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ORGANIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO Pablo Rodrigo Bes Educação de jovens e adultos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir o histórico da educação de jovens e adultos no Brasil. Definir a organização e os objetivos da educação de jovens e adultos. Indicar dados relativos à educação de jovens e adultos e políticas contemporâneas. Introdução A preocupação com a educação de jovens e adultos no Brasil não é recente, remontando ao início do século XX, quando o seu foco era a erradicação de um grande contingente de adultos analfabetos que compunham a sociedade brasileira e apresentavam, assim, entraves para o desenvolvimento econômico do País, uma vez que, até mesmo para ocupar os postos de trabalho mais rudimentares, não apresentavam a qualificação necessária. Com o passar das décadas, essa visão sobre a educação de jovens e adultos foi se reconfigurando, acompanhando as próprias mudanças sociais, assim, seu conceito se ampliou em busca de outros objetivos que hoje vão muito além da simples reparação da escolarização ou prepara- ção para o trabalho, envolvendo inclusão social, preparo profissional e aprendizagem ao longo da vida. Neste capítulo, você vai ler sobre o histórico da educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil, a sua organização, os seus objetivos, os dados e as políticas contemporâneas relativas a essa modalidade educacional. Histórico da educação de jovens e adultos no Brasil Ao começarmos nosso percurso histórico sobre a EJA no Brasil, vamos nos reportar à Constituição Federal de 1988, que propunha a obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário a todos (BRASIL, 1988). Esse foi o primeiro impulso para as primeiras ações de escolarização da grande massa de adultos analfabetos existentes na época, ao menos com o ensino primário, ou seja, alfabetização. Essa ideia se firmou a partir do início da década de 1940 como uma política nacional para a EJA. Destacamos que “[...] na década de 1940, quando come- çaram as primeiras iniciativas governamentais para lidar com o analfabetismo entre adultos, entendia-se que o seu fim seria fundamental para o crescimento econômico do país. O analfabetismo era visto como um mal social e o anal- fabeto como um sujeito incapaz” (BRASIL, 2006a, p. 26). Na década de 1940, mais da metade da população com 15 anos ou mais era analfabeta e, como o País estava passando por um processo tardio de industrialização e urbanização na época, era importante a alfabetização de jovens e adultos trabalhadores, uma vez que a educação era vista como o caminho em direção ao desenvolvimento do País. Com o objetivo de erradicar o analfabetismo entre os jovens e adultos, foram propostas as primeiras ações e programas do governo federal (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001): Fundo Nacional do Ensino Primário (1942); Serviço de Educação de Adultos (1947); Campanha de Educação Rural (1952); Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (1958); Programa Nacional de Alfabetização de Adultos (1964). Essas ações, além de buscar a erradicação do analfabetismo entre os adultos, a partir da escolarização, também visavam atingir e melhorar a participação das crianças na escola, a partir do exemplo e da iniciativa de seus pais. Além disso, na década de 1950, somente tinham direito a votar os alfabetizados, o que também contribuiu para que os adultos tivessem interesse em se alfabe- tizar. Segundo Ceratti (2007, documento on-line), na década de 1950, “[...] a alfabetização de adultos teve o propósito de transformar o analfabeto em um eleitor em potencial”. Educação de jovens e adultos2 Na década de 1960, o Brasil vivenciou inúmeras discussões em torno da educação de adultos, destacando-se como principal expoente em nível nacional o educador Paulo Freire. Nessa década, foram organizados espaços de discussão da temática, com o engajamento de vários grupos populares nessas problematizações pertinentes à educação de adultos pobres e analfabetos. No começo da década de 1960, a alfabetização se juntou aos movimentos estudantis e sindicais, e a questão do analfabetismo passou a ser vista como consequência direta da pobreza e de uma política de manutenção de desigualdades (BRASIL, 2006a, p. 26). Nessa época, a educação de adultos passou, então, a ser uma bandeira política em busca de igualdade de acesso à educação para todos. Ao se referirem a esse período do início da década de 1960, Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001, documento on-line) comentam que: Embaladas pela efervescência política e cultural do período, essas experiên- cias evoluíam no sentido da organização de grupos populares articulados a sindicatos e outros movimentos sociais. Professavam a necessidade de realizar uma educação de adultos crítica, voltada à transformação social e não apenas à adaptação da população a processos de modernização conduzidos por forças exógenas. O paradigma pedagógico que então se gestava preconizava com centralidade o diálogo como princípio educativo e a assunção, por parte dos educandos adultos, de seu papel de sujeitos de aprendizagem, de produção de cultura e de transformação do mundo. As ideias compunham a essência do pensamento de Paulo Freire sobre a busca de uma pedagogia que dialogasse com os educandos, procurando, por meio da educação, conectar-se com sua cultura, seu jeito de ser, viver e pensar o mundo e, por fim, emancipá-los. Entendia-se que, a partir dessa mudança, poderia ser modificada também a nação brasileira. Com base nas ideias de Paulo Freire, o Ministério da Educação criou, em 1964, o Programa Nacional de Alfabetização de Adultos. Porém, com a assunção dos governos militares em 1964, Paulo Freire foi exilado. Durante o seu período de exílio, o educador continuou a desenvolver suas estratégias voltadas para a alfabetização de adultos, entre elas, o uso das palavras geradoras. Bes (2017, p. 43) explica como funcionava a técnica das palavras geradoras: 3Educação de jovens e adultos [...] partindo do conhecimento da experiência do educando em sua vida social cotidiana, selecionavam-se palavras que cercassem esse campo de vida bem particular e, a partir daí, além de buscar uma alfabetização em si, eram pro- blematizadas de forma crítica a própria vida dos alunos, visando modificar/ acrescentar outras possíveis ideias às visões de mundo deles. As ideias educacionais freireanas continuaram vivas na época a partir de iniciativas de educação não formal, ocupando associações comunitárias, igrejas e outros espaços, sendo que, até os dias atuais, apresentam seguidores no universo acadêmico. A segunda Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional — Lei Federal nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971 — ampliou a obrigatoriedade do ensino da educação básica de quatro para oito anos e trouxe também avanços para a EJA, pois instituiu a educação supletiva possível para esse primeiro grau de escolarização (BRASIL, 1971). Ou seja, aqueles que não puderam concluir o ensino obrigatório na idade apropriada poderiam concluir a partir de “[...] cursos supletivos, centros de estudo e ensino a distância, entre outras” (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001, documento on-line). Os estudos supletivos que inicialmente eram voltados aos adultos em busca da conclusão de seu processo de alfabetização e dos anos de ensino obriga- tórios, porém, começaram a receber inúmeros jovens que, em virtude de sua inserção e exigências do mercado de trabalho, buscavam uma aceleração em seus estudos. Sobre esse aspecto da inserção de jovens no ensino supletivo, Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001, documento on-line) destacam que: A entrada precoce no mercado de trabalho e o aumento das exigências de instrução e domínio de habilidades no mundo do trabalho constituem os fatores principais a direcionar os adolescentes e jovens para os cursos de suplência, que aí chegam com mais expectativas que os adultos mais velhos de prolongar a escolaridadepelo menos até o ensino médio para inserir-se ou ganhar mobilidade no mercado de trabalho. Essa questão iniciada na década de 1970 perpetua-se até os dias atuais, uma vez que a EJA absorve uma quantidade significativa de jovens que visam conciliar seus trabalhos com a sua escolarização, que, aliás, é cada vez mais exigida pelo mercado de trabalho. A visão que ainda hoje recai sobre a EJA foi discutida a partir de 1990, prin- cipalmente após a realização da Conferência Mundial de Jomtien, proposta por: Organização das Nações Unidas (ONU); Educação de jovens e adultos4 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); Banco Mundial. Essa conferência resultou na Declaração Mundial sobre a Educação para Todos, que propôs o aumento global dos níveis de educação básica. Sobre a EJA, irão recair discursos e ações que possuem caráter prospectivo, que projetam para o futuro e reforçam a necessidade de estudar e buscar uma alfabetização funcional, que torne o sujeito capaz de exercer plenamente a sua cidadania, participando das questões sociais e atuando em prol de seus direitos e deveres em relação ao seu país. Um dos importantes cuidados que o professor deve ter ao trabalhar na EJA é não infantilizar suas atividades, devendo valer-se mais dos princípios da andragogia (educação de adultos) do que da pedagogia. Objetivos e organização da educação de jovens e adultos A LDB de 1996 foi alterada em 2018, por meio da Lei nº. 13.632, de 6 de março de 2018, defi nindo em seu art. 37 que: Art. 37 A EJA será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida (BRASIL, 2018a, documento on-line). Esse conceito é importante para a EJA, pois permite o entendimento de que essa modalidade educacional da educação básica vai além de simples reparação ou compensação daqueles que não tiveram oportunidade de estudar na época mais apropriada, mas também deve proporcionar que esses jovens e adultos possam continuar seus estudos ao longo da vida. Para isso, cabe aos sistemas de ensino assegurarem “[...] gratuitamente aos jovens e aos adultos, 5Educação de jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacio- nais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (BRASIL, 1996, documento on-line). Além disso, a LDB de 1996 também impõe que a EJA deverá articular-se com a educação profissional desses jovens e adultos. O art. 38 define formas de organização para a EJA: Art. 38 Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosse- guimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I — no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II — no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames (BRASIL, 1996, documento on-line). A partir do art. 38, fica estabelecido que as instituições de ensino devem ofertar turmas no ensino regular relativas ao ensino fundamental para jovens maiores de 15 anos e no ensino médio para aqueles maiores de 18 anos de idade. Também faz menção ao uso dos exames supletivos, que atualmente ocorrem a partir do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (BRASIL, [2018b]) O Encceja é uma avaliação aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que visa avaliar as “[...] competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou nos processos formativos que se de- senvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais, entre outros” (BRASIL, 2018b, documento on-line). Podem fazer essa avaliação os jovens com 15 anos completos para o ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio, sendo extensivo a todos os jovens e adultos residentes no Brasil e no exterior, bem como a pessoas privadas de liberdade. Educação de jovens e adultos6 Para que possamos conhecer melhor os objetivos da EJA, precisamos analisar o Parecer do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) nº. 11/2000, que versa sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a EJA. Esse parecer esclarece que a EJA deve ser vista a partir das seguintes funções (BRASIL, 2000): reparadora; equalizadora; qualificadora. A partir da análise dessas funções, podemos entender os objetivos que a EJA possui. A função reparadora diz respeito à busca pela escolarização não realizada na época mais apropriada pelos adolescentes, jovens ou adultos, entendida como essencial na atualidade para que se cumpram os papéis sociais exigidos na contemporaneidade. Nesse sentido, “[...] a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas” (BRASIL, 2000, documento on-line). Isso não significa que esse público seja inculto ou destinado a funções desqualificadas no mercado de trabalho, pois muitos podem ter adquirido outras experiências educativas informais próprias da cultura da qual participam, como é o caso, por exemplo, da “[...] literatura de cordel, o teatro popular, o cancioneiro regional, os repentistas, as festas populares, as festas religiosas e os registros de memória das culturas afro-brasileira e indígena” (BRASIL, 2000, documento on-line). A V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V Confintea), realizada em 1997, em Hamburgo, na Alemanha, ratifica que “[...] educação de adultos inclui a educação formal, a educação não formal e o espectro da aprendizagem informal e incidental disponível numa sociedade multicultural, onde os estudos baseados na teoria e na prática devem ser reconhecidos” (BRASIL, 2007, documento on-line). 7Educação de jovens e adultos A função reparadora busca reparar o direito à educação escolar a todos, que, por inúmeros fatores histórico-sociais, favoreceu alguns grupos elitizados durante o percurso moderno de expansão da dimensão escolar. Pensar dessa forma é endossar as palavras da V Confintea sobre a educação de adultos, da qual o Brasil fez parte e que afirma que “[...] a alfabetização, concebida como o conhecimento básico, necessário a todos, num mundo em transformação, é um direito humano fundamental. Em toda a sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades” (BRASIL, 2007, documento on-line). Para que consigamos viver em uma sociedade em que a base da organização se dá pela escrita, precisamos ser capazes de codificar e decodificar esses códigos escritos com eficiência. Essa habilidade também é essencial para que prossigamos aprendendo ao longo da vida. A função equalizadora da EJA visa possibilitar a reentrada de jovens e adultos que tiveram a interrupção de seus estudos forçada por algum motivo, “[...] seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou outras condições adversas, deve ser saudada como uma reparação corretiva [...]” (BRASIL, 2000, documento on-line). Nesse cenário, podemos considerar donas de casa, migrantes, aposentados, encarcerados e outros sujeitos que, por motivos contingenciais, não tenham tido condiçõesde prosseguir com seus estudos, situação que deve ser corrigida pela EJA. O Parecer CNE/CEB nº. 15/98 refere-se a esse perfil de alunos como: [...] adultos ou jovens adultos, via de regra mais pobres e com vida escolar mais acidentada. Estudantes que aspiram a trabalhar, trabalhadores que precisam estudar, a clientela do ensino médio tende a tornar-se mais heterogênea, tanto etária quanto socioeconomicamente, pela incorporação crescente de jovens adultos originários de grupos sociais, até o presente, sub-representados nessa etapa da escolaridade (BRASIL, 1998, documento on-line). A função equalizadora traz a visão de que a EJA não deve ser somente vista como um processo de alfabetização, mas sim deve promover o acesso à leitura de livros e das múltiplas linguagens que envolvem nossa vida cotidiana, sempre considerando se tratar de alunos com experiências e histórias de vida maiores e que devem ser consideradas. Trabalhar em busca da equidade implica considerar que a falta de escolarização coloca esses estudantes em condição desigual em relação às oportunidades disponíveis na vida social. A função qualificadora relaciona-se diretamente com o princípio da educação ao longo da vida, sendo vista como a função permanente e o próprio sentido da EJA. Educação de jovens e adultos8 A função equalizadora parte da ideia de incompletude do ser humano em relação aos conhecimentos, sendo que sempre temos novos saberes a adquirir. Entra também em sintonia com o proposto no Relatório da Unesco, Educação: um tesouro a descobrir (UNESCO, 2010, documento on-line), que cita: Uma educação permanente, realmente dirigida às necessidades das sociedades modernas não pode continuar a definir-se em relação a um período particular da vida — educação de adultos, por oposição à dos jovens, por exemplo — ou a uma finalidade demasiado circunscrita — a formação profissional, distinta da formação geral. Doravante, temos de aprender durante toda a vida e uns saberes penetram e enriquecem os outros. Essa visão atual de que devemos estudar de forma permanente ao longo de nossas vidas — que vai ao encontro das necessidades humanas de se manter em busca de qualificação e de aprimoramento de conhecimentos — permite que na EJA também se encontrem alunos em busca desse aperfeiçoamento, dessa realização pessoal em sua fase adulta. Essa função vai muito além da simples reparação ou equalização, pois permite a todos que possam exercer a busca de sua formação profissional ou pessoal para aliar-se com as exigências tanto do mercado de trabalho quanto da própria vida em sociedade. A função reforça a ideia de que “[...] em todas as idades e em todas as épocas da vida, é possível se formar, se desenvolver e constituir conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam os espaços formais da escolaridade [...] (BRASIL, 2000, documento on-line). A EJA propõe que a educação dos jovens e adultos deva, assim, transcen- der os espaços da escola, pois existem aprendizagens e desenvolvimento de competências em todos os âmbitos de experiência de nossas vidas que devem ser considerados. Para conseguir contemplar essas funções da EJA, cabe aos Estados e municípios organizarem a sua oferta, que pode ser realizada a partir da realização de cursos e exames, o que normalmente segue a seguinte distribuição: ensino fundamental: primeiro segmento; ensino fundamental: segundo segmento; ensino médio; Encceja. A proposta curricular da EJA para o primeiro segmento contempla os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º anos). Ribeiro (2001, p. 14) salienta que “[...] a educação de jovens e adultos que correspondente a esse nível de 9Educação de jovens e adultos ensino caracteriza-se não só pela diversidade do público que atende e dos contextos em que se realiza, como pela variedade dos modelos de organização dos programas, mais ou menos formais, mais ou menos extensivos”. Ainda no ensino fundamental, as instituições de ensino poderão oferecer turmas de EJA para o segundo segmento contemplando os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º anos). Cabe lembrar que a organização curricular para a EJA deve ser “[...] discutida, buscando inverter a lógica que parte de uma grade disciplinar inflexível, para propor como ponto de partida a definição de capacidades que se pretende que o aluno construa ao longo do curso” (BRASIL, 2002, documento on-line). Como podemos perceber, na organização do primeiro e do segundo seg- mentos da EJA, devem ser buscadas a constituição de uma identidade própria para que essa modalidade da educação básica se alie com as características desses estudantes, adolescentes, jovens e adultos. As escolas de educação básica também poderão ofertar turmas de ensino médio na modalidade EJA para alunos que possuam mais de 18 anos de idade no ato da matrícula. Convém lembrar que, a partir de 15 anos de idade, os jovens podem realizar as provas do Encceja, uma avaliação aplicada pelo Inep e exclusivamente voltada para a conclusão do Ensino fundamental. Já a partir dos 18 anos de idade, os alunos podem realizar essa mesma avaliação para conclusão do ensino médio. Nessa avaliação, caso o estudante não atinja o desempenho necessário em todas as áreas do conhecimento, poderá obter o atestado parcial de conclusão e continuar cursando as disciplinas fal- tantes nas turmas de EJA nas escolas municipais e estaduais. Também poderão ser ofertados cursos de ensino técnico a esses jovens e adultos, visando sua formação profissional no ensino médio. Durante o governo militar, as taxas de analfabetismo entre jovens e adultos no Brasil continuaram a subir. Foi quando — pressionado por organismos internacionais, como a ONU e a Unesco — o Ministério da Educação organizou o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), em 1967, que se estendeu por todo o território nacional, funcionando até sua extinção em 1985. Educação de jovens e adultos10 Dados relativos à educação de jovens e adultos e políticas contemporâneas A EJA no Brasil ainda precisa ser alvo de maiores investimentos e necessita de construção, implementação e acompanhamento de políticas educacionais que atinjam a todos os jovens e adultos, a fi m de reverter o quadro atual. O Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014–2024 traz, em sua meta nº. 9, “[...] elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o fi nal da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional” (BRASIL, 2015, documento on-line). A primeira parte dessa meta — a elevação da taxa de alfabetização — já atingiu o patamar de 93% segundo os dados do Relatório do 2º Ciclo de Mo- nitoramento das Metas do PNE 2014–2024, porém apresenta desigualdades entre as diferentes regiões brasileiras, conforme o Quadro 1. Fonte: Adaptado de Brasil (2018c). 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Brasil 91,4 % 91,7 % 92,1 % 92,3 % 92,8 % 93 % Norte 90,4% 90,6% 91,1% 90,9% 91,5% 92,0% Nordeste 82,9% 83,4% 83,9% 84,3% 85,2% 85,5% Sudeste 95,2% 95,5% 95,7% 95,9% 96,2% 96,5% Sul 95,2% 95,6% 96,0% 96,1% 96,4% 96,5% Centro-Oeste 93,1% 93,6% 93,9% 94,1% 94,3% 94,8% Quadro 1. Taxa de alfabetização da população com mais de 15 anos de idade para o Brasil e regiões geográficas 11Educação de jovens e adultos O analfabetismo funcional compreende “[...] a pessoa com 15 anos ou mais de idade que possui menos de quatro anos de escolaridade ou que declara não saber ler e escrever” (BRASIL, 2018c, documento on-line). A atual taxa de analfabetismo funcional brasileira para pessoas com mais de 15 anos é 16,6% e deve ser reduzida até o patamar de 9,2% até 2024, se atingidas as metas do PNE 2014–2024. Atualmente a taxa se encontra em 15,30%, o que significa milhares de brasileiros jovens e adultos com menos de quatro anos de escolarização, que autodeclaram não saberler nem escrever (Figura 1). Figura 1. Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais de idade. Fonte: Adaptada de Brasil (2018c). Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil 30% 30% 30% 30% 30% 2012 2013 2014 2015 2016 12,8% 11,5%12,4% 13,4% 13,8%14,1% 15,9% 16,6%17,1% 14,7% 12,7%13,2%13,2% 13,7% 16,5% 16,4% 17,6%18,1%18,3% 21,9% 21,7% 20,4% 20,2% 25,9%26,7% 27,2%27,8% 28,5% 20,1% Analisando os percentuais referentes ao analfabetismo funcional, percebe- mos que, mesmo que eles tenham decrescido no período analisado (2012–2016), há grande disparidade entre as regiões, destacando as regiões Norte e Nor- deste, que ultrapassam a marca dos 20%. Para reverter esse quadro relativo à população jovem e adulta e sua escolarização, o Ministério da Educação, na atualidade, possui ações e programas educacionais, como: Brasil Alfabetizado; Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem); Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Edu- cação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja). Educação de jovens e adultos12 O Programa Brasil Alfabetizado foi instituído pelo Ministério da Educação em 2003, com o objetivo de alfabetizar jovens, adultos e idosos. Segundo o portal do Brasil Alfabetizado (2018, documento on-line), o programa é “[...] desenvolvido em todo o território nacional, com o atendimento prioritário a 1.928 municípios que apresentam taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total, 90% localizam-se na região Nordeste”. Esses atendimentos feitos pelo programa vêm ao encontro dos dados que analisados anteriormente sobre o analfabetismo funcional e as regiões com maior índice. O Programa Brasil Alfabetizado funciona a partir da adesão de voluntários, que se tornam alfabetizadores e que, para isso, recebem uma bolsa como con- trapartida pelas tarefas desenvolvidas junto às suas turmas de alunos jovens e adultos. As bolsas destinam-se aos professores alfabetizadores, aos tradutores intérpretes de Libras e aos coordenadores de turmas. Os agentes responsáveis pelo Programa Brasil Alfabetizado são: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), que é o órgão do Ministério da Educação responsável por formular ações educacionais para a EJA; Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo financiamento e pagamento de bolsas e incentivos; Distrito Federal, os Estados e municípios, que são os entes executores do programa; Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (Cnaeja), que é o órgão que possui caráter consultivo. Segundo a Resolução do Conselho Deliberativo do FNDE nº. 32, de 1º de julho de 2011, os cursos do Programa Brasil Alfabetizado “[...] poderão ter duração e carga horária variável, dentro dos seguintes parâmetros: I — seis meses de duração com, no mínimo, duzentas e quarenta horas-aula; II — sete meses de duração com, no mínimo, duzentas e oitenta horas-aula; ou III — oito meses de duração com, no mínimo, trezentas e vinte horas-aula” (BRASIL, 2011, documento on-line). O número de alfabetizandos deverá obedecer aos seguintes critérios: no mínimo 7 e no máximo 25 alunos por turma em áreas rurais; 13Educação de jovens e adultos no mínimo 12 e no máximo 25 alfabetizandos por turma em áreas urbanas. Os valores das bolsas para os alfabetizadores e para os tradutores intérpretes de Libras em 2018 foram de R$ 400,00 para uma turma ativa e R$ 600,00 para duas turmas ativas. O ProJovem é um programa do Ministério da Educação voltado para jovens de 15 a 29 anos de idade, que se encontrem em situação de vulnerabilidade social (que estejam fora da escola e dos cursos de formação e qualificação profissional), tendo como objetivo “Reintegrar esses jovens ao processo educacional, promover sua qualificação profissional e assegurar o acesso a ações de cidadania, esporte, cultura e lazer” (BRASIL, 2018, documento on-line). O ProJovem possui quatro modalidades: ProJovem Adolescente; ProJovem Urbano; ProJovem Campo; ProJovem Trabalhador. Em 2018, o ProJovem ofereceu 54 mil vagas, das quais 43 mil são destinadas à modalidade Urbano e 11 mil à modalidade Campo. As formações profissionais oferecidas pelo ProJovem são as mais diversas, como, por exemplo: administração; agroextrativismo; alimentação; arte e cultura; construção e reparos; educação; esporte e lazer; metalomecânica. A bolsa do ProJovem para 2018 é de R$ 100,00 por aluno, e os cursos costumam ter 2.000 horas ao longo de 18 meses. Educação de jovens e adultos14 O Proeja objetiva oportunizar que a educação profissional se estenda aos jovens e adultos ao realizarem seus estudos na educação básica na modalidade da EJA. De acordo com o Decreto nº. 5.480, de 13 de julho de 2006, esse programa contempla “[...] os seguintes cursos e programas de educação profissional: I — formação inicial e continuada de trabalhadores; e II — educação profissional técnica de nível médio” (BRASIL, 2006b, documento on-line). O mesmo decreto ainda firma que esses cursos poderão vincular-se ao ensino fundamental ou médio, no caso da formação continuada de traba- lhadores, de forma integrada ou concomitante (ensino técnico). O Proeja pode ser utilizado pelas escolas estaduais e municipais e ainda “[...] pelas entidades privadas nacionais de serviço social, aprendizagem e formação profissional vinculadas ao sistema sindical (‘Sistema S’)” (BRASIL, 2006b, documento on-line). A carga horária dos cursos do Proeja é distribuída conforme Quadro 2. Fonte: Adaptado de Brasil (2006b). Tipo de curso Carga horária mínima Carga horária total mínima Formação inicial e continuada de trabalhadores 1.200 horas de formação geral 200 horas de formação profissional 1.400 horas Educação profissional técnica de nível médio 1.200 horas de formação geral 1.200 horas específicas da formação técnica 2.400 horas Quadro 2. Carga horária dos cursos do Proeja São inúmeras as ações do Ministério da Educação voltadas para a EJA com os objetivos de promover a continuidade dos estudos na educação básica, especialmente na alfabetização, e buscar formação profissional. Cabe lembrar que o aluno da EJA deve ser visto como um estudante diferenciado que possui características próprias da vida adulta, as quais o professor deverá considerar ao preparar suas aulas e conduzir suas atividades pedagógica . 15Educação de jovens e adultos Para mais informações sobre a EJA, assista no link a seguir ao Programa Conexão, do Canal Futura, que entrevista Paulo Carrano, coordenador do Observatório Jovem da Universidade Federal Fluminense (UFF); Sérgio Goti, gerente executivo de educação do Serviço Social da Indústria (Sesi); e Sandra Portugal, coordenadora de projetos da Fundação Roberto Marinho: https://goo.gl/Tj5yjs BES, P. Andragogia e educação profissional. Porto Alegre: SAGAH, 2017. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti- tuicao/constituicao.htm>. Acesso em: 5 nov. 2018. BRASIL. Decreto nº. 5.840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Pro- grama Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 jul. 2006b. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5840.htm>. Acesso em: 5 nov. 2018. BRASIL. Educação de jovens e adultos: uma memória contemporânea 1996 – 2004. Brasília: MEC, UNESCO, 2007. (Coleção Educação para Todos). Disponível em: <http://portal. mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=657-vol1ejaelt- -pdf&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 5 dez. 2018. BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e PesquisasEducacionais Anísio Teixeira. Relatório do 2° ciclo de monitoramento das metas do plano nacional de educação: 2018c. Brasília, DF: Inep, 2018. 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