioria das articulações do corpo humano, 
possibilitando os diferentes tipos de movimentos, conforme descrição a seguir.
 � Flexão: movimento que aproxima um segmento corporal (distal) de 
outro segmento adjacente (proximal) e se caracteriza pela diminuição 
do ângulo interno de uma articulação. 
 � Extensão: movimento que visa a afastar um segmento corporal distal 
de um segmento corporal proximal; durante a extensão, é possível 
observar um aumento do ângulo interno de uma articulação, causado 
pelo afastamento de duas estruturas ósseas. 
 � Hiperextensão: movimento de extensão realizado além do limite 
anatômico da articulação, observado em indivíduos que têm muita 
flexibilidade articular; os movimentos de hiperextensão são comumente 
associados a movimentos lesivos às articulações, com comprometimento 
das estruturas ligamentares. 
 Podemos citar como exemplos de articulações que realizam flexão e 
extensão: cotovelo, ombro, punho, coluna, quadril, joelho e tornozelo. 
 � Abdução: corresponde ao movimento de afastamento do segmento 
corporal em relação à linha média do corpo. 
 � Adução: movimento de aproximação do segmento corporal em relação 
à linha média do corpo. 
 Podemos citar como exemplos de articulações que realizam abdução e 
adução: ombro, quadril, punho e cintura escapular. 
3Análise mecânica dos exercícios de força
 � Flexão horizontal/adução horizontal: corresponde ao movimento de 
aproximar um segmento corporal em direção à linha média do corpo 
no eixo craniossacral.
 � Extensão horizontal/abdução horizontal: movimento de afastar um 
segmento corporal da linha média do corpo no eixo craniossacral.
 Podemos citar como exemplos de articulações que realizam esses movi-
mentos: ombro e quadril (embora tradicionalmente seja referida apenas 
com abdução/adução).
 � Rotação medial/interna: movimento no qual o segmento corporal gira 
ao redor do seu eixo em direção à linha média do corpo.
 � Rotação lateral/externa: movimento no qual o segmento corporal gira 
ao redor do seu eixo para fora da linha média do corpo. Na posição 
anatômica, o ombro é rotado externamente. 
 Podemos citar como exemplos de articulações que realizam rotação 
medial/interna e rotação lateral/externa: ombro e quadril e o joelho.
Algumas articulações realizam movimentos específicos que são exclusivos 
dela. Veja a seguir.
Na articulação do tornozelo, temos a flexão plantar, que corresponde a um 
aumento do ângulo entre tíbia e pé, e a flexão dorsal, que é uma diminuição 
do ângulo entre tíbia e pé. Além disso, temos a inversão, que é a aproxima-
ção do segmento corporal em direção à linha média, e a eversão, que é um 
afastamento do segmento da linha média.
Na articulação radioulnar, é realizada a pronação, que corresponde ao 
movimento de rotação interna da ulna ao redor do rádio, e a supinação, que 
é o movimento de rotação externa da ulna sobre o rádio.
Na cintura escapular, é observada a elevação, o movimento de erguer o 
mais alto a escápula no plano frontal. A depressão corresponde ao abaixar 
da escápula no plano frontal. A rotação superior corresponde à cavidade 
glenoide estar o mais elevada possível no plano frontal. Já a rotação inferior 
é o movimento de retorno da escápula em direção a sua posição inicial. 
Na coluna, são descritos os movimentos de flexão lateral (direita ou es-
querda), que corresponde à inclinação de um segmento ou de toda a coluna para 
um determinado lado, rotação para direita ou esquerda, que é o movimento de 
girar ao redor do próprio eixo para o lado direito ou esquerdo, retroversão, que 
é o movimento de deslocamento da pelve para trás, e, por fim, anteroversão, 
que é o deslocamento da pelve para frente.
Análise mecânica dos exercícios de força4
Por meio da interação de músculos, ossos e, por consequência, articulações, 
o corpo humano consegue realizar os movimentos em razão de certas facili-
tações provenientes das alavancas. Alavancas são estruturas rígidas capazes 
de movimentar ao redor de um ponto de apoio quando uma força é aplicada. 
As alavancas são constituídaspor três estruturas básicas. O eixo ou fulcro é o 
local que permite o movimento. A força de resistência é a força ou a estrutura 
a ser vencida. E a força potente é o local de aplicação da força pelo músculo. 
Por meio das alavancas, são observados os braços de alavanca de força ou 
potência (distância perpendicular do local onde é aplicada a força potente até 
o eixo) e o braço de alavanca de resistência (distância perpendicular do local 
onde é aplicada a força resistente até o eixo). A seguir, veja a Figura 2, na qual:
 � P.A. = é o ponto de apoio ou eixo;
 � Fr = força resistente, que corresponde à massa do objeto que pretende-
-se levantar;
 � Fp = força potente, que corresponde à força para mover o objeto;
 � Fp = força potente;
 � d1 = braço de alavanca da força ou braço de potência ou braço de força;
 � d2 = braço de alavanca da resistência ou braço de resistência.
Figura 2. Exemplo de uma alavanca e seus constituintes.
Fonte: Adaptada de Teixeira (2020).
P.A.
Fr
Fp
d1 d2
5Análise mecânica dos exercícios de força
São observados três tipos distintos de alavancas. Veja a seguir.
 � Alavanca de primeira classe ou interfixa: o eixo está no meio. Um 
exemplo no corpo humano é a primeira vértebra cervical. A cabeça 
é a força resistente, a articulação apofisária é o eixo e os músculos 
posteriores são a força potente. 
 � Alavanca de segunda classe ou inter-resistente: a resistência está no 
meio. É o tipo de alavanca que apresenta a melhor vantagem mecânica, 
pois o braço de força sempre será maior do que o braço de resistência. 
Um exemplo é um carrinho de mão e no exercício de flexão plantar 
em pé em um degrau, no qual a força potente está no calcanhar, pelo 
tendão do calcâneo, a força de resistência é o peso corporal, que pode ser 
representado pelo centro de massa do corpo, passando sobre o maléolo, 
e o eixo de rotação pode ser apontado como a parte do antepé, que é o 
ponto a partir do qual ocorre o movimento. 
 � Alavanca de terceira classe ou interpotente: a aplicação da força 
muscular fica entre a resistência e o eixo. É o tipo de alavanca mais 
comum no corpo humano. Um exemplo é o cortador de unha, como 
também o exercício de rosca direta para trabalhar os músculos flexores 
do cotovelo, em que o eixo de rotação é na articulação, a força potente 
pode ser representada pelo tendão do bíceps braquial (principal músculo 
flexor de cotovelo) e a resistência está no peso do segmento (identifi-
cado pelo centro de massa do mesmo na metade do comprimento do 
antebraço) e na carga externa (haltere ou barra). 
Análise mecânica dos exercícios de força6
Na Figura 3, são mostrados os tipos de alavancas.
Figura 3. Os três diferentes tipos de 
alavancas.
Fonte: Adaptada de Costa (2016).
F
F
F
R
R
R
Primeira classe
Segunda classe
Terceira classe
A vantagem mecânica é obtida quando realizamos o quociente entre o braço de 
força pelo braço de resistência. Sempre que o valor for maior ou igual a 1, teremos uma 
vantagem mecânica, pois o momento de força será maior. Em contrapartida, sempre 
que o quociente entre o braço de força e o braço de resistência for menor do que 
1, teremos uma desvantagem mecânica, pois o momento de resistência será maior. 
Lembre que o corpo humano está sempre em desvantagem mecânica.
7Análise mecânica dos exercícios de força
Podemos observar os tipos de contrações musculares, como também os tipos 
de movimentos realizados nas articulações sinoviais e, por fim, os mecanismos 
que auxiliam no movimento do corpo humano que são as alavancas. Conforme 
são aplicadas as forças pelo tecido muscular, as estruturas ósseas tendem a 
realizar movimento. O efeito de giro produzido pela força é denominado de 
torque, momento de força ou simplesmente momento. O torque é uma força 
angular ou rotatória ou também uma tendência de giro produzida por uma força.
Matematicamente, esse torque pode ser definido como:
T = F × d⊥
onde:
 � T = torque;
 � F = força aplicada;
 � d⊥ = distância perpendicular entre a linha de ação de uma força e o 
eixo de rotação.
A unidade de medida do torque é newtons metro (Nm). Para o toque ser 
corretamente descrito, é necessário informar o seu tamanho, o eixo no qual é 
criado o efeito de rotação e o sentido de rotação no eixo (no caso horário ou 
anti-horário). O torque está presente em todos os movimentos que realizamos, 
por exemplo, o simples abrir uma porta, pois, quando puxamos a maçaneta 
da porta, criamos um torque que faz a porta abrir. 
É importante ressaltar que a força e a distância perpendicular têm o 
mesmo “peso” na definição do torque, isto é, um torque de mesma magni-
tude pode ser criado com uma força maior associada a um menor braço de 
alavanca ou também pode ser criado por uma pequena força aplicada em um 
grande braço de alavanca. No corpo humano, os músculos, ao contraírem, 
criam torques que possibilitam a realização de flexões, extensões, abduções, 
entre outros movimentos. Veja a Figura 4 (HAMMIL; KNUTZEN, 2000; 
WATKINS, 2001; MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006; LIMA; PINTO, 
2012; HALL, 2015). 
Análise mecânica dos exercícios de força8
Figura 4. Um exemplo de como é o torque em um 
movimento de flexão do cotovelo a 90° e em graus 
mais agudos e obtusos.
Fonte: Adaptada de Cinesiologia ([201-?]).
Centro de
rotação
d⊥
d⊥
d⊥
d⊥
Fm
Fm
Fm
Fm
Tm = Fm × d
⊥
9Análise mecânica dos exercícios de força
Conforme observado na Figura 4a, o torque muscular variou com a mudança 
da d⊥. Na Figura 4b, a articulação do cotovelo está fletida a 90°, 120° e 45°. 
Lembrando que o torque é o produto entre a força e a d⊥. Podemos observar 
que conforme aumenta a d⊥, por exemplo, a 90° a força produzida pelo músculo 
para manter um mesmo torque tende a ser menor em comparação a uma d⊥ de 
120 e de 45°. Em ângulos obtusos e agudos, a d⊥ é menor em comparação a 
90°, assim, para manter um torque que de continuidade ao movimento a força 
muscular deverá ser maior. Conforme é alterada a distância perpendicular 
entre a linha de ação de uma força e o eixo de rotação, ocorrem alterações nas 
forças musculares, por exemplo, para que o movimento ocorra. Ao longo de 
uma amplitude de movimento, podemos observar que a força que o músculo 
bíceps braquial realizou para manter o movimento foi grande. Ao longo da 
amplitude de movimento, em algum momento a vantagem mecânica se torna 
muito pequena ou nula, em outros, ela acabou sendo grande. Por esse motivo, 
em determinadas amplitudes, o movimento exige muito do praticante em 
comparação a outras amplitudes. Em aparelhos de musculação, são utilizadas 
roldanas excêntricas para amenizar essas desvantagens mecânicas (HAMMIL; 
KNUTZEN, 2000; WATKINS, 2001; MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006; 
LIMA; PINTO, 2012; HALL, 2015).
Basicamente, dois tipos de torque, interno e externo, coexistem no corpo 
humano. O torque externo pode ser entendido como as forças operando fora 
do corpo, como por exemplo, os torques produzidos por um haltere durante 
o movimento de flexão do cotovelo. Já o torque interno seriam as contrações 
musculares, agindo em suas inserções nos segmentos ósseos (HAMMIL; 
KNUTZEN, 2000; WATKINS, 2001; MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006; 
LIMA; PINTO, 2012; HALL, 2015).
Quando analisamos as forças a que estamos submetidos, devemos pensar 
nas forças de contato e não contato. Força de contato, como o próprio nome 
diz, são aquelas forças que resultam da interação entre dois ou mais objetos. 
As forças predominantes no movimento humano são a força de reação do solo, 
a força de reação articular, o atrito, a força muscular, a força elástica e a força 
peso. Já a força de não contato de maior expressão é a força da gravidade. 
Por exemplo, quando pensamos em forças atuando com um aluno realizando 
o exercício rosca bíceps, podemos observar a ação de quatro forças: a força 
muscular do bíceps, a força da reação articular, a força da gravidade gerando 
o peso do braço e a força peso do haltere (HAMMIL; KNUTZEN, 2000; 
WATKINS, 2001; MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006; LIMA; PINTO,2012; 
HALL, 2015).
Análise mecânica dos exercícios de força10
Ainda pensando em forças de não contato, a gravidade é expressa no 
corpo pelo centro de gravidade ou centro de massa. Ele é o ponto em um 
corpo ou sistema no qual a sua massa, ou o seu peso, esteja uniformemente 
distribuída ou equilibrada e ocorre a ação da força de gravidade. Ou seja, 
o centro de massa é o ponto no qual toda a massa ou peso do corpo podem 
ser considerados concentrados. O centro de massa é um ponto imaginário no 
espaço, variando o seu local conforme o indivíduo se movimenta. Sempre 
que uma força externa resultante atuar em um corpo, a aceleração causada 
por essa força resultante será a aceleração do centro de massa do corpo. 
O centro de massa é o ponto de equilíbrio. No corpo humano, cada segmento 
corporal tem o seu centro de massa e, ainda, o corpo como um todo também 
tem o seu centro de massa (HAMMIL; KNUTZEN, 2000; WATKINS, 2001; 
MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006; LIMA; PINTO, 2012; HALL, 2015).
O centro de massa com o indivíduo em pé em posição anatômica fica na 
linha média, levemente à frente das articulações dos tornozelos e aproximada-
mente entre 5 cm abaixo do umbigo e 15 cm acima do púbis. Veja a Figura 5.
Figura 5. O centro de massa de um indivíduo 
em pé em uma visão frontal e outra superior.
Fonte: Adaptada de Centro... ([201-?]).
C.G.
C.G.
Sacro
Conforme o indivíduo realiza algum movimento, o centro de massa irá se 
alterar para frente, para trás, para cima ou para baixo. O centro de massa é 
refletido diretamente na estabilidade de um indivíduo. Indivíduos com centro 
11Análise mecânica dos exercícios de força
de massa mais alto tendem a ser mais instáveis em comparação a indivíduos 
mais baixos com centros de massa mais próximos ao chão.
Todas essas variáveis descritas anteriormente, como alavancas, torques, 
vantagens mecânicas, entre outras, acabam influenciando diretamente a me-
cânica externa dos exercícios de força.
2 Exigências musculares decorrentes da 
mecânica externa dos exercícios de força
Uma prática muito utilizada com alunos iniciantes é a recomendação da uti-
lização de aparelhos, pois estes, quando comparados a pesos guiados e pesos 
livres, têm como característica uma maior segurança em relação a chances 
de acidentes e lesões. Essa segurança ocorre pela indução do movimento, 
dessa maneira, movimentos desnecessários ou incorretos têm a chance de ser 
minimizados com a utilização de aparelhos. Alguns acidentes que possam 
ocorrer com a montagem de pesos livres são descartados com os aparelhos. 
Já para indivíduos que têm maior experiência com a rotina de treinamentos, 
é recomendada a utilização de exercícios de pesos livres, pois desenvolvem 
maior coordenação muscular e força. 
Os exercícios de pesos livres são realizados com barras, halteres, anilhas, 
entre outros, que podem ser movimentados em qualquer direção ou ainda 
de qualquer maneira, sem a necessidade de seguir um padrão de movimento 
determinado. A análise do torque nesses casos se dá de maneira mais simpli-
ficada, já que, após identificar as forças que atuam nesse sistema (geralmente 
peso do segmento e peso do implemento utilizado), é necessário identificar 
que as forças externas ocorrem sempre na vertical, ou seja, perpendicular ao 
solo. Ainda, são exercícios que apresentam por característica uma grande 
instabilidade em razão de grandes alterações no centro de massa (HAMMIL; 
KNUTZEN, 2000; WATKINS, 2001; MCGINNIS, 2002; CAMPOS, 2006; 
LIMA; PINTO, 2012; HALL, 2015; LIMA et al., 2017).
Esses equipamentos apresentam uma análise das forças externas mais com-
plexas. Muitas estruturas tendem a afetar a análise, como o tamanho da polia, 
o ponto de aplicação da força, a direção do cabo, a lubrificação do aparelho, 
entre outras (HAMMIL; KNUTZEN, 2000; WATKINS, 2001; MCGINNIS, 
2002; CAMPOS, 2006; LIMA; PINTO, 2012; HALL, 2015; LIMA et al., 2017).
Análise mecânica dos exercícios de força12
A análise dos exercícios realizados em máquina de musculação são com-
plexas e não podem ser utilizadas como padrão ou referência, já que a análise 
mecânica de uma máquina não pode ser utilizada em outra. 
Os exercícios realizados em cabos guiados têm como característica o 
deslocamento por uma haste ou cabo fixo. Essa direção de movimento causa 
maior estabilidade ao aluno em comparação aos pesos livres. As forças ex-
ternas ocorrem na vertical, diagonal ou horizontal, dependendo da mecânica 
do equipamento.
Tanto os equipamentos de musculação como os exercícios em cabos guiados 
sofrem influência das polias que são responsáveis pela transmissão das forças 
realizadas. As polias fixas/concêntricas tendem a não alterar a carga, apenas 
transferir o peso do equipamento, sem facilitar a realização dos movimentos. 
Já as polias móveis tendem a diminuir a carga do exercício pela metade. 
Ao realizar um exercício em um equipamento desses, é facilmente observado 
que as roldanas se movimentam junto com a carga. Outra característica das 
roldanas móveis é que elas dividem a carga em dois cabos, sendo que apenas 
um deles chega até o participante, que, nesse caso, realiza o movimento com 
apenas 50% da carga selecionada no exercício. 
Por fim, as polias excêntricas, ou de raio variável (CAMs), têm formato 
irregular, isto é, elas não são perfeitamente circulares e, por isso, alteram a 
distância entre a linha de ação da força e o eixo da roldana, manipulando 
assim a distância perpendicular do torque imposto pela máquina. Dessa forma 
o torque gerado pelas forças externas ao longo do movimento tende a ser 
variado. Ainda, a desvantagem mecânica nessas máquinas tende a ser menor, 
pois essas modificações compensam as alterações na capacidade de produção 
de torque muscular, seja por uma distância perpendicular potente pequena ou 
pela ineficiência dos músculos em gerar força em diferentes comprimentos. 
Acesse o link a seguir e leia o artigo intitulado Influência da utilização de pesos livres 
e máquinas no desenvolvimento da força máxima de membros inferiores, que aborda 
detalhes sobre a comparação dos diferentes estímulos dados a um mesmo padrão 
de movimento.
https://qrgo.page.link/AZKZE
13Análise mecânica dos exercícios de força
A partir das definições abordadas, é possível fazer a análise mecânica de 
diferentes exercícios e, inclusive, realizar a comparação entre esses diferentes 
exercícios. Confira a seguir uma comparação entre os exercícios para flexores 
de cotovelo rosca direta e rosca scott.
Para a comparação, a amplitude de movimento de ambos os exercícios 
será exatamente a mesma, iniciando com o cotovelo estendido (0° de flexão) 
até a flexão máxima (nesse caso, 130° de flexão, equivalente a 50° de ângulo 
interno da articulação do cotovelo). O exercício será executado com veloci-
dade considerada lenta e, portanto, o torque de resistência é igual ao torque 
de potência. Em ambos os exercícios, serão utilizadas as mesmas definições 
e os segmentos analisados serão o antebraço e a mão, considerados como um 
corpo único e rígido, durante todo o exercício. O eixo de rotação principal 
será a articulação do cotovelo. As principais forças envolvidas são: o peso do 
halter, que atua verticalmente na mão do executante; o peso do antebraço e 
da mão, que atua aproximadamente no meio do segmento (centro de massa); 
e a força muscular dos flexores, que atua na região proximal do segmento.
Na posição inicial do exercício rosca direta, o braço está na vertical e as 
forças peso do halter e peso do segmento estarão alinhadas com o eixo articular, 
ocasionando uma distância perpendicular igual a zero e, consequentemente, 
não exercendo nenhum torque. Imediatamente após o início do exercício, ambas 
as forças começam a ter distância perpendicular diferente de zero e passam 
a fazer um torque que gera tendência de extensão do cotovelo. À medida que 
o cotovelo é flexionado, a linha de ação das forças peso do halter e peso do 
segmento se afasta do eixo de rotação, aumentando a distância perpendicularde 
ambas as forças, fazendo com que o torque de resistência aumente, aumentando, 
consequentemente, o torque de potência. Com o antebraço na horizontal (a 90° 
de flexão), a distância perpendicular de ambas as forças será máxima (pois 
estará perpendicular ao segmento) e o torque de resistência será máximo, bem 
como o torque de muscular. Continuando o exercício (aumentando o ângulo 
de flexão, o que equivale a diminuir o ângulo interno do cotovelo), as linhas 
de ação de força tanto do halter quanto do peso do segmento passam a se 
aproximar do eixo de rotação. Desta forma, a distância perpendicular dessas 
forças diminuirá, diminuindo o torque de resistência e, consequentemente, 
o torque de potência.
Dessa forma, no exercício rosca direta com halteres na posição ortostática, 
o torque de resistência aumenta de zero (posição inicial) ao máximo (posição 
intermediária – 90° de flexão), e a partir desse ponto reduz, até o final do 
exercício, mas não chega a ser nulo no final, pois as linhas de ação de força não 
chegam a ficar sobre o eixo. O torque de potência terá o mesmo comportamento.
Análise mecânica dos exercícios de força14
Já o exercício de rosca scott é realizado sobre o banco, que fornece um 
apoio adicional para o peito (apoio vertical) e para o braço (apoio inclinado), 
fazendo com que o ombro fique em uma posição de flexão. Na posição inicial 
(cotovelo completamente estendido e braço apoiado sobre o banco scott), 
as forças peso do halter e peso do segmento já estarão fazendo um torque 
extensor. À medida que o cotovelo é flexionado, a linha de ação das forças 
peso do halter e peso do segmento rapidamente chegam à máxima distân-
cia do eixo (quando o antebraço fica na horizontal). O torque de resistência 
nessa amplitude será máximo, assim como o torque de potência. O ângulo da 
articulação que corresponde ao torque máximo dependerá da inclinação do 
banco scott. Por exemplo, caso o banco tenha uma inclinação de 50° com a 
vertical, quando o cotovelo chegar aos 40° de flexão (140° de ângulo interno), 
o antebraço estará na horizontal, atingindo o torque máximo nos primeiros 
graus de flexão. Quanto mais horizontalizado for o apoio do banco, mais 
cedo o antebraço ficará na horizontal. Continuando o exercício, depois de o 
antebraço passar pela horizontal e o cotovelo continuar flexionando, as linhas 
de ação de força do haltere e do peso do segmento se aproximam do eixo de 
rotação, diminuindo a distância perpendicular de ambas as forças, fazendo 
com que o torque de resistência diminua, diminuindo, consequentemente, o 
torque de potência. Caso o antebraço chegue na vertical (flexão máxima de 
cotovelo), a distância perpendicular de ambas as forças será nula (pois a linha 
de ação das forças estará apontada para o eixo) e o torque de resistência será 
nulo, bem como o torque de potência. 
Dessa forma, no exercício de flexão de cotovelo executado com o auxílio 
do banco scott, o torque de resistência inicia em um valor já próximo do 
máximo, chegando ao valor máximo no início do exercício (posição em que 
o antebraço fica na horizontal), depois reduz até o final do exercício, podendo 
chegar até zero (caso o antebraço fique na posição vertical), assim como o 
torque de potência.
Em resumo, no exercício rosca direta, partimos de um torque resistente 
nulo e temos um aumento do torque resistente até 90° de flexão de cotovelo. 
Após essa flexão, temos uma diminuição do torque resistente. Já na rosca 
scott, logo no início do movimento, temos um grande torque resistente, que 
aumentará até que o antebraço fique paralelo ao solo (logo após o início do 
movimento). a partir desse momento, temos uma diminuição da distância 
perpendicular das forças peso do segmento e peso do halter. Essas distâncias 
chegam próximas de zero no final da amplitude, fazendo com que o torque 
de resistência fique também próximo a zero. 
15Análise mecânica dos exercícios de força
No link a seguir, você poderá ver os conceitos de torque e alavancas na prática na 
sala de musculação.
https://qrgo.page.link/dz8sk
Neste capítulo, pudemos observar sobre as forças que agem no corpo 
durante os movimentos. Para que possamos mover as diferentes articulações 
nos diferentes tipos de movimentos, nas diferentes alavancas, devemos gerar 
torques, sendo que esses torques, para um mesmo movimento, podem ter 
maior ou menor sobrecarga, apenas escolhendo se esse gesto será realizado 
com peso livre ou com aparelho, por exemplo.
CAMPOS, M. A. Biomecânica da musculação. 3. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.
CENTRO de gravidade no corpo humano. [S. l., 201-?]. Disponível em: http://underpop.
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COSTA, E. Alavancas. In: BIOMECÂNICA. [S. l.], 2016. Disponível em: http://biomfisio.
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da força máxima de membros inferiores. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do 
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MCGINNIS, P. M. Biomecânica do esporte e exercício. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Análise mecânica dos exercícios de força16
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
PEARSON, R. Plateau no more! 3 ways to keep your workouts working for you!. [S. l.], 
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-workouts-working-for-you/. Acesso em: 12 fev. 2020.
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nosonline.uol.com.br/fisica/alavancas.html. Acesso em: 12 fev. 2020.
WATKINS, J. Estrutura e função do sistema musculoesquelético. Porto Alegre: Artmed, 2001.
17Análise mecânica dos exercícios de força

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