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Infectologia – Amanda Longo Louzada 1 TUBERCULOSE FERRAMENTAS DIAGNÓSTICAS: CLÍNICO: ➔ História clínico-epidemiológica, ver se pertence ao público vulnerável ➔ Sinais clínicos e sintomas MICROBIOLÓGICO: ➔ Pesquisa Direta – Baciloscopia: ➢ PBAAR (Pesquisa bacilo álcool ácido resistente): • Zieelse Nielsen, cora também outras micobactérias • Método mais utilizado • Possui menor sensibilidade para formas extrapulmonares • Usado para diagnóstico, seguimento e investigação de contactantes • Ainda é muito importante na hierarquia do diagnóstico • Possui uma menor especificidade, pois outras bactérias podem corar ➔ Cultura: é o padrão-ouro ➢ Pode ser feita em meios líquido ou sólidos (Lowenstein-Jensen) ➢ Pode demorar até 8 semanas para positivar ➢ Muito utilizada para fazer antibiograma e testar a sensibilidade aos fármacos utilizados no tratamento de tuberculose • Deve ser solicitado sempre, principalmente se o paciente tem uma história de abandono do tratamento, grupo de risco ou se possui HIV ➔ TRM – Teste Rápido Molecular: ➢ Exame com resultado rápido ➢ Possui um limiar pequeno para detecção ➢ Testa a sensibilidade a rifampicina ➢ Foi incluído no guia em 2013 ➢ Vantagens: • Avaliação de resistências • Rapidez ➢ Desvantagens: • Custo elevado • Para formas paucibacilares não possui tanta sensibilidade DIAGNÓSTICO HISTOLÓGICO: ➔ Sítios em que deve ser feito a biópsia: ➢ Pleura ➢ Gânglios ➢ Pele ➢ Osso PADRÕES RADIOLÓGICOS: OUTRAS FERRAMENTAS: ➔ Tuberculose de serosas: pode ser feito o ADA ➔ PPD: é importante para profilaxias ➢ < 5 mm: é não reator ➢ > 5 mm: reator ➔ IGRA: é um exame de sangue para avaliar a produção de interféron-gama frente a um estímulo de tuberculose AGENTE ETIOLÓGICO: ➔ Mycobacterium tuberculosis ➔ A transmissão é respiratória, por aerossol ➔ É a principal doença infecciosa em morte no mundo ➔ É uma bactéria aeróbia ➔ Possui replicação lenta EPIDEMIOLOGIA: ➔ 10 milhões de casos em 2019 ➔ 30 países concentram-se mais de 85% dos casos ➔ 1,6 milhões de pessoas morrem por tuberculose ➢ Incluindo 300 mil pessoas com HIV ➔ Relação extrema com países subdesenvolvidos ➔ Pacientes transplantados, em uso de biológicos ou que possuem DM, possuem maior chance de desenvolver tuberculose RISCO DE ADOECIMENTO: ➔ Pessoas vivendo em situação de rua possuem um risco 56 vezes maior de desenvolver a doença ➔ Pessoas vivendo com HIV possuem um risco 28 vezes maior de desenvolver a doença Infectologia – Amanda Longo Louzada 2 TUBERCULOSE ➔ Pessoas privadas de liberdade possuem um risco 28 vezes maior de desenvolver a doença ➔ Indígenas possuem um risco 3 vezes maior de desenvolver a doença CARACTERÍSTICAS NO BRASIL: ➔ É endêmica, porém estabilizada ➔ Concentrada em região de urbanização e com mais grupos de vulnerabilidade ➔ Vem apresentando uma queda muito lenta nos últimos anos EVOLUÇÃO CLÍNICA: ➔ Ao inalar a bactéria o organismo competente vai formar o complexo primário ➔ 955 dos casos vai ter resolução do quadro, ficando com uma infecção latente que após anos em uma situação de imunossupressão pode reativar, gerando a tuberculose pós-primária ➔ Alguns pacientes por uma incompetência imunológica, podem desenvolver tuberculose primária progressiva ➔ Além disso também pode se expor novamente ao agente etiológico, gerando uma reinfecção BIOSSEGURANÇA: ➔ O paciente deve der isolado na suspeita ➔ Deve fazer uso de máscara n95 ➔ O ideal é que o leito de isolamento seja com pressão negativa e com filtro HEPA INDICAÇÕES DE RETIRAR O PACIENTE DO ISOLAMENTO: ➔ Exclusão do diagnóstico ➔ 3 amostras PBAAR negativas ➔ Após 14 dias do início do esquema RIPE, com paciente apresentando boa evolução TRATAMENTO: PRINCÍPIOS: ➔ Associação de drogas ➔ Tempo prolongado ➔ Monitorização da resposta e dos efeitos colaterais ao tratamento CONCEITOS IMPORTANTES: ➔ O local para acompanhamento do tratamento idealmente é na UBS ➔ Pode ser feito um tratamento diretamente observado para pacientes que não possuem boa adesão ➔ O esquema básico é o RIPE ➔ TRM positivo com sensibilidade a rifampicina o esquema deve ser RIPE ESQUEMA BÁSICO: ➔ Fase intensiva: dura 2 meses ➢ Deve associar Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol ➔ Fase de manutenção: dura no mínimo 4 meses ➢ Rifampicina + Isoniazida ➔ Tuberculose óssea e ocular o tratamento é por 12 meses TRATAMENTO PULMONAR: NEUROTUBERCULOSE: ➔ Deve prolongar o tratamento para 12 meses Infectologia – Amanda Longo Louzada 3 TUBERCULOSE ➔ Deve associar o corticoide durante os 2 a 4 primeiros meses, para diminuir a chance de ter sequela no SNC CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO: ➔ TB em SNC ➔ Intolerância ao tratamento ➔ Toxicidade grave ➔ Via oral não é viável REPOSIÇÃO DE B6: ➔ A isoniazida atrapalha a absorção de vitamina B6 ➔ Sintoma: neuropatia periférica ➔ Deve repor durante todo o tratamento ➔ Em quem repor: ➢ Gestantes ➢ Desnutridos ➢ Etilistas ➢ DM ➔ Piridoxina de 50 a 200 mg EFEITOS COLATERAIS: ➔ Intolerância digestiva ➔ Toxicidade hepática EVENTOS ADVERSOS: ➔ Rifampicina: urina alaranjada ➔ Isoniazida: ➢ Neuropatia periférica ➢ Alteração do comportamento ➢ Hepatotoxicidade ➔ Pirazinamida: ➢ Hiperuricemia ➢ Hepatotoxicidade MANEJO DA TOXICIDADE: ➔ A toxicidade é diagnosticada com aumento de 3 vezes com sintomas ou 5 vezes assintomático ou icterícia ➔ Deve suspender todo o esquema de tratamento e reintroduzir droga a droga MONITORIZAÇÃO DA RESPOSTA; ➔ Clínica – Radiológica: ➢ Febre: pode permanecer por meses ➢ Ganho de peso: ocorre em semanas ➢ Alteração radiológica: pode permanecer por meses ➔ Microbiológicas: ➢ Baciloscopias mensais • Pode dar positivas até 2 meses do início do tratamento ➢ Deve sempre checar a cultura para ver se não tem resistência APRESENTAÇÕES CLÍNICAS: ➔ Tem formas pulmonares ➔ As formas extrapulmonares, não possuem sinais sistêmicos claros ➔ Geralmente pacientes imunocompetentes são bacilíferos e imunodeprimidos são não bacilíferos TUBERCULOSE PÓS-PRIMÁRIA: ➔ Ocorre reativação da tuberculose, através do complexo primário que foi formado no primeiro contato com o bacilo ➔ Faz disseminação linfo-hematogênica gerando apresentações extrapulmonares TUBERCULOSE PULMONAR: ➔ Clínica: ➢ Febre ➢ Tosse produtiva ➢ Sudorese noturna ➢ Hemoptise ➢ Nem sempre todos os sintomas estão presentes ➔ Condução: ➢ Raio-X de tórax: • Caverna em ápice: • Padrão Miliar: mais comum em imunossuprimidos Infectologia – Amanda Longo Louzada 4 TUBERCULOSE ➢ Tc de tórax em caso de dúvida diagnóstica: • Caverna: • Miliar: ➢ PBAAR ➢ Cultura do escarro ➢ TRM no escarro FORMA GANGLIONAR: ➔ Vai ter uma adenomegalia crônica, que pode ou não ter sinais sistêmicos associados ➔ Pode evoluir com fistulização ➔ Diagnóstico: ➢ Biópsia ➢ Punção ➔ Diagnósticos diferenciais: ➢ Paracoco ➢ Neoplasia TUBERCULOSE PLEURAL: ➔ Clínica: ➢ Tosse seca ➢ Com ou sem sinais sistêmicos ➢ Dor pleurítica ➔ Pode gerar derrame pleural ➔ Diagnóstico: ➢ Punção: • Exsudato • Linfomonocitário • ADA aumentado ➢ Biópsia de pleura: padrão-ouro TUBERCULOSE EM SNC: ➔ Manifestações Clínicas: ➢ Meningite ➢ Tuberculoma ➢ Cefaleia ➢ Acometimento de pares cranianos ➢ Hidrocefalia Infectologia – Amanda Longo Louzada 5 TUBERCULOSE ➔ Deve coletar LCR em caso de suspeita ➢ O LCR vai ter proteinorraquia e hipoglicorraquia ➢ Pode ser feita TRM no LCR OUTRAS TOPOGRAFIAS: ➔ Peritoneal ➔ Pericárdica ➔ Osteoarticular ➔ Genito-urinário ➔ Derrames linfomononucleares➔ Mal de pott ➔ Toraco-lombar INFECÇÃO LATENTE: ➔ São paciente infectados, sem a doença ativa ➔ Prevenção: é o tratamento desse tipo de infecção ➔ Deve sempre descartar infecção ativa GRUPOS VULNERÁVEIS: ➔ Conatos bacilíferos ➔ Pessoas vivendo com HIV ➔ Imunodeficiência ➔ Pacientes em uso de drogas imunobiológicas CONCEITOS: ➔ Ferramentas para saber se o paciente deve contato: ➢ PPD ➢ IGRA ➔ O tratamento da infecção latente, diminui o risco de evoluir para doença ativa CONTACTANTES: ➔ Contato íntimo é por mais de 120 horas ➔ Profilaxia Primária do RN: ➢ Contato com mãe bacilífera ➢ Não deve fazer BCG ➢ Deve iniciar isoniazida por 3 meses, também pode ser feito com isoniazida ➢ Após 3 meses do tratamento deve fazer prova tuberculínica no RN • Se veio < 5 mm, deve suspender o tratamento e vacinar para BCG • Se vier maior ou igual a 5, deve manter o tratamento por mais 3 meses e não vacinar com BCG ➢ O aleitamento não é contraindicado, deve orientar a mãe apenas a amamentar de máscara ➔ > 10 anos: ➢ Sintomáticos: deve fazer investigação de TB ativa ➢ Assintomáticos: deve fazer raio-X de tórax e PPD • PPD > 5 mm, deve pedir raio-X se tiver normal deve tratar como infecção latente, se tiver alterado deve continuar investigando • PPD < 5 mm, deve repetir o teste em 8 semanas, se repetir e vier maior que 10 mm, deve tratar para infecção lantente ➢ Pacientes assintomáticos com HIV: deve sempre tratar para infecção latente, independentemente do PPD TRATAMENTO: ➔ Isoniazida por 9 meses ➔ Rifampicina por 4 meses ➢ Deve ser priorizada para pacientes maiores de 50 anos ➔ Rifapentina com isoniazida por 3 meses, com dose semanal ➔ Deve sempre monitorar a adesão e toxicidades INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO: ➔ Comorbidades ➔ Resultado do PPD ou IGRA ➔ Medicações utilizadas ➔ Risco de Adoecer: PPD > 5 mm ou IGRA + com: ➢ HIV ➢ Corticoesteróide > 15 mg ➢ Uso de anti-TNF ➢ Transplantado ➔ PPD > 10 mm: ➢ DM ➢ Silicose ➢ IRC dialítico ➢ Neoplasia de cabeça e pescoço ➢ Outras neoplasias com imunossupressão Infectologia – Amanda Longo Louzada 6 TUBERCULOSE BIOLÓGICOS (ANTI -TNF): ➔ Faz com que os granulomas sejam “abertos”, fazendo com que a infecção latente virar doença em atividade ➔ Antes de iniciar o tratamento deve fazer PPD ➔ Se o PPD for > 5 mm ou se tiver cicatriz radiológica deve iniciar o tratamento para infecção latente, e após 30 a 60 dias deve iniciar o biológico PROFISSIONAL DE SAÚDE: ➔ Deve fazer PPD anual ➔ Se tiver um incremento de 10 mm, deve tratar infecção latente
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