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AR CONDICIONADO I NOÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO Prof. Me. Fabio Tofoli DEFINIÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli • Segundo a ASHRAE (1997), conforto térmico é um estado de espírito que reflete a satisfação com o ambiente térmico que envolve uma pessoa; • Segundo essa definição, o conforto térmico de um indivíduo é subjetivo, dependendo de aspectos biológicos, físicos e emocionais dos ocupantes; • Desta forma, não é possível atender as condições de conforto de todos os ocupantes de um mesmo recinto; DEFINIÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli • A NBR 16401 (Parte 2: Parâmetros de conforto térmico) especifica os parâmetros do ambiente interno que propiciem conforto térmico aos ocupantes de recintos providos com ar-condicionado; • Num sistema de condicionamento de ar, deseja-se atender ao maior número de indivíduos possível; • A NBR 16401 – 2 estipula parâmetros de conforto térmico de forma que 80% dos ocupantes de um grupo homogêneo possam expressar satisfação em relação as condições do ambiente. FATORES QUE AFETAM O CONFORTO Prof. M.e Fabio Tofoli FATORES QUE AFETAM O CONFORTO Prof. Me. Fabio Tofoli O corpo humano mantém seu equilíbrio térmico com o meio por intermédio de trocas de calor envolvendo: a. Evaporação (cerca de 25%) b. Radiação (cerca de 45%) c. Convecção (cerca de 30%) As propriedades que influenciam estes modos de transferência de calor são: I. Temperatura de bulbo seco (afetando evaporação e convecção) II. Umidade relativa (afetando evaporação apenas) III. Velocidade do ar (afetando evaporação e convecção) IV. Temperatura radiante média (afetando radiação) FATORES QUE AFETAM O CONFORTO Prof. Me. Fabio Tofoli CORPO HUMANO Prof. Me. Fabio Tofoli • Termodinamicamente o corpo humano é uma máquina térmica ineficiente. A energia térmica produzida pelo organismo humano advém de reações químicas internas, sendo a mais importante a combinação do carbono, introduzido no organismo sob a forma de alimentos, com o oxigênio, extraído do ar pela respiração; • Cerca de somente 20% da energia produzida pelo corpo é transformada potencialmente em trabalho; • Os 80% restantes dessa energia estão em forma de calor que devem ser dissipados; CORPO HUMANO Prof. Me. Fabio Tofoli • Esse processo de produção de energia interna a partir de elementos combustíveis orgânicos é denominado metabolismo. • Em repouso absoluto — metabolismo basal —, o calor dissipado pelo corpo, cedido ao ambiente, é de cerca de 75 W; • A taxa de liberação de calor pelo corpo humano pode variar de 120 W para atividade sedentária até 440 W para atividade intensa (Tab. 48, pg. 1-94 Carrier); • Este calor representa uma parcela muitas vezes importante da carga térmica de resfriamento de um sistema de ar-condicionado. METABOLISMO Prof. Me. Fabio Tofoli Onde: M = Metabolismo [W] W = atividade útil [W] E = perda de calor por evaporação [W] R = transferência de calor por radiação [W] C = transferência de calor por convecção [W] B = perda de calor por respiração [W] S = taxa de variação da energia armazenada pelo corpo [W] EVAPORAÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli • A evaporação é sempre um meio de rejeição de calor; • Em ambientes quentes, a evaporação do suor constitui-se em um dos mecanismos mais importantes de remoção de calor; • Duas são as formas de “molhar” a pele: por difusão (perspiração) e por transpiração; • Perspiração ou evaporação insensível é um mecanismo constante enquanto que a transpiração é controlada pelo sistema termorregulador. EVAPORAÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli EVAPORAÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli Onde: = taxa de transferência de calor por evaporação insensível [W] = calor latente de vaporização da água [J/kg] = coeficiente de difusão [kg/Pa.s.m2] A = área do corpo [m2] = pressão de saturação à temperatura da pele [Pa] = pressão parcial do vapor de água do ar ambiente [Pa] CONVECÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli • A lei de Newton do resfriamento pode ser escrita como: Onde: C = taxa de transferência de calor por convecção [W] = temperatura da pele [°C] = temperatura do ar [°C] A = área do corpo [m2] = coeficiente de transferência de calor por convecção CONVECÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli • A superfície do corpo varia entre 1,5 e 2,5 m2; • Para convecção forçada, o valor de hc pode ser determinado pela relação: Onde V é a velocidade. RADIAÇÃO Prof. Me. Fabio Tofoli • Nem todas as partes do corpo humano irradiam para o meio, algumas irradiam para outras partes do corpo; • A área do corpo efetiva para radiação é de aproximadamente 70%; • As emissividades da pele e da vestimenta são muito próximas da do corpo negro, podendo desta forma, para efeitos práticos serem consideradas iguais a 1; • A temperatura as superfície para a qual o corpo irradia é comumente denominada temperatura radiante média; • A temperatura radiante média é geralmente muito próxima da temperatura do ar ambiente (exceto para paredes externas, janelas e paredes internas afetadas pela radiação solar). QUESTÕES Prof. Me. Fabio Tofoli 1. Admitindo que o corpo humano é uma máquina térmica consumindo 2400 kcal/dia (1 cal = 4,1868 J)provenientes de alimentos. Se todos os alimentos forem oxidados, sendo a energia de reação na forma de calor, qual deve ser a liberação de calor em Watts? Resp.: 116,3 W 2. Qual é a taxa de liberação de calor por convecção de um corpo humano de 1,5 m2 de área corporal, com temperatura da pele de 36 °C exposto a uma corrente de ar de 0,20 m/s e 25 °C? Resp.: 84,8 W 3. Qual é a ordem de grandeza do calor transferido por radiação numa situação em que a pessoa produza 120 W de energia proveniente da ingestão de alimentos? Resp.: 54 W 4. Qual é a taxa de liberação de calor aproximada para evaporação insensível se a temperatura da pele é de 32 °C, a pressão de saturação a essa temperatura é de 4750 Pa e a pressão parcial do vapor de água do ar é de 1700 Pa? Admita que o calor latente de vaporização da água seja igual a 2,43 MJ/kg e Cdif = 1,2 x10-9 ଶ. Resp.: 18W TAXAS METABOLICAS Prof. M.e Fabio Tofoli • A taxa metabólica é normalmente medida em termos de “METs”. Um MET é o valor padrão de metabolismo para que uma pessoa média (1,8 m2) se mantenha em repouso e é igual a 350 Btu/h (105 W) TAXAS METABOLICAS Prof. M.e Fabio Tofoli AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CONFORTO Prof. Me. Fabio Tofoli O objetivo do projeto de um sistema de condicionamento de um espaço físico é fornecer um sistema que mantenha, para os ocupantes de uma edificação, um ambiente interno confortável e saudável. A importância desse objetivo resultou em critérios específicos para as condições do espaço ocupado. Esses critérios evoluíram com o tempo uma vez que surgiram melhores métodos de avaliação das condições de conforto e de saúde que aumentam a produtividade. AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CONFORTO Prof. Me. Fabio Tofoli As condições de conforto atualmente recomendadas se baseiam em estudos conduzidos durante anos com pessoas em ambientes controlados. Nesses estudos, era solicitado a cada pessoa que classificasse determinado ambiente como quente ou frio, confortável ou desconfortável. A partir dessas pesquisas se chegou a um consenso relativo às faixas reduzidas de temperatura, de umidade e de velocidade do ar nas quais as pessoas se sentem confortáveis AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CONFORTO Prof. Me. Fabio Tofoli ISOLAMENTO TÉRMICO DO VESTUÁRIO Prof. Me. Fabio Tofoli Em um ambiente de escritório, o isolamento provocado pelas vestimentas à transferência de calor e de umidade tem um efeito maior sobre a percepção de conforto. O isolamento térmico das vestimentas tem sido historicamente medido em unidade denominada clo, em que 1 clo vale 0,155 m².°C/W. ISOLAMENTO TÉRMICO DO VESTUÁRIO Prof. Me. Fabio Tofoli TEMPERATURA ÓTIMA DO AR Prof. Me. Fabio Tofoli • No controle de sistemas de AVAC, a temperatura do ar é uma medida satisfatória para a maior parte das aplicações comerciais, sendo normalmente empregada como a variável de controle em vez de tentar medir a temperatura operativa. • A relaçãoentre a temperatura do ar ótima e o tipo do vestuário para as pessoas foi determinada para diferentes atividades. Para um ambiente com umidade relativa de 50 % e uma velocidade do ar menor que 0,15 m/s, a temperatura ótima do ar, para pessoas realizando atividades leves (1,2 MET), é: Em clo TEMPERATURA ÓTIMA DO AR Prof. Me. Fabio Tofoli TEMPERATURA ÓTIMA DO AR Prof. Me. Fabio Tofoli • Em condições de atividades mais pesadas, a temperatura do ar ótima deve ser mais baixa para manter o conforto. O efeito da atividade e o tipo de vestuário sobre a temperatura ótima foram equacionados como: Em clo Em clo TEMPERATURA ÓTIMA DO AR Prof. Me. Fabio Tofoli REGIÃO DE CONFORTO Prof. Me. Fabio Tofoli • Embora os mesmos fatores afetem a percepção individual daquilo que é confortável, as preferências individuais ainda diferem. As recomendações da ASHRAE tentam conciliar as diferenças individuais prevendo grandes faixas de valores para os quais a maioria dos ocupantes se sentiria confortável na maior parte do tempo. As regiões de conforto para a ASHRAE, relativas ao verão e ao inverno, estão representadas em coordenadas psicrométricas. REGIÃO DE CONFORTO Prof. Me. Fabio Tofoli Prof. M.e Fabio Tofoli QUESTÕES Prof. Me. Fabio Tofoli 1. Empregando as relações entre temperatura do ar, tipo de vestuário e nível de atividade, calcule a temperatura ótima do ar em um escritório com duas pessoas. Uma das pessoas é um administrador, usando um traje de passeio, que está participando ativamente em discussões, enquanto a outra pessoa está vestida informalmente, trabalhando como contador em sua mesa. O tipo de vestuário do traje de passeio do administrador é de 0,9 clo e seu nível de atividade é de 1,6 MET. O tipo de vestuário do contador é de 0,5 clo e seu nível de atividade é de 1,2 MET. QUESTÕES Prof. Me. Fabio Tofoli 2. Deve ser projetado, para uma academia, um sistema de condicionamento de ar. Espera-se, para determinada sala, que as duas atividades mais opostas serão ioga (1,5 MET) com 20 praticantes e dança aeróbica (3,5 METs) com 15 participantes. Para essas duas atividades, calcule as cargas sensível e latente, a exigência em ar externo e a temperatura exigida para o espaço. Apresente algumas conclusões sobre sua análise.