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Livro Geografia I para Ensino Fundamental -píginas-52

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Geografia I para o Ensino Fundamental 69
1.3. A linguagem cartográfica e a interpretação de 
 suas informações.
A linguagem cartográfica nas situações de aprendizagem tem sido apresenta-
da pelos professores e pelas professoras de Geografia como uma das maio-
res dificuldades das práticas de ensino. Mesmo considerando todas as tenta-
tivas de mudanças nos currículos prescritos e efetivos em relação ao saber 
geográfico, prevalecem os métodos tradicionais de estudos dos mapas que 
restringe seus conteúdos à descrição dos fenômenos naturais ou sociais e, 
como efeito, a memorização dos lugares que foram descritos. 
Na história da educação escolarizada, de natureza tradicional, fomos 
“estimulados” a “decorar” a posição dos continentes, de cada região e do ter-
ritório nacional. Passamos a enxergar o mundo em fragmentos, perdendo-se 
de vista a importância dessa linguagem específica para a obtenção de infor-
mações e representações da espacialidade dos fenômenos geográficos para 
ajudar-nos nos movimentos mais corriqueiros da vida como nos deslocarmos 
de um bairro a outro, ou entendermos a espacialização quando da divisão do 
mundo em áreas de influência. 
Como ressaltam os PCN (1998):
(...) a linguagem cartográfica é um sistema de símbolos que envolve 
proporcionalidade, uso de signos ordenados e técnicas de projeção. 
Também é uma forma de atender a diversas necessidades, das mais 
cotidianas (chegar a um lugar que não se conhece, entender o traje-
to dos mananciais, por exemplo) às mais específicas (como delimitar 
áreas de plantio, compreender zonas de influência do clima). A esco-
la deve criar oportunidades para que os alunos construam conheci-
mentos sobre essa linguagem nos dois sentidos: como pessoas que 
representam e codificam o espaço e como leitores das informações 
expressas por ela (1998, p. 9).
Sob essa perspectiva, a linguagem cartográfica, pode vir a ser uma re-
ferência valiosa da leitura das paisagens, dos lugares e dos territórios numa 
dimensão de totalidade, para a qual o lugar e o global estão dialeticamente 
relacionados, pois como destaca Santos, o “... mapa do mundo são vários, 
mas o mundo é um só” . 
A apropriação desses conhecimentos, por sua vez, exige daqueles que 
se ocupam com a Geografia ensinada, o domínio da natureza específica do 
conhecimento geográfico e de suas categorias estruturantes, bem como o co-
nhecimento de outras áreas do conhecimento, sem os quais professores e pro-
fessoras terão dificuldades de introduzir nas tarefas de ensino-aprendizagem a 
cartografia como uma linguagem que a Geografia se utiliza para compreender

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