Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Úlceras de Perna Secundárias à Insuficiência Venosa As úlceras de perna secundárias à insuficiência venosa são um problema comum que ocorre devido ao comprometimento do retorno venoso. Elas podem ser dolorosas e debilitantes, impactando a qualidade de vida dos pacientes. . Fundamentos do Diagnóstico • Histórico do Paciente: A maioria dos pacientes com úlceras venosas tem um histórico de varicosidades, tromboflebite ou síndrome pós-flebítica. • Localização das Úlceras: As úlceras costumam aparecer na parte medial das pernas, acima do maléolo, mas também podem ser encontradas em outras áreas das pernas. • Sintomas Associados: Além das úlceras, os pacientes podem apresentar edema, varicosidades, hiperpigmentação, áreas avermelhadas e descamativas (dermatite de estase), e cicatrizes de úlceras antigas. • Testes Necessários: A avaliação de competência venosa é essencial para determinar a causa da úlcera. Isso pode incluir a medição do índice tornozelo- braquial (ITB), com um valor inferior a 0,7 indicando a necessidade de avaliação cirúrgica. Considerações Gerais • Causas Comuns: A insuficiência venosa é responsável por 75 a 90% das ulcerações de perna, sendo frequentemente associada a varicosidades ou imobilidade do músculo da panturrilha. • Prevalência: A perna esquerda geralmente é mais afetada do que a direita. • Sintomas Iniciais: A dermatite de estase, caracterizada por placas vermelhas pruriginosas, frequentemente precede a ulceração. Achados Clínicos • Sinais e Sintomas: O edema crônico é seguido por dermatite pruriginosa, hiperpigmentação, ruptura da pele e esclerose da pele da perna. • Aspecto da Úlcera: As úlceras podem ter uma crosta de fibrina amarelada ou uma base limpa. As úlceras nos pés, artelhos ou acima dos joelhos geralmente indicam outro diagnóstico. • Avaliação Vascular: A avaliação completa do sistema vascular é fundamental para descartar outras causas, especialmente se o paciente for diabético. Diagnóstico Diferencial • Outras Condições: O diagnóstico diferencial inclui vasculite, pioderma gangrenoso, ulcerações arteriais, infecção, trauma, câncer de pele, picadas de aracnídeos e anemia falciforme. • Biópsia e Testes Complementares: Quando o diagnóstico é duvidoso, uma biópsia com punch da borda da lesão pode ser útil. Testes com Doppler e reografia óptica também podem ser utilizados. Prevenção • Meias de Compressão: A compressão é uma medida importante para prevenir a formação de úlceras. Recomenda-se pressão de 30 mmHg abaixo do joelho e 40 mmHg no tornozelo. • Contraindicações: Meias de compressão não devem ser usadas em pacientes com insuficiência arterial e um ITB inferior a 0,7. • Dispositivos Pneumáticos: Podem ser úteis quando o edema é refratário a outros métodos de compressão. Tratamento Medidas Locais • Limpeza e Desbridamento: A limpeza da base da úlcera é crucial, usando soro fisiológico ou antissépticos. Remoção de crostas pode exigir anestesia local. • Medicação Tópica: O uso de gel de metronidazol ajuda a reduzir o crescimento bacteriano e o odor. Corticosteroides tópicos de potência média a alta podem ser usados para tratar a dermatite de estase. • Curativos e Compressão: A úlcera deve ser coberta com curativos hidroativos ou espuma de poliuretano, seguido pela bota de Unna. Estes curativos devem ser trocados semanalmente. • Tempo de Cicatrização: As úlceras geralmente começam a cicatrizar em algumas semanas, com cura completa em 4 a 6 meses. Terapia Sistêmica • Medicação: A pentoxifilina, 400 mg, três vezes ao dia, administrada com curativos compressivos, é benéfica para acelerar a cura das úlceras. A suplementação com zinco pode ser útil em pacientes com níveis séricos baixos deste elemento. • Antibióticos: Quando há sinais de celulite ao redor da úlcera, antibióticos sistêmicos, como dicloxacilina ou levofloxacino, são recomendados por 1 a 2 semanas. • Outras Considerações: A administração rotineira de antibióticos é desencorajada, a menos que haja sinais clínicos de infecção. Procedimentos Adicionais • Enxertos de Pele: Enxertos de espessura plena ou parcial podem ser considerados para úlceras refratárias, embora os enxertos por pinçamentos sejam geralmente mais eficazes. • Cura de Feridas Refratárias: Os enxertos de células epidérmicas cultivadas podem ser usados para acelerar a cicatrização, mas são caros e geralmente são indicados para úlceras que não respondem a terapia conservadora após um ano ou mais. Prognóstico • Cicatrização: A maioria das úlceras por insuficiência venosa cicatriza com terapia apropriada dentro de meses (média de 18 meses). • Falhas na Cura: A falha das ulcerações geralmente está associada ao não uso consistente de métodos de tratamento básicos, como meias de compressão e controle do edema. • Recorrência: O uso contínuo de meias de compressão após a cura da úlcera é essencial para evitar a recorrência, com taxas de recorrência 2 a 20 vezes maiores quando os pacientes não aderem ao uso das meias. • Prognóstico Ruim: Um ITB inferior a 0,5 está associado a um mau prognóstico para a cura. REFERÊNCIA:CURRENT MEDICINA - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Fundamentos do Diagnóstico Considerações Gerais Achados Clínicos Diagnóstico Diferencial Prevenção Tratamento Medidas Locais Terapia Sistêmica Procedimentos Adicionais Prognóstico
Compartilhar