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3 1 Trocas térmicas entre o meio e as edificações

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Prévia do material em texto

Trocas térmicas entre o meio e as 
edificações
Apresentação
A saúde do ser humano depende de muitas variáveis e condições que interferem direta ou 
indiretamente no seu cotidiano. O conforto térmico do ambiente em que se vive ou trabalha 
interfere profundamente na saúde física, mental e social, afetando o bem-estar do indivíduo. As 
trocas térmicas condicionam os ambientes de maneira favorável ou desfavorável, sendo necessário 
conhecer os mecanismos relacionados ao calor, por meio de escolhas de materiais corretos, uso de 
boas técnicas construtivas e boas práticas nas especificações.
É necessário entender a conservação, a troca e a dispersão do calor para adequação das edificações 
de forma a garantir a vida humana mais confortável nos ambientes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as principais formas de troca térmica e ventilação e 
quais recursos podem ser usados para a melhoria do conforto térmico nas edificações.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os conceitos de irradiação solar direta, difusa e total.•
Reconhecer a importância dos movimentos do ar ou da ventilação.•
Sugerir estratégias de proteção solar.•
Desafio
Uma edificação feita desconsiderando os estudos das trocas térmicas com o meio gera 
consequências graves e, muitas vezes, exige recursos altos para a devida correção.
Suponha que você foi contratado para relizar uma reforma em uma escola.
Com base nessa situação, que soluções de intervenções arquitetônicas você propõe para dar mais 
conforto aos alunos, professores e funcionários da escola?
Infográfico
Ao observar o objeto 3D apresentado a seguir, você pode compreender visualmente o movimento 
aparente do sol e como isso impacta na sombra projetada por uma haste ao longo do dia. Saber 
usar a orientação solar em favor de um bom projeto faz a diferença na vida e no cotidiano dos 
usuários da edificação. 
 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
 
Barreiras solares de proteção são importantes para sanar problemas com a falta de conforto 
térmico, mas, para se construir uma edificação eficiente, há soluções baratas e corretas na fase do 
projeto. 
A irradiação solar pode ser aproveitada ou evitada com o uso correto da localização dos cômodos 
da edificação.
Neste Infografico, você verá como usar a orientação solar para escolher a localização dos cômodos 
de maneira a amenizar o desconforto.
 
https://grupoa-edtech.grupoa.education/object/EuvaqlZjSbyK9o8fL5j1uw
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/29669498-f10b-4e77-b68b-e7704cba7740/b88f446c-63a8-41eb-9144-e0800bcaa6ab.png
Conteúdo do livro
Para projetar edificações mais eficientes, o apoio dos conhecimentos, das normas técnicas e das 
experiências já vivenciadas são de grande importância. As proteções solares, as ventilações naturais 
e outros elementos que possibilitam as trocas térmicas poderão ser usados se houver 
conhecimento de como aproveitar cada recurso de maneira correta.
No capítulo Trocas térmicas entre o meio e as edificações, da obra Conforto ambiental: iluminação 
natural, você terá informações importantes para auxiliar no processo de escolha da melhor solução 
arquitetônica, considerando as proposições descritas.
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL: 
ILUMINAÇÃO 
NATURAL
Laura Jane Lopes Barbosa
Trocas térmicas entre 
o meio e as edificações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Diferenciar os conceitos de irradiação solar direta, difusa e total.
 � Reconhecer a importância dos movimentos do ar/ventilação.
 � Sugerir estratégias de proteção solar.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar de que modo o ambiente interfere na 
arquitetura e a arquitetura pode interferir nesse ambiente, considerando 
a situação térmica e as trocas entre eles. Entender o conceito de troca 
térmica é primordial para o bom exercício projetual e, consequentemente, 
para que a edificação seja eficiente termicamente. 
As consequências de uma edificação planejada desconsiderando 
os estudos das trocas térmicas com o meio onde será edificada são 
graves e, muitas vezes, exigem recursos altos para a devida correção. 
Entender como essas trocas térmicas funcionam, diferenciando as formas 
de irradiação, reconhecendo a importância das ventilações e usando 
estrategicamente os recursos de proteção solar, fará a diferença em um 
projeto e sua construção. 
De acordo com Mascaró e Mascaró (1992), os elementos deter-
minantes do desempenho térmico são as paredes e a cobertura, 
o que faz um bom projeto de arquitetura depender, em grande parte, 
das boas escolhas dos materiais desses envolventes, combinadas com 
a zona climática local. 
1 Irradiação solar direta, difusa e total
A irradiação solar ou radiação solar é o fluxo de energia emitida pelo Sol e 
transmitida como radiação eletromagnética, que afeta diretamente o clima da 
Terra (RODRÍGUEZ GÓMEZ et al., 2018). É emitida em diferentes camadas 
da atmosfera e se propaga a uma velocidade de 300.000 km/s, influenciando 
nos processos físicos e biológicos do planeta e interferindo em toda a vida 
humana. Com aspectos ondulatórios e corpusculares, sua relevância é de tal 
porte que o planeta, verdadeiramente, não existiria sem a interferência da 
irradiação solar — e é essa irradiação que o diferencia de outros planetas 
conhecidos atualmente. 
O Sol é, seguramente, a fonte de energia mais importante da Terra. Sendo 
fonte de calor ou de luz, sua relevância no conforto térmico das edificações 
é irrefutável. Da luz do Sol se pode tirar partido para qualquer projeto arqui-
tetônico, principalmente, no que tange ao conforto térmico e à economia de 
energia, gerando uma edificação de excelente desempenho. 
A radiação solar é o elemento climático que tem o comportamento mais 
conhecido, sendo simples a detecção dos índices que a determinam. Mar-
cando a altura e o azimute em uma carta solar, você saberá onde estará o 
Sol em determinada data no ano. A carta solar de São Paulo, por exemplo, 
mostra como se pode usar as cartas solares para controlar a incidência do Sol 
nas edificações. O movimento de rotação da Terra é de 23° em relação ao 
de translação. Conforme a época do ano e a latitude do local, o Sol faz um 
percurso específico.
Azimute, em árabe, significa caminho, e refere-se ao ângulo encontrado em um plano 
horizontal entre o plano vertical do ponto observado e o meridiano do observador.
O desempenho térmico de uma edificação pode ser mais bem compreendido 
se baseado nas trocas térmicas (FROTA; SCHIFFER, 2007), e a irradiação 
solar é fundamentalmente um fenômeno de interferência.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações2
Essa produção de energia contínua, quando irradiada sem interferência de 
espelhamento pela atmosfera, incidindo em linha reta sobre a Terra, é chamada 
de irradiação direta ou radiação direta (Rd). A intensidade dessa radiação 
depende da altura solar (H) e do ângulo de incidência dos raios solares no 
plano receptor (Q). Esse tipo de radiação influencia fortemente no conforto 
térmico das edificações, sendo a principal fonte de calor desse processo, e é 
também a de maior incidência de luz.
Já a radiação solar difusa (RDif) é a fração da radiação que atravessa a 
atmosfera e tem a direção dos raios solares difundidos por componentes at-
mosféricos como névoa, nuvens ou mesmo partículas em suspensão e fumaça.
A radiação solar global ou total é igual à soma da radiação direta com a 
difusa, englobando todos os aspectos e formas de radiação possíveis.
A radiação solar tem aumentado a cada dia, causando sérios danos à saúde das pessoas. 
O aquecimento solar e as superfícies das cidades aumentam, significativamente, os 
riscos à saúde dos usuários. As construções e mesmo o urbanismo têm se estabelecidode maneira a proteger as pessoas desse problema. 
2 A importância dos movimentos do ar 
e da ventilação
Os estudos de conforto térmico são de extrema importância para a compreensão 
das condições de satisfação pessoal, produtividade e saúde, e também para 
análise do desempenho energético, auxiliando na conservação dos recursos 
de energia (NICOL; HUMPHREYS; ROAF, 2012). É evidente que possibilitar 
a ventilação natural é a forma mais saudável de se projetar uma edificação 
eficiente em seu desempenho. Os modelos praticados a cada processo de 
melhoria das soluções arquitetônicas são implantados com muita eficiência 
nas edificações, possibilitando um conforto térmico incontestável
3Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Desde a renovação do ar, passando pelo resfriamento psicofisiológico até 
o resfriamento convectivo, a ventilação natural exerce seu papel principal, 
o de gerar qualidade de vida aos usuários. A diferença de pressão, que pode ser 
causada pelo vento ou pela temperatura, é a base para mover o ar e aproveitá-lo 
da melhor forma possível em sistemas passivos de ventilação, aqueles que não 
dependem de energia ou outro recurso específico de ventilação mecânica.
Segundo Cândido et al. (2010), no Brasil, desfrutamos de um clima variado, 
porém grande parte do território brasileiro tem um clima quente e úmido. 
Nesse caso, a ventilação natural é uma forma eficiente de promover conforto 
térmico e redução do consumo de energia. 
Os dois tipos de ventilação passiva existentes são a ventilação cruzada 
e a ventilação de efeito chaminé, que utilizam a pressão do ar negativa ou 
positiva para ventilar confortavelmente. Para que haja uma boa ventilação 
natural, é necessário posicionar as aberturas em zonas de pressão opostas, 
que removem o calor por acelerarem as trocas por convecção e aumentarem 
os níveis de evaporação.
As barreiras arquitetônicas devem ser consideradas no momento de se 
projetar uma edificação com o aproveitamento da ventilação natural, assim 
como as condições do vento e do clima local. A ventilação natural também 
diminui custos, muitas vezes na construção da edificação, mas, principalmente, 
na manutenção desta, gerando economia e sustentabilidade, bem como saúde 
e bem-estar dos usuários.
Na Figura 1, você verá a ventilação com exaustores eólicos, um exemplo de 
ventilação que pode ser considerada natural por não utilizar energia para seu 
funcionamento. Ela utiliza a pressão do ar para girar os exaustores e retirar 
o ar quente do local.
A taxa na qual o ar flui através de um ambiente, retirando o calor, é a 
função da área de entrada e saída de ar, da velocidade do vento e da direção 
do vento em relação às aberturas. Entretanto, as ventilações naturais não são 
eficientes para amenizar o calor em climas muito úmidos, pois não retiram 
a umidade do ar.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações4
Figura 1. Ventilação com exaustores eólicos.
Fonte: Dpongvit/Shutterstock.com.
Muitos arquitetos brasileiros e estrangeiros exercem suas funções de projetar de maneira 
eficiente energeticamente com excelência. Um bom exemplo é o arquiteto britânico 
Norman Foster. Em uma de suas obras, o domo do edifício do Reichstag (Figura 2), que 
abriga o parlamento alemão em Berlim, Foster utilizou uma cobertura para promover 
ventilação e iluminação naturais através de uma espécie de cone invertido, localizado 
no centro da edificação. O ar entra pela fachada principal e é distribuído pelo interior 
do edifício, fazendo uso do efeito chaminé para eliminar o ar quente da construção.
5Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Figura 2. Edifício do Reichstag, Berlim, Alemanha.
Fonte: Lepores (2016, documento on-line).
Segundo Ching (2013), as janelas e vãos de iluminação podem e devem 
ser projetados para criar um ambiente agradável, porém, se nesses vãos a 
incidência de iluminação for muito alta, o calor irá afetar a construção. Para 
contornar isso é necessário projetar criteriosa e cuidadosamente elementos 
de proteção solar.
3 Estratégias de proteção solar nas edificações
Existem muitos recursos de proteção solar física que criam barreiras arqui-
tetônicas, interrompendo ou desviando a irradiação do Sol na edificação. 
A cada dia crescem as opções, com materiais mais atuais surgindo no mercado, 
e ideias novas vão sendo implementadas, gerando novos recursos.
Basicamente, os elementos de proteção solar das edificações são externos e 
podem estar instalados verticalmente ou horizontalmente, ou das duas formas 
ao mesmo tempo. Os projetos arquitetônicos para a criação de barreiras solares 
ou proteção solar devem ser pensados com muito critério, principalmente se 
Trocas térmicas entre o meio e as edificações6
a escolha do tipo de proteção for fixa e não móvel, que pode ser mexida com 
mais facilidade em algum erro de projeto e cálculo.
Quando mal dimensionados, esses elementos de proteção solar podem 
escurecer a edificação internamente e neutralizar outro conceito básico de 
conforto e economia de recursos energéticos, a iluminação natural. Frota 
(2004) defende que a proteção bem dimensionada permite a entrada de luz 
natural no ambiente e, em paralelo, o aproveitamento da luz refletida por seus 
elementos de sombreamento.
Os materiais utilizados nas proteções solares devem ter por característica 
a baixa capacidade térmica, para que haja um rápido resfriamento após a 
diminuição da incidência do Sol. Algumas barreiras arquitetônicas de proteção 
solar podem classificadas conforme descritas a seguir.
O sombreamento por meio de vegetação é, além de agradável aos olhos, 
o tipo de proteção que pode evitar erros estéticos nas edificações. Deve ser 
planejado com cuidado, pois, além de ser uma barreira física, é uma barreira 
viva e, se não for bem escolhida e bem localizada, pode interferir negati-
vamente em uma construção com o seu crescimento. A sombra gerada por 
uma árvore ou arbusto, ou mesmo em jardins verticais, é muito agradável e 
de muita eficiência, só necessita de manutenção e cuidados mais frequentes. 
Soluções paisagísticas fazem grande diferença no conforto térmico das edificações. 
O paisagismo é uma forma viva e eficaz de tornar as edificações confortáveis e huma-
nizadas. Além de gerar conforto térmico, se bem utilizado, gera um conforto visual 
agradável a quem utiliza a edificação.
As aplicações do cobogó, ou elemento vazado, para as trocas térmicas das 
edificações com o meio são eficientes e ainda têm a vantagem de trazerem 
iluminação ao ambiente interno. O cobogó foi criado e é largamente utilizado 
na região Norte e Nordeste do Brasil. Conforme afirma Bittencourt (1995), ele 
é um bom exemplo de sistema de misto em escala reduzida. Também funciona 
como barreira fixa, devendo ser utilizado com um bom estudo de projeto.
7Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Os cobogós são elementos vazados inspirados nos muxarabis árabes — veja um 
exemplo na Figura 3. Foram criados no Recife e difundidos por arquitetos como Lucio 
Costa, que se aproveitavam do recurso da iluminação e ventilação naturais em um 
país tropical como o Brasil. 
Figura 3. Muxarabis em Abu-Dhabi, Emirados Árabes.
Fonte: Anna Ostanina/Shutterstock.com.
As pérgulas ou brises horizontais, ou mesmo pergolados, são excelentes 
barreiras de proteção se usadas corretamente — por exemplo, em fachadas 
Norte e Sul, nas quais a incidência do Sol é menor, principalmente em horários 
em que o Sol está mais alto. Esses elementos podem ser fixos ou móveis e não 
impedem a ventilação local. Além das pérgulas, outros elementos horizontais 
de proteção solar são os toldos e os beirais das edificações. Conforme relata 
Leite (2003), o pergolado se torna mais eficiente em algumas estações do ano 
e em algumas horas do dia, não todo o tempo.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações8
Já os brises verticais são eficientes barreiras para fachadas Leste ou Oeste, 
quando o Sol está mais baixo. Precisam ser localizadas corretamente após 
estudoda geometria solar, como as outras barreiras. Podem também ser fixos 
ou móveis, inclusive articulados, funcionando como persianas ou venezianas. 
Veja um exemplo de brises verticais na Figura 4.
Figura 4. Brises verticais em edifício na cidade de Abu-Dhabi, Emirados Árabes.
Fonte: Aecom (2020, documento on-line).
As prateleiras de luz são elementos de grande eficiência, pois permitem 
o sombreamento, evitando a radiação direta nas janelas, porém refletem parte 
da iluminação para dentro do ambiente. É um elemento arquitetônico colocado 
na parte superior da janela, com parte de sua superfície para fora e outra para 
dentro, como ilustra a Figura 5. Também pode ser feito em duas partes, sendo 
uma superior à janela e outra inferior, fazendo o mesmo efeito de iluminação 
por irradiação da luz indireta. Devem ser estudadas e calculadas conforme 
a orientação do Sol no local. Brown e Dekay (2007) mencionam que uma 
janela inteira, se comparada com uma de mesmo tamanho e altura dividida 
em porções superior e inferior por uma prateleira de luz horizontal, tem pior 
desempenho — ou seja, a janela com prateleira de luz apresenta desempenho 
muito melhor.
9Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Figura 5. Prateleiras de luz. Irland Revenue Offices, Nottingham, Inglaterra. Projeto de 
Michael Hopking & Partners. 
Fonte: Brown e Dekay (2007, p. 279).
A tecnologia na fabricação de vidros está possibilitando o uso dos brises de 
vidro em diversas atuações, inclusive para barreiras de proteção solar. Com 
sua estrutura de composição, os novos vidros têm trabalhado na filtragem 
dos raios infravermelhos. É uma tecnologia ainda pouco acessível e que exige 
muitos cuidados para a utilização.
Trocas térmicas entre o meio e as edificações10
Além de elementos externos que influenciam no sombreamento diretamente, 
os elementos internos também podem ser considerados barreiras de proteção 
solares. As cortinas e persianas são protetores um pouco menos eficientes, 
porque permitem que a radiação ultrapasse o fechamento externo e só pro-
tegem depois que o calor penetrou na área interna do ambiente, porém ainda 
são válidas para este fim, se usadas corretamente. Segundo Koenigsberger 
et al. (1980), em janelas de vidro com venezianas internas, a redução do fator 
de ganho solar é de 17%.
Seja em elementos fixos ou não, naturais ou construídos, as trocas térmicas 
entre o ambiente externo e interno das edificações devem ser aproveitadas ou 
corrigidas, usando-se o conhecimento técnico para gerar conforto ao usuário. 
A busca pelo conforto térmico dentro das edificações estabelece o termômetro 
para a busca por experiências que proporcionem melhores resultados a cada dia 
nas construções e reformas, de modo a adaptar as demandas do ser humano. 
De acordo com Roriz (2008), são estreitos os limites de condições ambientais 
em que o homem se sente confortável; sem esses limites, mesmo que sobre-
viva, estará em extrema condição de desconforto. Por essa e outras razões, 
os estudos sobre o comportamento térmico das edificações têm se tornado 
cada vez mais importantes e aprofundados, e os projetos arquitetônicos têm 
necessidades cada vez mais latentes de dedicação e conhecimento técnico.
AECOM. Siemens. [S. l.], 2020. Disponível em: https://aecom.com/ae/projects/siemens/. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
BITTENCOURT, L. Efeito da forma dos elementos vazados na resistência oferecida à pas-
sagem da ventilação natural. In: ENCONTRO NACIONAL DE CONFORTO NO AMBIENTE 
CONSTRUÍDO, 3., 1995, Gramado. Anais eletrônicos... Disponível em: http://www.infohab.
org.br/acervos/buscaautor/codigoAutor/3979. Acesso em: 26 mar. 2020.
BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Porto 
Alegre: Bookman, 2004.
CÂNDIDO, C. et al. Aplicabilidade dos limites de velocidade do ar para efeito de con-
forto térmico em climas quentes e úmidos. Ambiente Construído, v. 10, n. 4, p. 59–68, 
2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ac/v10n4/a05v10n4.pdf. Acesso em: 
26 mar. 2020.
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaço e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
11Trocas térmicas entre o meio e as edificações
FROTA, A. B. Geometria da insolação. São Paulo: Geros, 2004.
FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. 5. ed. São Paulo: Studio Nobel, 
2009.
KOENIGSBERGER, O. H. et al. Manual of tropical housing and building. 4. ed. Nova York: 
Addison-Wesley Longman, 1980.
LEITE, J. S. de V. Análises de elementos arquitetônicos de proteção solar em edificações 
institucionais na cidade de Natal/RN: diretrizes projetuais. 2003. 80 f. Dissertação (Mes-
trado em Arquitetura e Urbanismo)- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
Natal, 2003. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/12427. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
LEPORES, D. German Parliament (Reichstag) Visit: insider tips. [S. l.], 2016. Disponível em: 
https://awesomeberlin.net/attractions/german-parliament-reichstag-visit. Acesso 
em: 26 mar. 2020.
MASCARÓ, J. L.; MASCARÓ, L. (org.). Incidência das variáveis projetivas e de construção no 
consumo energético dos edifícios. 2. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1992.
NICOL, F.; HUMPHREYS, M.; ROAF, S. Adaptive thermal comfort: principles and practice. 
Inglaterra: Routledge, 2012.
RODRÍGUEZ GÓMEZ, J. M. et al. A irradiância solar: conceitos básicos. Revista Brasileira 
de Ensino de Física, v. 40, n. 3, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbef/
v40n3/1806-9126-RBEF-40-3-e3312.pdf. Acesso em: 26 mar. 2020.
RORIZ, M. Conforto e desempenho térmico de edificações. São Carlos: Universidade Federal 
de São Carlos, 2008.
Leituras recomendadas
CHING, D. K. Dicionário visual de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
CONHECIMENTO básico sobre o recurso solar. São Paulo, 2016. Disponível em: http://
recursosolar.geodesign.com.br/Pages/Sol_Rad_Basic_RS.html. Acesso em: 26 mar. 2020.
ECOEFICIENTES. Carta solar: saiba como encontrar o ângulo de incidência solar em 
sua região! [S. l.], 2016. Disponível em: http://www.ecoeficientes.com.br/carta-solar-
-saiba-como-encontrar-o-angulo-de-incidencia-solar-em-sua-regiao/. Acesso em: 
26 mar. 2020.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES. Sombreamento. São Paulo, 2019. Disponí-
vel em: https://guiaenergiaedificacoes.com.br/estrategias-passivas/sombreamento/. 
Acesso em: 26 mar. 2020.
MÄHLMANN, F. G. et al. Conforto ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2018.
OLIVEIRA, A. S. de. Fundamentos de meteorologia e climatologia. Bahia: UFRB, [201-?].
Trocas térmicas entre o meio e as edificações12
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
PROJETEEE. Ventilação natural. Florianópolis, 2020. Disponível em: http://projeteee.
mma.gov.br/estrategia/ventilacao-natural/. Acesso em: 26 mar. 2020.
SHAYEB, G. Tipos de irradiação. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.gshengenharia.
com.br/post/tipos-de-irradia%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 26 mar. 2020.
13Trocas térmicas entre o meio e as edificações
Dica do professor
As intervenções arquitetônicas são, muitas vezes, recursos imprescindíveis para o melhor 
desempenho da edificação. O aproveitamento do sol, dos ventos e do clima é fundamental para 
que as trocas térmicas sejam benéficas aos usuários.
Nesta Dica do Professor, você verá a importância de conhecer os recursos existentes e exercitar o 
processo criativo com conhecimeno para obter melhores resultados em projetos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/a53e89db0f82f235b9f2d84ffc1be589
Exercícios1) O sol é a fonte de energia mais importante da Terra e a que mais afeta o cotidiano da 
população. É a fonte de calor e de luz de onde saem as informações para projetar com base 
no conforto térmico. Essa afirmação se refere a:
A) uma radiação eletromagnética que afeta o clima diretamente, sendo emitida em diferentes 
camadas da atmosfera.
B) uma radiação magnética que emite calor e afeta parcialmente o clima da Terra, emitindo luz 
em todas as camadas do sistema solar.
C) uma fonte de calor e luz com emissões de raios diretos e difusos, mas não interferindo no 
clima da Terra.
D) um recurso natural que emite calor e luz e irradia raios difusos e indiretos, contribuindo para 
o clima da Terra.
E) um elemento da natureza que interfere menos do que a lua, visto que as marés têm forte 
influência no clima da Terra.
2) A ventilação natural é mais saudável e econômica, sendo uma importante aliada em um país 
de clima tropical. Exerce a função nobre de gerar também qualidade de vida nas pessoas que 
utilizam o local. Além dessa, quais as outras vantagens da ventilação natural para os 
usuários?
A) Resfriamento cognitivo, psicossociológico e iluminação.
B) Resfriamento convectivo, renovação do ar e refração.
C) Resfriamento convectivo, renovação do ar e refriamento psicofisiológico.
D) Resfriamento convectivo, psicofisiológico e repressão do ar.
E) Resfriamento conotativo, psicofisiológico e renovação do ar.
As barreiras de proteção solar são importantes recursos para gerar conforto e eficiência nas 
edificações. A associação do uso dessas barreiras com recursos de ventilação natural 
3) 
também representa um diferencial no espaço interno. Qual das opções lista um conjunto de 
barreiras de proteção solar?
A) Cobertura vegetal em forração, cobogós e prateleiras de luz.
B) Vegetação, pérgolas e brises verticais.
C) Brises horizontais, prateleiras de luz, exaustores industriais.
D) Prateleiras de luz, pano de vidro, brises de vidro.
E) Janelas, vegetação e brises horizontais.
4) A taxa que representa o ar fluindo através de um ambiente retirando o calor é função da 
área de entrada e saída de ar, da velocidade do vento e da direção do vento em relação às 
aberturas. Com base nessa afirmativa, em que momento as ventilações naturais não são 
muito eficientes?
A) Quando são voltadas para o sol poente.
B) Quando são voltadas para o sol nascente.
C) Em climas secos, pois não conseguem fazer a troca de ar.
D) Em climas muito úmidos, pois não conseguem retirar a umidade do ar.
E) Quando estão contra o vento dominante.
5) Considerando que a radiação solar é o elemento climático que tem o comportamento mais 
conhecido, sendo simples a detecção dos índices que a determinam, qual das alternativas 
contém a afirmativa correta?
A) O movimento de rotação da Terra é de 23o em relação ao de translação. Conforme a época 
do ano e a latitude do local, o sol faz um percurso específico.
B) Marcando o azimute em uma carta solar, se saberá para que direção os ventos dominantes 
estão seguindo. 
C) O movimento de translação da Terra é de 23o em relação ao de rotação. Conforme a época 
do ano e a altitude do local, o sol faz um percurso diferente.
D) Marcando o azimute em uma carta solar, se poderá saber onde estará a posição do sol em até 
1 semana.
E) O movimento de translação da Terra é de 18o em relação ao de rotação. Conforme a época 
do ano e a altitude do local, o sol faz um percurso diferente.
Na prática
Para gerar conforto térmico, nem sempre as soluções mais complexas são as mais eficientes. O uso 
correto das correntes de ar, da pressão atmosférica e dos ventos dominantes representa uma 
condição que favorece uma solução eficiente.
Acompanhe, em Na Prática, a história de uma família que se beneficiou do conhecimento básico do 
filho e do apoio de um profissional para solucionar de maneira eficiente o desconforto de sua 
moradia.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Subcobertura diminui as trocas térmicas entre ambiente interno 
e externo
Neste link, você verá a subcobertura, um produto criado para facilitar e melhorar o desempenho 
das edificações nas trocas térmicas com o meio, gerando mais conforto térmico nas construções.
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Ventilação natural, proteção solar e as melhores práticas 
projetuais para combater o calor
Neste link, você acessará uma entrevista com um dos maiores especialistas em conforto térmico, 
Richard Dear, que fala sobre as soluções para um bom desempenho térmico e dá dicas construtivas.
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Como a temperatura afeta as construções?
O aumento da temperatura terrestre tem afetado o planeta em todas as suas áreas. Conheça, por 
meio deste site, o comportamento de materiais e soluções arquitetônicas para entender como o 
calor afeta as construções de maneira incessante e como pode ser solucionado com as boas 
práticas projetuais.
https://correiobraziliense.lugarcerto.com.br/app/noticia/show-room/2013/07/18/interna_showroom,47094/subcobertura-diminui-as-trocas-termicas-entre-ambiente-interno-e-externo.shtml?v=757647216
https://www.caurj.gov.br/ventilacao-natural-protecao-solar-e-as-melhores-praticas-projetuais-para-combater-o-calor/?v=1242912666
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http://blog.montage.com.br/index.php/2018/10/05/como-a-temperatura-afeta-as-construcoes/?v=1452598557

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