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EXTRA - MONKEYPOX 1
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EXTRA - MONKEYPOX
CONCEITOS INICIAIS:
Definição:
Varíola dos macacos / Varíola símia. 
Mesmo gênero do agente etiológico da varíola. 
Estima-se que 85% da proteção gerada pela vacina da varíola, gera 
também proteção para varíola dos macacos. 
Os macacos não são o principal reservatório da doença. O reservatório 
principal aparenta ser em roedores africanos o principal reservatório do 
vírus MonkeyPox. 
Agente etiológico:
Monkeypox.
Família: Poxviridae.
Gênero: orthopoxvirus (DNA) → mesmo da varíola. 
Mutações no RNA sao muito mais frequentes do que no DNA (por isso é 
tem menos variantes e escapes imunes). 
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Existem dois clados principais (duas linhagens principais desse vírus):
No surto atual o clado B1 é o responsável pela disseminação da doença 
(esse clado tem menor letalidade que o outro clado). 
Clado B1 → África Ocidental, tem menor letalidade. 
História:
Identificado em 1958 em macacos usados em pesquisa, em laboratório. 
Congo (1970): primeiro caso humano. 
A partir dai a doenca é endêmica na África, ao redor do Congo. 
Principalmente na África Central. 
África Ocidental: menor letalidade (3%) → enfrentamos o surto do 
clado dessa região, que é o B1. 
África Central: maior letalidade (11%). 
Desde que a doenca em si surgiu vários pequenos surtos vem acontecendo, 
principalmente na Europa (pela proximidade geográfica). 
Nos anos 2000 ocorreu um surto nos EUA, por roedores africanos (foram 
Importados para os EUA para serem pets).
O virus tem potencial de disseminação. 
Transmissão: 
Muito transmissível, porem menos que o virus do COVID-19. 
A transmissão só ocorre pela pessoa que já está sintomática, ao contrário do 
COVID que 2 dias antes de ter sintomas já é transmissível. 
Transmissão tem início ocor fase sintomática até a reepitelizacao completa 
para se considerar que não ha mais transmissão. 
Não basta chegar na fase de crosta como na varicela, aqui todas as lesões 
devem ter desaparecido. 
A transmissão ocorre por contato direto pele a pele e mucosas. 
Além do contato direto, ocorre transmissão por gotículas, fluidos corporais 
(genitais - ainda está em estudo), lesões e fômites (resiste a temperatura, 
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Ph, umidade, ele é muito mais estável em superfícies e mais transmissivel 
em fômites que o vírus do COVID-19).
O início aparentemente começou com homens que fazem sexo com 
homens → aparentemente foram grandes focos no mundo de transmissão 
da doenca.
MonkeyPox é IST?
 Não se tem certeza ainda pra comprovar com 100% de certeza. Mas já se 
encontrou material genético do virus em semen humano. Mas ainda existe 
a duvida. 
Essa pergunta não tem resposta. A principio então, considera-se que 
não é uma IST.
Grandes focos?
 Contato direto com lesões de pele ou mucosa, que não necessariamente 
estavam na região genital. 
Manifestações clínicas:
Incubação: 
5 - 21 dias. 
Não se sabe se o virus atual tem alguma mutação que acelere o período 
de incubação. Está em investigação. 
Duração:
2 - 4 semanas.
Ser arrastada é um problema, já que a doença é transmitida pelo 
contato humano. 
Na maior parte das vezes a doença é leve com curso benigno, 
entretanto, o paciente deve ficar isolado durante esse período (ate 
reepitelizar todas as lesões). 
Não é uma doenca aguda, é arrastada (ao contrário do COVID-19 em 
grande parte dos casos). 
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É uma doença arrastada pois a replicação viral é lenta. A dinâmica com 
o sistema imune humano é arrastada. 
Na maior parte das vezes o paciente terá manifestações clínicas, é raro o 
paciente ficar assintomático. 
Pródromos:
Síndrome febril pura:
Febre.
Calafrios. 
Cefaleia.
Linfadenopatia. 
Varicela (catapora) não tem linfadenopatia, então esse achado é 
um elemento muito importante para diagnostico diferencial. 
Na maior parte adenopatia próximo as lesões. Porém pode ocorrer 
adenopatia cervical.
Os sintomas tem início de maneira inespecífica. 
Exantema:
24 - 48 horas após o término da febre iniciam as manifestações 
cutâneas (classicamente).
Aparentemente a evolução clássica da doenca sofreu muita alteração 
dermatológica. 
Classicamente as lesões cutâneas aparecem 72h apos a febre. 
Entretanto, no surto atual tem visto muitos pacientes com lesão 
cutânea sem febre, ou que a febre apareceu após o surgimento das 
lesões cutâneas. 
Sem lesão cutânea, não tem a assinatura de MonkeyPox → não suspeita, 
a não ser que o paciente tiver tido contato com paciente com a doença.
Lesões dolorosas. 
O exantema evolui em fases. 
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Fases:
Classicamente a doenca ira passar por todas essas fases. 
Classicamente a varicela tem todos esses estágios de evolução da 
doenca e da evolução da lesão cutânea → polimorfismo região. 
Atualmente, observa-se o polimorfismo regional no MonkeyPox 
também mas classicamente não havia esse comportamento.
Logo:
Classicamente: não há polimorfismo regional no MonkeyPox.
Enantema (cavidade oral):
No primeiro momento observa-se lesões na mucosas, lesões 
orai.
Parece uma ulcera oral, nada especifico. 
Máculas (face / membros):
Na pele aparecem primeiro máculas.
Com a mudança da evolução dermatológica e a transmissão 
associada ao comportamento sexual, tem visto muitas lesões 
começando na região genital (ao invés de face e membros) → 
penis, região perianal.
Logo:
Classicamente: máculas iniciando em face e membros.
Casos atuais: máculas iniciando em regiões genitais.
Pápulas:
Aumento do relevo da pele, lesões palpáveis. 
Vesículas (4 - 5º dia):
Contém fluido. 
Lesão vesicular na pele de início agudo, como na varicela.
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Pústulas:
Nas pústulas, apos a fase vesicular, tem uma diferença 
importante da varicela. 
As lesões tem uma umbilicacao central (pontinho no cento da 
lesao) → grande marca da lesão vesicular e pustular da 
MonkeyPox.
O conteúdo da pustula não é pus (na verdade é uma 
pseudopustula). O material dentro dela tende mais a sólido (o 
que diferencia da varicela). 
Crostas:
Com a queda completa das crostas e reepitelização das lesões 
encerra a transmissão da doença.
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💡 Classicamente → varicela se diferencia da MonkeyPox pois a 
varicela tem polimorfismo regional, lesao pustular com pústula 
contendo conteúdo purulento (e não pseudopustula com material 
mais sólido) e não tem umbilicacao central. Além disso, no 
MonkeyPox existem lesões em região genital.
💡 Na MonkeyPox tambem existe a possibilidade de acometimento 
grave do reto → pode gerar perfuração do reto. 
Caso suspeito:
Basta 1 dos critérios para pensar na doença.
Início súbito de lesões em mucosas.
Erupção cutânea aguda sugestiva de monkeypox. 
Proctite (dor anorretal aguda, sangramento retal agudo) → existem casos 
de morte de proctite com perfuração.
Edema peniano (edema de prepúcio).
💡 As manifestações anogenitais não são clássicas, elas 
começaram a aparecer no surto atual da doença.
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Diagnóstico:
Virológico:
PCR: material das lesões (preferencialmente) / sangue / orofaringe (de um 
paciente assintomático do ponto de vista cutâneo, que tem febre e teve 
contato com indivíduo contaminado).
Tratamento:
Isolamento: domiciliar ou sob regime de internação. Até houver reepitelização. 
Cuidado com manuseio dos objetos. 
Ex: roupa de cama. O vírus resiste muito mais em fômites. 
Na internação: o profissional de saude não precisa se preocupar com 
aerossóis. Somente se houver procedimentos gerador de aerossóis (ex: 
IOT, RCP). 
Sintomáticos:
Analgésico.
Antipirético.
Antivirais (tecovirimat / cidofovir / brincidofovir). 
Feito para o grupo de pacientes com doença mais grave.
A doença tende a ser cutânea, mas há risco de lesão ocular.
Pode fazer também pneumonite, encefalite (apesar de ser raro).
💡 Essas 3 medicações in vitro tem atividade contra o vírus 
monkeypox → o tecovirimat já foi aprovado pela União 
Europeia e o FDA americano (é o medicamento que o MS 
está comprando).
Quando prescrevertecovirimat no paciente com MonkeyPox?
Casos graves confirmados.
Internado (pois a medicação é feita IV.
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Além disso ≥ 1 dos seguintes (marcadores de gravidade):
Encefalite.
Pneumonite (gera piora de troca gasosa, infiltradas bilaterais).
 > 200 erupções cutâneas (é raro ocorrer mais de 100 lesões, 
então quando ocorre esse tanto o indivíduo está 
imunossuprimido).
Lesão extensa em mucosa oral que limita alimentação, 
hidratação oral.
Lesão extensa em mucosa anal/retal com 
sangramento/infecção secundária/ulceração → sinais de 
alarme para proctite grave que levam a perfuração retal. Então 
tem que tratar para evitar que isso ocorra. 
Lesão ocular. 
Profilaxia (vacina):
Pré-exposição: 
Profissionais de saúde.
Profissionais que trabalham em laboratórios com alto risco de exposição. 
Pós-exposição:
Para indivíduos com contato próximo, íntimo (não necessariamente 
sexual).
Para indivíduos assintomáticos. 
Preferencial: ≤ 4 dias após contato.
Máximo: 14 dias (como a vacina ainda vai induzir a formação de 
anticorpos não usa o tempo máximo de incubação que seria 21 dias).

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