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Sedação

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Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 
1 SEDAÇÃO 
MOTIVOS PARA SEDAR O PACIENTE: 
➔ Aumentar a cooperação do paciente 
➔ Deixar o paciente mais tranquilo 
➔ Inibir a vigília 
➔ Para deprimir as respostas fisiológicas 
➔ Hipnose 
CONCEITOS: 
➔ Sedar: acalmar o paciente 
➔ Hipnose: para fazer o paciente dormir 
➔ Ansiolítico: para bloquear a ansiedade e angústia 
➔ Agitação: para diminuir a ansiedade associada a 
agitação motora 
➔ Delirium: estado mental alterado, caracterizado por 
alteração aguda e flutuante do nível de 
consciência, déficit de atenção, alteração do nível 
de consciência e alteração do conteúdo da 
consciência 
AVALIAÇÃO INICIAL: 
➔ Para saber o porquê sedar, deve avaliar a causa 
do sofrimento, que pode ser: 
➢ Ansiedade 
➢ Dor 
➢ Delirium 
➢ Dispneia 
➢ Paralisia neuromuscular 
➔ Inicialmente deve tentar corrigir o problema antes 
de sedar, caso não dê certo deve fazer sedação 
➔ Qual agente escolher, depende da: 
➢ Etiologia do sofrimento 
➢ Duração da terapia 
➢ Estado clínico do paciente 
➢ Interação medicamentosa 
PROPOFOL: 
➔ É um agente anestésico intravenoso 
extremamente potente 
➔ É muito lipofílico, que exerce seu efeito em torno 
de segundos 
➔ Possui uma meia-vida curta 
➔ Deve ser considerado no cálculo da dieta 
MECANISMO DE AÇÃO: 
➔ É uma droga extremamente lipofílica, que 
atravessa rapidamente a barreira 
hematoencefálica 
➔ E se liga no SNC ao receptor Gaba, que abre o 
canal desse receptor que é um canal de cloro e 
exerce seus efeitos através da potencializam 
desse receptor 
AÇÃO: 
➔ Amnésico 
➔ Ansiolítico 
➔ Anticonvulsivante 
➔ Relaxante muscular 
➔ Não tem efeito analgésico, então deve lembrar que 
na hora de sedar o paciente deve fazer um 
analgésico junto 
EFEITOS ADVERSOS: 
➔ Hipotensão 
➔ Bradicardia 
➔ Instabilidade hemodinâmica 
➔ Depressão cardiovascular 
➔ Efeitos Neuroexcitatórios: 
➢ Mioclonias 
➔ Efeitos Metabólicos: hipertrigliceridemia 
➔ Pancreatite aguda 
➔ Rabdomiólise 
➔ Síndrome da Infusão Relacionada ao Propofol – 
PRIS: relacionada a infusão em grande quantidade 
e prolongada (mais de 4 mg/kg/h e por mais de 48 
horas), síndrome clínica caracterizada por: 
➢ Instabilidade hemodinâmica 
➢ Insuficiência renal 
➢ Acidose Refratária 
➢ Hipertrigliceridemia 
➢ Rabdomiólise 
➢ O tratamento é suspensão da droga e suporte 
BENZODIAZEPÍNICOS: 
➔ O mais usado no meio hospitalar é o midazolam, 
seguido de Lorazepam, Clonazepam, 
Bromazepam ... 
➔ São drogas versáteis que podem ser usadas por 
diversas vias de administração e infusão 
intermitente e infusão contínua 
➔ Possui um efeito de curta duração (2 a 4 horas) e 
tempo de início de ação bem rápido (2 a 3 
minutos), se o paciente não tiver infusão 
prolongada e acúmulo de tecido adiposo 
➔ Atravessa a barreira hematoencefálica 
➔ É uma droga que é metabolizada no fígado e 
excretada no rim, então pacientes com problemas 
hepáticos ou com insuficiência renal, tem efeito de 
duração mais prolongado 
Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 
2 SEDAÇÃO 
➔ Exerce seu efeito no receptor GABA, aumentando 
a velocidade do canal de cloro 
AÇÃO: 
➔ Ansiolítico 
➔ Hipnótico 
➔ Anticonvulsivante 
➔ Relaxante muscular 
EFEITOS ADVERSOS: 
➔ São drogas bastante seguras 
➔ Pode levar a depressão do sistema 
cardiorrespiratório 
➔ Delirium 
DEXMEDETOMIDINA: 
➔ É um alfa agonista de ação central, que faz uma 
sedação leve 
➔ Sua indicação principal é para pacientes que estão 
sob ventilação mecânica que estão ansiosos ou 
agitado, naquele período de desmame de 24 a 48 
horas, isso porque a principal vantagem da droga, 
além do seu efeito sedativo leve, é que ela mexe 
com o centro respiratório, então ela não bloqueia o 
centro e o paciente continua respirando 
normalmente 
➔ Pode ser usada em associação com outros 
sedativos potentes, para diminuir esses sedativos 
alternativos e diminuir principalmente os seus 
efeitos colaterais 
➔ Exerce sua ação através do receptor alfa 2 de 
ação central 
AÇÃO: 
➔ Ansiolítica 
➔ Sedativa 
➔ Analgésica 
EFEITOS ADVERSOS: 
➔ Bradicardia 
➔ Hipotensão 
QUETAMINA: 
➔ É um agonista NMDA 
➔ Possui início de ação rápido 
➔ É uma droga pouco utilizada 
➔ Tem como principal característica a anestesia 
dissociativa, então ao invés de fazer uma sedação 
importante, é como se o paciente estivesse 
acordado e dissociado 
➔ Sua grande vantagem é que não possui efeitos 
cardiovascular adversos, podendo ser usada em 
pacientes com instabilidade hemodinâmica 
EFEITOS: 
➔ Analgésico 
➔ Broncodilatador, que pode ser usado em paciente 
asmático que seja necessário intubar 
➔ “Anestesia dissociativa” 
EFEITOS ADVERSOS: 
➔ Efeitos psicoativos: 
➢ Alucinações 
➢ Delirium 
ANTIPSICÓTICOS: 
➔ Os principais são haloperidol, quetiapina, 
olanzapina, risperidona 
➔ São principalmente indicadas no delirium 
hiperativo, já que uma de suas carcaterísticas é o 
aumento da atividade dopaminérgica, e essas 
drogas exercem seu efeito através do bloqueio da 
atividade dopaminérgica 
➔ São drogas relativamente segura, em que o 
intervalo terapêutico (intervalo entre a dose efetiva 
e a dose tóxica) é amplo 
➔ Possuem efeito dose dependente 
➔ Início de ação rápido (15 a 30 minutos) 
➔ A duração do efeito vai depender da dose que foi 
feita 
➔ Exerce seu efeito através do bloqueio do receptor 
dopaminérgico, a depender de cada droga tem 
uma característica mais peculiar 
➔ Possuem efeito de sedação leve 
EFEITOS ADVERSOS: 
➔ O haloperidol principalmente, aumenta o intervalo 
QT, gerando taquicardia ventricular polimórfica 
➔ Reações distônicas aguda 
➔ Parkinsonismo, pelo efeito bloqueador 
dopaminérgico 
➔ Discinesia tardia 
➔ Síndrome neuroléptica maligna 
 
 
Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 
3 SEDAÇÃO 
COMO REALIZAR A SEDAÇÃO: 
DOSE: 
➔ A dose assim como a escolha do sedativo é algo 
individual, dependendo de cada paciente 
➔ Depende da capacidade de sedação do paciente 
➔ Deve levar em consideração: 
➢ Função renal 
➢ Função hepática 
➢ Peso corporal 
➢ Idade 
➢ Interação medicamentosa 
➢ Alcoolismo 
➔ Pacientes que vão precisar de uma dose maior: 
➢ Paciente que precisam de uma sedação profunda 
➢ Paciente maiores 
➔ Pacientes que vão precisar de uma dose menor: 
➢ Sedação mais leve 
➢ Pacientes menores 
➢ Função renal diminuída 
➢ Função hepática diminuída 
ADMINISTRAÇÃO: 
➔ Bolus intermitente: 
➢ Ansiólise 
➢ Sedação de curta duração 
➔ Infusão contínua: 
➢ Indicações: 
• Ventilação mecânica 
• Estado de mal epiléptico 
• Hipertensão intracraniana 
➢ Se for utilizada deve ser feito estratégias para 
reduzir a quantidade de sedação que oferece ao 
paciente, como: 
• Interrupção diária 
• Minimização da dose 
• Sedação guiada por metas 
OBJETIVOS: 
➔ Paciente desperto 
➔ Paciente calmo 
➔ Paciente confortável 
➔ Paciente com pouca ou nenhuma dificuldade para 
se comunicar 
➔ Sendo reavaliado com frequência, para sempre 
utilizar a quantidade mínima de sedação possível 
➔ Sempre evitar excesso de sedação, pois está 
associado a um maior tempo de ventilação 
mecânica, UTI, mortalidade 
MONITORAMENTO: 
RICHMOND ANALGESIA AND SEDATION S CALE – 
RASS: 
➔ +4 – Agressivo: violento e perigoso 
➔ +3 – Muito agitado; conduta agressiva, remoção de 
tubos e cateteres 
➔ +2 – Agitado: movimentos sem coordenação 
➔ +1 – Inquieto: ansioso, sem movimentos 
agressivos ou vigorosos 
➔ 0 – Alerta e calmo 
➔ -1 – Sonolento: não está totalmente alerta, mas 
desperta de forma sustentada ao som da voz (> 10 
segundos) 
➔ -2 – Sedação Leve: acorda rapidamente e faz 
contato com o som da voz (< 10 segundos) 
➔ -3 – Sedação Moderada: movimento ou abertura 
dos olhos ao som da voz, mas sem contato visual 
➔ -4 – Sedação Profunda: não responde ao som da 
voz,mas movimenta ou abre os olhos com 
estímulo físico 
➔ -5 – Incapaz de Despertado: não responde à voz 
ou estímulo físico 
SEDATION-AGITATION SCALE – SAS: 
➔ 7 – Perigosamente Agitado: tentativa de retirar o 
rubo orotraqueal ou cateter ou sair de cama, de 
agredir a equipe, movimento de um a outro lado da 
cama 
➔ 6 - Muito Agitado: morde o tubo, necessidade de 
restrições, não se acalma com orientação verbal 
com estabelecimento de limites 
➔ 5 – Agitado: ansioso ou levemente agitado, 
tentando levantar, acalma após orientação verbal 
➔ 4 – Calmo e Cooperativo: calmo, acorda fácil e 
obedece a comandos 
➔ 3 – Sedado: difícil de acordar, acorda com 
estímulo verbal ou gentil chacoalhar, mas volta a 
dormir. Obedece a comandos simples 
➔ 2 – Muito Sedado: acorda com estímulo físico, mas 
não responde ordens. Move-se espontaneamente 
➔ 1 – Não Despertável: responde minimamente ou 
não responde a estímulos ou ordens. Não se 
comunica 
CUIDADOS: 
➔ Deve minimizar o excesso de sedação, já é sabido 
que a sedação quando usada em infusão contínua 
está associada a mais tempo de ventilação 
mecânica e maior tempo de internação 
Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 
4 SEDAÇÃO 
➔ Interrupção diária: 
➢ Caso não tenha uma causa específica para esse 
paciente estar sedado, deve desligar a sedação 
➢ Caso ele acorda agitado, deve voltar com a 
sedação mas na metade da dose anterior 
➔ Sedação Guiada: sempre deixar o paciente entre o 
RASS 0 a no máximo -2 
COMO RETIRAR A SEDAÇÃO: 
➔ Também deve ser feita de forma individualizada, 
se a causa que levou a sedação foi resolvida ou 
parcialmente resolvida deve retirar a sedação 
➔ Se o paciente usa mais de 1 sedativo, sendo um 
dele um opioide, deve tirá-lo por último, para evitar 
que o paciente esteja sedado, mas com dor 
➔ Pode retirar abruptamente a sedação desde que a 
administração tenha sido feito por menos de 7 dias 
SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA: 
BENZODIAZEPÍNICOS: 
➔ Agitação 
➔ Confusão 
➔ Ansiedade 
➔ Tremores 
➔ Taquicardia 
➔ Hipertensão 
➔ Febre 
OPIÁCEOS: 
➔ Agitação 
➔ Rinorreia 
➔ Midríase 
➔ Piloereção 
➔ Diarreia 
➔ Vômitos 
➔ Febre

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