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Hitler. Os nazistas exploraram esse cenário para desacreditar a República de Weimar, o governo democrático formado na Alemanha em 1919 para substituir o sistema imperial. A destruição do Império Austro-Húngaro deixou ressentimentos cozinhando em fogo brando. Na Hungria, a raiva persiste até hoje em áreas com maiorias húngaras que foram transferidas para a Tchecoslováquia, a Romênia e a Iugoslávia (atuais Eslováquia, Romênia e Croácia). A Turquia perdeu muitas propriedades em 1920, em particular as províncias árabes concedidas à França (Síria e Líbano) ou à Grã-Bretanha (Iraque, Palestina e Transjordânia). Quando os Aliados fatiaram o Oriente Médio em Estados-nação artificiais, delimitados por linhas retas arbitrárias, criaram pelo menos três problemas de longo prazo: frustraram as ambições nacionalistas árabes, ignoraram as divisões sectárias (sobretudo entre muçulmanos xiitas e sunitas) e ignoraram os direitos dos povos não árabes locais, como os curdos. Instigado por Woodrow Wilson, então presidente dos Estados Unidos, o acordo de Versalhes criou um novo órgão internacional para supervisionar o sistema global e manter a paz, uma “Liga das Nações”. Mas os Estados Unidos eram uma terra predominantemente ocupada por europeus que haviam fugido de perseguição ou da guerra em seus próprios países. Havia muito tempo que eram avessos a “confusões estrangeiras”, e se voltaram a seu habitual isolamento: o Senado americano recusou-se a apoiar a Liga, e os Estados Unidos não se uniram a ela. Além disso, havia a exclusão da Rússia comunista e da Alemanha derrotada, e o alcance global da Liga foi reduzido desde o início (veja a p. 267).
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