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reparacao tecidual

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Patologia Geral 
Caso SI 4 
1. Explicar os principais processos de reparação tecidual. 
Diferenciar cicatrização por primeira e por segunda intenção. 
Reparação Tecidual 
A reparação tecidual pode acontecer por três processos, 
cicatrização, regeneração ou fibrose, e existem alguns 
fatores que vão determinar qual o tecido irá realizar. 
Os fatores gerais que vão modificar o processo de reparo 
tecidual são a idade, deficiências proteicas, anemia, deficiência 
de oxigenação e de ácido ascórbico, excesso de hormônios 
esteroides e diabetes mellitus. Os fatores locais que vão 
modificar o processo de reparo tecidual são infecções, 
corpos estranhos, irrigação sanguínea deficiente e falta de 
imobilização em alguns tipos de lesão. 
Regeneração 
É a substituição das células lesadas do parênquima de um 
órgão por outras novas da mesma espécie, havendo assim 
um reestabelecimento da estrutura e da função daquele 
tecido. Como já se pode imaginar, não são todas as células 
que tem essa capacidade, somente as células lábeis (vivem 
constantemente no ciclo celular, isto é, têm um alto índice 
mitótico) conseguem participar do processo de regeneração. 
*As células estáveis são aquelas que só entram no ciclo celular 
diante de algum estímulo, já as células permanentes não entram 
no ciclo celular nem quando estimuladas. 
Requisitos para que a regeneração possa ocorrer 
Não é toda célula lábil lesada que vai conseguir se regenerar. 
É necessária uma integridade do núcleo, capacidade 
regeneradora normal da célula, comprometimento não 
acentuado do estroma (tecido de sustentação das células em 
fase de regeneração), grau de diferenciação intacto e grau 
de potencialidade. 
Mecanismos reguladores da regeneração 
O primeiro mecanismo de regulação é a influência geral, isto 
é, o tecido sofre um tipo de lesão e sua regeneração vai 
depender da influência de agentes externos que podem 
estar ali presentes ou não. O segundo mecanismo é a 
regulação hormonal, se a célula lesada for dependente de 
algum hormônio e mesmo após a lesão ela continuar a 
receber ele como recebia antes, sua capacidade de 
regeneração está mantida. 
Para a regeneração acontecer são necessárias condições 
favoráveis e ausência de fatores desfavoráveis, como 
inibidores de mitose e inibidores do crescimento celular. Os 
inibidores de mitose impedem a célula de entrar na mitose, 
já inibidores de crescimento celular impedem o processo de 
diferenciação celular. 
Cicatrização 
A cicatrização é o processo em que as células lesadas são 
substituídas por tecido conjuntivo neoformado com 
mudança de arquitetura e função do tecido. Existem 4 fases 
da cicatrização, a fase de limpeza, retração, formação do 
tecido de granulação e a reepitelização. 
O tecido de granulação formado é um tecido extremamente 
frágil, granular, hiperêmico (coloração avermelhada) e não-
exsudativo. Microscopicamente se encontram macrófagos, 
leucócitos e muitos capilares neoformados. 
Cicatrização de primeira intenção 
É aquela suturável pois as bordas podem ser coaptadas 
(unidas/ aproximadas), é mais simples, não envolve infecção, 
possui a formação de coágulo (dá o aspecto de crosta ao 
local) de hemácias e fibrinas, tem melhor prognóstico e nela 
se forma tecido de granulação em menor quantidade que 
na cicatrização por segunda intenção. 
Na segunda semana do processo de cicatrização há uma 
proliferação fibroblástica e o empaledecimento da cicatriz 
graças ao acúmulo de colágeno e involução dos vasos. Um 
mês após o início da cicatrização já se tem epitélio e 
conjuntivo íntegros e os anexos dérmicos desaparecem. 
Cicatrização de segunda intenção 
É a cicatrização em que a coaptação das bordas da área 
lesada não é possível por existir uma grande perda tecidual 
(prognóstico mais grave), dessa forma a sutura não pode ser 
realizada. Nesse processo de cicatrização há um abundante 
crescimento de tecido de granulação. 
Cicatrização de terceira intenção 
A cicatrização de terceira intenção é aquela em que se tem 
tecido necrótico no interior da lesão, o que exige um 
desbridamento e uma boa limpeza para que depois se 
estimule o tecido de granulação a se proliferar. Esse é o tipo 
de cicatrização que geralmente necessita de enxertos para 
acontecer. 
.
Diferenças entre os dois primeiros tipos de cicatrização 
Na cicatrização de segunda intenção há uma maior 
quantidade de fibrina e restos necróticos, a reação 
inflamatória é mais intensa, há muito mais tecido de 
granulação, e como os defeitos são maiores, a cicatriz 
também será, apresentando uma retração muito maior. 
Fibrose 
É o processo de reparação tecidual em que se tem uma 
síntese excessiva de matriz extracelular, onde existe grande 
proliferação de elementos fibrilares, principalmente as fibras 
colágenas. Macroscopicamente a fibrose é um tecido 
endurecido, esbranquiçado, com retrações e deformidades. 
Microscopicamente se encontra um importante depósito de 
colágeno no tecido. 
As consequências desse processo são deformidades, 
estenoses, alterações da função orgânica do tecido e ainda 
a formação de queloide, que é a condição em que há um 
depósito muito grande de colágeno na área de reparação 
do tecido lesado. 
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