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Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65628 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 Rotura prematura de membranas ovulares na gestação: aspectos etiopatogênicos, métodos diagnósticos e condutas terapêuticas Premature rupture of ovular membranes in pregnancy: etiopathogenic aspects, diagnostic methods and therapeutic conduct DOI:10.34117/bjdv8n10-047 Recebimento dos originais: 05/09/2022 Aceitação para publicação: 05/10/2022 Carolina de Oliveira Souto Médica pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro Instituição: Casa de Saúde Campinas Endereço: Praça Dr. Tófoli, 28, Campinas - SP, CEP:13015240 E-mail: carol.souto50@gmail.com André Luiz Rocha Mendes Chaves Médico pela Faculdade de Medicina do Vale do Aço (FAMEVAÇO) Instituição: Universidade Federal de São João del-Rey Endereço: R. Padre João Pímentel, 80, Dom Bosco, São João del Rei - MG, CEP 36301-158 E-mail: andrelrmc@yahoo.com.br Lilian Rodrigues Coelho Borges Graduanda em Medicina Instituição: Universidade Unigranrio (UNIGRANRIO-AFYA) Endereço: Av. Ayrton Senna, 2200, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - RJ, CEP:22775-003 E-mail: lilianrodriguesbr@yahoo.com.br Helena Rocha de Souza Dias Graduanda em Medicina Instituição: Faculdade são Leopoldo Mandic Endereço: Rua Dr. José Rocha Junqueira, 13, Ponte Preta, Campinas - SP, CEP 13045-755 E-mail: helenarsdias@hotmail.com Isadora Porto de Aquino Graduanda em Medicina Instituição: Universidade de Itaúna (UIT) Endereço: Rodovia MG 431 Km 45, s/n, Itaúna - MG, CEP: 35680-142 E-mail: isadoraportoaquino@gmail.com Renata Gouvêa Hollunder Médica pela Faculdade de Medicina de Barbacena Instituição: Hospital Regional de Barbacena Endereço: Avenida 14 de agosto, s/nº, Bairro Floresta, Barbacena -MG, CEP: 36202-630 E-mail: retalunder@hotmail.com mailto:carol.souto50@gmail.com mailto:andrelrmc@yahoo.com.br mailto:isadoraportoaquino@gmail.com mailto:retalunder@hotmail.com Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65629 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 Lara Sousa Ribeiro Médica pelo Centro Universitário das Américas (FAM) Instituição: Centro Universitário das Américas (FAM) Endereço: Rua Augusta, 1508, Consolação, São Paulo - SP, CEP: 01304-001 E-mail: lararibeiro4@hotmail.com Gabriela Megumi Ruiz Médica pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) Instituição: Hospital Ribeirão Pires, Rede D’or Endereço: Rua Nicolau Assef, 52, Ribeirão Pires - SP, CEP: 09424-070 E-mail: gabimegumi@hotmail.com Laís Nogueira Monteiro Graduanda em Medicina Instituição: Universidade de Itaúna (UIT) Endereço: Rodovia MG 431 Km 45, s/n, Itaúna - MG, CEP: 35680-142 E-mail: laisnmonteiro@outlook.com Gabriel Henrique Resende Melo Graduando em Medicina Instituição: Universidade de Itaúna (UIT) Endereço: Rodovia MG 431 Km 45, s/n, Itaúna - MG, CEP: 35680-142 E-mail: gabrielmelo.med@gmail.com RESUMO A rotura prematura de membranas (RPM), consiste na rotura espontânea das membranas amnióticas no período gestacional. A RPM pode ser subdividida em rotura prematura pré- termo de membranas (RPPTM), quando ocorre rotura espontânea das membranas ovulares antes do termo, isto é, antes de 37 semanas de gestação ou rotura prematura de membranas ovulares (RPMO), em que há a rotura espontânea das mesmas antes do começo do trabalho de parto. Em virtude da variedade etiológica da RPM, a epidemiologia é bastante variada, sendo que sua incidência chega a cerca de 10% de todas as gestações, em que, aproximadamente, 75 a 80% delas já estarão a termo, caracterizando a RPMO. Além disso, a depender da etiologia da RPMO, a patogênese e o prognóstico são diferentes. Acerca do quadro clínico, classicamente, a RPMO cursa com perda súbita de líquido claro por via vaginal. No que tange ao diagnóstico, a história clínica é fortemente sugestiva, sendo o diagnóstico definitivo obtido pela visualização da saída do líquido ao exame especular. O diagnóstico diferencial é imprescindível, uma vez que outras patologias com apresentações semelhantes devem ser descartadas, no intuito de se estabelecer o tratamento correto e eficaz. O manejo terapêutico pode ser realizado de forma conservadora ou intervencionista, sendo que a segunda maneira depende da idade gestacional em que a mulher se encontra, sendo feito farmacologicamente com antibióticos, corticoides e sulfato de magnésio (se indicado); além de medidas não farmacológicas de suporte e acompanhamento, a fim de prevenir comprometimento fetal e materno. Palavras-chave: gravidez, obstetrícia, prematuro, rotura prematura de membranas. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65630 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 ABSTRACT Premature rupture of membranes (PMR), consists of the spontaneous rupture of the amniotic membranes during the gestational period. PMR can be subdivided into preterm premature rupture of membranes (PMR), when there is spontaneous rupture of the membranes before 37 weeks of gestation, or premature rupture of ovular membranes (PROMR), in which there is spontaneous rupture of the membranes before the beginning of labor. Because of the etiological variety of PMR, the epidemiology is quite varied, with its incidence reaching about 10% of all pregnancies, in which approximately 75 to 80% of them will already be at term, characterizing PMR. Moreover, depending on the etiology of PEMR, the pathogenesis and prognosis are different. Regarding the clinical picture, classically, RPMO is characterized by sudden vaginal clear fluid loss. As far as diagnosis is concerned, the clinical history is strongly suggestive, and the definitive diagnosis is obtained by visualizing the outflow of fluid on speculum examination. The differential diagnosis is essential, since other pathologies with similar presentations must be ruled out in order to establish the correct and effective treatment. The therapeutic management can be performed in a conservative or interventional way, the second way depending on the gestational age in which the woman is, being done pharmacologically with antibiotics, corticoids and magnesium sulfate (if indicated); in addition to non-pharmacological support and follow-up measures, in order to prevent fetal and maternal compromise. Keywords: Obstetrics. Pregnancy. Premature. Premature rupture of membranes. 1 INTRODUÇÃO A rotura prematura de membranas (RPM), caracteriza-se como a rotura espontânea das membranas amnióticas após a 20° semana de gravidez e antes do início do trabalho de parto. Sabe-se que quando a rotura das membranas ocorre antes de 20 semanas de gestação, consiste em um quadro de aborto inevitável. A RPM pode ser subdividida em rotura prematura pré-termo de membranas (RPPTM), quando ocorre rotura espontânea das membranas ovulares antes do termo, isto é, antes de 37 semanas de gestação ou rotura prematura de membranas ovulares (RPMO), em que há a rotura espontânea das mesmas antes do começo do trabalho de parto. Cabe salientar que a RPMO também pode ser denominada como amniorrexe prematura ou rotura da bolsa de águas. A fisiopatologia da RPMO envolve processos complexos, sendo necessário o entendimento da formação, composição e ruptura da membrana em condições fisiológicas. Basicamente, sabe-se que o processo é mediado pela interação entre metaloproteinases da matriz (MMPs), enzimas que degradam colágenos, e seus inibidores específicos (TIMPs), sendo que nas gestantes em que a atividade das MMPs é exacerbada, pode haver a RPMO (FEBRASGO, 2008; AMBERG et al., 2021). Acerca da etiologia da RPMO, essa pode estar relacionada a diversos fatores, caracterizando-se como multifatorial, sendo que omais comum deles é a infecção Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65631 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 bacteriana. Além disso, têm-se como causas inflamações estéreis do líquido amniótico (LA), quantidades menores de colágeno e de fosfatidilinositol nas membranas amnióticas ao longo da gestação, além de procedimento invasivos que são realizados na gestação, como amniocentese, entre outras condições clínicas. Devido à extensa gama de etiologias, a epidemiologia é variada, sendo que sua incidência chega a cerca de 10% de todas as gestações, em que, aproximadamente, 75 a 80% delas já são a termo. No que tange às manifestações clínicas, a história clínica é bem característica, sendo relatada como uma perda súbita e intensa de líquido com aspecto aquoso e claro pelos genitais externos, além de odor característico de água sanitária (FEBRASGO, 2008; CASTILHOS, 2021). A investigação inicial da RPMO é feita através da história colhida na anamnese, sendo diagnosticadas de forma concreta após a realização do exame físico, com constatação de perda de líquido pelo orifício cervical externo através do exame especular (EE), considerado o método padrão ouro no diagnóstico. Além disso, exames laboratoriais podem ser realizados e se baseiam na pesquisa de elementos químicos ou histológicos do LA na vagina, como os testes de: teste do papel de nitrazina, teste de cristalização da secreção vaginal, entre outros; além da pesquisa de fibronectina fetal, alfafetoproteína e diamino-oxidase no conteúdo vaginal, que é mais recente. Além disso, a ultrassonografia (USG) pode auxiliar, através da medida do índice de líquido amniótico (ILA), o que não é específico. Vale ressaltar que o toque vaginal, apesar de poder auxiliar no diagnóstico, não deve ser rotineiramente realizado, por aumentar o risco de infecção. Acerca do tratamento, este pode ser realizado de forma conservadora ou intervencionista, sendo que a segunda maneira depende da idade gestacional (IG) em que a mulher se encontra, sendo feito farmacologicamente com antibióticos (Azitromicina, Ampicilina e Amoxicilina), corticoides (Betametasona ou Dexametasona) e sulfato de magnésio (se indicado); além de medidas não farmacológicas de suporte e acompanhamento do binômio mãe-feto (FEBRASGO, 2008; MELLER et al., 2018; GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). 2 OBJETIVO O objetivo deste artigo é reunir informações, mediante análise de estudos recentes, acerca dos aspectos inerentes à rotura prematura de membranas oculares, sobretudo sua etiologia e fatores de risco, manifestações clínicas, diagnóstico e manejo. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65632 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 3 METODOLOGIA Realizou-se pesquisa de artigos científicos indexados nas bases de dados Latindex e MEDLINE/PubMed entre os anos de 2017 e 2021. Os descritores utilizados, segundo o “MeSH Terms”, foram: Premature rupture of membranes, diagnosis, etilogy e treatment. Foram encontrados 186 artigos, segundo os critérios de inclusão: artigos publicados nos últimos 5 anos, textos completos, gratuitos e tipo de estudo. Papers pagos e com data de publicação em período superior aos últimos 5 anos foram excluídos da análise, selecionando-se 11 artigos pertinentes à discussão. 4 EPIDEMIOLOGIA A RPPTM, é responsável por, aproximadamente, 30% dos partos prematuros, sendo associada a grande morbimortalidade neonatal (CASTILHOS,2021). Todavia, cerca de 10% de todas as gestações, irão cursar com a rotura das membranas amnióticas, sendo que, em torno de 75 a 80% delas já estarão a termo, apesar de ainda não estarem em trabalho de parto, o que caracteriza o quadro de RPMO (FEBRASGO, 2008). A rotura prematura de membranas consiste em uma complicação esperada em cerca de 2 a 18% de todas as gestações. Sabe-se que a RPPTM ocorre em 20-40% dos casos e é responsável por, aproximadamente, 40% dos partos prematuros e 20% dos óbitos perinatais, o que caracteriza um quadro clínico recorrente na obstetrícia, sendo necessário saber o manejo adequado, a fim de evitar aumento de tais índices de morbimortalidade (GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). Vale salientar que quando ocorre a ruptura espontânea das membranas ovulares em gestações a termo, cerca de 50% das pacientes entram em trabalho de parto em 16 horas e 95% em 76 horas. Já nas gestações pré-termo, cerca de 40% entrarão em trabalho de parto nas primeiras 48 horas e 63% em até uma semana (FEBRASGO, 2008). 5 ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO A amniorrexe é um processo natural envolvido com a resolução da gestação e relacionado com a quantidade progressivamente menor de colágeno e de fosfatidilinositol nas membranas amnióticas. Tais componentes possuem a função, respectivamente, de contribuir com a resistência e de lubrificar a interface das membranas, mantendo sua distensibilidade (FEBRASGO, 2008). A etiologia da RPMO é multifatorial, uma vez que diversas causas podem estar envolvidas (CASTILHOS, 2021; TCHIRIKOV et al., 2021). As infecções configuram Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65633 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 uma das principais causas de RPMO, sugerindo-se que as enzimas e toxinas produzidas pelas bactérias infectantes atuem sobre as membranas, levando a sua ruptura (CASTILHOS, 2021). Observa-se que, aproximadamente, 32 a 35% dos casos de RPMO apresentam cultura positiva, o que corrobora com a afirmação anterior (FEBRASGO, 2008). No entanto, tem-se discutido sobre a relação causa e consequência da RPMO e infecção, aventando-se a possibilidade da RPMO poder ser a causa de infecções, ao invés da consequência, bastante descrita na literatura. Isso decorre de achados histológicos e microbiológicos indicaram que a infecção bacteriana ou inflamação estéril podem caracterizar-se como fatores primários ou secundários na fisiopatologia da RPMO; apesar de alguns parâmetros falarem a favor da infecção como uma consequência, o que requer mais estudos para compreensão (MENON; RICHARDSON, 2017; CASTILHOS, 2021). Este fato pode ser corroborado pela observação de casos de RPMO associada à inflamação estéril nas membranas fetais, isto é, causados, por exemplo, por tabagismo ou sangramentos, o que leva a um imunocomprometimento das membranas, que predisporia a invasão microbiana. Sendo assim, a infecção bacteriana na RPMO, provavelmente, consiste em um fenômeno secundário e não um fator causal dessa condição (MENON; RICHARDSON, 2017). Outro fator etiológico descrito é a realização de fetoscopia e procedimentos invasivos como a amniocentese (TCHIRIKOV et al., 2017; TCHIRIKOV et al., 2021; GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). Nesses casos, o risco de RPMO é proporcional ao grau de dano da membrana, uma vez que não há evidências de que exista uma cicatrização espontânea de membranas corioamnióticas (TCHIRIKOV et al., 2017; TCHIRIKOV et al., 2021). Acerca dos fatores de risco, descreve-se como potenciais para um novo episódio de RPMO: história de RPMO prévia ou trabalho de parto prematuro prévio, baixo índice de massa corporal/desnutrição, colo curto à USG - incompetência istmo-cervical, complicações obstétricas durante a gestação e presença de infecções genitourinárias, gestações gemelares e macrossomia fetal (FEBRASGO, 2008; CASON; ROCHA; GOLDMAN, 2021; GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). Além disso, outros fatores de risco são sangramento gestacional em mais de um trimestre, tabagismo ou uso de drogas, trauma, polidramnia e polimorfismos genéticos (CASTILHOS, 2021; GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65634 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct.,2022 Dentro os polimorfismos genéticos citam-se o inibidor tecidual de MMP-2, em que haplótipos para precursores de colágeno alfa-3 tipo IV estão associados a maior taxa de RPMO e o polimorfismo no promotor de -1607 MMP-1 na MMP-1, também relacionados a um maior risco de RPMO (TCHIRIKOV et al., 2017). Ademais, doenças do colágeno como de Ehlers-Danlos tipos I e II acometendo o feto também evidenciam um risco de 40% a 58% maior de RPMO em relação à população normal (TCHIRIKOV et al., 2017). Além disso, a ausência de seguimento pré-natal aumentou 2,88 vezes a chance de RPMO em relação à mulheres com pré-natal em dia; a história RPMO em gestação anterior aumento 6,08 vezes o risco de uma nova RPMO; e o aborto prévio, 3,13 vezes. O histórico de ITU na gestação atual, aumenta o risco de RPMO em 2,96 vezes e o corrimento vaginal em 6,78 vezes (TIRUYE et al., 2021). Outrossim, estudos mostram que a recorrência de RPMO em uma gestação futura varia entre 13,5% a 32%, associando- se a um maior risco de trabalho de parto prematuro, o que se deve, principalmente, à recorrência dos fatores de risco para RPMO (CASTILHOS, 2021; TIRUYE et al., 2021). Assim, percebe-se que o acompanhamento pré-natal, realizado de forma a minimizar complicações, promover e manter a saúde da mulher, reduz de forma efetiva o risco de RPPTM E RPMO. O acompanhamento é através da própria triagem, busca ativa, aconselhamento e incentivo a cessação de hábitos comportamentais prejudiciais (TIRUYE et al., 2021). Ademais, apesar de bem descritos, grande parte das pacientes que apresentam RPMO não possuem nenhum fator de risco identificado (CASTILHOS, 2021). 6 FISIOPATOLOGIA A ocorrência da RPMO envolve processos complexos da gestação, sendo necessário o entendimento da formação, composição e ruptura da membrana em condições fisiológicas. A parte mais interna da membrana é o âmnio, formado a partir da migração de células do mesoderma até a camada de ectoderma da cavidade amniótica. Através do ectoderma origina-se o epitélio de células cubóides que reveste a superfície do âmnio direcionada para o feto, sendo a posição dessa estrutura estabilizada por membrana basal formada de colágenos (tipos I e III) e glicoproteínas (laminina, fibronectina e nidogênio) (AMBERG et al., 2021). Abaixo da membrana basal surge uma camada compacta de colágeno oriunda do mesoderma, conferindo resistência à tração do âmnio. A produção e manutenção dessa Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65635 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 camada compacta é garantida por fibroblastos também gerados do mesoderma. O âmnio e a membrana coriônica externas são separados pela camada intermediária, também conhecida como camada esponjosa. Esse espaço encontra-se preenchido por líquido até por volta da 12ª a 15ª semana de gestação, quando o âmnio adere à membrana coriônica (AMBERG et al., 2021). A partir da 37ª semana de gestação, as membranas que recobrem o colo uterino tornam-se finas. Esse enfraquecimento deixa âmnio e córion sujeitos à ruptura na medida em que a descida do feto e a contração uterina estiram de forma progressiva as membranas. O processo é mediado pela interação entre MMPs, enzimas que degradam colágenos, e seus inibidores específicos (TIMPs): a atividade das MMPs aumenta com o passar da gestação, enquanto os TIMPs reduzem, levando à degradação e ruptura dos colágenos da membrana (AMBERG et al., 2021). Observa-se, portanto, que nas gestantes em que a atividade das MMPs aumentou de maneira exacerbada, a consequência é a RPMO. Os processos infecciosos, além do aumento de MMPs, induzem a produção de citocinas e prostaglandinas, culminando na produção de colágeno diminuída e intensificação de sua degradação. Também há importante participação da herança genética, uma vez que gestantes com RPMO apresentaram maior concentração de células apoptóticas, as quais degradam a estrutura da membrana (GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). 7 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Classicamente, a apresentação clínica é o relato na anamnese de perda de líquido de aspecto aquoso pelos genitais externos de coloração clara e com odor característico de água sanitária. Ocorre de forma espontânea, podendo ser abundante e estar associada à presença de vérnix, muco, sangue ou mecônio (FEBRASGO, 2008). Ao exame físico, é possível observar saída de LA pelo colo uterino ou ser coletado em fundo de saco vaginal, sendo considerado como patognomônico (CASTILHOS, 2021). Ademais, existem complicações associadas e imediatas, as quais incluem o prolapso e/ou compressão do cordão umbilical até o descolamento prematuro de placenta. Dentre os riscos tardios, incluem-se infecção, mortalidade materna e fetal. A oligodramnia ou amnidramnia podem gerar consequências irreversíveis para o feto, como deformidades esqueléticas e/ou faciais e hipoplasia pulmonar. Em caso de sepse neonatal devido a infecção intra-amniótica, pode haver atraso no neurodesenvolvimento fetal. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65636 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 Acerca dos riscos de prematuridade, inclui-se distúrbios respiratórios, hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante, retinopatia, entre outras (CASTILHOS, 2021). Vale ressaltar que a perda de líquido está associada a processos infecciosos, como a sepse neonatal supracitada, que são facilitados pela perda do efeito bacteriostático protetor do líquido amniótico. Mais comumente, a infecção se dá pela ascensão através do trato genital feminino. Em decorrência disso, a febre pode estar presente em conjunto com fluido vaginal de odor fétido, taquicardia materna ou fetal e leucocitose materna, configurando o quadro de corioamnionite (FEBRASGO, 2008). 8 DIAGNÓSTICO O diagnóstico de RPMO advém da anamnese, exame físico e dos exames complementares utilizados para a certeza diagnóstica. Contudo, cerca de 90% dos casos dispensam os exames complementares, sendo feito apenas com a história clínica e exame físico da paciente (GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). A história clínica é fortemente sugestiva devido ao relato da paciente do surgimento súbito de líquido claro escorrendo pelos membros inferiores. Todavia, o diagnóstico definitivo é obtido através da visualização do líquido escoando pelo orifício cervical externo, realizado pela especuloscopia. Este exame permite a visualização de um líquido claro com aspecto aquoso e odor semelhante à água sanitária. É importante salientar que tais características permitem afastar outras afecções como: incontinência urinária, muco cervical, cérvico-colpites, sêmen e duchas vaginais prévias (GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). Os métodos diagnósticos que auxiliam na confirmação são o teste do papel de nitrazina, teste de cristalização da secreção vaginal, Azul de Nilo (ou de Kittrich), de infusão de Índigo Carmim, solução salina e contraste radiopaco na cavidade amniótica além de, mais recentemente, a pesquisa de fibronectina fetal, alfafetoproteína e diamina- oxidase no conteúdo da vagina. O teste do papel de nitrazina possui como função detectar o pH da vagina, sendo que, se o pH for maior que 6,0, trata-se da presença do LA. O teste de cristalização é realizado em uma lâmina com o material coletado da vagina para avaliação microscópica. Após seco, o material apresenta-se em cristais com forma da folha de samambaia quando positivo (GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). O Azul de Nilo é feito com sulfato de azul de nilo a 1% sobre uma lâmina com esfregaço vaginal, em que apresenta uma cor amarelo-alaranjado devido a presença das células fetais-orangiófilas, confirmando a presença do LA. No teste do fenol, o conteúdo Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65637 Brazilian Journalof Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 vaginal coletado será disposto sobre uma gaze, a qual é acrescida de fenolftaleína, dessa forma, a cor alaranjada passa a ter coloração “rosa choque” na presença de LA. Quando o conteúdo está na presença de sangue, sêmen, anti-sépticos alcalinos ou vaginose bacteriana podem apresentar resultados falso positivo e falso negativo se a quantidade do conteúdo for menor do que o necessário para a realização do teste (GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). Os testes de infusão de substâncias na cavidade amniótica são realizados através da amniocentese e visam confirmar a saída das substâncias instiladas na cavidade amniótica, através da visualização da coloração azul em tampões ou forro vaginais, no caso do Índigo Carmim, ou através da visualização de substâncias radiopacas, nas radiografias dos tampões vaginais obtidas. Como esses testes são mais invasivos, eles são restritos aos casos nos quais todos os outros testes supracitados não foram eficazes. Por fim, a identificação de alfafetoproteína e fibronectina fetal no conteúdo vaginal é pouco utilizada na prática do dia a dia, já que possui um elevado custo (GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). A USG deve ser utilizada quando não se tem certeza do diagnóstico e precisa definir a abordagem terapêutica. Dessa forma, diante de oligodrâmnio e relato de perda de LA, sugere-se a rotura de membranas amnióticas. Entretanto, a presença de LA normal, não exclui o diagnóstico da amniorrexe. Vale reforçar que a quantidade do LA é importante também para avaliação do prognóstico, sendo que o ILA menor do que 5, ou o maior bolsão menor que 2 cm indicam um mau prognóstico (FEBRASGO, 2008). É de extrema relevância ressaltar que o toque vaginal, apesar de auxiliar no diagnóstico, deve ser evitado, devido ao fato de aumentar o risco de infecção, além de diminuição do período de latência até o nascimento. Dessa forma, o toque só é realizado quando há necessidade indiscutível dele, como queixa materna de piora do quadro, a fim de avaliar dilatação cervical e início do trabalho de parto (MELLER et al., 2018). 9 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Embora o diagnóstico de RPMO seja possível, como regra, simplesmente através de adequada coleta da anamnese e de um cauteloso exame físico, as implicações contidas em um diagnóstico equivocado exigem o conhecimento dos possíveis diagnósticos diferenciais pelo profissional assistente. Esses dizem respeito às condições que geram saída de conteúdo líquido da região geniturinária ou às circunstância que levam a uma redução do volume do LA, denominado como oligoidrâmnio (KHASKHELI et al., 2021). Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65638 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 No grupo das condições que geram saída aumentada de líquido da região geniturinária, deve-se lembrar dos corrimentos genitais, especialmente aqueles que cursam com leucorréia, como a candidíase vulvovaginal, a vaginose bacteriana, a tricomoníase e infecções sexualmente transmissíveis, como a gonorreia e a clamídia. A experiência do obstetra em reconhecer as diferenças nas características físicas dessas secreções em comparação ao LA, bem como manobras realizadas durante o exame, geralmente são suficientes para permitir o diagnóstico diferencial já pela simples passagem do espéculo, podendo ainda ser utilizado o papel de nitrazina (exceto para vaginose que pode gerar falso positivo) ou a microscopia eletrônica para analisar de forma mais acurada as características da secreção encontrada. Cabe salientar que reconhecer o tipo de corrimento e tratar adequadamente é bem indicado e pode, inclusive, reduzir o risco de ruptura de membranas amnióticas, como é esperado ao se tratar a vaginose (FEBRASGO, 2008; KHASKHELI et al., 2021). Outra situação que pode gerar confusão com a amniorrexe é uma eventual ou intermitente incontinência urinária. Sabe-se que as relações anatômicas da bexiga com o útero crescido, o relaxamento global da musculatura lisa por ação progestogênica e o aumento da filtração glomerular como consequências das alterações fisiológicas da gravidez, desfavorecem o melhor desempenho da continência de urina. Pacientes pouco esclarecidas e com baixo nível sócio-educacional, assim como pacientes com transtornos psiquiátricos ou que passam por fatores estressores importantes, podem apresentar dificuldades para expressar adequadamente os eventos ocorridos, prejudicando a anamnese, além de que a ausência de LA no momento do exame especular não tem valor preditivo negativo absoluto, podendo trazer dificuldades no discernimento imediato durante avaliação na urgência. Cabe ressaltar que a própria gravidez leva a uma produção aumentada de secreção vaginal fisiológica, frequentemente de aspecto leitoso, podendo gerar confusão em leigos e em profissionais menos experientes (KHASKHELI et al., 2021). Por fim, temos as situações nas quais, incidentalmente, se identifica oligoidrâminio no exame ultrassonográfico. Nestas circunstâncias, a RPM é uma das primeiras causas a serem aventadas. Na ausência de relato característico de perda de líquido pelos genitais e de outras evidências da presença de LA no canal vaginal ou saindo pelo cérvix, são buscadas as demais causas de oligodrâmnio. Dentre elas estão a insuficiência placentária, as alterações fetais (agenesia renal bilateral, doença renal cística, obstruções baixas ou bilaterais do sistema urinário), as alterações maternas Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65639 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 (síndromes hipertensivas, colagenoses, desidratação), o uso de medicamentos como os Anti-inflamatórios não hormonais e os inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina, entre outras (KHASKHELI et al., 2021). 10 TRATAMENTO Em relação à conduta na RPMO, existem duas opções: conservadora ou intervencionista. Para que seja feita a melhor escolha deve-se considerar a IG baseada na história clínica e nos exames de USG, os riscos de infecção materna ou fetal, bem como na experiência do obstetra. Em gestações com IG de 37 semanas ou mais, a melhor conduta deve ser a indução do trabalho de parto pois reduz o risco de infecções maternas como corioamnionite e endometrite e neonatais. Já nas gestações com IG entre 34 e 36 semanas e 6 dias, os benefícios neonatais em postergar a indução do trabalho de parto são poucos em relação às complicações advindas dos riscos de infecção materno-fetais, como sepse neonatal, assim opta pela indução do trabalho de parto (FEBRASGO, 2008). Para gestações com IG entre 24 e 33 semanas e 6 dias, o risco de morte perinatal é alto, assim opta pela conduta conservadora até 34 semanas quando o parto é induzido. Vale ressaltar que nesse período a paciente deve permanecer internada sendo acompanhada através de exames (hemograma, pcr e urocultura) a cada 3 dias e curva de temperatura para avaliar a presença de infecção materna, além disso o feto deve ser avaliado diariamente através da cardiotocografia e BCF (se >160bpm é risco de infecção) e a cada 3 dias do USG com PBF e medida do ILA para avaliar risco de infeção fetal (FEBRASGO, 2008). Já para gestações com IG menor que 24 semanas, as chances de desfecho favorável com a conduta conservadora são baixas por causa do alto risco de infecção materna, morte neonatal e lesão neurológica grave do feto, por isso a melhor conduta é a indução do trabalho de parto (FEBRASGO, 2008). Sobre o uso de antibióticos nas pacientes com gestação pré-termo, seu uso se mostrou eficaz nos casos do tratamento conservador, diminuindo risco de morbidade neonatal, corioamnionite e aumentando o período de latência. O esquema mais utilizado no Brasil, apesar do fato que esses protocolos podem sofrer variaçãoa depender da instituição, é: Ampicilina (2g, EV, 6/6h por 48h) e Azitromicina (1g, VO, 24/24h por 3 dias) seguida de Amoxacilina (500mg, VO, 8/8h por 5 dias). A Azitromicina é um macrolídeo que age em bactérias atípicas como Ureaplasma associada a corioamnionite e Chlamydia associada a conjuntivite, pneumonia neonatal e displasia pulmonar. Já a Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65640 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 Ampicilina e a Amoxacilina são betalactâmicos e cobrem estreptococos do grupo B (EGB), maioria dos Gram negativos e alguns anaeróbios (FEBRASGO, 2008; CASTILHOS, 2021). Com relação à pesquisa de EGB, a gestante deve fazer rastreio entre 35 e 37 semanas, se positivo, deve-se tratar intraparto. Caso seja desconhecido e tenha amniorrexe maior que 18 horas, trabalho de parto prematuro, febre intraparto, bacteriúria ou gravidez anterior acometida por EGB, a paciente deve ser tratada com Penicilina Cristalina 5000000 UI EV ataque e 2500000 UI EV 4/4h até o parto (FEBRASGO, 2008; GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). No que tange ao uso de corticoides entre 24 e 34 semanas, na ausência de infecção materna ou fetal, atuam estimulando a produção de surfactante e, consequentemente, o desenvolvimento pulmonar, reduzindo a mortalidade neonatal, risco de síndrome da angústia respiratória, hemorragia intraventricular e enterocolite necrotizante. As medicações usadas são: Betametasona (12mg, IM, 24/24H por 48h) ou Dexametasona (6mg, IM, 12/12h por 48h) (FEBRASGO, 2008; GOLINO; BETHÂNIA; OLIVEIRA, 2022). A respeito do uso de tocolíticos, o mesmo não se mostrou eficaz no aumento do período de latência e nem em relação a diminuição da morbimortalidade neonatal. Já a amnioinfusão em gestantes com IG de 24 a 33 semanas, houve um aumento no período de latência, porém em relação à morte neonatal por hipoplasia pulmonar não houve uma melhora significativa, por isso seu uso não deve ser adotado rotineiramente. Em gestantes com IG menor que 32 semanas, pode indicar o uso de sulfato de magnésio para neuroproteção, diminuindo risco de paralisia cerebral (FEBRASGO, 2008; CASTILHOS, 2021). 11 CONCLUSÃO A RPMO decorre da rotura espontânea das membranas ovulares antes do começo do trabalho de parto. Possui etiologia multifatorial, sendo a infecção a causa mais comum. Sua fisiopatologia envolve mecanismos complexos, enquanto sua manifestação clínica é simples e, basicamente, restringe-se à perda súbita e intensa de líquido pela vagina. No que tange ao diagnóstico, ele é realizado clinicamente, laboratorialmente e imagiologicamente, sendo que, após confirmado, prossegue-se com terapêutica conservadora ou intervencionista, de acordo com a IG em que a mulher se encontra. O tratamento deve ser individualizado, sendo que pode ser desde a interrupção da gestação, Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65641 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 quando a RPMO ocorre antes de 24 semanas ou após 37 semanas, até a conduta farmacológica, a fim de aumentar o período de latência. Por fim, fica evidente a necessidade de novos estudos que abordem de maneira meticulosa a RPMO, suas etiologias e, principalmente, sua conduta terapêutica ideal, objetivando-se sanar as lacunas do conhecimento evidenciadas no presente artigo. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 65642 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.10, p.65628-65642, oct., 2022 REFERÊNCIAS AMBERG, B. 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