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Infectologia – Amanda Longo Louzada 1 LEPTOSPIROSE DEFINIÇÕES: ➔ Bactéria espiroqueta patogênica ➔ Zoonose: animais com leptospiúria ➔ Forma leves (anictéricas até síndrome de Weil) ➔ Epidemiologia: perguntar se o paciente teve contato com enchentes ➔ Mialgia: clássica em panturrilhas EPIDEMIOLOGIA: ➔ Epidemias urbanas anuais pós-enchente ➔ Surtos relacionados a desastres naturais ➔ Distribuição mundial ➔ Reservatórios: ➢ Porcos ➢ Bois ➢ Cães ➢ Animais silvestres ➢ Ratos de esgoto – portador universal ➔ Infecção Direta: Entra em contato direto com animais que tem leptospira, através do contato desses animais com a pele, mucosa oral, mucosa nasal e mucosa conjuntival ➔ Infecção Indireta: Entra em contato com água, alimentos ou solo que tem leptospira CADEIA DE TRANSMISSÃO: ➔ Os roedores carreadores, eliminam a leptospira pela urina, contaminando água e solo ➔ E os humanos que têm contato com essa água ou solo são infectados ➔ Mamíferos podem ser reservatórios também FATORES DE RISCO: ➔ Enchentes ➔ Falta de saneamento ➔ Esportes aquáticos ➔ Trabalho em fazendas e abatedouros AGENTE ETIOLÓGICO: ➔ Leptospira interrogans ➔ É da ordem Spirochaetales ➔ Possui três gêneros ➔ É helicoidal e móvel ➔ Possui mais de 250 sorovares ➔ Ambientes quentes e úmidos propiciam o crescimento dessa bactéria ➔ Microscopia de campo escuro é uma das ferramentas diagnósticas ➔ Não são todas as leptospiras que são patogênicas, apenas as do gênero interrogans são ➔ A lepstopira biflexa não são patogênicas PATOGENIA: ➔ Ocorre a infecção através do contato ➔ Após 2 a 20 dias o paciente começa a apresentar sinais de infecção (período de incubação) ➔ A leptospira ganha a corrente sanguíneo, chegando o período de leptospiremia em que ela vai para vários órgãos, dura mais ou menos 1 semana ➔ Após isso o organismo vai desenvolver anticorpos circulantes em 2 semanas, e a maioria dos pacientes evolui com um quadro benigno ➔ Leptospiúria, é uma fase tardia que pode durar 2 semanas a meses, que é o período em que está eliminado a bactéria na urina FORMAS CLÍNICAS: OLIGOASSINTOMÁTICAS: ➔ Forma leve ➔ Corresponde a maior parte dos casos ANICTÉRICA: ➔ O paciente vai apresentar: ➢ Febre ➢ Mialgia, concentrada na musculatura da panturrilha ➢ Cefaléia holocraniana ou retroorbitária ➢ Anorexia ➢ Nauseas ➢ Vômitos ➔ Sorologia fica positiva apenas 5 a 7 dias, após início dos sintomas ➔ O tratamento dessa forma deve ser feito com Doxiciclina oral SÍNDROME DE WEIL: ➔ Ocorre em 10% dos casos ➔ É a forma mais grave ➔ Possui grande letalidade (50%) ➔ O paciente apresenta: ➢ Icterícia ➢ Sangramentos, principalmente pulmonar, o paciente então apresenta hemoptise ➢ Insuficiência renal (normal ou hipocalêmica) ➢ Hemorragia alveolar Infectologia – Amanda Longo Louzada 2 LEPTOSPIROSE ➢ Vasculite, é o fenômeno patogênico que explica essa forma ➔ O tratamento é com penicilina cristalina IV ➔ Também é fundamental diálise precoce, principalmente se evoluir com insuficiência renal ➔ Principais Manifestações: ➢ Hemorragia alveolar ➢ Insuficiência renal ➢ Icterícia FASE TARDIA: ➔ Complicações mais frequentes: ➢ Miocardites ➢ Arritmias ➢ Anemias ➢ Distúrbios neurológicos ➢ Meningite asséptica ➔ Complicações Menos Frequentes; ➢ Encefalites ➢ Paralisia focais ➢ Nistagmo ➢ Espasticidade ➢ Convulsões ➢ Distúrbios visuais centrais ➢ Neurite periférica ➢ Paralisia dos nervos cranianos ➢ Radiculite ➢ Síndrome de Guillain-Barré ➢ Mielite INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO: ➔ Dispneia, tosse e taquipneia ➔ Alterações urinárias, geralmente oliguria ➔ Fenômenos hemorrágicos (hemoptise, escarros hemoptoicos) ➔ Hipotensão ➔ Alteração de nível de consciência ➔ Vômitos frequentes ➔ Arritmias ➔ Icterícia FORMAS GRAVES: SÍNDROME ICTÉRICA-FEBRIL: ➔ Icterícia rubínica ➔ Oligúria ➔ Insuficiência renal aguda: aumento de ureia e creatina ➢ Pode piorar com desidratação e rabdomiólise (aumento de CPK) ➔ Hiperbilirrubinemia direta ➔ Insuficiência respiratória: a pneumonite hemorrágica com capilarite septal leva a hemorragias graves e hemoptise ACOMETIMENTO PULMONAR: ➔ O paciente evolui com insuficiência respiratória aguda ➔ Hemorragia alveolar: principal causa de mortalidade ➢ Escarro hemoptoico ➢ Hemoptise franca ➔ Gasometria Arterial: hipoxemia ➔ Radiografia: opacificação de limites imprecisos (hemorragia alveolar) ➔ Capilarite é a principal manifestação ➔ Ocorre insuficiência respiratória aguda ➔ Pode ocorre hemorragia maciça ➔ Pode ocorre síndrome da angústia respiratória ➔ Óbito pode ocorrer nas primeiras 24 horas de internação INJÚRIA RENAL: ➔ Aumento de ureia e creatinina ➔ Diminuição do clearence de creatinina ➔ Diminuição do bicarbonato e do pH, levando a uma acidose metabólica ➔ Ao contrário das outras IRAs: ➢ Hipocalemia DIAGNÓSTICO: INESPECÍFICO: ➔ Formas Leves: ➢ Leucocitose com desvio para esquerda, com neutrofilia ➢ Plaquetopenia ➢ Transaminases pouco alteradas ➢ Hiperbilirrubinemia as custas de direta ➔ Formas Graves: ➢ Transaminase < 100 Infectologia – Amanda Longo Louzada 3 LEPTOSPIROSE ➢ Neutrofilia ➢ Agravamento da IRA ➢ Ureia e creatinina aumentados ➢ Potássio baixo ESPECÍFICO: ➔ 1ª Fase da doença – leptospirêmica (4 a 7 dias): ➢ Cultivo ➢ Reação em cadeia de polimerase (PCR) ➔ 2ª Fase da Doença – Imunogênica (04 a 30 dias): ➢ Pesquisa em campo escuro ➢ MAT (Teste de aglutinação microscópica) ➢ Reação em cadeia de polimerase (PCR) ➢ ELISA ➔ Caso Suspeito: coletar ELISA ou macro ➢ Amostra de sangue antes do 7º dia de sintomas • Se fizer não reagente deve repetir após 7 dias • Se fizer reagente confirma o caso ➢ Amostra de sangue após o 7º dia de sintomas • Se fizer reagente confirma o caso TRATAMENTO: ➔ Indicado em qualquer período da doença ➔ Possui uma eficácia maior quando feito na 1ª semana do início dos sintomas FASE TARDIA: ➔ Ceftriaxona: 1 a 2g, IV a cada 24 horas ➔ Ampicilina: 1g, IV de 6/6h ➔ Penicilina G cristalina: 1,5 milhões UI, IV, de 6/6 horas (1ª escolha) COMPLICAÇÕES DA SÍNDROME DE WEIL: ➔ Ventilação mecânica ➔ Diálise precoce ➔ Atentar para arritmias ➔ Atentar para desidratação
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