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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA REGIÃO Processo nº 0101010-50.2021.5.22.0089 Recorrente: Transportadora Rapidinha Ltda., BREVE RELATO DOS FATOS Foi proferida decisão pela 89ª Vara do Trabalho de Floriano/PI em relação a uma reclamação trabalhista movida por Benício Pérolas contra a empresa Transportadora Rapidinha Ltda. Transportadora Rapidinha Ltda, pessoa jurídica de direito privado. Vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar: CONTESTAÇÃO, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor: DA PRESCRIÇÃO PARCIAL Cabe destacar que a sociedade empresária suscitou tal matéria nas razões finais em razão de elementos fáticos e documentais que emergiram no decorrer da instrução processual. É importante salientar que, de acordo com a Súmula 268 do TST, é reconhecido a possibilidade de suscitar a prescrição a qualquer momento, desde que ocorra antes do encerramento da fase instrutória. Desta forma, requer seja reavaliada a decisão que não conheceu da prejudicial de prescrição parcial, considerando o preceituado na Súmula 268 do TST. HORAS EXTRAS PELO INTERVALO INTERJORNADA Com base nos registros de ponto e na jornada fixada, inexiste qualquer extrapolação de jornada ou supressão do intervalo interjornada, uma vez que, o empregado trabalhava de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas, com intervalo de 1 hora para refeição, totalizando 12 horas trabalhadas, de acordo com o artigo 66 da CLT, tornando indevido o deferimento de horas extras. Desse modo, requer a revisão da decisão que deferiu o pagamento de 1 hora extra diária com adicional de 50%, por não haver fundamentação fática ou legal para tal condenação. DA REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO No que se refere à reintegração do autor ao emprego, a decisão se fundamentou no fato de o autor ser dirigente de uma associação desportiva. Contudo, cabe ressaltar que, conforme disposto no artigo 543, a decisão não se aplica ao dirigente de associação desportiva, somado a ausência de provas legais que confirmem a posse do cargo de dirigente na referida associação. Logo, requer a revisão da decisão que deferiu a reintegração ao emprego. DO FGTS DURANTE A INCAPACIDADE TEMPORÁRIA De acordo com o artigo 476 da CLT, o depósito do FGTS durante o período de afastamento só deve ser feito em caso de acidente de trabalho, o que está disposto no artigo 15 da Lei 8.038/90. Dessa forma, a empresa destaca que a ausência de recolhimento deveu-se somente à suspensão do contrato de trabalho, não havendo previsão legal para tal obrigação durante a incapacidade temporária. Desse modo, requer a revisão da decisão que deferiu o depósito do FGTS durante o período de afastamento. DA AJUDA DE CUSTO Com relação à integração da ajuda de custo à remuneração, a decisão que deferiu tal pleito não observou que a ajuda de custo era destinada a cobrir despesas extraordinárias e não possuía natureza salarial. De acordo com o artigo 457. § 2º da CLT, a ajuda de custo, por não ter natureza salarial, acaba por ser indevida. Assim, requer a revisão da decisão que deferiu a integração da ajuda de custo à remuneração. DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL Não foram observados os requisitos previstos na legislação trabalhista, com relação à equiparação salarial com o empregado Raul Flores Raras, uma vez que em consonância com a legislação, prevista no artigo 461 da CLT, o alinhamento salarial só é possível por indivíduos que trabalhem no mesmo estabelecimento. Ademais, não houve comprovação que o autor e o empregado exerciam a mesma função, para que houvesse a equiparação salarial. Diante disso, requer a revisão da decisão que deferiu a equiparação salarial. DA INSALUBRIDADE Quanto ao deferimento do pagamento de insalubridade desde a sua supressão, destaca-se que a decisão não considerou a reclassificação da atividade pelo órgão competente durante o contrato de trabalho. É importante ressaltar que, a reclassificação gera a perda do adicional de insalubridade, conforme previsto em súmula 248 do TST. Dessa forma, a empresa requer que a decisão que deferiu o pagamento de insalubridade seja revista. DOS HONORÁRIOS De acordo com o disposto no artigo 791 da CLT, a sentença deferida pelo Doutor juiz se configura como improcedente, uma vez que há uma limitação em 15% (quinze por cento) dos honorários advocatícios, para este caso. Por estar fixada em lei esta improcedência, solicita-se a revisão da sentença. DOS PEDIDOS Requer-se o provimento do Recurso Ordinário. Termos em que pede deferimento. Floriano, 29 de novembro de 2023.
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