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Diversidade de Parentesco

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PARENTESCO
Não	conseguimos	saber	ao	certo	como	os	primeiros	grupos	de	seres	humanos	se
organizavam	ou	como	os	indivíduos	se	viam	no	que	diz	respeito	às	suas	relações
dentro	 do	 grupo.	 Antropólogos	 usam	 o	 termo	 “parentesco”	 para	 denotar	 essa
rede	de	relações	sociais.
O	 conceito	 de	 parentesco	 varia	 demais	 entre	 as	 diferentes	 sociedades,
indicando	que	 se	 trata	 de	um	construto	 cultural,	 e	 não	de	 algo	biologicamente
determinado.	Embora	haja,	por	exemplo,	bons	motivos	evolutivos	para	evitar	o
incesto,	os	tabus	que	regem	quem	pode	casar	com	quem	variam	bastante	e,	com
frequência,	 têm	menos	 a	 ver	 com	 a	 genética	 do	 que	 com	 economia,	 ideias	 de
gênero	e	dinâmica	interna	de	poder	dos	grupos	de	parentesco.
O	menor	 grupo	 de	 parentesco	 é	 a	 família,	mas	 o	 que	 constitui	 uma	 família
varia	 muito	 de	 cultura	 para	 cultura.	 Em	 algumas,	 o	 termo	 se	 refere	 à	 família
nuclear	 (pais	 e	 filhos	 biológicos);	 em	 outras,	 trata-se	 de	 um	 grupo	 que	 inclui
diversos	 parentes	 que	 vivem	 juntos	 ou	 nas	 vizinhanças,	 como	 avós,	 tias,	 tios,
primos	 e	 assim	por	 diante.	Em	 algumas	 culturas,	 o	 casamento	 é	monogâmico,
em	 outras,	 poligâmico:	 um	 homem	 tem	 várias	 esposas,	 ou	 uma	mulher	 vários
maridos.	 Poligamia	 em	 série	 (na	 qual	 indivíduos	 assumem	 uma	 sucessão	 de
parceiros)	 tornou-se	 uma	 característica	 de	 sociedades	 ocidentais,	 assim	 como
parceiros	do	mesmo	sexo.	A	biotecnologia	 trouxe	novas	variações:	 fecundação
in	vitro,	doação	de	esperma	e	de	óvulos,	gravidez	de	aluguel.	Os	seres	humanos
também	consideram	membros	da	família	alguns	 indivíduos	com	quem	não	têm
nenhuma	 relação	 biológica,	 como	 acontece	 na	 adoção.	Em	 algumas	 culturas	 –
por	exemplo,	entre	o	povo	inupiat,	do	Alasca	–,	os	filhos	podem	escolher	quem

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