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_(Microsoft Word - artigo3628

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1 
A Aplicação Da Logística Reversa Com Foco Na Gestão Ambiental: 
Um Estudo De Caso 
Greice de Bem Noro (UNIFRA) greice@unifra.br 
Renata Coradini Biachi (UNIFRA) renata@unifra.br 
Vinícius Radetzke da Silva (UNIFRA) radetzke@bol.com.br 
RESUMO: A atual realidade brasileira revela que as empresas estão adotando estratégias que visam 
conciliar sua produção com o cumprimento de questões ambientais. Neste contexto, as empresas 
perceberam que a ferramenta para a solução destes problemas seria a Logística Reversa (LR) que 
trata da preocupação da empresa em criar um fluxo contrário a seu fluxo normal de produção. Desta 
forma, o presente estudo teve como objetivo Identificar os benefícios obtidos por uma empresa da 
Indústria de Bebidas da cidade de Santa Maria/RS, com a prática da logística reversa interna de pós-
consumo. Para tanto, a forma de coleta de dados baseou-se em uma pesquisa qualitativa, juntamente 
com a realização de uma entrevista, in loco, com os responsáveis pelas áreas de logística e química 
ambiental da indústria em estudo. Logística Reversa é importante à organização, pois se mostra 
viável e sustentável, uma vez que cumpre com sua finalidade e ainda possibilite uma gestão eficaz dos 
resíduos, reduzindo custos e auxiliando a cadeia de produção da indústria. PALAVRAS-CHAVE: 
Logística reversa, gestão ambiental, reciclagem. 
1 Introdução 
Até pouco tempo, as empresas tinham como preocupação realizar o processo de 
logística em um fluxo direto de distribuição caracterizado apenas pelo transporte da carga da 
sua origem até ao cliente-consumidor finalizando o processo. 
Neste ínterim, as empresas perceberam que teriam de resolver o problema de o que 
fazer com as sobras do consumo de seus produtos e de que forma esta saída poderia trazer 
como retorno benefícios à organização. Foi aí então que houve a descoberta da ferramenta 
logística reversa (LR), que segundo Muller (2005) trata-se apenas de uma versão contrária da 
Logística a exemplo do que é conhecido. O fato é que o caminho inverso utiliza os mesmos 
processos que um planejamento convencional. Ambos tratam de nível de serviço, 
armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de informação. No 
entanto a Logística Reversa deve ser vista como um novo recurso que busque ganhos 
financeiros para a empresa. 
Aliado a implantação e execução da logística reversa está a gestão ambiental que 
Barbieri (2006) cita ser como as atividades administrativas e operacionais, tais como 
planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outros processos realizados com o 
objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente. 
 O tema do trabalho é relacionado à logística reversa no canal reverso de pós-consumo 
para as embalagens descartáveis. De acordo com Leite (2004) o canal de pós-consumo é o 
canal caracterizado pelos bens que possuem materiais que possam sofrer a reutilização e ter 
destinos finais diferentes. Assim a presente pesquisa conta com o seguinte objetivo geral: 
Identificar os benefícios obtidos por uma empresa da Indústria de Bebidas da cidade de Santa 
Maria/RS, com a prática da logística reversa interna de pós-consumo. 
 
 
 
 
2 
Este trabalho contribui para que o conhecimento deste estudo chegue as empresas ao 
modo de que seja apresentado um tema atual para maioria dos profissionais, acadêmicos e 
sociedade num todo. Desta forma, como a empresa realiza de forma contrária o processo 
logístico. Para isso entende-se por logística conforme Fleury et al. (2000) apud Braga Junior 
et al. (2006) O processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a 
armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o 
ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos dos 
consumidores. 
2 A Logística Reversa 
 Nos conflitos históricos realizados pelo homem, a luta foi ganha ou perdida através do 
poder ou da capacidade logística de um dos adversários, onde quem possuía uma melhor 
distribuição dos materiais bélicos e soldados levou a melhor. Mas atualmente a constante 
atualização e o aperfeiçoamento fazem da logística, uma das principais ferramentas 
interligando a relação entre clientes, distribuidores e empresas (CRISTHOPHER, 2002). 
Segundo Christopher (1997) apud Junior, Costa, Merlo (2006) a logística empresarial 
apresenta como preocupação a realizar: o suporte à produção, através da disponibilização de 
matérias-primas no lugar e momento necessários; à distribuição dos produtos acabados aos 
pontos de venda, que geralmente estão mais próximos aos clientes; e à integração de todas 
estas atividades, com vistas à redução de custos e melhoria da eficiência, através de uma 
aproximação com os fornecedores e clientes. 
Para Ballou (2007) a logística empresarial pode ser descrita como: Uma ferramenta 
que colabora na Administração, a fim de prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de 
distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento organização e controle 
efetivo para as atividades de movimentação, armazenagem, objetivando promover o fluxo de 
produtos. 
Devido à utilização por diversos setores da economia da economia, a logística é 
considerada um termo vital de sobrevivência a qualquer organização. Hoje, as empresas 
necessitam realizar o planejamento eficaz nas atividades de transporte, redução no tempo de 
entrega, encurtamento de rotas e custos de operação. Ou seja, os gerenciamentos das etapas 
deste processo imediato refletem na eficiência e capacidade estruturais em que a empresa 
consiga atender seus clientes com bens e serviços que possam suprir as necessidades, 
expectativas e desejos dos mesmos (BALLOU, 2007). 
Segundo Bowersox, Closs (2001) o objetivo da logística é tornar disponíveis 
produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em que são desejados, e este 
processo envolvem a integração de informações, transporte, estoque, armazenamento, 
manuseio e materiais e embalagens. 
 A logística reversa é o estudo dos canais de distribuição reversos, é uma nova área da 
logística empresarial, ainda mais recente, concentra-se principalmente no exame dos fluxos 
reversos, ou seja, naqueles que fluem no sentido inverso ao da cadeia direta, a partir dos 
produtos descartados como pós-consumo ou de produtos de pós-venda, visando agregar-lhes 
valor de diversas naturezas, por meio da reintegração deles de seus componentes ou materiais 
constituintes ao ciclo produtivo e de negócios. Embora com a dificuldade natural da prática 
empresarial, pode-se identificar os objetivos estratégicos econômicos, ecológicos e legais 
como os principais motivadores da implementação da logística reversa de pós-consumo nas 
empresas ou em setores empresariais (LEITE, 2003). 
 
 
 
 
3 
Sinnecker (2007) explica que a logística reversa pode ser classificada como sendo 
apenas uma versão contrária da Logística como é conhecida. O fato é que um planejamento 
reverso utiliza os mesmos processos que um planejamento convencional. Ambos tratam de 
nível de serviço, armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de 
informação. 
Em Stock (1998) apud Leite (2003) define que: “logística reversa: em uma 
perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de 
produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, 
disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura”. 
Para Leite (2003, p.16-17) logística reversa: 
 É a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as 
informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-
consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de 
distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, 
ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. 
A definição de logística apresentada por Dornier etal. (2000) apud Leite (2003) 
abrange áreas de atuação novas, incluindo o gerenciamento dos fluxos reversos para eles, a 
logística é a gestão de fluxos entre funções de negócio. Há alguns anos, as organizações 
incluíam a simples entrada de matérias-primas ou o fluxo de saída de produtos acabados em 
sua definição de logística. Hoje, no entanto, essa definição expandiu-se e incluí todas as 
formas de movimentos de produtos e informações. 
Mueller (2005) explica que as principais razões que levam as empresas a atuarem na 
Logística Reversa são as seguintes: Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem 
seus produtos e Cuidar do tratamento necessário; Benefícios econômicos do uso de produtos 
que retornam ao processo de Produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo; 
Crescente conscientização ambiental dos consumidores; Razões competitivas – Diferenciação 
por serviço; Limpeza do canal de distribuição; Proteção de Margem de Lucro; Recaptura de 
valor e recuperação de ativos. 
Portanto, além dos fluxos diretos tradicionalmente considerados, a logística moderna 
engloba, entre outros, os fluxos de retorno de peças a serem reparadas, de embalagens e seus 
acessórios, de produtos vendidos devolvidos e de produtos usados/consumidos a serem 
reciclados. Um resumo dessas idéias é apresentado na figura 1 adaptado da proposta de 
Dornier et al.(2000) apud Leite ( 2003). 
Fluxos diretos
Fluxos reversos
Logística
�Com fornecedores (fornecimento de 
materiais e de componentes)
�Com clientes (produtos, peças de reposição, 
materiais promocionais e de propaganda)
�Com fornecedores (embalagem, reparo)
�Com fabricantes (eliminação, reciclagem)
�Com clientes (excesso de estoque, reparos)
 
Figura 1- Diferentes tipos de fluxos logísticos 
Fonte: DORNIER et al. (2000, p.40-42) apud LEITE, Logística Reversa Meio Ambiente e 
competitividade (2003, p.16) 
 
 
 
 
4 
Desta forma Leite (2003, p.17) explica que “a logística reversa por meio de sistemas 
operacionais diferentes em cada categoria de fluxos reversos, objetiva tornar possível o 
retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios”. 
Agrega valor econômico, ecológico, legal e de localização ao planejar as redes reversas e as 
respectivas informações e ao operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo 
ou de pós-venda, por meio dos processamentos logísticos de consolidação, separação e 
seleção, até a reintegração ao ciclo. 
Segundo Novaes (2004) a logística reversa tem dois objetivos distintos: (1) 
recapturar valor; e (2) oferecer disposição final. Estas atividades visam três finalidades: 
reciclagem, reprocessamento ou descarte. Entende-se como reciclagem a transformação de 
componentes/materiais usados para serem reincorporados na fabricação de novos produtos. 
Este é o exemplo do aço: a sucata de produtos descartados é misturada ao mínimo de ferro em 
indústrias siderúrgicas. 
As empresas que se utilizam o processo de gestão ambiental, indiretamente estarão 
colaborando com o processo da logística reversa. Os benefícios estratégicos alcançados com a 
adoção da gestão ambiental nas empresas são explicados por North (1997) apud Barbieri 
(2006) são os seguintes: Melhoria da imagem institucional; Renovação do portifólio de 
produtos; Produtividade aumentada; Maior comprometimento dos funcionários e melhores 
relações de trabalho; Criatividade e abertura para novos desafios; Melhores relações com 
autoridades públicas, comunidades e grupos ambientalistas ativistas; Acesso assegurado aos 
mercados externos; e Maior facilidade para cumprir os padrões ambientais. 
Conforme Lacerda (2004) os processo de logística reversa tem trazido retornos 
consideráveis para as empresas. A reutilização dos materiais e a economia com embalagens 
retornáveis apresentam ganhos que acabam por influenciar a criação de novas idéias e 
esforços para o desenvolvimento nos processos e melhorias do fluxo logístico. 
De acordo com Valle (1995) os resíduos são a tradução mais correta de riscos 
ambientais, de acordo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), um resíduo 
caracteriza-se por ser algo que a organização ou consumidor não deseja mais, em um 
determinado tempo/etapa e que não vem a acrescentar valor de mercado. 
 De acordo com Oliveira (2008) o desenvolvimento de alternativas de reutilização, 
remoção bem como manuseio, tratamento e destinação final para com os resíduos industriais, 
líquidos, sólidos, e pastosos ocasionados pelo plano de gerenciamento de resíduos (Logística 
Integrada) garantem a redução do impacto causado pela indústria ao meio ambiente, e 
proporcionam ainda: Redução nos custos totais do processo; Racionalização das atividades; 
Permanente interação entre a empresa e o cliente na busca continua de melhorias no processo; 
Apresentação de soluções que visem à redução na geração de resíduos; Inovação de 
tecnologias no controle, acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final dos 
resíduos gerados; Redução dos riscos de sanções por parte dos órgãos fiscalizadores. 
De acordo com Adede y Castro(2004) a regularização aos atos realizados pela ação do 
homem e das empresas contra o meio ambiente é realizada pela Lei Nº 9.605 de 12.02.1998 
que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e outras práticas 
lesivas ao meio ambiente. A Constituição Federal em seu artigo Nº 225 ressalta que todos 
possuem o direito de ter o meio ambiente ecologicamente equilibrado, e que seja de uso 
comum e apresente qualidade de vida ao povo, cabendo a sociedade e ao poder público 
defendê-la e preservá-la para futuras gerações. Adede y Castro (2004) comenta ainda que esta 
lei foi criada para zelar e regulamentar as práticas exercidas pela sociedade e também pelas 
 
 
 
 
5 
organizações perante o meio ambiente. O autor ainda menciona que conforme o artigo Nº 225 
§ 3º, da Lei Nº 9.605/98 as condutas e atividades consideradas prejudiciais ao meio ambiente, 
sujeitarão aos infratores, pessoas físicas e jurídicas, a sanções penais administrativas, com isto 
a obrigação referente a um dano causado ao meio ambiente não pode ser responsabilizada a 
pessoa jurídica e sim a quem responde por ela. 
Segundo Ribeiro (1999) a forma com que a empresa desenvolve ações e trata o meio 
ambiente podem alterar o valor de seu patrimônio de forma positiva ou negativa, logo, os 
efeitos destas ações afetam seu resultado financeiro. O desenvolvimento de programas de 
redução de desperdício, reutilização e reciclagem de materiais, conscientização dos 
colaboradores são estratégias que podem promover significativas reduções nos custos de 
fabricação. Por outro lado, acidentes ambientais ocasionados por má gestão de resíduos 
sólidos, efluentes líquidos ou falhas operacionais, podem ocasionar em grandes custos para 
empresa. 
2.2 Gestão Ambiental 
Atualmente uma quantidade crescente de atenção, por parte das organizações, tem se 
voltado para problemas que vão além das considerações meramente econômicas, mas que 
atingem um patamar mais amplo, onde se insere preocupações de caráter político-social, que 
abrangem a proteção do consumidor, controle das taxas de poluição, segurança e qualidade 
dos produtos. Na mesma mão, são intensificados os movimentos sociais reinvidicatórios que 
influenciam em novas leis e regulamentações que possuem a finalidade de serem benéficos 
tanto para as empresa como para a sociedade (BUCHHOLZ 1989 apud DONAIRE, 2007). 
 A solução dos problemas ambientais, ou a sua minimização exigiram uma nova atitude 
dos empresários e administradores, que devem passar a considerar o meio ambiente em suas 
decisões, adotando medidas administrativas e tecnológicas que contribuam para que as 
empresas deixem de serem problemas e sejam parte das soluções (BARBIERI, 2006). Nas 
últimas décadas ocorreram significativas mudanças no ambiente em que as empresas operam: 
as empresas que anteriormente eram vistas apenas como instituições econômicascom 
atribuições financeiras fundamentais, têm presenciado o surgimento de novos papéis que 
devem desempenhar como resultado de alterações ocasionadas pelo ambiente onde estão 
inseridas (DONAIRE, 2007). 
De acordo com Lacerda (2002), a reutilização de produtos e embalagens apresenta 
significativa evolução nos últimos anos, fato este, ocasionado por questões regulamentares 
ambientais, agravados pela guerra com a concorrência e também pela diferenciação dos 
serviços e pela possível redução nos custos da organização. Desta forma percebe-se através da 
referência do autor que os mecanismos de logística reversa apresentam a função vital para o 
desenvolvimento de um processo de gestão ambiental eficaz, com base nas mercadorias já 
utilizadas, começando-se o processo desde o consumidor inicial até o fabricante da 
embalagem. 
Barbieri (2006) define que gestão ambiental são as atividades administrativas e 
operacionais que envolvem planejamento, direção, controle e alocação de recursos com o 
objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente e visam proteger o meio ambiente 
das conseqüências das próprias ações humanas. 
 Segundo Bonelli Jr (2006, p.19) 
A qualidade ambiental é parte inseparável da qualidade total adotada pelas empresas 
que pretendem manterem-se competitivas e assegurar sua posição em um mercado 
cada vez mais globalizado e exigente. A qualidade ambiental consiste no 
 
 
 
 
6 
atendimento aos requisitos de natureza física, química biológica e social, econômica 
e tecnológica que assegurem a estabilidade das relações ambientais no ecossistema 
no qual se inserem as atividades da empresa. 
 Donaire (2007) cita que as preocupações com o meio ambiente estão em constante 
crescimento em decorrência acabaram por atingir o próprio mercado, remodelando-o para 
nova denominação de mercado verde, que torna os consumidores tão temíveis quanto os 
órgãos de meio ambiente 
 Para Leite (2003) a sensibilidade ecológica, tanto na sociedade como das 
organizações empresariais, tem se transformado recentemente pela crescente visibilidade dos 
citados efeitos, seja por serem realmente evidentes ou por informações percebidas nos 
desastres ecológicos. Essa percepção e crescente sensibilidade com relação ao meio ambiente 
tornaram-se obrigatória em declarações de missões empresariais. 
 Andrade, Tachizawa, Carvalho (2006) citam que dados recentes evidenciam que a 
tendência de preservação ambiental e ecológica por parte das organizações deve continuar de 
forma permanente e definitiva, pois existe uma tendência mundial de crescimento 
ambientalista reforçado pela valorização dos clientes e sociedade no geral que passam a 
valorizar cada vez mais a proteção do meio ambiente e, diante disso, as empresas passaram a 
sofrer pressão pelo comportamento do público consumidor que exigirá produtos de 
organizações comprometidas ambientalmente. 
 De acordo com Bonelli Jr (2006), as empresas que almejam serem líderes de 
mercado no segmento de economia em que atuam não devem deixar de utilizar a gestão 
ambiental como parte de sua estratégia. Para isso a as ferramentas para alcançar a qualidade 
ambiental são, em sua essência, idênticas àquelas utilizadas pela empresa para garantir sua 
qualidade de produção: Treinamento, plano de ação, controle de documentação, organização e 
limpeza, inspeções e análises periódicas da situação. 
 North (1992) apud Donaire (2007) aponta os argumentos para que as empresas 
possam se engajar nas causas ambientais, tais como: Ser pioneira nas questões ambientais 
antecipando-se aos seus concorrentes; Demonstrar interesse pelo meio ambiente e demonstrar 
isto a clientes, fornecedores, ao governo e a comunidade, divulgar que a questão ambiental é 
levada á sério e que a empresa realiza isto de forma eficiente; Utilize ferramentas que 
contribuam a prevenção da poluição. O rótulo de uma empresa amiga do meio ambiente e que 
cumpra as normas dos órgãos regulamentadores, propicia vantagens de imagem em relação 
aos concorrentes, consumidores, comunidade e demais órgãos governamentais e; Receba o 
comprometimento dos colaboradores. Possuir empregados interessados, dedicados e 
comprometidos dependem de uma política e imagem institucional positiva. 
 A gestão ambiental juntamente com a responsabilidade social são instrumentos 
gerenciais para capacitação e criação de condições de competitividade para as organizações, 
qualquer que seja seu segmento econômico (TACHIZAWA, 2007). 
 Segundo Donaire (2007) muitas empresas começaram a perceber que as despesas 
realizadas com a proteção ambiental poderiam transformar-se numa vantagem competitiva. 
Os principais motivos que levam as empresas a aceitar a responsabilidade pela proteção ao 
meio ambiente são: Sentido de responsabilidade ecológica, requisitos de lei, salvaguarda da 
empresa, imagem, proteção do pessoal, pressão do mercado, qualidade de vida, e por fim 
lucro. 
De acordo com Lacerda (2004), os clientes valorizam as empresas que desenvolvem 
políticas de retorno de produtos, pois existe a garantia e o direito de devolução ou troca por 
 
 
 
 
7 
produtos. Esta logística caracteriza-se por existir uma estrutura para recebimento do produto, 
classificação e expedição do material retornado, e também como um novo processo no caso 
de uma nova saída desse mesmo produto. 
Diante disso Donaire (2007) concluiu que muitas organizações passaram 
gradualmente a incluir na gestão de seus negócios a dimensão ecológica. Esta mudança é 
explicada pela flexibilização e adaptação das empresas. Segundo Mueller (2005) O perfil do 
novo consumidor é de preocupação com o meio-ambiente, pois ele tem consciência dos danos 
que dejetos podem causar em um futuro próximo. Esta preocupação se reflete nas empresas e 
indústrias, que se mobilizam em prol da criação de processos que visem à redução dos 
resíduos bem como um destino a eles. 
3 Metodologia 
O presente estudo apresenta como fundamentação uma pesquisa do tipo qualitativa 
de acordo com Malhotra et al. (2006) a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e 
entendimento sobre determinado problema, além de realizar uma análise mais detalhada sobre 
as hipóteses levantadas a respeito do estudo. Além disso, o estudo possui caráter exploratório 
e utilizou-se primeiramente de pesquisa bibliográfica em livros, artigo, sites e revistas e 
consiste explicar à temática utilizando o conhecimento disponível em teorias formuladas por 
pesquisadores sobre os pontos tratados (YIN, 2001), o que proporcionou subsídios para o 
melhor entendimento do tema objetivo de estudo. 
O desenvolvimento do trabalho foi realizado em uma indústria de bebidas de grande 
porte da região central do estado do Rio Grande do Sul-RS, classificando-se como um estudo 
de caso que segundo Serra (2006) é a apresentação de um caso real ou fictício para exercício 
de análise, em que o aluno realiza a aplicação da teoria vista em sala de aula com a realidade 
observada e verificada na empresa. 
A coleta dos dados para a composição deste trabalho foi realizada através da 
observação realizada pelo pesquisador no local de estudo in loco na indústria de bebidas Alfa, 
onde se observou os processos utilizados pela indústria, a forma de aplicação da logística 
reversa dos resíduos gerados pela produção e as práticas adotadas para a reciclagem e 
comercialização dos mesmos. Para o melhor entendimento e compreensão do tema em estudo 
foi realizada uma entrevista estruturada com apoio de um formulário composto com perguntas 
abertas, aos responsáveis pela área química/ambiental e de logística da indústria de bebidas 
Alfa. A entrevista foi realizada pessoalmente pelo autor do trabalho in loco. 
Objetivando ao pesquisador melhor organização das conclusões a partir dos dados 
coletados (MATTAR, 1999), como plano de análise dos dados, utilizou-se da análise de 
conteúdo das respostas obtidas após a aplicação das entrevistas. Após o conteúdo foi descrito 
ao longodeste trabalho, bem como, quando possível, organizado em tabelas para melhor 
entendimento e análise. 
4 Análise dos Resultados 
 A Indústria de bebidas Alfa é uma das maiores fábricas do ramo de bebidas do 
estado do Rio Grande do Sul. Anualmente são produzidos 400 milhões de litros de bebidas, o 
que credencia a indústria atender a 189 cidades do estado, uma população total estimada em 
2,7 milhões de pessoas (25,3 % da população do Rio Grande do Sul). Hoje esta fábrica possui 
uma linha de produção que realiza o envase de aproximadamente 32 produtos diferentes, estes 
produtos são classificados em descartáveis (produtos que são envasados em embalagens de 
plástico, papel e latas) e retornáveis (produtos envasados em garrafas de vidro). O portfólio 
 
 
 
 
8 
total de produtos comercializados chega a 190, este número refere-se a produtos fabricados e 
que provém de outras fábricas pertencentes ao mesmo grupo no estado e no Brasil. 
A empresa em estudo desenvolve processos que visam à gestão de resíduos 
produzidos ao longo de seu processo de produção, distribuição e manutenção de suas 
operações que envolvem o recolhimento e o controle destes resíduos. O controle é 
primeiramente realizado por uma divisão que estabelece o destino dos resíduos líquidos que 
sofrem um processo de tratamento no interior da fábrica e por causa disto são os únicos 
resíduos que possuem um reaproveitamento na produção, após é realizado o controle dos 
resíduos sólidos perigosos e não perigoso. 
Os resíduos de classe I, recebem a denominação de resíduos perigosos ou industriais 
devido ao fato dos mesmos apresentarem perigo de contaminação ao meio ambiente e ao ser 
humano, por isso, esses materiais recebem na Indústria de bebidas Alfa um tratamento 
específico, realizado por uma empresa terceirizada que desenvolve processos totalmente 
diferenciados de acordo com as normas da fábrica. Esse material é armazenado 
separadamente em tonéis e contêineres, que tem como destino um depósito preparado 
exclusivamente para o recebimento de materiais perigosos. Esta precaução é adotada 
necessariamente a fim de atender e adequar-se as normas internas de preservação ao meio 
ambiente, qualidade dos produtos e segurança dos alimentos impostas pela fábrica, e que vão 
de acordo com padrões estabelecidos por lei, estes processos são desenvolvidos com 
acompanhamento da gestora química/ambiental que realiza também o controle e o a 
supervisão deste processo. 
Cada tipo de resíduos possui um tratamento, sendo que cada um destes produtos é 
destinado a um aterro específico. Estes materiais são enviados a um aterro, respeitando uma 
cota mensal estabelecida função executada pela empresa terceirizada de gestão de resíduos. 
A indústria utiliza a logística reversa para produtos não conformes, são aqueles 
produtos que retornam a fábrica por apresentarem prazo de vencimento ultrapassado, 
embalagens perfuradas, amassadas, ou quebradas e com rótulos abertos. Estes produtos 
(refrigerantes, cerveja, sucos, água mineral) são abertos e despejados em tanques. 
Diariamente são gerados em média 8000 mil litros destes resíduos líquidos, que são enviados 
a estação de tratamento de efluentes dentro da própria indústria, e as embalagens são 
destinadas a reciclagem da fábrica. Quando há uma grande quantidade destes resíduos 
líquidos a empresa envia em um de seus caminhões os resíduos e entrega a estação de 
tratamento da CORSAN (Companhia Riograndense de Saneamento) para que realize o 
tratamento e que seja dado destino final a estes líquidos. 
Os resíduos da classe II ou não perigosos recebem esta classificação devido ao fato 
de que os elementos que compõem este grupo possuem capacidade de reciclagem ou 
reaproveitamento em outras funções. Pelo fato de ser reciclável o produto também apresenta 
valor comercial, segundo a responsável pela área química e industrial da indústria de bebidas 
Alfa, estes resíduos são armazenados, separadamente em caixas e contêineres por uma 
empresa terceirizada que presta serviços a indústria, realizando a pesagem o transporte e a 
compra destes produtos. 
Conforme dados levantados, pode-se perceber que dentre os resíduos de classe 2 
considerados não perigosos mais produzidos pela indústria de bebidas Alfa até o mês de 
agosto de 2008, estão os resíduos orgânicos (líquidos de bebidas vencidas, de baixa qualidade 
ou com defeito) com 12,1 toneladas, este índice é justificado pela produção da indústria estar 
diretamente ligada a utilização deste materiais para seus os produtos. 
 
 
 
 
9 
 A indústria de bebidas Alfa reaproveita somente seus resíduos líquidos produzidos ao 
longo de seu processo de produção, conforme a informação da gestora ambiental da fábrica, a 
água recebe um processo totalmente diferenciado onde sua reutilização é desenvolvida para o 
processo de limpeza dos equipamentos e máquinas, cujo destino é o tanque de água 
reaproveitável da última etapa do processo de limpeza, e assim constantemente a água passa 
pelo mesmo processo por muitas vezes durante o dia. 
Ainda pode-se perceber que, com base no comparativo entre a produção total de 
resíduos gerados mensalmente contra o total de resíduos reciclados ao mês, estes índices 
revelam que o processo de reciclagem na indústria de bebidas Alfa consegue ser desenvolvido 
na medida em que os resíduos produzidos possam ser reciclados, pois os percentuais revelam 
a soma das quantidades totais de resíduos produzidos, ou seja, não são discriminados na 
realidade os resíduos que podem possuem reaproveitamento. 
4.1 Resultados Obtidos pela Logística Reversa. 
A forma de utilização da logística reversa pela indústria de bebidas Alfa segue alguns 
procedimentos sistematizados. Primeiramente o processo é iniciado com o encaminhamento 
dos resíduos líquidos através de uma tubulação específica para tratamento a na divisão dos 
resíduos, onde parte sofre tratamento na E.T. E (Estação de Tratamento de Resíduos) e a outra 
parte é destinada à empresa terceirizada de gestão de resíduos, responsável pelo recolhimento, 
compactação, armazenamento e controle dos resíduos recicláveis entre eles garrafas PET-
(Politereftalato de Etila) sacos de ráfia, latas de alumínio e garrafas de vidro. Na sequência é 
realizada a pesagem dos resíduos descartados ao longo do processo de produção e os 
materiais legalmente e ambientalmente permitidos que possuem valor comercial e que podem 
ser reaproveitadas em outras atividades comerciais. 
 O valor arrecadado é utilizado exclusivamente para parte do pagamento para a 
empresa que presta os serviços de gestão de resíduos. A indústria de bebidas Alfa dispõe de 
outra forma para desenvolver seu programa de reciclagem, que consiste em o consumidor 
trazer até a fábrica uma quantidade determinada de garrafas recicláveis ou latas de alumínio 
para trocar por uma quantidade X de produtos produzidos pela fábrica. Este programa tem 
como objetivo recolher as embalagens de produtos comercializados pela fábrica em 
consonância desenvolver a consciência ambiental para a população. 
A empresa possui metas previamente estipuladas, que são chamadas de indicadores, 
alguns como: a porcentagem de resíduos gerados x litros de bebidas produzidas ou 
percentuais de resíduos recicláveis x percentual de resíduos gerados. Desta forma a indústria 
desenvolve sua produção com base nas informações destes indicadores, bimestralmente são 
apurados os resultados, onde são verificados se os índices estão de acordo aos que foram 
previamente estabelecidos e também tolerados pela indústria. Este método é uma das 
maneiras utilizadas para controlar a produção efetuada pela indústria Alfa, sendo assim, existe 
um desenvolvimento estratégico focado na apuração dos resultados obtidos com a logística 
reversa. 
 Na indústria de bebidas Alfa, as práticas da logística reversa têm como benefício à 
complementação junto à gestão do meio ambiente e da missão ambiental que a empresa 
cumpre, auxiliando nos processosque envolvem esta política. Considera-se também que as 
práticas da logística reversa possam ser consideradas como vantagem competitiva da empresa 
diante dos demais concorrentes, em função do trabalho desenvolvido em prol do meio 
ambiente. 
 
 
 
 
10 
Outro aspecto verificado é a possibilidade da LR conseguir amenizar os custos com o 
alto investimento de seus processos, através da venda dos resíduos recicláveis, que são 
controlados por indicadores conforme a produção. 
Na opinião dos gestores responsáveis pelas áreas de logística e química 
ambiental/industrial, o principal auxílio que a prática da logística reversa pode beneficiar a 
empresa é que ela proporciona a reintegração de parte dos elementos (Recaptura de valor e 
recuperação de ativos) utilizados pela produção, proporcionando a redução nos valores gastos 
com a venda dos resíduos. Outro aspecto é o atendimento a legislação ambiental, questão 
pertinente para este ramo de atuação. Desta forma pode-se colocar que os objetivos 
estratégicos econômicos, ecológicos e legais como os principais motivadores da 
implementação da logística reversa de pós-consumo nas empresas ou em setores empresariais. 
5 Conclusão 
De acordo com o que foi verificado neste estudo, percebe-se a importância da 
utilização da logística reversa (LR) como uma ferramenta de auxílio ao desenvolvimento dos 
processos que compõem o fluxo reverso da produção da empresa. Constatou-se que a gestão 
ambiental aliada a LR é uma saída para o desenvolvimento de responsabilidade empresarial 
que preocupada em não somente exercer o fluxo tradicional da logística , mas também qual 
será o destino dos descartes. No entanto, sabe-se ainda que a aplicação da logística reversa 
está muito distante da realidade de muitas empresas brasileiras, pois o custo inibe o 
desenvolvimento e sua implementação. 
Partindo-se da pesquisa realizada dentro da fábrica, observou-se que a logística 
reversa (LR) possuí grande influência no fluxo reverso das operações que a indústria de 
bebidas Alfa desenvolve, pelo fato de que esta ferramenta auxilia na gestão dos resíduos da 
fábrica, possibilitando maior controle à organização no que tange o fluxo das informações 
pertinentes a produção e processo de comercialização dos produtos. 
Verificou-se que os procedimentos utilizados pela empresa com seus resíduos 
gerados recebem duas classificações distintas, a primeira trata dos resíduos de classe I- que 
recebem a nomenclatura de perigosos ou industriais, estes resíduos caracterizam-se por 
receber um tratamento diferenciado pelo risco que representam ao meio ambiente e ao ser 
humano. Já a segunda classificação conta com os resíduos de classe II- considerados não 
perigosos onde alguns destes resíduos têm a possibilidade da reciclagem com fins comerciais. 
Identificou-se que entre os principais resultados obtidos com o auxílio da LR interna 
de pós-consumo na gestão ambiental estão, à redução de custos, o fortalecimento da 
consciência de preservação ambiental entre os colaboradores o desenvolvimento de processos 
para a reciclagem, e a possibilidade de ganho financeiro. Além disso, os gestores consideram 
que a imagem da empresa perante aos demais concorrentes é valorizada. Segundo Donaire 
(2007) muitas empresas começaram a perceber que as despesas realizadas com a proteção 
ambiental poderiam transformar-se numa vantagem competitiva, uma vez que o público 
consumidor identifica que a empresa tem o compromisso com a preservação do meio 
ambiente. 
 Ao buscar de que forma a empresa trabalha com os resultados obtidos com a 
logística reversa, observou-se que a indústria de bebidas Alfa com auxílio da ferramenta da 
LR, consegue programar um fluxo reverso para o controle de seus resíduos ao longo de todo 
processo de produção, possibilitando, além disso, que sejam estabelecidos indicadores de 
desperdício pela produção assim como pela comercialização de seus produtos. 
 
 
 
 
11 
Logo, a indústria de bebidas Alfa através da utilização da logística reversa para as 
embalagens descartáveis obtém como retorno, recursos financeiros provindos da venda de 
resíduos recicláveis vindos de sua produção e também trazidos pelo público consumidor 
através da troca de embalagens recicláveis; obtém auxílio para o cumprimento de normas 
regulamentadas por lei, pois a empresa acredita que isso seja um compromisso social que ela 
deva cumprir; quanto à estruturação do processo de gestão de resíduos, consegue-se 
desenvolver um controle mais aprofundado de tudo o que a fábrica produz e reaproveita. 
Embora a indústria de bebidas Alfa seja uma das pioneiras com a implantação da logística 
reversa na região onde está situada, o fluxo reverso não pode ser considerado por completo, 
pois segundo os gestores entrevistados existe a intenção a um médio espaço de tempo, de a 
empresa criar um fluxo reverso completo, onde consiga atingir não somente sua logística 
interna, mas também sua cadeia de distribuição. 
Outro ponto ressaltado na pesquisa é a de que o fato da empresa utilizar a LR, se isso 
for bem explorado em termos de marca e imagem institucional, possa ser considerada uma 
vantagem competitiva diante de seus demais concorrentes, desde que a empresa tenha o 
interesse de divulgar isto à sociedade, pois atualmente isto não é realizado. 
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