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Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 1 MORTE ENCEFÁLICA - RESUMO FISIOPATOLOGIA: ➔ Paciente que possui uma lesão neuronal grave, que leva a um edema vasogênico, aumentando a PIC, gerando uma diminuição da pressão de perfusão cerebral fazendo com que o paciente tenha mais lesão neuronal EPIDEMIOLOGIA: ➔ AVC corresponde a 47% dos casos ➔ TCE corresponde a 39% dos casos ➔ Tumores do SNC correspondem a 4% ➔ Encefalopatia hipóxico-isquêmica e outras causas correspondem a 4% POTENCIAIS MÍMICAS DE MORTE ENCEFÁLICA: ➔ Bloqueio neuromuscular: ➢ Síndrome de Guillain-Barré ➢ Botulismo ➔ Hipotermia ➔ Intoxicações por drogas: ➢ Tricíclios ➢ Lidocaína ➢ Baclofeno ➢ Sedativos, incluindo barbitúricos ➢ Bloqueadores neuromusculares ➢ Anticolinérgicos ➢ Bupropiona ➢ Ácido valpróico ➔ Lesão de coluna medular alta ➔ Síndrome de Locked-in QUEM DEVE SER SUBMETIDO A PROVA DE MORTE ENCEFÁLICA: ➔ Coma não perceptivo (Glasgow 3) ➔ Ausência de reatividade supraespinhal ➔ Apneia persistente ➔ Associado aos seguintes critérios: ➢ Lesão encefálica conhecida, irreversível, capaz de causar morte encefálica ➢ Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de morte encefálica (sedação, DHE, hipotermia) ➢ Tratamento e observação hospitalar por no mínimo 6 horas (24 horas se a etiologia for encefalopatia hipóxico-isquêmica) ➢ Temperatura corporal (esofageana, vesical ou retal) maior que 5ºC ➢ Saturação de oxigênio maior que 94% ➢ PAS maior ou igual a 100 mmHg ou PAM maior ou igual a 65 mmHg IMAGEM TOMOGRÁFICA COMPATÍVEL: QUAIS EXAMES DEVEM SER FEITOS PARA O DIAGNÓSTICO: ➔ Deve ser feito dois exames clínicos ➔ Deve ser feito por médicos capacitados ➔ Deve ter 1 hora de diferença entre os exames (para pacientes maiores de 2 anos de idade) ➔ O exame deve avaliar: ➢ Coma não perceptivo ➢ Ausência de reatividade supraespinhal: deve ser: a intenção é ver se a parte mais primitiva do cérebro está funcionante ou não • Reflexo fotomotor: pegar uma lanterna e ver se o paciente tem o reflexo • Córneo-palpebral: pega um chumaço de gase e ver se o paciente pisca, se ele não piscar esse reflexo está ausente • Oculocefálico: a intenção é que ao vira a cabeça o olho seguir, se o olho não fizer a correção o reflexo está ausente • Vestíbulo-calórico: antes de fazer o teste deve fazer otoscopia, se instala 60 mL de soro gelado no ouvido, a intenção é que o olho vá em direção aonde está fazendo a infusão 9se for quente vai para outro lado), caso isso não ocorra o reflexo está ausente • Reflexo de Tosse: inserir soro ou sonda de aspiração na traqueia, se não provocar tosse o reflexo está ausente ➔ Um exame complementar comprovando: ➢ Ausência de perfusão encefálica ou ➢ Ausência de atividade metabólica encefálica ou ➢ Ausência de atividade elétrica encefálica ➔ Exames que podem ser realizados: ➢ Angiografia cerebral ➢ Eletroencefalograma Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 2 MORTE ENCEFÁLICA - RESUMO ➢ Doppler transcraniano ➢ Cintilografia SPECT cerebral TESTE DE APNEIA: ➔ Uma prova de apneia evidenciando: ➢ Ausência de movimento respiratório ➢ PCO2 na gasometria pós > 55 mmHg ➔ Técnica: ➢ Ventilação com FiO2 de 100% por, no mínimo, 10 minutos para atingir PaO2 igual ou maior que 200 mmHg e PaCO2 entre 35 e 45 mmHg ➢ Instalar oxímetro digital e colher gasometria arterial inicial (idealmente por cateterismo arterial) ➢ Desconectar ventilação mecânica ➢ Estabelecer fluxo contínuo de oxigênio por um cateter intratraqueal ao nível da carina (6L/min), ou tubo T (12L/min) ou CPAP (até 12L/min + até 10 cmH2O) ➢ Observar a presença de qualquer movimento respiratório por oito a dez minutos. Prever elevação da PaCO2 de 3 mmHg/min em adultos e de 5 mmHg/min em crianças para estimar o tempo de desconexão necessário ➢ Colher gasometria arterial final ➢ Reconectar a ventilação mecânica ➔ Pontos Importantes: ➢ Deve ser feito apenas uma vez por um dos médicos responsáveis ➢ Teste positivo: ausência de movimento respiratório na presença de hipercapnia (PaCO2 > 55 mmHg) – mesmo que tenha sido interrompido antes de 10 minutos ➢ Teste inconclusivo: PaCO2 < 56 mmHg sem movimentos respiratórios ➢ Teste Negativo: presença de movimentos respiratórios, mesmo débeis, com qualquer valor de PaCO2 ➢ Situações clínicas que cursam com ausência de movimentos respiratórios de causas extracranianas ou farmacológicas é vedada a realização do teste de apneia, até a reversão da situação ➔ Interromper Teste se: ➢ Hipotensão (PAS < 100 mmHg ou PAM < 65 mmHg) ➢ Hipoxemia significativa ➢ Arritmia cardíaca ➢ Neste caso coletar a gasometria arterial e reconectar a ventilação mecânica ➢ Se PaCO2 final for < 56 mmHg, deve repetir o teste após melhora da instabilidade hemodinâmica MANEJO DO POTENCIAL DOADOR DE ÓRGÃOS: ESTABILIDADE HEMODINÂMICA: ➔ Cogitar introdução precoce da vasopressina ➔ Manter PAM adequada (no mínimo 65 mmHg) CORTICÓIDES: ➔ Para redução da inflamação ➔ Para lesão de pituitária (instabilidade hemodinâmica) ➔ Possui baixas evidências de qualidade EVITAR HIPOTERMIA: ➔ Pode desencadear distúrbio de coagulação grave OXIGENAÇÃO ADEQUADA: ➔ Por meio de ventilação mecânica protetora CONTROLE DE DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS: ➔ Controle glicêmico com insulina EV se necessário ➔ Levotiroxina EV 20 mcg e 10 mcg/h – para paciente instáveis hemodinamicamente ou com FE < 45%ou T3 4 mcg e 3 mcg/h CONTROLE DE DISTÚRBIOS RENAIS E HIDROELETROLÍTICOS: ➔ Euvolemia ➔ Diurese 0,4 a 4 ml/kg/h ➔ Evitar hipernatremia – solução hipotônica se necessário ➔ DI Central: salina para BH zerado + DDAVP para controle de poliúria/ Vasopressina