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MTP II ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO Inserção no caso: diante do surgimento de um novo medicamento (como o Atenolol, por exemplo), uma nova vacina ou uma nova terapia, qual é o tipo de estudo realizado para testar tais terapias, verificando a possibilidade de tornarem-se protocolos? QUESTÕES REFERENTES A TRATAMENTO E PREVENÇÃO Diante do uso de um novo tratamento ou uma nova vacina, surgem as perguntas: O tratamento é eficaz? O medicamento vai curar a doença? Vai diminuir os sinais e sintomas? O novo tratamento é mais eficaz que o tratamento padrão? O medicamento é seguro? Pode ter efeitos colaterais? A vacina é eficaz? Irá diminuir ou eliminar novos casos da doença? A vacina é segura? Poderá provocar efeitos adversos indesejáveis? Diante dessas perguntas, o tipo de estudo ideal para verificar a eficácia, segurança e outros aspectos do novo tratamento é o Ensaio Clínico Randomizado. O Ensaio Clínico Randomizado (ECR) é um tipo de estudo que produz muita evidência para a formulação de protocolos de tratamentos, protocolos de prevenção, etc. São úteis diante do uso de um novo medicamento, de uma nova vacina, que precisam ser testados até tornarem-se protocolos. PORQUE O ECR É PADRÃO OURO? O ensaio clínico randomizado é considerado o delineamento padrão-ouro, pois é o que menos sofre a influência de fatores de confusão e vieses, devido a suas características como randomização e cegamento. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CONCEITO: um ensaio clínico randomizado é um experimento epidemiológico para estudar uma nova forma terapêutica ou preventiva. Nesse tipo de estudo, os participantes são alocados aleatoriamente (randomização). Estudos clínicos são estudos experimentais. São estudos comparativos entre causa e efeito, com controle (a exposição é controlada pelo pesquisador) em seres humanos. Ensaio clínico é um teste de comparação de uma medicação ou outro tratamento médico versus um placebo, outras medicações ou tratamento médico padrão para a condição do paciente. Pode ser aplicado a qualquer forma de experimento planejado que envolva pacientes e que seja desenhado para elucidar o tratamento mais apropriado para futuros pacientes com uma dada condição médica. Os ensaios clínicos são estudos onde um grupo exposto em que se faz uso de uma terapia ou exposição é acompanhado comparando-se com um grupo controle. Diferente dos estudos observacionais em que o pesquisador não interfere na exposição, nesse estudo o pesquisador planeja e intervém ativamente nos fatores que influenciam a amostra, minimizando assim a influência dos fatores de confundimento (vieses). CARACTERÍSTICAS DO ECR: Tipo de estudo experimental comparativo entre causa e efeito e ao valor de uma intervenção com controle em seres humanos. O investigador manipula o fator de exposição; distribui o fator de investigação de forma aleatória entre os participantes. Forma-se os grupos experimental e de controle por processo aleatório de decisão (normalmente feito por softwares), processo esse chamado de randomização. O grupo experimental ou grupo exposto é composto pelos indivíduos que serão expostos a um determinado fator de proteção do tratamento que se deseja testar; o grupo controle é composto pelos indivíduos que receberão placebo ou um tratamento convencional. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ESTUDO ETAPAS DO ECR 1. Seleção da amostra 2. Randomização da amostra 3. Aplicação da intervenção 4. Análise dos desfechos VANTAGENS -Não devem ser influenciados por variáveis de confusão -Permitem estudar a história natural da doença -Alto nível de evidencia científica DESVANTAGENS -São caros -Consomem tempo -Tratam de uma questão clinica restrita -Podem expor os participantes a potenciais danos -Muitos pacientes podem desistir do tratamento CONCEITOS Randomizados: significa que os pacientes são alocados para um dos dois grupos de forma aleatória, como, por exemplo, lançando-se uma moeda. Controlados: significa que além do grupo que vai receber o tratamento novo que se quer testar, um outro grupo (o grupo controle) receberá placebo ou o tratamento até então consagrado (se houver) para aquela doença. Duplo-cegos: significa que nem o paciente, nem o profissional que irá avaliar a ocorrência do desfecho que se quer prevenir (complicação da doença) deverão ter conhecimento do grupo ao qual o paciente pertence (intervenção ou controle). RANDOMIZAÇÃO Conceito: é a alocação aleatória dos indivíduos aos grupos de comparação, geralmente realizada através de uma tabela de números aleatórios montadas por softwares. Randomização significa aleatorização. Chamamos de randomização porque os pacientes são alocados aleatoriamente. Os pacientes são alocados em dois grupos: o grupo experimento e o grupo controle. Nem os participantes do estudo, nem o pesquisador deve saber quem é o grupo experimental e quem é o controle. A randomização garante a comparabilidade dos grupos ao fazer com que todos os indivíduos tenham a mesma probabilidade de estar no grupo exposto ao fator profilático ou terapêutico em teste ao grupo controle. A randomização garante a seleção não enviesada dos participantes, pois não há auto seleção nem interferência do investigador. Ou seja, elimina viés pois evita a interferência de fatores emocionais dos participantes do estudo, além de impedir que o próprio pesquisador ou indivíduos que aplicam a intervenção interfiram no estudo, escolhendo quais participantes irão receber placebo ou o tratamento. Em estudos não randomizados é muito comum que os pesquisadores tendam a dar o medicamento para paciente em piores condições de saúde e o placebo para pacientes com melhores condições de saúde, interferindo assim nos resultados do estudo e podendo até mesmo invalidar o mesmo. O sucesso da randomização depende de alguns fatores: Geração adequada de uma sequência imprevisível, porém reprodutível; Ocultamento desta sequência até o momento da alocação. O sistema deve funcionar de forma que os participantes e a equipe de campo não saibam com antecedência a que tratamento a próxima pessoa será alocada; O tamanho da amostra deve ser suficiente para o estudo; caso seja insuficiente os grupos podem não ficar comparáveis, sendo necessário controlar fatores de confundimento. Obs: fatores de confundimento – fatores que confundem a verdadeira associação entre a exposição e o desfecho. São fatores como idade, sexo, presença de doenças de base e outros. Análise ajustada: é uma análise que foi ajustada aos fatores de confundimento - fatores que podem fazer com que o pesquisador faça uma análise equivocada entre associação e desfecho. Sendo assim, a análise deve ser adaptada a existência desses fatores.
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