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LITÍASE URINÁRIA

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Rafael Venâncio de Souza 
 
➢ Litíase Urinária 
 
1. Conceito 
- são concreções formadas por agregação de cristais e matriz orgânica no trato urinário 
- os cálculos podem ser renais, ureterais ou vesicais 
 
 
 
2. Epidemiologia 
- apresenta uma prevalência que vem aumentando com o passar do tempo, com uma porcentagem de 12% no mundo todo 
- é mais comum em homens (2:1), com idade de 20-40 anos e mais prevalente na raça branca 
- há uma história familiar positivo em 40-60% dos familiares de primeiro grau 
- pode haver uma recidiva em 50% dos casos 
- o clima quente e a exposição ao calor contribuem com a formação dos cálculos – isso ocorre devido desidratação nesses períodos, o que pode deixar a 
urina mais concentrada e favorecer a formação do cálculo – assim como uma dieta rica em proteína animal (pode acarretar acidose, hiperuricemia e 
hiperglicosúria) e em sal (o sódio compete com o cálcio na reabsorção tubular renal e o excesso de sódio aumenta a excreção urinária de cálcio) 
 
 
 
 
 
Rafael Venâncio de Souza 
 
3. Tipos de Cálculos 
- os cálculos de cistina geralmente são mais duros e, portanto, mais difíceis de serem fragmentados 
- os cálculos de ácido úrico são formados em uma urina com pH mais ácido (algumas pessoas não necessariamente precisam ter hiperuricosúria para ter a 
formação de cálculos, basta ter uma mudança de pH) e são radiotransparentes (não aparecem em imagens de radiografia) 
- os cálculos de fosfato (fosfato de cálcio e estruvita/fosfato de amônio magnesiano) são formados em uma urina com pH mais alcalino acima de 7 
- os cálculos de fosfato de cálcio são cálculos muito duros e radiopacos à radiografia (aparência branca) 
- os cálculos de estruvita estão relacionados a processos infecciosos, além de estarem relacionados aos cálculos coraliformes – algumas bactérias 
desdobradoras da ureia em amônia, como Proteus mirabilis, podem tornar a urina mais alcalina, favorecendo a agregação do fosfato + amônia + magnésio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rafael Venâncio de Souza 
 
4. Patogênese 
- a formação do cálculo envolve os seguintes processos: ① saturação – quantidade excessiva de minerais na urina ② nucleação – formação da menor 
unidade de um cristal, sendo o primeiro passo na formação de um cálculo ③ agregação – junção dos inúmeros cristais ④ retenção – mecanismos de 
aderência ao urotélio, para que os cálculos consigam terminar sua formação sem serem eliminados com o fluxo urinário 
 
 
→ Placa de Randall 
- Alexander Randall conduziu um estudo para análise detalhada da papila renal 
- ele observou que em 20% dos indivíduos existia depósito de fosfato de cálcio no interstício, logo foi proposto então que esse local, denominado placa, 
seria o local ideal para fixação e crescimento de cálculos de oxalato de cálcio 
 
→ Fatores Promotores de Cristalização 
- hipercalciúria – pode haver situações em que o aumento de cálcio ocorre somente na urina, mas também há situações em que o cálcio está elevado no 
sangue, o qual será eliminado pela urina 
- hiperoxalúria primária e entérica – a hiperoxalúria entérica ocorre em pacientes pós-bariátrica com bypass e com doenças disabsortivas, nas quais há 
uma diminuição da absorção de cálcio e um aumento da absorção de oxalato, o qual será eliminado pela urina 
- hiperuricosúria – pode haver situações em que o aumento de ácido úrico ocorre somente na urina, mas também há situações em que o ácido úrico está 
elevado no sangue, o qual será eliminado pela urina 
- cistinúria – é um fenômeno raro do distúrbio do metabolismo da cistina, com aumento de sua eliminação pela urina 
→ Fatores Inibidores da Cristalização 
- foram identificados inibidores da formação de cálculos de oxalato de cálcio e fosfato de cálcio, embora não sejam conhecidos inibidores específicos que 
afetam a cristalização do ácido úrico 
- dentre os diversos inibidores, o citrato é o principal deles, atuando como inibidor de cálculos de oxalato de cálcio e de fosfato de cálcio por meio da 
redução de cálcio iônico disponível, reduzindo sua precipitação, sua agregação e seu crescimento 
Rafael Venâncio de Souza 
 
5. Etiologia 
- fatores genéticos e familiares 
- alterações anatômicas – rim em ferradura (ambos os rins unidos pelos polos) e pelve extrarrenal 
- distúrbios metabólicos urinários e doenças sistêmicas – síndrome metabólica, hiperparatireoidismo, diabetes mellitus, hipertensão arterial e gota 
- infecção do trato urinário – microrganismos produtores de urease, convertendo ureia em amônia e em CO2, o que leva a alcalinização urinaria, 
favorecendo a formação de cálculos renais 
- alteração do pH urinário – os cálculos de ácido úrico são formados em uma urina com pH mais ácido, enquanto que os cálculos de fosfato (fosfato de 
cálcio e estruvita [fosfato de amônio magnesiano]) são formados em uma urina com pH mais alcalino acima de 7 
- redução do volume urinário – essa redução pode tornar a urina mais concentrada 
- uso de drogas litogênicas – indinavir, sulfadiazina, intoxicação por vitaminas D e C, salicilatos etc 
6. Sinais e Sintomas 
 
→ Cólica Renal 
- a cólica renal ocorre na obstrução aguda do trato urinário superior 
- a cólica renal acontece não necessariamente pelo trauma causado pela presença de um cálculo, mas sim pelo aumento da pressão que a urina retida 
acima do cálculo exerce na via urinária, caracterizando a hidronefrose 
- cálculos renais pequenos geralmente não causam dor pois não obstruem a via excretora 
- os cálculos, quando migram para os ureteres, causarão dor se a obstrução for importante e aguda 
- a intensidade da dor não se associa necessariamente ao tamanho do cálculo, mas sim ao grau de obstrução e à natureza aguda da obstrução 
- uma obstrução crônica pode causar apenas um desconforto, não a dor da cólica renal 
OBS: CÓLICA RENAL COM FEBRE É INDICATIVO DE INFECÇÃO URINÁRIA COM POTENCIAL DE GRAVIDADE (SEPSE DE FOCO URINÁRIO E ÓBITO) 
• CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS 
- é uma dor visceral, do tipo cólica, unilateral, intensa e intermitente 
- início súbito, sem fatores desencadeantes e sem posição antálgica 
- é localizada na região lombar e é irradiada para o flanco e para o hipogástrio, podendo irradiar também para os genitais e face interna da coxa 
- quando a dor é muito intensa, pode desencadear uma resposta vagal e o paciente pode apresentar náuseas, vômitos, palidez, sudorese e taquicardia 
- quando o cálculo vai se aproximando da bexiga ao migrar através do ureter, podem aparecer sintomas irritativos vesicais 
- não é rara a presença de hematúria macroscópica, e a hematúria microscópica é ainda mais frequente 
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
- pielonefrite aguda - úlcera gástrica perfurada 
- cólica biliar - diverticulite aguda 
- pancreatite aguda - gravidez ectópica 
- apendicite aguda - mialgias lombares 
• EXAMES COMPLEMENTARES 
- avaliação radiológica – radiografia, ultrassonografia ou tomografia de abdome 
- EAS e urocultura – o EAS é para a verificação de hematúria e piúria e a urocultura é solicitada na suspeita de infecção associada 
- hemograma 
• TRATAMENTO 
- hidratação – tomar cuidado para não hiperidratar o paciente, uma vez que o paciente com cólica renal está com obstrução e hidronefrose, logo, se 
hiperidratar, pode aumentar ainda mais a pressão causada pela hidronefrose, piorando a dor do paciente (pode-se fazer um SF 500mL em uma hora) 
- antiemético – plasil ou bromoprida IV 
- analgesia – antiespasmódicos (buscopan composto), AINEs (cetoprofeno 100mg em uma hora) e opiáceos (tramadol e nalbufina) 
- avaliar terapia expulsiva em casos de cálculos pequenos e em posição mais distal no ureter– bloqueadores alfa-adrenérgicos (doxazosina ou 
tansulosina) e bloqueadores de canais de cálcio dihidropiridínicos 
• ELIMINAÇÃO DO CÁLCULO 
- o exame de imagem é fundamental para determinar se o seguimento do tratamentoserá expectante, eletivo para Urologia ou de urgência 
- cálculos < 5mm são expulsos espontaneamente 
- cálculos entre 5-7mm apresentam 50% de chance de eliminação espontânea 
- cálculos > 7mm geralmente necessitam de intervenção urológica 
- CÓLICA RENAL COM FEBRE É INDICATIVO DE INFECÇÃO URINÁRIA COM POTENCIAL DE GRAVIDADE (SEPSE DE FOCO URINÁRIO E ÓBITO) 
 
 
 
 
 
 
Rafael Venâncio de Souza 
 
7. Prevenção da Formação de Cálculos Urinários 
- pode-se realizar uma avaliação investigava posterior em pacientes sintomáticos, jovens, com história familiar, história pregressa de múltiplos cálculos e 
múltiplas crises de cólica renal 
- o pH urinário reflete a presença de íons hidrogênio 
- a acidose tubular renal, especialmente tipo 1 distal, é o impedimento da secreção de hidrogênio no túbulo distal, resultando em pH urinário elevado e 
acidose metabólica, o que favorece a formação de cálculos de fosfato 
- a acidose tubular também causa nefrocalcinose, uma vez que a acidose favorece a hipercalcemia com cálcio advindo do osso, o que, por conseguinte, 
gera um maior depósito de cálcio em parênquima renal 
- assim, a acidose tubular do tipo 1 distal cursa com ALCALOSE URINÁRIA + ACIDOSE METABÓLICA + HIPERCALCEMIA + LITÍASE URINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rafael Venâncio de Souza 
 
- a imagem abaixo é de uma radiografia simples de abdome, evidenciando concreções em ambos os rins 
 
- a imagem abaixo é de uma ultrassonografia evidenciando, por meio das sombras acústicas, a presença de 3 cálculos renais 
 
 
 
 
Rafael Venâncio de Souza 
 
- a imagem abaixo é de uma tomografia computadorizada, a qual evidencia a presença da hidronefrose, a posição exata e o tamanho do cálculo 
 
 
8. Orientações Nutricionais 
- ingestão hídrica (30mL/kg/dia) – o paciente que não está em crise aguda deve aumentar sua ingestão hídrica de modo a dessaturar a urina 
- adequação da dieta de acordo com o distúrbio metabólico – deve-se evitar restrição de cálcio naquele paciente com hipercalciúria 
- orientar a redução ingesta de sal e proteína animal, bem como bebidas alcóolicas 
- estimular consumo de frutas cítricas e alimentos ricos em potássio – o potássio favorece a troca iônica com o sódio no néfron, e o citrato está presente 
nas frutas cítricas 
- orientar a redução do consumo de alimentos com oxalato – espinafre, beterraba, chocolate e chá preto 
- orientar a redução do consumo de refrigerantes à base de cola – esses refrigerantes apresentam sódio, fosfato e oxalato, o que favorece a formação dos 
cálculos urinários 
→ Hipercalciúria (> 300mg/24 horas) 
- ingestão de cálcio 800-1000mg/dia 
- iniciar diurético tiazídico – essa classe de diuréticos diminui a excreção urinária de cálcio (hidroclorotiazida 25mg/dia, clortalidona ou amilorida) 
- citrato de potássio 30-60mEq/dia - o citrato aumentado na urina, por se complexar com o cálcio, diminui a atividade iônica do cálcio e, assim, a 
saturação do oxalato de cálcio, inibe a nucleação espontânea do oxalato de cálcio e do fosfato de cálcio, e apresenta ação alcalinizante da urina 
→ Hiperuricosúria (> 800mg/24 horas) 
- restrição de purinas na dieta – carne vermelha, vegetais, cervejas etc 
- alopurinol – mesmo se o paciente não apresentar hiperuricemia, deve-se entrar com o alopurinol para tentar diminuir a excreção urinária de ácido úrico 
- citrato de potássio 
→ Hipocritratúria (< 325mg/24 horas) 
- aumentar a ingesta de alimentos ricos em citrato – melão, abacaxi, maracujá, limão e laranja 
- citrato de potássio 
→ Hiperoxalúria (> 40mg/ 24 horas) 
- restrição proteica 
- tratamento de doenças absortivas, caso presente – doença de Chron, retocolite ulcerativa e má absorção intestinal, além de pacientes pós-bariátrica 
com bypass 
- diminuição de alimentos com oxalato 
- suspensão de suplementação com ácido ascórbico – a vitamina C pode ser um fator litogênico 
Rafael Venâncio de Souza 
 
 
9. Tratamento 
- litotripsia extracorpórea (LECO) 
- nefrolitotripsia percutânea – nefrostomia com injeção de contraste percutâneo 
- ureterolitotripsia transureteroscópica 
- ureterolitotomia laparoscópica 
- cirurgia convencional por laparotomia exploradora

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