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Fila do SUS marcar exames e consultas é o principal desafio dos brasileiros

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Fila do SUS: marcar exames e consultas é o principal
desafio dos brasileiros
Há sete meses, a rotina de Valdelice se divide entre o trabalho e as idas ao posto de saúde – e, vez ou
outra, ao pronto-socorro. Em uma crise de dor e náuseas, descobriu pedras na vesícula e a cirurgia, que
teria uma certa urgência, só foi realizada no comecinho de agosto. “O negócio é ter paciência”, diz.
“Uma vez, só quando cheguei no exame, que estava marcado há meses, é que me disseram que tinha
que estar em jejum. Aí bota mais dois meses na fila”. Ela conta, no entanto, que é sempre bem atendida.
A história de Valdelice não é um caso isolado. Uma pesquisa lançada recentemente pela Anahp (a
Associação Nacional de Hospitais Privados) revelou que, para oito de cada 10 pacientes, marcar
exames e consultas é a principal dificuldade no atendimento via SUS. O que não significa que estão
totalmente insatisfeitos – pelo contrário: 45% dos entrevistados neste estudo dizem estar felizes com o
Sistema Único de Saúde. O que explica, então, essa diferença?
“O SUS é fantástico. Poucos países têm um sistema universal gratuito como o Brasil. E a população
gosta do SUS – ela só queria conseguir `chegar’ mais rápido quando precisa”, diz Fernando Torelly, CEO
do Hcor e presidente da Associação Voluntários da Saúde, que oferece consultorias gratuitas a hospitais
da rede pública. “Realmente, a população tem esta reclamação: se eu consigo chegar ao SUS, ele me
atende bem; mas muitas vezes eu demoro. E demorar com um tratamento oncológico, por exemplo, o
caso fica mais grave”.
Leia mais:
https://saudedasaude.anahp.com.br/pesquisa-inedita-revela-indice-de-satisfacao-do-brasileiro-sobre-a-saude-no-pais/
https://www.anahp.com.br/
https://voluntariosdasaude.org.br/
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– Brasileiros têm a saúde ameaçada pelo sedentarismo
– Capacitação e desenvolvimento de profissionais da saúde influenciam na avaliação dos hospitais
Para Torelly, o grande problema atual do sistema público é conseguir ampliar e viabilizar o acesso. “Falta
financiamento para que o governo consiga comprar um número de exames e cirurgias que dê conta da
necessidade da população”, afirma. Para o especialista, o investimento em qualidade e segurança
também é urgente, bem como assegurar que os hospitais públicos tenham condições de se manter. Ou
seja: o hospital precisa estar bem, como empresa, para que possa atender a população da melhor
forma.
Como a fila do SUS pode andar mais rápido?
O SUS tem previsto por lei o conceito de referência e contrarreferência, que busca assegurar “a
integralidade da assistência e o acesso da população aos serviços e ações de saúde de acordo com
suas necessidades”. Isso quer dizer que toda a linha de cuidado de um paciente deve ser coordenada,
entre todos os envolvidos neste tratamento.
“Imagina se o médico do posto de saúde pudesse ligar para um especialista, por telemedicina, para
debater um caso. O próprio especialista já poderia avaliar se é preciso o encaminhamento ou não. É
uma forma de usar a tecnologia para que o paciente possa ter uma resposta mais rápido”, explica
Torelly. Para ele, um dos pontos urgentes é a revisão de como a fila do SUS é formada hoje, que deveria
ser por ordem de prioridade e de gravidade.
O trabalho feito pela Associação que Torelly lidera tem avançado: hoje, são 17 instituições atendidas,
com projetos em diferentes frentes. “Os hospitais do SUS querem melhorar, e só precisam de ajuda, de
conhecimento, aporte de gestão, experiência – e eles estão respondendo super bem a isso. Mas,
depois, tem outra realidade: a sustentabilidade. Como eles vão sobreviver nesse mercado? O modelo de
custeio não ajuda. A gente contribui na parte em que é possível”, avalia o CEO.
Para conferir a pesquisa completa, clique aqui.
https://saudedasaude.anahp.com.br/brasileiros-tem-a-saude-ameacada-pelo-sedentarismo/
https://saudedasaude.anahp.com.br/capacitacao-e-desenvolvimento-de-profissionais-da-saude-influenciam-na-avaliacao-dos-hospitais/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/progestores/leg_sus.pdf
https://conteudo.anahp.com.br/pesquisa-poderdata-a-saude-que-os-brasileiros-querem

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