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Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Serviço Social 
 
Fundamentos Históricos e Teórico 
Metodológicas do Serviço Social – 
Dimensão Histórica 
 
 
 
Aula 1 
 
 
Profª. Jussara M. de Medeiros 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
 
Conversa inicial 
 
Caras alunas e caros alunos. É com imensa satisfação que iniciaremos a 
nossa jornada na trajetória histórica do Serviço Social, destacando o processo 
de consolidação do capitalismo, que se dá na formação do Estado Moderno, 
que vai dos séculos XVII ao XIX, quando se desenvolve o capitalismo 
concorrencial, em sua fase mercantil e industrial. 
Nesta aula, você vai compreender o processo de consolidação do 
capitalismo, a consequente formação da classe trabalhadora e sua relação com 
o Serviço Social e com a questão social. 
Neste início, vamos pensar na influência doutrinária da Igreja Católica no 
Serviço Social e nas escolas americana e europeia, que vão ter uma grande 
interlocução com o Serviço Social no Brasil, o que, é claro, veremos mais para 
frente! 
Assista à introdução da professora Jussara de Medeiros sobre esse 
assunto no material online. 
Contextualizando 
 
Bom, sempre nas primeiras aulas de Serviço Social, perguntamos aos 
estudantes por que procuraram este curso. Qual seria sua resposta? 
Ajudar os outros? Convicções religiosas? Experiências positivas, com o 
atendimento de outro profissional, que te levaram a desejar seguir esta 
profissão? Exemplo de um parente assistente social ou alguém que trabalha na 
sua empresa? Você trabalha com política pública e convive diariamente com o 
atendimento deste profissional? Seja qual for, observa-se que estas convicções 
estão interligadas com a história da nossa profissão, com a identidade do 
Serviço Social. Para a professora assistente social Maria Lucia Martinelli, os 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
modos de produção da identidade profissional, como categoria histórica, social 
e política, estão profundamente relacionadas com o Movimento da História, de 
forma geral (MARTINELLI, 1991). 
Assim, ao pensar nesta trajetória, vamos relacionar estas categorias 
com as nossas motivações para nos tornarmos profissionais de Serviço Social. 
Pense nisso e, ao final, voltaremos a essas questões. 
Assista à contextualização da professora Jussara sobre esse tema 
no material online. 
 
Tema 1: Pensando em Conceitos: do feudalismo ao capitalismo 
 
Na apresentação da aula, nos referimos ao capitalismo mercantil. Como 
vamos tratar da consolidação do capitalismo, é importante compreendermos 
que este tem diferentes tempos históricos. De acordo com BEHRING e 
BOSCHETTI (2006) os períodos que se dividem o modo de produção 
capitalista são: (Clique nas palavras destacadas): 
 Capitalismo concorrencial: século XIX, a partir de 1848 (revolução do 
vapor); 
 Imperialismo clássico: fins do século XIX até a 2ª Guerra Mundial 
(monopolização do capital); 
 Capitalismo tardio: pós-45 até dos dias de hoje (automação, 
aprofundamento da monopolização e intervenção estatal). 
Para compreendermos a ascensão do capitalismo, tal como ele está 
organizado, voltamos a pensar na organização da sociedade feudal, que ocorre 
entre os séculos V e XV, após a queda do Império Romano. Nesta sociedade, 
as relações de troca eram simples e havia uma estrutura política definida, ou 
seja, a sociedade feudal era formada pela aristocracia proprietária de terra (alto 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
clero e nobreza) e pela massa de camponeses. Há uma forte influência da 
Igreja Católica que detém várias terras, consideradas como riqueza. O feudo 
era do domínio do senhor feudal e havia uma relação estabelecida de troca, 
visto que o trabalhador rural é servo do proprietário (senhor feudal). 
Para BEHRING e BOSCHETTI (2006), as sociedades pré-capitalistas 
não privilegiavam as forças de mercado e assumiam algumas 
responsabilidades sociais, não com o fim de garantir o bem comum, mas com o 
intuito de garantir a ordem social e punir a vagabundagem. Ao lado da caridade 
privada e das ações filantrópicas, algumas ações pontuais são identificadas 
como protoformas de políticas sociais. Assim, havia alguns atendimentos aos 
mais pauperizados de forma pontual. O termo “protoforma de política social” 
indica que há uma preocupação na assunção de problemas sociais, mais não 
de forma organizada pelo Estado. 
Com o desenvolvimento do capitalismo mercantil, as trocas se tornam 
mais complexas, pois as relações vão sendo caracterizadas pela questão 
comercial. 
A separação entre os camponeses e a terra, entre o 
produtor e os meios de produção, vai infiltrando-se 
sorrateiramente, fazendo-se acompanhar de seu habitual 
corolário, a divisão social do trabalho. Iniciando-se com 
uma primeira ruptura entre fiação e tecelagem, torna-se a 
cada momento mais complexa, determinando novas e 
crescentes divisões. Aquela economia natural da 
sociedade medieval entra em compasso de 
descaracterização progressiva, sendo aceleradamente 
substituídas por novas formas de troca, que acentuam a 
separação entre o proprietário e o produtor (Martinelli, 
1991, p.31). 
 
Assim, a autora destaca que as trocas antes mais simples vão tendo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
outras características, pois tem como objetivo a acumulação de lucros e 
riqueza. Os centros de poder se deslocam dos feudos para os burgos. A 
burguesia vai acumulando riqueza e aumentando seu poder político, criando 
uma nova força assalariada e destituída dos meios de produção. De camponês 
a tecelão agrícola, e em seguida para trabalhador assalariado, esta classe 
empobrecida de camponeses, pequenos produtores e artesãos não teve como 
escapar das malhas da oligarquia burguesa, despontando já na segunda 
metade do século VI como trabalhadores assalariados, portanto, como 
proletários, no sentido etimológico do termo (MARTINELLI, 1991, p. 32). 
 Nessa fase, há uma crescente necessidade de mão-de obra e os 
camponeses são expulsos da terra tendo que se subordinar aos donos do 
capital, protegidos pelas legislações da época. Assim, no período que vai do 
século XVII ao século XIX, desenvolve-se o capitalismo na sua fase 
concorrencial. Veja o vídeo sobre a Revolução Industrial e a forma como se dá 
a criação das máquinas no capitalismo. 
https://www.youtube.com/watch?v=TtDgBoky3fo 
 
A professora Jussara fala mais sobre os conceitos da Assistência 
Social, principalmente da transição do feudalismo para o capitalismo, no 
material online. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=TtDgBoky3fo
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
 
Tema 2: Revolução Industrial e Questão Social 
 
Já vimos o processo de expansão do capitalismo, com a 
comercialização crescente. Vejamos as legislações que regulavam os 
trabalhadores, desde a época feudal: 
 Estatuto dos Trabalhadores (1349): a atribuição do salário era 
privativa da autoridade local e independente de qualquer 
negociação; 
 Estatuto dos Artesãos (1563): impedia qualquer tipo de associação 
entre os aprendizes de ofício; 
 Lei dos Pobres (1597): declarava indigentes e retirava o direito de 
cidadania econômica daqueles que fossem atendidos pelo sistema 
de assistência pública. Eles deviam ficar confinados em Casas de 
Correção e podiam ser cedidos para suprir escassez de mão de 
obra. Eram obrigados a realizar todo tipo de trabalho, independente 
do salário; 
 Lei do Domicílio (1662): determinava que todo indivíduo que 
mudasse de paróquia poderia ser expulso, privando assim o cidadão 
do direito de locomoção; 
 Speenhamland Act (1795): estabelecia o pagamento de um abono 
financeiro, em complementação aos salários, cujo valor se baseava 
no preço do pão e proibia a mobilidade geográficada mão de obra. 
 Lei Revisora da Lei dos Pobres ou Nova Lei dos Pobres: foram 
criadas as casas de trabalho e instituídas as Caixas de Pobres, para 
concessão de auxílio semanal ou mensal. A concessão de auxílio 
 
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7 
dependia de rigoroso inquérito da vida pessoal e familiar. 
Com a criação das máquinas e a expansão da produção, torna-se 
necessário a ampliação da mão de obra operária. O trabalhador, porém, não 
era livre para circular pelo mercado, devido ao Estatuto dos Aprendizes, que 
impedia a Associação dos Trabalhadores e a Lei do Assentamento, em que o 
trabalhador ficava subordinado ao senhor feudal e impedido de se deslocar. 
(MARTINELLI, 1991) 
A Lei dos Pobres de 1597 era ainda mais rigorosa, determinando que os 
atendidos pelo sistema de assistência pública vivessem confinados. Clique no 
botão a seguir e leia o que MARTINELLI diz sobre esse assunto. 
Nesses locais, denominados Casas de Correção, pois a pobreza era 
considerada geneticamente um problema de caráter, os indivíduos eram 
obrigados a realizar todo tipo de trabalho, independentemente de salário, uma 
vez que o atendimento pela Lei dos Pobres implicava a destituição da 
cidadania econômica. Sem nenhum domínio sobre sua própria vida, podiam 
inclusive ser cedidos, independentemente de ônus para os cofres públicos, 
para suprir a escassez de mão de obra (MARTINELLI, 1991, p. 56). 
Em relação a estas leis, observe que as mais antigas impedem o direito 
de ir e vir, o que não era conveniente para a burguesia. Os impostos eram 
determinados pelos donos do feudo e a locomoção para a comercialização era 
difícil, pois os preços eram variados e impediam o lucro. Dessa forma, os 
burgueses vão pressionar o Estado para revogar as leis que impediam o 
acúmulo do capital, mantendo em contrapartida as leis que os beneficiavam. 
Por exemplo, eles apoiavam o Estatuto dos Trabalhadores, que excluía o 
trabalhador de sua vida trabalhista. 
A atribuição de salário, de acordo com o Estatuto dos Trabalhadores, era 
privativa da autoridade local e independente de qualquer negociação. Assim, o 
recrutamento da força de trabalho podia ser feita de forma coercitiva, sendo 
proibido ao homem ou a mulher de até 60 anos de idade, não inválidos, sem 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
meio de sustento próprios recusar trabalho, qualquer que fosse o salário 
(MARTINELLI, 1991, p.57). 
A recusa, se denunciada, implicava no recolhimento à Casa de 
Correção, e a perda da cidadania. Com a mudança da Lei dos Pobres, o 
trabalhador não ficava mais confinado à Casa de Correção, caso acessasse 
“novas” Casas de Trabalho para concessão de auxílio mensal ou semanal. 
Porém, para acessar esses locais, era realizado um inquérito da sua vida 
familiar e, novamente, o solicitante tinha que assumir-se como dependente do 
poder público, com uma vida regulada por normas (MARTINELLI, 1991). 
Apesar do caráter rigoroso da mudança da Lei dos Pobres, a sua 
abolição foi uma conquista importante e as lutas dos trabalhadores ampliaram-
se. Observe o quadro a seguir, que localiza as características da Revolução 
Industrial, nos séculos XVIII e XIX: 
 
Observa-se o destaque das questões relativas ao início da primeira 
revolução na Inglaterra e posteriormente em outros países. Para ilustrar a 
questão das máquinas e da produção, assista ao filme “Tempos Modernos” que 
mostra Chaplin, representando seu personagem Carlitos em uma produção em 
série numa fábrica, e as consequências que esse método de trabalho acarreta 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
para o trabalhador. 
O filme também retrata a história de uma jovem e suas irmãs, com o pai 
desempregado. A vida fica ainda mais difícil quando este morre em um conflito. 
https://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E 
Pense nas contradições decorrentes deste novo sistema econômico e 
político. Neste contexto, surge a questão social. Clique no botão a seguir e 
leia o que IAMAMOTO diz sobre esse assunto. 
A questão social não é senão as expressões do processo 
de formação e desenvolvimento da classe operária e seu 
ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu 
reconhecimento como classe por parte do operariado e do 
Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social da 
contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual 
passa a exigir outros tipos de intervenção, além da 
caridade e da repressão. O Estado passa a intervir 
diretamente nas relações entre o empresariado e a classe 
trabalhadora, estabelecendo não só uma regulamentação 
jurídica no mercado de trabalho, através da legislação 
social e trabalhista específicas, mas gerindo a 
organização e prestação de serviços sociais, como um 
novo tipo de enfrentamento da questão social. 
(IAMAMOTO, 1983, p 77.) 
 
BEHRING e BOSCHETTI (2006) apontam que na segunda metade do 
século XIX, a força de trabalho reagiu à exploração extenuante e à exploração 
de trabalho de mulheres, crianças e idosos. A luta de classes irrompeu, 
impondo a questão social. A exploração do trabalhador trouxe várias 
consequências, como a pauperização deste e outros fenômenos como a fome, 
a falta de moradia, o aumento de doenças, a desigualdade social, dentre 
outras. Assim, o Estado atuava junto com o capital, mas de forma reduzida. 
 
A questão social não é senão as expressões do processo 
de formação e desenvolvimento da classe operária e seu 
ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu 
reconhecimento como classe por parte do operariado e do 
Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social da 
contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual 
https://www.youtube.com/watch?v=CozWvOb3A6E
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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passa a exigir outros tipos de intervenção, além da 
caridade e da repressão. O Estado passa a intervir 
diretamente nas relações entre o empresariado e a classe 
trabalhadora, estabelecendo não só uma regulamentação 
jurídica no mercado de trabalho, através da legislação 
social e trabalhista específicas, mas gerindo a 
organização e prestação de serviços sociais, como um 
novo tipo de enfrentamento da questão social. 
(IAMAMOTO, 1983, p 77.) 
 
MARTINELLI (1991) afirma que a caminhada histórica dos trabalhadores 
produz importantes resultados, dentre eles: 
 O trânsito de “condição de classe” para “natureza de classe” da 
classe trabalhadora, levando-a a discernir com mais clareza a 
natureza de seu papel revolucionário; 
 A importância da construção de alianças, para consecução dos 
objetivos buscados pelos trabalhadores; 
 O domínio do capital sobre o trabalho começa a ser contestado e 
repudiado pelos trabalhadores; 
 Os trabalhadores tinham consciência de que por meio de suas 
manifestações, podiam pressionar a burguesia e também o poder 
público para atingir seus objetivos. 
Para ilustrar a consciência dos trabalhadores em relação a sua 
condição, vamos realizar uma reflexão sobre o Dia Internacional da Mulher e 
como foi sua origem. Acesse ao vídeo indicado. 
https://www.youtube.com/watch?v=oxOD_G5lTCw 
 
Historicamente, o trabalho das mulheres e das crianças foi mais 
desvalorizado em relação ao trabalho masculino. A esfera produtiva era 
considerada como lócus da produção da riqueza, espaço masculino e a esfera 
reprodutiva eram as atividades necessárias para garantir a manutenção e 
reprodução da força de trabalho, portanto espaço feminino. Porém a mulher 
https://www.youtube.com/watch?v=oxOD_G5lTCw
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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sempre foi responsável pelo trabalho produtivo e reprodutivo e ainda é 
explorada duplamente no capitalismo. 
Estas questões estabeleceram visivelmente a luta de classes e passou a 
exigir uma intervenção além da repressão e da caridade. Para IAMAMOTO e 
CARVALHO (1983), o Serviço Social se desenvolveu como profissãoreconhecida na divisão social do trabalho, tendo por pano de fundo o 
desenvolvimento do capitalismo industrial e a expansão urbana. 
Em relação ao mundo precarizado do trabalho, leia o texto de Ricardo 
Antunes, disponível a seguir. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-
37171999000100008&script=sci_arttext 
 
Agora é com a professora Jussara! Ela fala mais sobre a revolução 
industrial e a questão social no material online. Não perca! 
 
Tema 3: Questão Social e Serviço Social 
 
Vimos que a relação de exploração que se estabeleceu com o 
capitalismo criou uma nova classe e tem como consequência a questão social. 
Agora, vamos relacionar este fato com a criação da profissão de Serviço 
Social. Bem, MARTINELLI cita duas grandes tendências (comentadas por Karl 
Marx) de economistas para amenizar a questão social: A Escola Humanitária e 
a Filantrópica. 
 “ A Escola Humanitária é a que lastima o lado mau das relações de 
produção atuais. Para tranquilidade de sua consciência, esforça-se para 
amenizar o mais possível os contrastes reais; deplora sinceramente as 
penúrias do proletariado e a desenfreada concorrência entre os burgueses; 
aconselha os operários a serem sóbrios, trabalharem bem e terem poucos 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-37171999000100008&script=sci_arttext
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-37171999000100008&script=sci_arttext
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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filhos; recomenda aos burgueses que moderem seu furor na esfera da 
produção.” (MARX, Karl. Miseria de la filosofia. Trad. Dalmacio Negro Pavon. 
Madrid, Agiuillar, 1969, citado em Martinelli, 1991, p. 63.). 
 “A Escola Filantrópica é a escola humanitária aperfeiçoada. Nega a 
necessidade dos antagonismos; quer converter todos os homens em 
burgueses e aplicar a teoria, desde que esta se diferencie da prática e não 
contenha antagonismos. É evidente que na teoria é fácil fazer abstrações das 
contradições que se encontram a cada momento na realidade. Essa teoria 
equivaleria, então, a realidade idealizada. Em consequência, os filantropos 
querem conservar as categorias que expressam as relações burguesas, porém, 
sem o antagonismo que constitui a essência dessas categorias, que é 
inseparável delas.” (MARX, Karl. Miseria de la filosofia. Trad. Dalmacio Negro 
Pavon. Madrid, Agiuillar, 1969, citado em Martinelli, 1991, p. 63.). 
Pense em quais características as escolas têm em comum nesses 
extratos. Ambas buscam negar os antagonismos. A Escola Humanitária ainda 
determina o “correto” na forma de se comportar dos proletários, por exemplo, 
ter poucos filhos, não beber... Em ambas as escolas, busca-se negar as 
contradições da sociedade capitalista e estabelecer a existência de uma 
relação democrática, que pode ser apaziguada com o esforço de cada um. As 
relações de exploração do capital não se evidenciam neste discurso. Assim, 
para domesticar este trabalhador é necessário utilizar como estratégia a 
alienação “elemento fundante da existência social no mundo capitalista, de 
acordo com Martinelli. Clique no botão a seguir e leia a citação da autora sobre 
esse assunto. 
Produzida pela dinâmica da própria sociedade burguesa como um 
mecanismo de autopreservação, a alienação terna-se uma determinação 
objetiva da vida social no mundo de produção capitalista. Penetrando na 
consciência das pessoas, leva-as a não mais se reconhecerem nos resultados 
ou produtos de sua atividade, a se tornarem alheias, estranhas, alienadas, 
enfim, até mesmo a realidade onde vivem. (MARTINELLI, 1991, p. 62) 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
A preocupação com a questão social une Burguesia, Estado e Igreja, 
para coibir as manifestações políticas e sociais. Na Inglaterra, o resultado 
dessa união foi o surgimento da Sociedade de Organização da Caridade em 
Londres que surge, em 1869, congregando os reformistas sociais, que 
passavam agora a assumir formalmente a responsabilidade pela racionalização 
e pela normatização da prática de assistência. 
O Serviço Social já surge no cenário histórico com uma 
identidade atribuída, que expressava uma síntese das 
práticas sociais pré-capitalistas repressoras e 
controladoras e dos mecanismos e estratégias produzidas 
pela classe dominante para garantir a marcha 
expansionista e a definitiva consolidação do sistema 
capitalista. (MARTINELLI, 1991, p.66) 
 
Esta questão é de suma importância, pois o Serviço Social tem na sua 
origem a marca do capitalismo, um instrumento importante da burguesia. Por 
isso NETTO realiza uma crítica às análises da profissão que veem o Serviço 
Social como uma “evolução da ajuda”. Para o autor, o Serviço Social é 
“indivorciável” da ordem monopólica, já que existe uma relação entre o Serviço 
Social profissional e as formas filantrópicas e assistenciais desenvolvidas pela 
emergência da sociedade burguesa. 
“É uma relação complexa, que compreende um universo político e teórico 
cultural que se apresentam no pensamento conservador, por outro lado, 
envolvem intervenções características do caritativismo. A influência da Igreja 
Católica afeta também o Serviço Social. Porém, a profissionalização não é uma 
continuação da visão da caridade”. (NETTO, 2001, p. 70). 
Assim, vamos compreender as influências trazidas pela Igreja e pela 
caridade na formação do Serviço Social, porém, sem afirmar que a profissão 
seria um mero desenvolvimento da visão de caridade. Isto posto, muitas 
práticas de repressão, de exploração e dominação política foram realizados 
sob a dominação da caridade. 
O Serviço Social tem um significado social na sociedade capitalista, 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
como um dos elementos que participa da reprodução das relações de classes e 
do relacionamento contraditório entre elas. É uma especialização do trabalho 
coletivo dentro da divisão social do trabalho peculiar a sociedade industrial. 
Assim, é necessário apreender as implicações sociais que conformam as 
condições desse exercício profissional na sociedade atual (IAMAMOTO E 
CARVALHO, 1983). 
Quer saber mais sobre a questão social e o serviço social? Então 
confira à explicação da professora Jussara, no material online. 
 
Tema 4: Influências no Serviço Social 
 
Para compreender como se dá as influências no Serviço Social, vamos 
pensar nos contextos que influenciaram o início desta profissão. Em relação à 
sociedade de organização da caridade, esta entendia que só coibindo as 
práticas da classe dos trabalhadores, impedindo suas manifestações coletivas 
e mantendo um controle sobre a “questão social”, é que se poderia assegurar o 
funcionamento social adequado. Assim, de acordo com Martinelli, o Serviço 
Social sofre as seguintes influências: 
 John Brunnel Davis, em 1816, fundou em Londres um Centro de 
Proteção à Infância, baseando-se nos ensinamentos do humanista 
católico espanhol Juán Luiz Vivas. Também organizou um grupo de 
visitadoras sociais. A influência de Vivés se faz presente também 
nas iniciativas do pastor Thomas Chalmers, inglês radicado em 
Glasgow que defendia em sua paróquia a ideia da caridade tornar-se 
uma ciência. 
 Jeremy Bentham, filantropo inglês propôs em Londres, no final do 
século XVlll, a criação de um Ministério de Saúde Pública, 
englobando as áreas de higiene e a educação (atividades 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
complementares da assistência). 
 Florence Nightingale, em 1851, membro da mais alta sociedade 
inglesa, tendo tomado conhecimento dos trabalhos que se 
desenvolviam na Alemanha pelas diaconistas e na França pelas 
irmãs de caridade, resolveu estagiar naqueles locais para melhor 
conhecê-los. Em ambos, estava presente a preocupação com os 
doentes e com os pobres e a visita domiciliar, como forma de 
atenuar seus sofrimentos físicos e sociais. A influência de FlorenceNightingale, situando a visita domiciliar como um dos mais eficientes 
instrumentos para a realização das ações educativas foi marcante 
no processo de racionalização da assistência e sua organização em 
bases científicas. 
 Octavia Hill, em 1865, em Londres iniciou um trabalho de educação 
familiar e social com os moradores de três casas. Os resultados 
deste trabalho animaram o filantropo Edward Denison a realizá-lo 
em outro bairro de Londres ampliando-o para as questões de higiene 
e saúde, já que era médico. Os trabalhos pioneiros de educação 
familiar e social de Octavia Hill e seus colaboradores constituíram 
importantes referências para o desenvolvimento da ação social com 
famílias de operários. 
A Sociedade de Organização da Caridade adotou e difundiu a ideia de 
assistência social como “reforma de caráter”. Solidarizando-se com essa ideia, 
em 1875, Charles Loch retomou as práticas de educação familiar (iniciadas por 
Octavia Hill) enfatizando o fato de se ter um local destinado ao atendimento da 
classe trabalhadora ou dos segmentos mais pauperizados da população. 
Em 1884, o pastor Samuel Barnett e sua esposa Henriette Rouland, 
colaboradora de Octavia Hill, criaram em Londres um Centro de Ação Social. 
Este organismo passou a ser divulgado como o mais adequado para a 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
realização da prática social: o seettlement inglês, precursor das agências e 
centros sociais. (MARTINELLI, 1991) 
Antes mesmo de finalizar a década de 1880, o Estado burguês passou a 
receber em suas instituições de saúde o assistente social como colaborador de 
suas equipes. Em 1882, Josephine Shaw Lowell fundou em Nova Iorque a 
primeira sede americana da sociedade. Na Sociedade de Organização da 
Caridade havia muitas manifestações contra o uso do inquérito domiciliar com 
fins coercitivos e repressivos. Octavia Hill, em Londres, e Josephine Shaw 
Lowell, em Nova Iorque, defenderam em diferentes ocasiões a sua utilização, 
tanto para regularizar a concessão de auxílios, quanto para promover a 
reintegração social do indivíduo, conforme proposta de Nightingale. 
(MARTINELLI, 1991) 
Edward Devine posicionou-se em 1897 mostrando a importância de se 
lutar não só pelo uso adequado do inquérito domiciliar, como também pela 
qualificação dos visitadores sociais. Na fase final do século XIX há uma grande 
preocupação com a qualificação dos agentes profissionais nas Sociedades de 
Organização da Caridade. (MARTINELLI, 1991) 
Pensando no Serviço Social norte americano, conhecemos Mary 
Richmond (1866- 1928). Ela introduziu a visita domiciliar no Serviço Social com 
base na influência de Florence Nightingale (fundadora da enfermagem que 
utilizava como estratégia operacional as “visitadoras de saúde” (health visitors). 
Na Sociedade de Organização da Caridade de Baltimore, exerceu 
importante papel no sentido de motivar a criação de escolas de Serviço Social 
como forma de qualificar os agentes para o exercício profissional e durante a 
realização da Conferência Nacional de Caridade e Correção, em 1897, em 
Toronto, propôs que se criasse uma escola para o ensino da Filantropia 
Aplicada. 
Mary Richmond considerava o inquérito como um instrumento de 
fundamental importância para a realização do diagnóstico social e, 
posteriormente, do tratamento. Acreditava que só através do ensino 
 
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especializado poder-se-ia obter a necessária qualificação para realizá-lo. 
A força de suas argumentações levou Devine a acolher sua sugestão de 
organizar um curso destinado à aprendizagem da ação social ou, como o 
queria Richmond, à aprendizagem da aplicação científica da filantropia. Tal 
curso realizou-se em Nova Iorque em 1898. Seu desdobramento mais 
significativo ocorreu no ano seguinte naquele mesmo local, com a criação da 
primeira Escola de Filantropia Aplicada (Training School in Applied 
Philantropy). (MARTINELLI, 1991). Sob responsabilidade da Sociedade de 
Organização da Caridade passaram a ser ministrados cursos regulares 
destinados à formação de agentes sociais voluntários. A influência de 
Richmond foi marcante nesse processo, devendo-se a ela a organização e a 
regência dos primeiros cursos de Filantropia Aplicada. 
Acolhendo a concepção dominante na sociedade burguesa de que aos 
problemas sociais estavam associados a problemas de caráter, Richmond 
concebia a tarefa assistencial como eminentemente reintegradora e 
reformadora do caráter. Atribuía grande importância ao diagnóstico social como 
estratégia para promover tal reforma e para reintegrar o indivíduo na 
sociedade. (MARTINELLI, 1991). 
Na própria Sociedade de Organização da Caridade havia divergências 
sobre essa tese que dava à assistência a conotação de uma ação reformadora, 
de natureza individual. Mary Follet e Jane Adams, companheiras de Richmond, 
consideravam que a ação social devia voltar-se para a harmonização das 
relações industriais, para a administração dos conflitos sociais, portanto 
atuando em um nível mais global. (MARTINELLI, 1991). 
A tese de Richmond, mais reacionária, sensibilizava muito a burguesia, 
que entendia que aquele tipo de prática respondia à função econômica da 
assistência, de modo indireto, urna vez que a ação social individual, seja 
"reformando o caráter", seja promovendo a melhoria das condições de saúde, 
contribuía para a recolocação do trabalhador no mercado de trabalho. 
Antes mesmo de finalizar o século XIX, ainda no ano de 1899, foi 
 
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fundada a primeira escola europeia, em Amsterdã, Holanda. Nesse mesmo 
ano, Alice Salomon iniciou em Berlim cursos para agentes sociais, que 
acabaram por dar origem à primeira escola alemã em 1908. Em 1908, fundou-
se na Inglaterra a primeira escola de Serviço Social, não ainda com esta 
denominação, já incorporada à Universidade de Birmingham. Logo em seguida 
foram fundadas duas escolas em Paris, uma em 1911, de orientação católica, e 
outra, 1913, de orientação protestante. 
A forte influência dos ensinamentos de Florence Nightingale, a quem 
muitas vezes se referiu como uma "pioneira do Trabalho Social", fez com que 
Richmond atribuísse muita importância à prática individual da assistência, 
sempre que possível realizada através do inquérito domiciliar. O diagnóstico 
social ocupava para ela um papel de destaque e o caminho para obtê-lo era o 
inquérito realizado no próprio domicilio das pessoas, de preferência. A firme 
convicção quanto à eficácia desse instrumento e à importância da visita 
domiciliar levou Mary Richmond a estabelecer como objetivo de seus primeiros 
cursos o preparo de visitadoras domiciliares (home visitors), o que absorvia e 
ampliava a ideia das "visitadoras de saúde" (health visitors), criadas por 
Nightingale. (MARTINELLI, 1991) 
Foi através do trabalho dessas visitadoras sociais domiciliares que o 
Serviço Social iniciou suas primeiras atividades nas instituições públicas 
americanas. Boston, Massachussets e Chicago foram as primeiras cidades nos 
Estados Unidos a instituir a presença do assistente social nos tribunais de 
justiça para atuar nos casos em que houvesse crianças. (MARTINELLI, 1991) 
É importante destacar que ao final da II Guerra Mundial, já se 
encontravam em funcionamento cerca de 200 escolas distribuídas pela Europa, 
pelos Estados Unidos e pela América latina, onde se instalaram a partir de 
1925. As práticas de assistência já não eram vistas como práticas de caridade, 
mas vinculava-se a objetivos mais amplos, com técnicas. Por isso, não se 
considerava mais correto usar os termos “bem-estar social”, “assistência 
social”, “caridade” e “filantropia aplicada”. 
 
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A organização profissional não tinha por objetivo imediato a inserção nos 
quadros da divisão social do trabalho.Sua intenção primeira era marcar de 
forma inconfundível a ação desses filantropos, ou reformadores sociais, como 
se denominavam os membros da Sociedade de Organização da Caridade, 
distanciando-a das práticas feudais e pré-capitalistas e apresentando-a como 
uma nova forma de abordagem da "questão social”. 
Dar à prática da assistência social o título de "trabalho social" mostrava-
se útil à burguesia, pois a ajudava a ratificar a ideia, na classe trabalhadora, de 
que era uma prática criada para atender ao trabalhador e à sua família e de 
que o agente profissional também era um trabalhador. 
Se você quiser conhecer melhor os chamados pioneiros do Serviço 
Social, tem um livro disponível que fala mais sobre eles, da perspectiva de 
Balbina Ottoni Vieira, teórica brasileira de Serviço Social funcionalista. A autora 
não realiza uma análise da perspectiva da questão social ou da perspectiva 
marxiana, mas tem registros históricos sobre as influências do Serviço Social. 
Confira! 
Entenda melhor as influências no serviço social assistindo à explicação 
da professora Jussara, no material online. 
Trocando Ideias 
 
Lembra do início do texto, quando foi perguntado sobre as motivações que 
te levaram a buscar o curso de Serviço Social? Ajudar o outro? Fazer 
caridade? Motivações com outra prática profissional? Várias questões foram 
lançadas e possivelmente nenhuma delas pode ter te motivado. Mas depois da 
análise de uma conjuntura política, social e econômica que irrompem na 
questão social e na gênese do Serviço Social, construa um wiki com os seus 
colegas, onde um conta sobre suas motivações e o que mudou em relação a 
isso com a leitura da aula. 
Algumas questões norteadoras podem te auxiliar na construção do texto: 
 
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 Como é a prática do assistente social hoje? 
 O que tenho a dizer sobre as formas de inquérito social e de visitas 
domiciliares, que caracterizaram os profissionais na sua gênese? 
 Como penso nas pessoas vulneráveis, que não tem alimentação ou 
trabalho? 
 Depois dessas aulas, como penso que deve ser a prática do 
assistencialismo social? 
Lembre-se: contribua e aprenda na troca com seus colegas. Bom 
trabalho! 
Na Prática 
 
Você conhece o quadro “Operários” de Tarsila do Amaral? Clique no 
botão a seguir para acessá-lo. 
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-
tarsila-do-amaral.html 
 
O quadro “Operários” foi pintado em um momento em que Tarsila esteve 
ligada politicamente ao comunismo. No início dos anos 30 Tarsila esteve na 
União Soviética e participou de reuniões do Partido Comunista Brasileiro. Nesta 
época, a política e a temática do trabalho fizeram-se presentes em duas de 
suas obras: “Operários” e “Segunda Classe” (1933). Ambas as telas ilustram o 
momento político e social brasileiro do início dos anos 30: industrialização, 
migração de trabalhadores, consolidação do capitalismo industrial e uma classe 
de trabalhadores marginalizada e explorada. 
Embora o quadro retrate uma realidade brasileira, mostra a consolidação 
do capitalismo industrial. Observe atentamente a figura e dentro deste contexto 
descreva como a pintora retrata os trabalhadores. Faça uma relação deste 
quadro com o conteúdo estudado durante as aulas, referente ao capitalismo e 
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-amaral.html
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-amaral.html
 
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a questão social. 
Veja o feedback da professora Jussara sobre esta atividade. O objetivo 
desta atividade é que você observe os rostos sérios e o trabalho de cada um 
deles na fábrica, suas diversas etnias (de acordo com a realidade brasileira), 
com expressões parecidas (mostrando a massificação) e cansadas. Além 
disso, você pode ter feito uma análise de conjuntura da Era Vargas e a 
crescente industrialização, ou apresentado o percurso da vida da artista. A 
relação com a situação do capitalismo, as relações de exploração e o fato dos 
trabalhadores não terem acesso aos meios de subsistência também podem ser 
analisados. 
Síntese 
 
Chegamos ao final deste primeiro percurso na história do Serviço Social. 
Iniciando pela sociedade feudal, estudamos como se davam as relações de 
trocas e como elas se tornaram relações capitalistas. Em seguida, 
apresentamos a o percurso da classe trabalhadora, as relações de exploração 
e a questão social, destacando o conceito de IAMAMOTO. 
A questão social dá início ao Serviço Social na Europa e nos Estados 
Unidos, com os agentes inicialmente agindo para domesticação dos 
trabalhadores, a serviço do capital. Ao final, conhecemos as principais 
influências que fundamentaram as bases teóricas do Serviço Social. 
Assista às considerações finais da professora Jussara, no material 
online. 
Referências 
 
BEHRING, Elaine; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e 
história. São Paulo: Cortez, 2006. 
IAMAMOTO, Marilda V. e CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço 
 
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Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 2ª 
Ed. São Paulo: Cortez, 1983. 
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. 2. ed. São 
Paulo: Cortez, 1991. 
NETTO, J. Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo: 
Cortez, 1996. 
VIEIRA, Balbina Ottoni. Serviço Social: precursores e pioneiros. Agir, 1984.

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