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Empreendedorismo Universidade do Sul de Santa Catarina Disciplina na modalidade a distância Em preendedorism o Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2011 Empreendedorismo Disciplina na modalidade a distância Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Reitor Unisul Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretora Adjunta Patrícia Alberton Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Iris de Sousa Barros Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva Coordenação Cursos Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski Assistente e Auxiliar de Coordenação Maria de Fátima Martins (Assistente) Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Ana Denise Goularte de Souza Coordenadores Graduação Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R. Pacheco Arthur Beck Neto Bernardino José da Silva Catia Melissa S. Rodrigues Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Fabiano Ceretta José Carlos da Silva Junior Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn Jorge Alexandre N. Cardoso José Carlos N. Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto D. Toledo Joseane Borges de Miranda Luciana Manfroi Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina S. Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz M. Pinheiro Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Roberto Iunskovski Rose Clér Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Sergio Sell Coordenadores Pós-Graduação Aloisio Rodrigues Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Nunes Leticia Cristina Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Rogério Santos da Costa Roberto Iunskovski Thiago Coelho Soares Vera Regina N. Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente) Fernanda Farias Secretaria de Ensino a Distância Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Eduardo Rodrigues Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto e Reconhecimento de Curso Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem) Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Felipe Cascaes Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Simone Zigunovas (Capacitação) Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Fabiana Pereira Tutoria e Suporte Claudia Noemi Nascimento (Líder) Anderson da Silveira (Líder) Ednéia Araujo Alberto (Líder) Maria Eugênia F. Celeghin (Líder) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Francine Cardoso da Silva Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Schenon Souza Preto Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.) Aline Cassol Daga Ana Cláudia Taú Carmelita Schulze Carolina Hoeller da Silva Boeing Eloísa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Gislaine Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo Jaqueline de Souza Tartari João Marcos de Souza Alves Leandro Romanó Bamberg Letícia Laurindo de Bonfim Lygia Pereira Lis Airê Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Melina de La Barrera Ayres Michele Antunes Corrêa Nágila Hinckel Pâmella Rocha Flores da Silva Rafael Araújo Saldanha Roberta de Fátima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Sabrina Paula Soares Scaranto Viviane Bastos Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Avaliação da aprendizagem Geovania Japiassu Martins (Coord.) Gabriella Araújo Souza Esteves Jaqueline Cardozo Polla Thayanny Aparecida B.da Conceição Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro Avaliações Presenciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti Gerência de Marketing Fabiano Ceretta (Gerente) Relacionamento com o Mercado Eliza Bianchini Dallanhol Locks Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Assuntos Jurídicos Bruno Lucion Roso Marketing Estratégico Rafael Bavaresco Bongiolo Portal e Comunicação Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Marcelo Barcelos Rafael Pessi Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Alice Demaria Silva Anne Cristyne PereiraCristiano Neri Gonçalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Frederico Trilha Higor Ghisi Luciano Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Oberdan Porto Leal Piantino Patrícia Fragnani de Morais Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.) Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Juliana Cardoso da Silva Jonatas Collaço de Souza Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Nidia de Jesus Moraes Orivaldo Carli da Silva Junior Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Vanessa Trindade Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual Palhoça UnisulVirtual 2011 Ingo Louis Hermann Revisão e atualização de conteúdo Ingo Louis Hermann Design Instrucional Roseli Rocha Moterle 3ª edição Empreendedorismo Livro didático Edição – Livro Didático Professor(es) Conteudista(s) Ingo Louis Hermann Revisão e atualização de conteúdo Ingo Louis Hermann Design Instrucional Flavia Lumi Matuzawa Viviane Bastos Roseli Rocha Moterle (3ª edição) ISBN 978-85-7817-238-1 Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Diogo Silva (3ª edição) Revisão Diane Dal Mago (3ª edição) Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 658.42 H47 Hermann, Ingo Louis Empreendedorismo : livro didático / Ingo Louis Hermann ; revisão e atualização de conteúdo Ingo Louis Hermann ; design instrucional [Flavia Lumi Matuzawa, Viviane Bastos], Roseli Rocha Moterle. – 3. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011. 175 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-238-1 1. Empreendedor. 2. Planejamento estratégico. I. Matuzawa, Flavia Lumi. II. Bastos, Viviane. III. Moterle, Roseli Rocha. IV. Título. Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Empreendedorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 - Empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 UNIDADE 3 - Formação do empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 UNIDADE 4 - Rede de relacionamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 UNIDADE 5 - Criatividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 UNIDADE 6 - Aspectos legais para constituição de um empreendimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 UNIDADE 7 - Plano de Negócio: abordagem inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 UNIDADE 8 - Comércio eletrônico: oportunidades de negócios na internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 165 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Empreendedorismo. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se de que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso, a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem os professores e a instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade, entre em contato. Você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso, tais como: telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado, para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, porque sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. Palavras do professor O Brasil é considerado um dos mais promissores países industrializados em ascensão. O otimismo é uma característica do brasileiro, assim como o número de novos empreendimentos que, a cada ano, nascem no país e que nos colocam na lista dos mais empreendedores do mundo. Seja o vendedor de cachorro-quente que trabalha sozinho e estaciona o seu carrinho em alguma esquina ou o empresário da grande corporação, sempre à procura de estruturas e sistemas inovadores que gerem capacidade técnica e os apliquem de forma a acentuar o desempenho competitivo para um crescimento acelerado e sustentável, há muito em comum entre esses dois indivíduos. Como se não bastasse, as empresas estão em constantes adequações para enfrentar a concorrência de um mundo cada vez mais globalizado, impondo mudanças também aos seus funcionários, que hoje devem ser cada vez mais pró-ativos, líderes de equipe, críticos e participativos com o planejamento estratégico da empresa, sendo o aprendizado contínuo e o desenvolvimento de novas competências essencial para a estabilidade da empresa, seu crescimento e a própria manutenção de postos de trabalho. Quando se fala em empreendedorismo, deve ficar claro que não há verdades absolutas ou o que é certo ou errado. O empreendedorismo é algo dinâmico, e cada empreendedor cria as suas próprias regras para conduzir o seu empreendimento; simplesmente porque a realidade de um empreendedor/ empreendimento é diferente de outro, sendo a flexibilidade e a busca de soluções específicas uma constante. 10 Este livro apresenta as noções básicas do empreendedorismo e da atividade do empreendedor na medida em que analisa a dinâmica do processo que conduz o indivíduo a ser um empreendedor de sucesso, considerando o seu trabalho no dia-a-dia da empresa e as competências que devem ser desenvolvidas para o efetivo desempenho dessa função. Esta disciplina não tem a pretensão de se dirigir apenas àqueles que pretendem se tornar empreendedores ou mesmo aos que já estão à frente do próprio negócio, mas também incentivar pessoas que, embora estejam satisfeitas com a condição de funcionários de empresa, queiram se reciclar e se preparar parauma melhor colocação no mercado de trabalho. Desejo a todos um excelente estudo e que sejam muito bem-vindos! Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: � o livro didático; � o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); � as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); � o Sistema Tutorial. Ementa Empreendedorismo e empreendedor. Perfil do empreendedor. Habilidades do empreendedor. Qualidades do empreendedor. A constituição de empreendimentos: aspectos estratégicos, gerenciais e operacionais. Empreendedorismo frente à gestão de pessoas e das organizações. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos Geral Disseminar o empreendedorismo e possibilitar uma mudança de visão em relação ao trabalho tradicional, visando à formação de lideranças, agentes de mudanças e indivíduos dispostos a assumir riscos para construir, inovar e formar profissionais com cultura mais ampla, gerando trabalho para si e para os outros, sob a forma de empreendimentos. Específicos � Alicerçar uma mudança de cultura, passando a formar indivíduos que gerem trabalho e renda. � Fornecer instrumentos teóricos e práticos para que as pessoas conheçam as características e competências necessárias ao exercício das atividades do empreendedor e considerem a possibilidade de se inserirem no mercado de trabalho como donos do próprio empreendimento. � Conhecer as noções básicas de um Plano de Negócio. Carga horária A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 8 13 Empreendedorismo Unidade 1 – Empreendedorismo A unidade aborda os principais conceitos sobre empreendedorismo e descreve sua construção ao longo da história, bem como as tendências de futuro. Também assinala a contribuição do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social e a necessidade de uma mudança de cultura em relação à expectativa de trabalho e renda. Unidade 2 – Empreendedor Nesta unidade apresentamos as mudanças que ocorreram nas últimas décadas em relação ao modelo de constituição das empresas frente ao mercado. Vamos compreender a definição de empreendedor, os fatores que levam o indivíduo a empreender e, também, algumas das suas principais características. Por fim, será apresentado o conceito de intraempreendedor, um novo perfil profissional para atuar nas organizações. Unidade 3 – Formação do empreendedor A unidade apresenta os aspectos da formação do empreendedor: ambiente familiar, idade e histórico familiar. Também serão abordadas as competências necessárias para o exercício dessa atividade. Unidade 4 – Rede de relacionamentos Nesta unidade veremos o que são redes de relacionamento e como construí-las para o desenvolvimento e sustentabilidade do empreendimento. Unidade 5 – Criatividade Nesta unidade vamos identificar fontes de ideias e os fatores que inibem a criatividade do empreendedor; também vamos conhecer métodos de geração e validação de ideias em oportunidades. Por fim, será apresentado um plano de ação que possibilite alcançar e colocar as ideias em prática. Unidade 6 – Aspectos legais para constituição de um empreendimento A unidade aborda os diferentes tipos de constituição de empresas, inclusive as novas modalidades incorporadas a partir do Novo Código Civil. Vamos analisar os tipos de propriedade intelectual e, também, compreender a natureza e o propósito das marcas e patentes. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 7 – Plano de Negócio: abordagem inicial Nesta unidade, você irá conhecer os tipos, as questões, o motivo e o momento mais adequado para elaboração de um plano de negócio e, consequentemente, os benefícios que esta ferramenta de gestão pode trazer para a organização. Outro aspecto abordado será a estruturação do plano, no intuito de validá-lo junto aos possíveis interessados, inclusive aos agentes de financiamento e investidores. Unidade 8 – Comércio eletrônico: oportunidades de negócios na internet Nesta unidade, será apresentada a definição de comércio eletrônico e suas principais aplicações; também serão abordados os benefícios desse comércio às organizações, aos consumidores e à sociedade. A partir das indicações de crescimento, o comércio eletrônico é apresentado como oportunidade de negócio na internet, a partir do desenvolvimento de novos produtos e serviços. 15 Empreendedorismo Agenda de atividades/Cronograma � Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. � Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. � Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) 1UNIDADE 1Empreendedorismo Objetivos de aprendizagem � Compreender o conceito de empreendedorismo e seu desenvolvimento histórico. � Entender a importância do empreendedorismo no contexto econômico e social, assim como as perspectivas de futuro em relação ao tema. Seções de estudo Seção 1 Por que estudar o assunto? Seção 2 Definição de empreendedorismo Seção 3 Desenvolvimento ao longo da história Seção 4 A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social Seção 5 O futuro do empreendedorismo 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Não é raro encontrar pessoas que têm até dificuldade em pronunciar essa palavra: empreendedorismo. O fato é que esse tema vem sendo discutido nos últimos anos com mais intensidade e já é considerado como fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. É muito importante que fique claro que em empreendedorismo não há uma busca de consenso ou da melhor solução, assim como também não se busca o certo ou errado. O empreendedorismo se faz quase que de forma individual, adequando-se a cada nova situação. Empreendedorismo também não é um modismo ou coisa de momento. Veio para ficar e está sendo implantado na forma de disciplina em escolas, colégios e universidades, aumentando, de forma decisiva, o número de empresas e de postos de trabalho. Pode ser entendido como negócio próprio ou a atividade pró- ativa do funcionário que trabalha em busca da melhor solução dentro da empresa como funcionário. A partir de agora, você será apresentado a vários conceitos que fundamentam essa disciplina, para que mais adiante possa desenvolver o Plano de Negócio do seu próprio empreendimento. Seja bem-vindo e esteja preparado para uma verdadeira mudança de cultura. Bom estudo! Seção 1 – Por que estudar o assunto? A relação cada vez mais intensa entre nações, empresas e indivíduos e as necessidades de adequação dos processos hoje existentes presumem uma busca constante da redução de custos, diminuição do quadro de funcionários, automação dos processos industriais e competitividade. A transformação rápida, que vem ocorrendo no perfildos novos empregos, com o advento da globalização, torna a informação e a tecnologia fatores imprescindíveis de domínio por parte das gerações que chegam ao mercado de trabalho. 19 Empreendedorismo Unidade 1 Para Bastos (apud BOOG, 1994), vive-se um momento de alta concorrência e equilíbrio nos padrões de serviço, tecnologia, qualidade, preços e agilidade nos processos, ao lado de uma forte globalização, com a abertura de mercados e de informações, o que produz mudanças sensíveis na filosofia empresarial. Lucena (1999) considera que todas as empresas, independentemente de seu estágio de desenvolvimento, da natureza de seu negócio, ou das características peculiares do mercado onde atuam, estão expostas, em maior ou menor grau, a algumas realidades inevitáveis, visto que é cada vez mais forte a pressão e a influência das forças do ambiente externo na vida das organizações. Este ambiente, além de suas ambiguidades e contradições, é cada vez mais instável, surpreendente, imprevisível e se encontra em processo contínuo de transformações. Você consegue perceber as mudanças? Reflita sobre o que está acontecendo nos diversos setores da sociedade. Aproveite e registre suas impressões, pois elas serão úteis para seu estudo! As iniciativas para criação e manutenção de novas linhas de produtos ou serviços terão que se apoiar, cada vez mais, nas necessidades e aspirações do mercado e, cada vez menos, na capacidade operativa das máquinas e da infraestrutura produtiva das organizações, montadas em função do seu negócio. No campo educacional, a identificação dessas novas necessidades e a percepção desse estado de mudanças trouxeram algumas reformulações, que ainda correm na contramão de uma tendência mundial, uma vez que a maioria dos cursos brasileiros ainda insiste em preparar seus alunos para a busca do emprego. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina De modo geral, você pode perceber que o empreendedorismo aparece como uma forma renovada de pensar e enfrentar as adversidades impostas pelas forças de mercado e parece ser a maneira mais eficaz para a geração de trabalho e renda, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social. Nesta disciplina, além do conteúdo teórico, você está sendo convidado a participar de exercícios práticos, que podem se traduzir em uma mudança de visão e atitude em relação à atividade profissional que você poderá exercer por toda sua vida. Seja bem-vindo e participe! O seu sucesso pode representar o sucesso para muitas outras pessoas. Seção 2 – Definição de empreendedorismo Segundo Dornelas (2001), Richard Cantillon, importante economista do século XVII, foi considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor — aquele que assumia riscos — do capitalista — aquele que fornecia o capital. Podemos citar como exemplo o caso das pesquisas referentes à eletricidade e à química, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o auxílio de investidores que financiaram seus experimentos. Para Schumpeter (1982), o empreendedorismo é visto como o motor da economia, o agente de inovação e mudanças capazes de desencadear o crescimento econômico do país. O conceito de inovação e novidade é uma parte integrante do empreendedorismo. A inovação, o ato de lançar algo novo, é uma das mais difíceis tarefas para o empreendedor. Exige não só a capacidade de criar e conceitualizar, mas também a capacidade de entender todas as forças atuantes no ambiente. A novidade pode ser desde um novo produto e um novo sistema de distribuição, até um método para desenvolver uma nova estrutura organizacional. 21 Empreendedorismo Unidade 1 Em quase todas as definições de empreendedorismo, há um consenso de que estamos falando de uma espécie de comportamento que inclui: iniciativa, organização e reorganização dos mecanismos sociais e econômicos, a fim de transformar recursos e situações para proveito prático e aceitar o risco e o fracasso. Como definição, temos que o empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal. Você verá, nas próximas seções, o histórico do empreendedorismo e vai entender um pouco mais sobre o assunto e sua importância na sociedade. Você já parou para pensar em como promover o desenvolvimento econômico e social sem inovações. Reflita: como seria a sua vida hoje, se nos últimos 20 anos não tivessem ocorrido inovações? Seção 3 – Desenvolvimento ao longo da história A capacidade empreendedora é das primeiras formas de trabalho humano, antecedendo às modificações nas atividades geradas pela primeira Revolução Industrial. Com ela originou-se o contrato de trabalho e o conceito do emprego, com as garantias sociais conquistadas a partir das diversas lutas entre capital e trabalho, desde sua instituição. Ao estudar as formas de trabalho humano, Saviani (2000) afirma que no início da humanidade prevalecia o modo de produção comunal, caracterizado pela ausência de classes, coletivização da produção e da propriedade. Neste estágio, a humanidade era nômade porque vivia em busca da oferta de alimentos oferecidos pela natureza. 22 Universidade do Sul de Santa Catarina A sedentarização humana, proporcionada pela revolução agrícola, leva à apropriação da terra por uma classe, o que faz surgir a propriedade privada. Tal situação verifica-se na antiguidade greco-romana, onde há a classe dos proprietários e a dos não-proprietários. Os segundos assumem a tarefa de manterem a si próprios e aos senhores. Os proprietários, que podem viver sem trabalhar, irão constituir uma classe ociosa e, portanto, disponível para uma educação distinta. Na Idade Média, a terra permanece como meio dominante de produção, e a agricultura, como principal atividade econômica. Enquanto na Antiguidade os homens viviam na cidade empenhados nas atividades artesanais, na Idade Média, viviam no campo e do campo, sendo a atividade agrícola a base da economia, residindo aí a grande distinção entre as duas fases históricas: a forma de trabalho. Enquanto na mais antiga o trabalho escravo era predominante, na Idade Média o era o servil. Na sociedade Medieval, o ócio era privilégio de nobres e religiosos. Outro aspecto relevante na Idade Média é a subordinação das cidades ao campo. Nas primeiras, desenvolvia-se o artesanato que era a indústria própria da agricultura, na medida em que produzia apenas os instrumentos rudimentares que a vida do campo necessitava. No entanto, a partir das atividades artesanais — as quais evoluíram para as corporações de ofício e do acúmulo permitido pela economia feudal é que foi possibilitado o crescimento de uma atividade mercantil, a qual está na origem do capital investido na própria produção, originando a indústria. O burguês surgirá dentro desse contexto, será o habitante do burgo, ou seja, da cidade. É a partir desse conjunto de transformações que o eixo do processo produtivo do campo se deslocará para a cidade, da agricultura para a indústria, criando um novo modo de produção, que é conhecido por capitalista burguês. 23 Empreendedorismo Unidade 1 Com o crescimento da atividade mercantil, iniciaram-se as trocas com o Oriente, e tornou-se necessária a descoberta de uma nova rota marítima para as Índias, com a finalidade de romper o monopólio do comércio com os países do oriente, feito, principalmente, pelos venezianos. Datam daquela época as grandes navegações, representando os primeiros empreendimentos e fazendo surgir os primeiros empreendedores. Como essa empreitada requeria um alto investimento de risco, diga-se de passagem as Coroas eram convidadas a participar financeiramente com a promessa de lucro posterior. Nesse mesmo período, encontra-se o embrião das sociedadesanônimas, com a criação das companhias e sociedades. O objetivo das Coroas era o de reunir participações em dinheiro para financiamento de navegações ou retorno do capital e lucro quando voltasse à expedição. O empreendedorismo, como capacidade transformada em atividade lucrativa, pode, pois, ser historicamente localizado com o surgimento das grandes navegações, embora se acredite que o espírito empreendedor tenha feito parte do primeiro homem que, percebendo a necessidade de um tipo de produto ou serviço no mercado, tenha oferecido a um determinado custo. Como você pode observar, o empreendedorismo não é algo novo, remonta ao início dos tempos e faz parte da própria evolução do ser humano. Trata-se de um exercício constante de criação e inovação de processos, produtos e serviços que contribuem de maneira significativa com a própria evolução da espécie. Afinal, a capacidade empreendedora é um processo que ocorre em diferentes ambientes e situações empresariais. Provoca mudança por meio da inovação feita por pessoas que geram ou aproveitam oportunidades econômicas, que criam valor tanto para si próprios quanto para a sociedade. Sob essa perspectiva, o empreendedorismo é uma nova roupagem de uma antiga atividade, além disso, toda a tecnologia e técnica desenvolvidas pelos indivíduos ao longo da história da humanidade apontam para o gênio criativo e empreendedor humano. 24 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 4 – A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social Novas empresas contribuem de forma significativa para o desenvolvimento econômico, principalmente nos países em desenvolvimento. Ao ter sucesso, os novos empresários criam empregos, expandem segmentos de mercado, aumentam a produção de bens e serviços e dinamizam a economia das comunidades onde operam. Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em parceria com a USP Universidade de São Paulo, feito em 2002, demonstra que um grande número de microempresas se converte em pequenas e médias empresas (PMEs), em um período de três anos, existindo uma relação positiva entre o número de novas empresas e o crescimento econômico, e entre a geração de empregos para jovens e a modernização da estrutura empresarial. Esse estudo apresenta novos elementos sobre a capacidade de empresários gerarem empregos e de contribuírem para o dinamismo da economia interna, e analisou também três fases críticas do processo de criação de novas empresas: Fases Processos motivacionais e de tomada de decisões, busca por oportunidades, mobilização de recursos e principais problemas ou “Características” Gestação Esta fase é relativamente longa, indo do momento em que o empreendedor tem a ideia, identifica o nicho de mercado e concebe a empresa até o momento de fazer planos concretos para colocar a ideia em prática. Constituição Compreende o momento que o empreendedor decide criar a empresa até quando reúne todos os meios para inaugurá-la. Desenvolvimento inicial Cobre o período dos três primeiros anos de funcionamento, críticos para a sobrevivência da empresa. Quadro 1.1 – Fases do processo de criação de novas empresas Fonte: Elaboração do autor (2008). Veja a seguir, mais detalhes a respeito de cada fase, segundo informações a partir do relatório da pesquisa. 25 Empreendedorismo Unidade 1 a) Fase de gestação da empresa A pesquisa identificou que, desde o momento em que o indivíduo sente o desejo de abrir uma nova empresa até àquele em que identifica a oportunidade de negócio, decorrem em média de quatro a cinco anos. As motivações que geram novos empreendimentos incluem tanto objetivos estritamente econômicos como de desenvolvimento pessoal. A realização pessoal é a principal motivação para criar um novo negócio, sendo o aumento da renda um objetivo econômico. A segunda motivação não econômica de maior importância é a de contribuir para a sociedade. O apoio familiar é um dos principais fatores que contribui para a motivação dos novos empresários. A maioria deles foi apoiada por seu núcleo familiar e grupo social mais próximo. Somente 10% dos empresários entrevistados encontraram alguma oposição por parte de suas famílias quando demonstraram a intenção de abrir um negócio. A experiência profissional é a fonte de mobilização e de geração de capacidade empresarial mais importante para os empresários. A educação universitária, ainda que proporcione conhecimento tecnológico aos empresários em potencial, tem papel limitado na motivação e no desenvolvimento da capacidade empresarial. O principal nicho de mercado para abertura de novos empreendimentos encontra-se na venda de produtos ou serviços para outras companhias, particularmente para as PMEs. Um número significativo de novos empreendimentos fornece bens e serviços tecnológicos, incluindo-se software, telemática e serviços relacionados à internet. As redes são um dos dois fatores mais vitais para o desenvolvimento de novas empresas. Mais de 70% dos empresários informaram que a chave para identificar as oportunidades de negócios é a interação com as pessoas e a experiência profissional prévia. Em geral, as empresas mais dinâmicas possuem um número maior de contatos pessoais e comerciais (por exemplo, com executivos de grandes, médias e pequenas empresas) e os utilizam com maior frequência do que as menos dinâmicas. Contatos e relacionamentos do empreendedor e seus sócios. 26 Universidade do Sul de Santa Catarina b) Fase de constituição da empresa A decisão do empreendedor de abrir um novo negócio é fortemente influenciada por motivações econômicas e não econômicas, similares às da fase de gestação. As motivações pessoais mais importantes são autorrealização, o desafio de enfrentar mudanças contínuas e o de contribuir para a sociedade. A disponibilidade de financiamento, ainda que seja um fator importante na decisão de lançar uma empresa, não tem tanta relevância quanto os fatores motivacionais descritos anteriormente. Isso se deve porque, mesmo que o financiamento externo seja escasso, os empreendedores encontram alternativas e mecanismos criativos para desenvolverem seus projetos. Outra característica importante é a habilidade para alavancar recursos financeiros. Ela é essencial para o negócio ter uma boa garantia de sucesso. A experiência profissional anterior e as redes de contato ajudam a abrir as portas aos recursos necessários para iniciar as operações de uma nova empresa. De acordo com a pesquisa, mais de 80% dos empreendedores disseram que a experiência em trabalhos anteriores lhes ajudou a obter tecnologia e outros recursos não financeiros, incluindo informações, matérias-primas, equipamentos e instalações. Veja outros resultados: � O uso de redes de contatos pessoais, como meio para chegar às fontes de recursos, é mais frequente em áreas locais com alta presença de PMEs do que nas áreas metropolitanas pesquisadas. Nas cidades com maior concentração de pequenas e médias empresas, os vínculos interempresariais e sociais tendem a ser mais fortes. � O acesso aos recursos financeiros é uma verdadeira “prova de fogo” para a constituição e desenvolvimento inicial das empresas. � A poupança pessoal dos novos empresários é a principal fonte de recursos financeiros para o lançamento do seu empreendimento. 27 Empreendedorismo Unidade 1 � 70% dos empreendedores lançam seus negócios com recursos financeiros próprios, enquanto outros 20% utilizam recursos de amigos e de parentes. As fontes de financiamentos externos, como empréstimos bancários e investidores privados informais, não estão tão disponíveis na América Latina, se comparadas com as de outros locais como, por exemplo, o Leste Asiático, sendo a falta de financiamento um dos maiores obstáculos para os empreendedores. � Nesta fase utilizam-se mais fontes alternativas de financiamento e mecanismos que possam reduzir ao mínimo a necessidade de tomar empréstimosde terceiros. Entre esses mecanismos estão: i) créditos de fornecedores; ii) adiantamentos de clientes; iii) atraso no pagamento do pessoal, serviços públicos e impostos; iv) compra de equipamentos de segunda-mão. c) Fase de desenvolvimento inicial da empresa Nesta fase, referente aos três primeiros anos do empreendimento, as empresas enfrentam grande competição. A estratégia empresarial dominante consiste em penetrar em um nicho de mercado com demanda crescente, com concorrentes que são outras PMEs, e oferecer produtos diferenciados, com base na qualidade e no serviço. Geralmente, os empreendimentos mais dinâmicos não competem por meio da fixação de preços mais baixos que os de seus concorrentes. As firmas menos dinâmicas, no entanto, participam de mercados em que existe menor presença de grandes concorrentes. Os novos empresários têm acesso a uma escala maior de fontes de financiamento e as empresas começam a obtê-los de seus fornecedores. A capacidade de resolver problemas é fundamental na fase de desenvolvimento inicial das empresas. Elas compartilham do mesmo tipo de problemas nesse momento: encontrar clientes, contratar trabalhadores qualificados e ter um fluxo de caixa equilibrado. 28 Universidade do Sul de Santa Catarina Os empreendedores brasileiros têm maiores dificuldades para financiarem o fluxo de caixa e identificarem fornecedores apropriados e selecionarem pessoas qualificadas para gerenciar. Nesta fase, as redes de contatos possuem, novamente, um papel fundamental, pois servem de canal de comunicação entre os novos empresários, no diálogo sobre como resolverem seus problemas comuns. O relacionamento comercial se torna mais importante do que o social, pois nesta fase do processo, os novos empresários necessitam de conhecimentos mais específicos para solução de seus problemas, o que amigos e parentes em geral não dispõem. De acordo com a pesquisa, 85% dos empreendedores declararam que as instituições formais existentes — governo, associações comerciais, universidades, agências de pesquisa etc. — não foram capazes de proporcionar um assessoramento adequado para resolver os problemas que surgiram no desenvolvimento inicial de seus negócios. Principais resultados da pesquisa a) Os empreendedores são predominantemente do sexo masculino, com graduação universitária ou pós- graduados, idade média de 40 anos, abriram suas empresas quando tinham entre 30 e 35 anos e usaram recursos próprios para financiar o empreendimento. b) Os empreendedores tiraram da própria experiência profissional a motivação, as ideias, as habilidades empresariais e os contatos profissionais para embasar a criação de seus empreendimentos. c) As empresas fazem maior uso de suas redes de contatos sociais com clientes, fornecedores e profissionais. d) A maioria das empresas é fundada por uma equipe de novos empresários com qualificações complementares. e) Ganhar dinheiro não é o único objetivo. As motivações dos empreendedores incluem também o desejo de realização pessoal e a contribuição à sociedade. 29 Empreendedorismo Unidade 1 f) Uma proporção preocupante dos empreendedores dizem que a instrução formal não tem um papel decisivo e não estimula a criação de novos empreendimentos, embora reconheçam que os estudos universitários fornecem o conhecimento técnico necessário para tal. g) As empresas mais bem estruturadas têm estratégias de negócio similares: entram em nichos de mercado com demanda crescente; seus competidores são outras PMEs; e seus produtos são diferenciados pela qualidade e serviço. h) Na fase de gestação, o capital vem, geralmente, da poupança pessoal do empreendedor, de seus amigos e parentes. Durante a fase inicial de desenvolvimento, a tendência é utilizar fontes externas de financiamentos, tais como empréstimos de bancos e instituições financeiras. i) A economia latino-americana é menos atrativa para novos empreendimentos que a do Leste Asiático, em razão da escassez do financiamento, da burocracia intensa e dos impostos e custos, gerados pelos governos, serem elevados. No Leste Asiático, os financiamentos são mais fáceis e a terceirização é uma opção bastante utilizada. Seção 5 – O futuro do empreendedorismo Estamos vivendo na era do empreendedor, na qual o empreendedorismo é endossado por instituições educacionais, entidades governamentais, sociedade e empresas. A educação empreendedora nunca foi tão importante em termos de cursos e pesquisa acadêmica. O número de faculdades e universidades que oferecem, pelo menos um curso em empreendedorismo aumenta a cada dia. Diversos governos estão demonstrando um maior interesse na promoção do crescimento do empreendedorismo. 30 Universidade do Sul de Santa Catarina A mídia, principalmente por meio da televisão, jornais e revistas especializadas, tem desempenhado um papel poderoso e construtivo na revelação de novos empreendimentos, descrevendo como essas empresas contribuem para o desenvolvimento econômico e social do país. Finalmente, mas não menos importante, as grandes empresas continuarão a ter interesse em uma forma especial de empreendedorismo o intraempreendedorismo. Síntese Nesta unidade, você conheceu os conceitos básicos que tratam do empreendedorismo. Verificou que é uma das atividades que mais cresce no mundo, e teve a oportunidade de analisar como esse processo se iniciou ao longo da história e qual são as tendências de futuro. Abordou-se, também, a contribuição do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social e a necessidade de uma mudança de cultura em relação à expectativa de trabalho e renda. 31 Empreendedorismo Unidade 1 Atividades de autoavaliação 1) Você estudou que o empreendedorismo deve ser visto como um processo dinâmico que tem inerente a concepção, a percepção e a realização de uma oportunidade de negócio, envolvendo pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades . Você considera a criatividade e a inovação como fatores fundamentais do empreendedorismo? Explique. 2) Segundo Dornelas (2005), o empreendedorismo tem sido definido como uma maneira diferenciada de alocação de recursos e otimização de processos organizacionais, sempre de forma criativa, visando à diminuição de custos e melhoria de resultados. Com base no texto, responda qual a importância de se estudar empreendedorismo. 32 Universidade do Sul de Santa Catarina 3) Relacione os benefícios que podem ser verificados quando novas empresas são constituídas. 4) Por que a experiência profissional é importante para a constituição de um empreendimento? 33 Empreendedorismo Unidade 1 5) Qual a importância da instrução formal para a implantação e desenvolvimento de um negócio? Saiba mais Para aprofundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar os seguintes livros: CUNHA, Cristiano J. C. de Almeida; FERLA, Luiz Alberto. Iniciando seu próprio negócio. Org. Cristiano J. C. de Almeida Cunha e Luiz Alberto Ferla. Florianópolis : Instituto de Estudos Avançados, 1997. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001. DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e princípios. 5. ed São Paulo: Pioneira, c1998. FARRELL, Larry C. Entrepreneurship: fundamentos das organizações empreendedoras. São Paulo : Atlas, 1993. 2UNIDADE 2Empreendedor Objetivos de aprendizagem � Compreender o conceito de empreendedor, os motivos que levam o indivíduo a empreender, assim como os pontos positivos e negativos dessa atividade. � Analisar as características e atividades dos empreendedores de sucesso. � Diferenciar o empreendedor do intraempreendedor. Seções de estudo Seção 1 Conceito de empreendedor Seção 2 Por que empreender? Seção 3 Compensações e desvantagens em empreender Seção 4 Características do empreendedor Seção 5 Atividades do empreendedorSeção 6 Fatores que inibem o potencial empreendedor Seção 7 Empreendedor corporativo: intraempreendedor 36 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo As grandes corporações e a participação ativa do Estado nos empreendimentos privados, que delinearam as atividades empresarias durante décadas, culminou recentemente com a reestruturação das grandes empresas, a terceirização e o enxugamento dos postos de trabalho. Tal fenômeno encoraja o surgimento de pequenos negócios, da ação individual, da atividade de uma pessoa que, muitas vezes sem o apoio até mesmo da família, tem a coragem de iniciar um empreendimento. É uma tarefa que exige muita paciência, perseverança, força de vontade e disciplina, além de outros fatores. De qualquer forma, o número de micro e pequenas empresas no mundo cresce a cada dia. Convido-o a conhecer um pouco mais sobre esse ator, o empreendedor! Seção 1 – Conceito de empreendedor Ainda que não se tenha chegado a uma definição clara e unânime sobre o conceito de empreendedor, normalmente a bibliografia sobre o assunto remete a uma análise psicológica ou de personalidade empreendedora com ênfase nas características de indivíduos que obtiveram sucesso. Em uma análise semântica sobre o assunto, encontra-se no Dicionário Aurélio, por exemplo, que empreender é “deliberar-se a praticar, propor-se, tentar”, mas é também, “por em execução”. Há também, sinônimos pouco conhecidos, como interprender e interpresar. O primeiro procura dar ênfase à dificuldade, o início de um processo, o trabalho extra, envolvido na execução de algo; já o segundo traz ao mesmo nível o empresário e o empreendedor quanto ao seu papel de mantenedor dos negócios. 37 Empreendedorismo Unidade 2 Segundo Deakins (1996), o termo empreendedor teve sua origem na França e, numa tradução literal, significa alguém que se sobressai na sociedade. Para Fillion (2000), o empreendedor é uma pessoa que empenha toda sua energia na inovação e no crescimento, manifestando-se de duas maneiras: criando sua empresa ou desenvolvendo alguma coisa completamente nova em uma empresa preexistente. Nova empresa, novo produto, novo mercado, nova maneira de fazer tais são as manifestações do empreendedor. O autor resume sua definição na assertiva de que o empreendedor “é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. É a pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios. Amit (1993) ensina que: [...] os empreendedores são pessoas que perseguem o benefício, trabalham individual e coletivamente e podem ser definidos como indivíduos que inovam, identificam e criam oportunidades de negócios, montam e coordenam novas combinações de recursos (funções de produção), para extrair os melhores benefícios de suas inovações num meio incerto. Schumpeter (1982), com a sua teoria do desenvolvimento econômico, considera que o empreendedor é responsável pelo processo de destruição criativa, sendo o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, criando deliberadamente novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos meios ineficientes e mais caros. Para Dornelas (2001), o empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, antecipa-se aos fatos e tem uma visão futura da organização. 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Hermann (2004) acredita que empreendedor é o indivíduo que consegue perceber e criar oportunidades de negócios, fazer uso e até mesmo desenvolver uma série de conhecimentos, habilidades e atitudes utilizados no exercício de uma função para alcançar os objetivos que ele próprio estabeleceu. Entre tantas definições, ao contrário do que ocorria até pouco tempo atrás, hoje a ideia de empreendedor se dirige, sobretudo, aos pequenos negócios. As grandes corporações e a participação ativa do Estado nos empreendimentos privados, que delinearam as atividades empresarias durante décadas, culminaram, recentemente, com a reestruturação das grandes empresas, a terceirização e o enxugamento dos postos de trabalho. Tal fenômeno encoraja o surgimento de pequenos negócios, da ação individual, apoiados no Brasil, por programas governamentais que incentivam o desenvolvimento de novas iniciativas empresariais, como por exemplo, aquelas oriundas do meio acadêmico. Seção 2 – Por que empreender? Um dos grandes desafios em nosso país é encontrar respostas para a questão do desemprego. Nossa população economicamente ativa soma cerca de 72 milhões de brasileiros, mas o número de postos de trabalho está em um nível inferior ao necessário para empregar todo o contingente de pessoas que, a cada ano, ingressam no mercado de trabalho. Ou seja, não conseguimos abrir tantos postos de trabalho para todos os trabalhadores que, a cada ano, procuram uma vaga de trabalho. O surgimento de novas empresas tem uma grande contribuição a dar ao nosso país. Essa contribuição ganha relevância ainda maior se pensarmos que, nesta virada de milênio, uma das características mais marcantes da economia mundial tem sido a prevalência crescente do setor terciário sobre o setor secundário. 39 Empreendedorismo Unidade 2 Vale dizer, que os negócios envolvendo serviços e comércio estão superando os ligados à indústria. Só no Brasil, o setor terciário já responde por 60% do PIB, enquanto o secundário fica com uma fatia de 30%. Sendo assim, é forçoso concluir que uma das saídas para o desemprego é e será a prestação de serviços. Mais uma razão para que as novas gerações que estão chegando ao mercado de trabalho surjam com uma nova mentalidade e uma nova cultura, considerando a abertura de um negócio próprio, uma saída eficaz para a falta de postos de trabalho. Seção 3 – Compensações e desvantagens em empreender Como em qualquer atividade que venhamos a desenvolver, sempre vamos encontrar alguns pontos positivos e outros negativos. Na atividade do empreendedor não é diferente, até porque começar a operar um novo empreendimento envolve considerável risco e esforço para que sejam superadas as adversidades impostas pelo mercado. Ao criar e desenvolver uma nova empresa, o empreendedor assume a responsabilidade e os riscos pelo seu desenvolvimento e sobrevivência e, em compensação, usufrui das respectivas recompensas. A seguir, são listadas algumas compensações e desvantagens da atividade empreendedora. Compensações a) Desejo de realização pessoal. Empreendedores são indivíduos que esperam algo mais da vida, preferem marcar as pegadas no lugar, ao invés de apenas segui-las. Eles mesmos definem o que vão fazer e em que contexto será feito. Para isso, naturalmente, precisam levar em conta seus sonhos, desejos, preferências e o estilo de vida que querem 40 Universidade do Sul de Santa Catarina ter. Assim, conseguem dedicar-se com muita energia ao seu projeto, uma vez que o trabalho acaba se tornando não uma obrigação, mas verdadeira fonte de prazer. b) Contribuição à sociedade. Empreendedores têm uma forte necessidade de mostrar ao mundo que aquilo que vem sendo feito ao longo do tempo, da mesma forma, na verdade pode ser mudado e, na maioria das vezes, com expressivas melhorias nos processos produtivos com reflexos na qualidade etc. Neste processo, ganham todos: o empreendedor auferindo lucros, os funcionários com a manutenção ou ampliação dos postos de trabalho e a sociedade com a possibilidade de adquirir bens com valor agregado. Ainda em relação à sociedade, as contribuições podem ser vistas desde a geração de trabalho e renda até a crescente preocupação com as questões sociais e o meio ambiente. É crescente o número de empresas engajadas em implantar programas de benefícios para seus funcionários e familiares. No tocante ao meio ambiente, além de ser uma questão de consciência de cada indivíduo, passaa ser uma questão de necessidade, visto que as certificações de processos de qualidade exigem o respeito, a manutenção e a recuperação dos recursos naturais. c) Lucro. O lucro para o empreendedor não aparece como um objetivo primordial, mas como consequência de um trabalho bem feito. O empreendedor não foca única e exclusivamente o lucro, mas o trabalho bem planejado e executado. Dessa forma, deixa de estar sujeito aos limites de pagamento padronizado (salário) para trabalho padronizado, o que normalmente acontece com funcionários de empresas. d) Independência. Libertação da supervisão e regras de organizações burocráticas. e) Estilo de vida prazeroso. Libertação da rotina, monotonia e empregos não desafiadores. 41 Empreendedorismo Unidade 2 Desvantagens a) Exige muito trabalho e muita energia emocional. Normalmente, e especialmente nos primeiros anos de atividade, o negócio exige muito mais trabalho do empreendedor do que se ele estivesse trabalhando como empregado. É comum longas jornadas de trabalho para o cumprimento de compromissos assumidos com clientes, muitas vezes, sem final de semana ou feriado. Isso implica a família também aceitar estas imposições, o que nem sempre ocorre. b) A possibilidade de fracasso é uma ameaça constante. Todo empreendimento possui um grau menor ou maior de risco em sua atividade. Toda empresa enfrenta concorrência e as forças de mercado, que podem fazer com que a empresa atravesse períodos mais ou menos longos de instabilidade. Seção 4 – Características do empreendedor Além dos três grandes eixos conhecimento, habilidade e atitude que formam a competência do indivíduo, já considerados clássicos pela literatura e que a seguir serão estudados - existe outro aspecto de fundamental importância. Ele diz respeito às características que cada indivíduo desenvolve desde a mais tenra idade e que o acompanham no exercício de suas atividades durante toda vida. Assim, para que se possa fazer uso de forma plena das potencialidades do indivíduo, é necessário que se cultive determinados atributos de personalidade Alencar (1996). 42 Universidade do Sul de Santa Catarina De acordo com Alencar (1996), a personalidade do indivíduo é fruto de vários fatores, sendo que a educação que esse recebe na infância desempenha um papel muito importante. Por outro lado, essa educação reflete também alguns valores cultivados na sociedade no momento histórico em que eventualmente o indivíduo esteja vivendo. O que se pode destacar é que, apesar da importância dos primeiros anos de formação da personalidade, é possível promover mudanças no modo de agir e pensar de pessoas em diferentes fases da vida e fortalecer alguns traços de personalidade que as condicionem ao uso de determinadas potencialidades. Algumas das características encontradas nos empreendedores são abaixo listadas: a) iniciativa própria; b) autonomia; c) autoconfiança; d) otimismo; e) necessidade de realização; f) energia; g) intuição; h) comprometimento; i) liderança; j) assunção de riscos; k) persistência; l) flexibilidade. Caso você tenha dúvida sobre o significado de alguma das características listadas, remeta-se ao glossário que elaboramos para você, em anexo, no final do manual. 43 Empreendedorismo Unidade 2 Seção 5 – Atividades do empreendedor Consideram-se atividades do empreendedor o seu trabalho, ou seja, as ações que o empreendedor desenvolve para atingir seus objetivos no que se refere ao negócio, ao empreendimento. Pesquisadores que se dedicam ao estudo empreendedorismo são unânimes em afirmar que não há questões definidas em relação a esse assunto, até porque há diversas categorias e tipos de empreendedores. Desde o dirigente da pequena empresa familiar até o empresário que administra negócios espalhados por um continente com filiais no exterior, todos são empreendedores com características, qualidades, competências e atividades específicas. Sendo a figura do empreendedor determinante para o êxito de uma empresa, há fatores relacionados a ele que estão diretamente ligados às suas características e que intervêm diretamente no processo de criação e desenvolvimento das empresas. Algumas das principais atividades do empreendedor em relação à empresa, certamente não se esgotam aqui e também variam de acordo com a atividade empresarial, são a seguir detalhadas. Buscar novas informações A questão da informação é um item fortemente diferenciador no desempenho geral das empresas. Para alcançar essa posição, o empreendedor deve ter habilidades específicas que lhe permitam adquirir informações. Há que se destacar a dinâmica da sociedade atual que exige dos empresários produtos e serviços com mais qualidade, preços menores e garantias maiores, além disso, a economia focalizada submete os empresários à concorrência internacional. 44 Universidade do Sul de Santa Catarina Portanto, o empreendedor só manterá a sua empresa se estiver atento às exigências e suficientemente informado para adotar as modificações necessárias para enfrentar a nova realidade. Traduzir informações em novos mercados, técnicas ou bens Em um ambiente instável e competitivo, a posse de informações sobre mercados, processos gerenciais e avanços tecnológicos pode permitir à empresa uma posição relativa mais sólida para enfrentar a concorrência. Descobrir oportunidades “Quem se interessaria em ouvir os atores?”. [H. M. Warner, da Warner Brothers, no auge do cinema mudo em 1927] Empreendedores são pró-ativos e curiosos por natureza, olham o mundo ao seu redor de olhos bem abertos, analisando a possibilidade de tornar melhor o que já existe, por meio de inovação ou criando algo que não existe em benefício da sociedade e deles próprios. Com isso, descobrem ou desenvolvem a inovação, transformando simples ideias em reais oportunidades de negócio. Avaliar oportunidades A priori, as iniciativas inovadoras são escassas porque o desenvolvimento da criatividade e da avaliação crítica não está amplamente incorporado no sistema educativo. Contudo, para ter sucesso, o empreendedor tem que pensar criativamente e fazer uma valoração das oportunidades que surgem. 45 Empreendedorismo Unidade 2 A avaliação crítica é essencial para distinguir uma simples ideia de uma real oportunidade, uma vez que o empreendedor objetiva lucro e não tem tempo a perder. Ao avaliar uma inovação ou uma nova empreitada, o empreendedor está naturalmente calculando os investimentos necessários para o desenvolvimento do empreendimento, o lucro que terá e o prazo para obtê-lo; equação essa que, para o empreendedor, acontece de forma deliberada, rápida e naturalmente em prol de suas decisões. Levantar recursos financeiros para a empresa A princípio, duas são as formas de se levantar o dinheiro necessário para a implantação ou desenvolvimento de um empreendimento: I) Recursos próprios do empreendedor. II) Empréstimos e financiamentos. Considerando que essa é uma das atividades do empreendedor, dois aspectos certamente terão que ser desenvolvidos para que essa função seja exercida de forma adequada: a comunicação persuasiva e a negociação. A comunicação persuasiva envolve a comunicação oral, escrita e as outras formas de comunicação. Os empreendedores desenvolvem essa habilidade porque, em geral, precisam persuadir muitas pessoas até colocarem em prática os seus empreendimentos. Um exemplo disso é o plano de negócio que o empreendedor terá que elaborar para demonstrar de forma clara e confiável a viabilidade do negócio, caso queira levantar os recursos no mercado financeiro ou mesmo com algum sócio. A negociação, por sua vez, exige flexibilidade para ajustar-se às pessoas envolvidas no processo e às circunstâncias encontradas. 46 Universidade do Sul de Santa Catarina Desenvolver cronogramas e metas Ao início do empreendimento, o empreendedor precisa estabelecer, cronologicamente, de modo concreto e realista, as metas do empreendimento para osanos seguintes, no início do empreendimento, demonstrando a forma como pretende alcançar as metas que ele próprio estabeleceu. Definir responsabilidades da administração Normalmente, nos primeiros anos da empresa, a responsabilidade sobre tudo o que ocorre nela recai sobre o empreendedor; com o crescimento da empresa, porém, as tarefas precisam ser delegadas. Isso exige do empreendedor escolher, no mercado, colaboradores que possam acompanhá-lo, formando uma equipe coesa. As atribuições de cada colaborador da empresa devem ser definidas demonstrando quando e como devem ser efetuadas. Filion e Dolabela (2000) chama a atenção para a questão do cercar-se das pessoas certas, o que acredita ser fundamental para o crescimento da empresa, considerando que o empreendedor deve ser capaz de atrair pessoas competentes, às quais possa pedir conselhos de forma a complementar a gama de conhecimentos necessários para gerir o empreendimento. Além disso, deve formar um time de colaboradores (funcionários) composto de pessoas competentes e com experiências complementares, mobilizando instrumentos que possibilitem o acompanhamento do desenvolvimento do trabalho da equipe. Desenvolver sistema motivacional na empresa Macclelland (1971) encontrou na história a razão para a existência das grandes civilizações. Segundo ele, os heróis nacionais seriam tomados como modelos pelas gerações seguintes, que imitariam os seus comportamentos e, a partir daí, superaram obstáculos e a aumentaram os limites do possível. 47 Empreendedorismo Unidade 2 Concluiu que um povo estimulado por tais influências desenvolve uma grande necessidade de realização pessoal. Lezana e Tonelli (1998) ensinam que [...] a personalidade do empreendedor tem um impacto decisivo na empresa. Nas primeiras etapas de desenvolvimento, a debilidade e o vigor da empresa são também os do empreendedor. A personalidade do empreendedor configurará a imagem da empresa, os valores e o comportamento social da firma. Os valores orientam e acompanham de tal forma o comportamento das pessoas, sua forma de agir, pensar e sentir, que lhes é atribuída a função de “vincular pessoas” e também são inerentes aos aspectos motivacionais, atuando em conjunto com os interesses e desejos dos indivíduos Katz e Kahn (1987). Gerar liderança para o grupo de trabalho Para Fillion (1999), a liderança é um processo contínuo, realimentado, mutável e depende da evolução do próprio empreendedor e de sua empresa. O ato de empreender a liderança decorre, principalmente, da visão e da capacidade de sua realização, apoiada pelo conhecimento do setor, das relações estabelecidas e alimentada pela energia empregada nesses processos, conferindo ao empreendedor maior capacidade de estabelecer e de tornar concreta sua visão. Definir incertezas ou riscos As oportunidades e ameaças são fatores favoráveis ou desfavoráveis, que podem ocorrer e afetar o planejamento do negócio. Decorrem, principalmente, das características levantadas a respeito do setor. 48 Universidade do Sul de Santa Catarina O empreendedor deve ser sempre capaz de identificar novas oportunidades de mercado em um cenário extremamente competitivo, no qual as informações envelhecem rapidamente e os hábitos de consumo sofrem mutações constantes; uma organização não pode se dar o luxo de depender exclusivamente de seus produtos e mercados atuais. Esse é um grande risco! Uma oportunidade pode transformar-se em risco e vice-versa, e ficarão à mercê de golpes de sorte; é tudo o que o empreendedor não deve fazer. Portanto, o empreendedor deve estar atento a aspectos como: sazonalidade, demandas eventuais ou concentradas num determinado período de tempo; efeitos da situação econômica; controle governamental; grau de disponibilidade de insumos; ciclo de vida do setor (expansão, estagnação, retração); lucratividade do negócio, potencial de lucro e crescimento; tendências e mudanças no setor; evolução tecnológica e imunidade à concorrência, são alguns exemplos. Vender A venda é uma atividade que muitos empreendedores têm dificuldade em dominar, no entanto, ela é vital e deve ser realizada, pelo menos no início e na maioria dos casos, pelo próprio empreendedor, quando do lançamento do produto e/ou serviço no mercado (LALANDE, 1995, apud FILION; DOLABELA, 2000). O empreendedor não vende apenas seus produtos e / ou serviços, mas vende a missão de sua empresa e suas habilidades todos os dias para os investidores, para os clientes, para os funcionários, para o gerente do banco, para os fornecedores etc. 49 Empreendedorismo Unidade 2 Seção 6 – Fatores que inibem o potencial empreendedor Desde cedo, quando ainda somos bebês, inicia-se um processo de formação que se estende por toda a vida. Toda criança é criativa e seu potencial inato vai depois sendo bloqueado no processo de socialização. Inicia-se com os pais ainda em casa, que fazem o possível para criar um ambiente favorável que possibilite a “melhor” formação. Posteriormente, o período da escola, até chegar à faculdade e assim por diante. Ocorre que, durante todo esse período, somos inseridos em contextos sociais e econômicos diferentes, com culturas diferentes e com diversos agentes externos que inevitavelmente deixam suas marcas positivas e também negativas, que irão refletir por toda a vida de cada indivíduo. Quer um exemplo? Você tem ideia de quantos “nãos” você escutou na sua infância? Você se surpreenderia com a quantidade, certamente é muita, e muito maior do que os “sins”. “Meu filho não faça isso”; “meu filho não faça aquilo”; “meu filho não suba lá...”, todos esses “nãos” estão inseridos no seu subconsciente. Não é para menos que temos o hábito de expressar-nos frequentemente com frases no negativo, quando o correto seria no positivo. Além disso, há outros fatores que influenciam a criatividade, por exemplo: � Imagem social. A maioria das pessoas que têm sucesso em suas carreiras profissionais nunca pensou seriamente em iniciar um negócio próprio. Não é por não gostarem de ser empreendedores, mas por não estarem dispostas a dar um passo, na sua opinião, para trás. Entretanto, esse passo é imprescindível, muitas vezes, ao sucesso, e significa abandonar o conforto de sua carreira bem- sucedida, para “sujar as mãos” com atividades necessárias para iniciar um empreendimento próprio. Para ter 50 Universidade do Sul de Santa Catarina sucesso, o empreendedor precisa estar disposto, no início, a desenvolver ele mesmo todas as atividades de sua empresa. Isso implica fazer os serviços considerados mais ou menos nobres. � Disposição para assumir riscos. Não pode ser empreendedor quem depende de uma vida regrada, horários certos, salário garantido etc. O empreendedor não tem um salário fixo, especialmente no início da atividade empresarial, os números costumam ficar no vermelho e o empreendedor, além de não ganhar nada, precisa colocar suas economias no negócio para mantê-lo funcionando. � Capital social. São os valores ou ideias que subliminarmente nos foram incutidos por nossos pais, professores, amigos, influenciando na nossa formação intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas. Seção 7 – Empreendedor corporativo: o intraempreendedor Indivíduos que acreditam em seus próprios talentos, com frequência, desejam criar algo seu. Querem assumir responsabilidades e têm uma grande necessidade de se expressarem individualmente; consequentemente, exigem mais liberdade na empresa em que atuam. Quando essa liberdade não é acessível, a frustração pode fazer com que o indivíduo se torne menos produtivo ou, até mesmo, deixe a organização, para atingir a autorrealização em outro lugar. O intraempreendedorismo é um meio de estimular aqueles indivíduos que acham que algo pode ser feito de modo diferente e melhor e, com isso, manter os indivíduos na organização. Ele é formado por quatro elementos-chave: novo empreendimento, espírito de inovação,autorrenovação e pró-atividade. 51 Empreendedorismo Unidade 2 Novo empreendimento Refere-se à criação de um novo negócio dentro de uma organização já existente. Essa atividade empreendedora consiste na criação de algo novo de valor, redefinindo os atuais produtos ou serviços da empresa, desenvolvendo novos mercados ou gerando unidades ou até mesmo outras empresas. Espírito de inovação Refere-se à inovação de produtos ou serviços com ênfase no desenvolvimento e na inovação tecnológica. Inclui desenvolvimento de novos produtos, aperfeiçoamento de produtos e novos métodos e procedimentos de produção. Autorrenovação Reflete a transformação de organizações por meio da renovação das principais ideias sobre as quais foram construídas. Tem conotações de mudança estratégica e organizacional, incluindo uma redefinição do conceito de empresa, reorganização e introdução de mudanças por todo o sistema, para aumentar a inovação. Pró-atividade Inclui iniciativa e aceitação de riscos, bem como agressividade e ousadia competitivas que se expressam especialmente nas orientações e atividades da alta administração. Uma organização pró-ativa está inclinada a assumir riscos na condução de experimentos; também toma iniciativa e é arrojada e agressiva na busca de oportunidades. As organizações com um espírito pró- ativo tentam liderar e não seguir os concorrentes nas principais áreas de negócio, como o lançamento de novos produtos ou serviços, as tecnologias de operação e as técnicas administrativas. 52 Universidade do Sul de Santa Catarina A cultura empresarial tradicional difere significativamente da cultura intraempreendedora. As diretrizes de uma cultura tradicional são: � aderir às instruções recebidas; � não cometer erros; � não fracassar; � não tomar iniciativas e esperar por instruções; � ficar no seu lugar; � proteger a retaguarda. Esse ambiente restritivo, evidentemente, não favorece a criatividade, a flexibilidade, a independência ou a aceitação de riscos, que são os princípios-chave dos intraempreendedores. As metas de uma cultura intraempreendedora são bem diferentes: � desenvolver perspectivas; � ter objetivos e planos de ação; � ser recompensado pelas ações empreendidas; � sugerir; � tentar e experimentar; � criar e desenvolver em qualquer área e assumir responsabilidade. Há também diferenças nos valores e normas compartilhados das duas culturas. 53 Empreendedorismo Unidade 2 A empresa tradicional é de natureza hierárquica, com procedimentos, sistemas de relatórios, linhas de autoridade e de responsabilidade, instruções e mecanismos de controle estabelecidos. Esses sustentam a cultura corporativa atual e não estimulam a criação de novos empreendimentos. A cultura de uma empresa intraempreendedora está em franco contraste com esse modelo. Em vez de uma estrutura hierárquica, uma atmosfera intraempreendedora possui uma estrutura organizacional plana, com várias redes, equipes, patrocinadores e mentores. Relações profissionais próprias ajudam a estabelecer uma atmosfera de confiança e discussão, que facilita a realização de visões e objetivos. As tarefas são vistas como eventos prazerosos, e não como deveres, com os participantes de bom grado dedicando número de horas necessárias à conclusão do trabalho. Ao invés de construir barreiras para proteger lugares, as pessoas fazem sugestões dentro de sua área e entre áreas e divisões funcionais, resultando em uma fertilização cruzada de ideias. Como seria de se esperar, essas duas culturas produzem tipos diferentes de indivíduos e estilos administrativos. Uma comparação entre gerentes tradicionais empreendedores e intraempreendedores revela várias diferenças, por exemplo, enquanto gerentes tradicionais são motivados, principalmente, pela promoção e compensações corporativas típicas; os empreendedores e intraempreendedores lutam pela independência e pela possibilidade de criar. Os intraempreendedores também esperam, naturalmente, que seu desempenho seja adequadamente recompensado. Podem-se ressaltar algumas características importantes para a empresa que quer estabelecer um espírito intraempreendedor. 54 Universidade do Sul de Santa Catarina A primeira delas é proporcionar um ambiente que permita erros e fracassos no desenvolvimento de produtos inovadores. A segunda, a pessoa que vai estabelecer um novo empreendimento nessas condições também deve ser um líder visionário — que tem grandes sonhos e supera todos os obstáculos para sua concretização, vendendo seu sonho para outros. Embora haja muitas definições de liderança, a que melhor descreve a necessidade para o intraempreendedorismo é: “[...] liderança é o processo pelo qual um indivíduo influencia outros a realizar os objetivos desejados.” (MONTANA; CHARNOV, 2000). A terceira característica exigida é que o intraempreendedor seja flexível e crie oportunidades administrativas, pois ele não é estático, ao contrário, deve-se mostrar aberto e até mesmo incentivar mudanças. Ao desafiar as crenças e pressupostos da corporação, ele tem a oportunidade de criar algo novo na estrutura organizacional. O intraempreendedor deve possuir uma quarta característica: habilidade de incentivar o trabalho em equipe e usar uma abordagem multidisciplinar. Toda formação de uma nova empresa requer uma ampla gama de habilidades para negócios, como engenharia, produção, marketing e finanças. Ao formar um novo empreendimento, o recrutamento dessas habilidades geralmente exige que se atravesse a estrutura departamental e os sistemas de informações existentes. Para minimizar o efeito negativo de qualquer ruptura causada, o intraempreendedor deve ser bom diplomata. Por último, mas não menos importante, está a persistência. No decorrer do estabelecimento de qualquer novo empreendimento, a frustração e os obstáculos vão ocorrer. Somente por meio persistência do intraempreendedor um novo empreendimento será criado e terá sucesso na comercialização. 55 Empreendedorismo Unidade 2 Síntese Nesta unidade, verificou-se que ocorreram mudanças nas últimas décadas em relação ao modelo de constituição das empresas frente ao mercado. A participação do Estado e o fato de existirem grandes empresas deu lugar às micro e pequenas empresas, o que acarretou, por um lado, o enxugamento dos postos de trabalho e, por outro, o surgimento de novas empresas que pudessem suprir as necessidades daquelas que se mantiveram no mercado. Vimos também que a definição de empreendedor ainda não está totalmente clara, porém, já é possível delinear alguns fatores que nos permitem entender como esse ator se comporta em sua atividade e na condução do empreendimento. A importância do empreendedor para o desenvolvimento econômico e social é perceptível quando se comparam os números de postos de trabalho das grandes empresas e das micro e pequenas empresas, sendo essas últimas as grandes responsáveis pela abertura de postos de trabalho e geração de renda no país. Para quem pretende constituir o seu próprio negócio, um alerta: como em toda atividade há pontos positivos e negativos e talvez o ponto positivo mais significativo dessa atividade seja o desejo de realização pessoal, em contrapartida, há necessidade de muito trabalho e a incerteza de um salário no final do mês. Foram listadas também algumas das principais características do empreendedor e a sua ligação com as atividades desempenhadas por esse ator dentro da organização. Finalmente, espero ter deixado claro que independente da sua intenção de implantar o próprio empreendimento, hoje, as empresas estão contratando pessoas com perfil mais dinâmico, participativo e com visão do todo. Por isso, é importante que você esteja sempre atualizado e desenvolva uma postura pró-ativa dentro da organização onde trabalha. 56 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de autoavaliação 1) Entre os conceitos de empreendedorismo relacionados nesta unidade,
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