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III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 LOGÍSTICA REVERSA: AGENTE DIFERENCIAL PARA ORGANIZAÇÕES CONSCIENTES Juliete Maria Belém de Souza. Luana Maria Araújo da Silva. Larissa Pereira de Oliveira. Michele Maria da Silva. Docente Orientador: Vinicius de Oliveira Araújo. RESUMO No setor empresarial, presentemente, um dos assuntos que se encontra em evidência está associado ao problema da sustentabilidade ambiental. Aumenta a consciência de que os recursos do planeta estão em escassez e, caso não seja realizada medidas para o controle da poluição e do aquecimento global, é possível que a vida na terra se torne improvável. Com base nisso, existe também um grande interesse em torno do tema “Logística Reversa”, cujo pensamento pode ser definido como o processo de planejamento, implantação e controle eficiente e eficaz dos custos, dos fluxos de matérias-primas, produtos em estoque, produtos acabados e informação relacionada, desde o ponto de consumo até um ponto de reprocessamento, com a finalidade de recuperar valor, reutilizar ou desempenhar a disposição final adequada desse bem/produto. A aplicação relacionada ao combate á desperdícios entrelaçada ao conceito no que diz respeito à logística reversa pode acarretar significativamente a lucratividade para as empresas que almeja durabilidade. A escolha do tema foi estimulada pela importância em explorar essa ferramenta como aliada para as empresas conscientes de todos os portes e como ela ofertará esse método para a sociedade. PALAVRAS CHAVES: Logística Reversa, Sustentabilidade, Reutilização. REVERSE LOGISTICS: DIFFERENTIAL AGENT FOR CONSCIOUS ORGANIZATIONS ABSTRACT In the business sector, at present, one of the issues that are in evidence is associated with the problem of environmental sustainability. This raises awareness that the planet's resources are in short supply and if not undertaken measures to control pollution and global warming, it is possible that life on Earth becomes unlikely. Based on this, there is also a lot of interest around the theme "Reverse Logistics", whose thinking can be defined as the process of planning, implementation and efficient and effective control of costs, raw material flows, products in stock, products finished and related information from the consumption point to a reprocessing section for the purpose of recovering value, perform the reuse or final disposal of such goods/product. The application related to the fight will waste intertwined with the concept with regard to the reverse logistics can significantly lead to profitability for companies that aims durability. The choice of subject was stimulated by the importance of exploring this tool as an ally for businesses aware of all sizes and how it will offer this method to the society. KEYWORDS: Reverse Logistics, Sustainability, Reuse. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 INTRODUÇÃO O crescente desenvolvimento da industrialização ocasionou novas demandas para a gestão ambiental. Os resíduos produzidos são cada vez mais formados por elementos de difícil degradação, por isso caracteriza-se como um dos principais obstáculos para o desenvolvimento sustentável, a qual se representa pelo equilíbrio entre as dimensões econômica, ambiental e social. No entanto, por meio do processo de logística reversa, o impacto ambiental e social desses resíduos pode ser minimizado. Assim sendo, nasce a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, uma sociedade que não apenas cresça, mas que se desenvolva sustentavelmente. “A ideia de sustentável indica algo capaz de ser suportável duradouro e conservável, apresentando uma imagem de continuidade. Trata-se de emergência de um novo paradigma para orientação dos processos, de uma reavaliação dos relacionamentos da economia e da sociedade com a natureza e do Estado com a sociedade civil.” (BARRETO, 2004) A logística reversa progressivamente encontra-se ganhando espaço e relevância econômica, ambiental, legal, e de competitividade. As organizações acompanham e investem na gestão do ciclo de vida de seus produtos e/ou serviços, visto que os avanços tecnológicos possibilitam o lançamento de novos produtos de forma constante e ágil, e, além disso, essa mesma tecnologia permite que tais produtos tornem-se rapidamente superados e descartáveis, criando de forma crescente e desordenada grandes volumes de resíduos em seus diversos formatos: sólidos, líquidos e pastosos. Conforme REVLOG 2009, Logística reversa refere-se a todas as operações relacionadas ao reuso de produtos e materiais. Seu gerenciamento está relacionado aos cuidados pós-uso dos produtos e materiais. Algumas dessas atividades são, de certo modo, similares àquelas que ocorrem no caso de retorno interno de produtos com defeito de fabricação. Logística reversa, portanto, relaciona-se a todas as atividades logísticas de coletar, desmontar e processar produtos, usando parte de produtos e/ou materiais, de modo a assegurar uma recuperação sustentável do ponto de vista ambiental. “Trata-se de um dos objetivos operacionais da logística moderna, referindo-se a sua extensão além do fluxo direto dos produtos e materiais constituintes e à necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral.” (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 51-52). O crescimento de sistema de informação, tecnologia e produção aliadas à escassez de matéria- prima primária, bem como as questões de ordem ambiental e ecológica possibilitou o surgimento de um novo perfil de consumidor, esse que se tornou mais exigente e consciente. De modo geral, a logística reversa promove o retorno dos materiais ao ciclo produtivo e agrega valor ao produto. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 FONTE: ADAPTADO DE SACHS, 2007. FIGURA 1.1 DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE À vista disso, o artigo analisará os casos descritos na literatura, com o propósito de ressaltar o efeito desse instrumento para as atividades de, reuso, desmanche e reciclagem de materiais e sua influência para a sustentabilidade ambiental, expondo os motivos e benefícios desse mecanismo, os custos em Logística Reversa e a preocupação ambiental. 1. FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA REVERSA O conceito de logística reversa e sustentabilidade propõe um novo modelo de gestão de negócios, levando em consideração os impactos ambientais e sociais, além de questões econômicas. “Logística reversa pode ser classificada como sendo apenas uma versão contrária da logística como a conhecemos. A logística reversa utiliza os mesmos processos que um planejamento convencional. Ambos tratam de nível de serviço e estoque, armazenamento, transporte, fluxo de materiais e sistema de informação, em resumo trata-se de um novo recurso para a lucratividade.” (MUELLER, 2007, p.6-7). A logística Reversa surgiu com o pensamento de remanejamento de materiais e resíduos, cujo um dos principais objetivos é o recolhimento e a recolocação dos mesmos nos canais de distribuição, podendo assim promover ganhos econômicos consideráveis, menos desgastes ambientais e agregar maior valor ao produto. Com função estratégica, a logística reversa deve estar na pauta constante das organizações, considerando uma análise de valor e o meio em que participam. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 “Logística reversa: refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição deresíduos, reforma, reparação e remanufatura.” (STOCK, 1998, p. 20). Entendemos então que o conceito de logística reversa como uma das áreas da logística empresarial que engloba o conceito tradicional de logística, agregando um conjunto de operações e ações ligadas, desde a redução de matérias-primas primárias até a destinação final correta de produtos, materiais e embalagens com o seu consecutivo reuso, reciclagem e/ou produção de energia. Por isso, observamos que a logística reversa recebe também denominações como logística integral ou logística inversa. FIGURA 1.2 – LOGÍSTICA REVERSA – DESMANCHE, RECICLAGEM E REUSO 2. LOGÍSTICA REVERSA E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS Para compreendermos os canais de distribuição reversos (CDR) devemos retomar o conceito de canais de distribuição diretos (CDD). O canal de distribuição direto corresponde ao fluxo dos produtos na cadeia de distribuição, ou seja, matérias-primas primárias, até o mercado consumidor, nesse caso, o mercado primário. O fluxo de distribuição no canal direto processa-se em algumas etapas, como atacadista, distribuidores ou representantes, até a etapa varejista chegando ao consumidor final. “A história e as pesquisas em diversos países demonstram que os canais de distribuição reversos se organizam e se estruturam, apresentando relação eficiente e equilibrada entre o fluxo reverso de materiais e produtos e a disponibilidade de bens de pós-consumo correspondentes, pelo fato de seus agentes da cadeia reversa encontrarem, nas diversas etapas, resultados financeiros compatíveis com suas necessidades.” (PENMAN e STOCK, 1995). III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 Segundo, Handabaka 1994, no Canal de Distribuição Direto o fornecedor de matéria-prima realiza a primeira etapa, seguida de transporte e armazenagem inicial. A fase seguinte corresponde ao transporte do armazém para o beneficiamento subsequente. Já na terceira fase, identifica-se o transporte da fábrica para os subsistemas de atacado/varejo, e, finalmente, o transporte de produtos aos clientes/consumidores finais. Os produtos/bens são movimentados (manuseio e transporte) com o objetivo de entrega ao consumidor final e a esta série de atividades denomina-se distribuição física de produtos/bens quando ela ocorre unicamente um território nacional. Quando tal atividade é realizada entre territórios nacionais, denomina-se distribuição física internacional de produtos/bens. FONTE: ADAPTADO DE BALLOU, 2003. FIGURA 1.3 – CADEIA DE SUPRIMENTOS – CANAL DIRETO Assim, agrupou-se um moderno fluxo de distribuição denominado canal de distribuição reverso (CDR). Esse é composto das atividades do fluxo direto, incluindo retorno, reuso, reciclagem e a disposição segura de seus componentes e materiais constituintes após o fim da sua vida útil, ou, ainda, após apresentarem não conformidade, defeito ou inutilização. Os CDRs, por sua vez, dividem- se em duas categorias: 2.1. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS DE PÓS-VENDA (CDR - PV) Constituem-se pelas diferentes modalidades de retorno de uma parcela de produtos com pouca ou nenhuma utilização á sua origem, isto é, têm seu fluxo reverso do comprador, consumidor, usuário final ao atacadista, varejista ou ao fabricante pelo simples fato de defeitos, não conformidades e/ou erros de emissão de pedido. 2.2. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS DE PÓS-CONSUMO (CDR - PC) Os produtos de pós-consumo são aqueles que já foram usados e que ainda podem ser reutilizados, aqueles bens que já atingiram o fim de sua vida útil. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 Sendo assim, os Canais de Distribuição Reversos de Pós-Consumo é constituído por diferentes modalidades de retorno ao ciclo de produção de matéria-prima de uma parcela de produtos/bens ou de seus materiais constituintes após o fim de sua vida útil. O CDR – PC subdivide-se em Reuso, Desmanche e Reciclagem. “A área de atuação da logística reversa que equaciona e operacionaliza igualmente o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós-consumo descartados pela sociedade em geral que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio dos canais de distribuição reversos específicos.” (LEITE, 2003, p. 18). FONTE: ADAPTADO DE LEITE, 2009. FIGURA 1.4 ÁREA DE ATUAÇÃO E ETAPAS REVERSAS Para Leite (2003, p. 34), “A vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde a sua produção original até o momento em que o primeiro possuidor se desembaraça dele.” A partir deste momento o produto passa para a condição de bem de pós-consumo. 3. LOGÍSTICA VERDE OU ECOLÓGICA A Logística verde ou ecológica não se baseia, essencialmente, em novas atividades logísticas, ela propõe a inclusão de conceitos ambientais no seu desempenho, como por exemplo, a seleção do melhor modo de transporte ou de mais eficiente plano de entregas, que minimizem os efeitos negativos do impacto ambiental. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 “A logística verde ocupa-se em compreender e minimizar os impactos ecológicos gerados pelas atividades logísticas. Tais atividades incluem ainda a medição do impacto ambiental gerado pelos diversos meios de transporte, certificações ISO 14.000, redução do consumo de energia, bem como a redução do uso de materiais. Atividades como redução ou substituição de material têm impacto significativo na logística.” (ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, 1998, p. 102-103). Ou seja, podemos evidenciar que muitas atividades da logística verde não estão relacionadas de forma direta com a logística reversa, porém existe relação indireta ao considerarmos os aspectos de produção e marketing, utilização, reciclagem e reuso, entre outros. 4. ASPECTOS COMPETITIVOS E FINANCEIROS DA LOGÍSTICA REVERSA Quando embalagens e produtos no fim da sua vida útil ou de resíduos gerados ao longo da cadeia de suprimentos, termina nos aterros sanitários ou lixeiras - com despesa e sem quaisquer vantagens -, a sua restauração e tratamento pode permitir retorno ao ciclo de utilidade, com ganhos e benefícios sejam eles ambientais e/ou financeiros, pois o aproveitamento de parte dos mesmos poderá produzir uma fonte de rendimentos de grandes proporções. A logística reversa pode desempenhar um papel fundamental nas estratégias empresarias. Ao afiliar-se de políticas na aceitação de produtos devolvidos e a eficiência no manuseamento destes podem tornar-se numa imagem da empresa, e sendo assim um critério de avaliação de fornecedores, com ocorrência nas decisões de compra. Com a reciclagem, reutilização e reuso podem-se conseguir poupanças nas compras, dadas as diferenças de preço entre as matérias-primas primárias e secundárias, resultantes de processos de recuperação. “Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm resultado em ganhos que estimulam essas iniciativas, sendo o reaproveitamento de materiais um dos processos com mais possibilidades para se agregar valor aos materiais retornáveis no processo de logística reversa.” (LACERDA 2002, p. 12.) Ao adotar-se uma postura economicamente correta, os ganhos financeiros e logísticos são apenas um dos benefícios que a logística reversa é capaz de proporcionar. Podem-se também adicionar os ganhos à imagem institucional da organização atraindo a preferência dos consumidores. “Uma política empresarial bem estruturada de receber os produtos de volta de forma eficiente pode se tornar uma arma poderosa de marketinge influenciar substancialmente o acréscimo das vendas.” (SETAPUTRA, 2006, p. 25). III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 Dessa forma, para BARBOSA 2005, as organizações que se anteciparem quanto à implantação da logística reversa em seus processos irá se sobressair no mercado, porque passará para a sociedade uma imagem de empresa ecologicamente correta, inovando e revalorizando seus produtos, uma vez que podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes. Assim, a implantação da logística reversa é uma vantajosa oportunidade de se desenvolver a sistematização dos fluxos de resíduos, bens e produtos descartados, seja por intermédio do fim de sua vida útil, seja por obsolescência tecnológica, e o seu reaproveitamento, dentro ou fora da cadeia produtiva que o originou, contribui, dessa forma, positivamente para a redução do uso de recursos naturais e dos impactos ambientais. FONTE: DOS AUTORES COM BASE EM LEITE, 2003. FIGURA 1.5 BENEFÍCIOS AMBIENTAIS E ECONÔMICOS COM IMPLANTAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA Visto que a implantação do processo dessa ferramenta torna-se, cada vez mais, imprescindível ao desenvolvimento ambiental, econômico, financeiro e operacional das empresas, a logística reversa pode ser rentável para a empresa. Assim, esse processo representa um mecanismo indispensável na busca de vantagem competitiva e controle operacional das atividades da organização, além de subsidiar ações relacionadas a todas as dimensões do desenvolvimento sustentável. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 5. LEGISLAÇÃO SOBRE LOGÍSTICA REVERSA NO BRASIL E NO MUNDO A grande maioria das legislações sobre bens de pós-venda e pós-consumo está direcionada principalmente aos fabricantes, exigindo-se destes a responsabilidade, por meio de programas sobre produtos e embalagens. Todos os fabricantes são responsabilizados pela organização dos canais reversos após seu ciclo de vida útil. Entretanto, em muitos países não há legislação ou programa voltados para os consumidores finais. Além disso, muitos desses não têm consciência de sua responsabilidade perante a sociedade e ao meio ambiente. “Quando as condições naturais não propiciam equilíbrio eficiente entre fluxos diretos e reversos, torna-se necessária a intervenção do poder público por meio de legislações governamentais que permitam a alteração de condições e melhores formas de retorno dos bens de pós-consumo e seus materiais constituintes, incluindo também embalagens.” (LEITE, 2003). É necessária a parceria entre poder público, organizações e a sociedade para, de um lado, elaborar mecanismos de regulamentação e controle e, de outro lado, o efeito cumprimento das normas. A revalorização legal de bens de pós-consumo acontecerá por meio do cumprimento dessas normas e regulamentos, posto que a responsabilidade sobre um produto não é finalizada quando se termina a venda, estende-se a disposição segura e correta até seu destino final, reutilizando-o, reciclando-o, ou até mesmo gerando novas formas de energia e/ou utilização. PAÍS/BLOCO ECONÔMICO LEGISLAÇÃO FOCO ALEMANHA Legislação sobre reciclagem: 1991. Lei sobre reciclagem: 1992 e 1993 Reciclagem de automóveis: 1996. New approach standard: 1992. Reciclar embalagens e produto; Obrigatoriedade de reciclagem de embalagens secundária; reutilização de reciclagem. BRASIL Programa brasileiro de reciclagem: 1998. Política Nacional de Resíduos Sólidos Estabelecida pela lei 12.305 de 2/08/2010 Coleta seletiva domiciliar. Tribulação diferenciada. Política sobre resíduos sólidos; Coleta seletiva domiciliar obrigatória em municípios cm mais de 150mil Habitantes; Incentivos com tributação diferenciada as atividades de reciclagem de materiais. ESTADOS UNIDOS Leis Estaduais. Legislação sobre coletas e disposição final. Leis de conteúdo de reciclado. EPA (Environment Protection Agency) e FTC (Federal Trade Commission) Redução de resíduos sólidos e reciclagem; Condições de coleta, aterros sanitários; Incentivo ao uso de reciclagem em produtos; definições de padrões e termos como reciclável, reutilizável, ambientalmente correto. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 PAÍSES ESCANDINAVOS Lei sobre Embalagens descartáveis. Lei sobre Embalagens retornáveis. Lei sobre sacolas plásticas. Proibição do uso de embalagens descartáveis em geral; Embalagens retornáveis de bebidas; Proibição do uso de sacolas plásticas em supermercados. JAPÃO Lei de reciclagem de automóveis: 1991 e 1997 Transferência da responsabilidade de reciclagem de automóveis. REINO UNIDO Legislação de reciclagem Legislação sobre índices de reciclagem de descartáveis. COMUNIDADE EUROPÉIA 27 PAÍSES New approach standard Reutilização e reciclagem, níveis de captura de resíduos sólidos, etiquetas ecológicas e outras. FONTE: LEITE, 2003, ROGERS E TIBBEN, 1998. FIGURA 1.6 RESUMO DAS PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES 6. EXPERIÊNCIAS EMPRESARIAIS NA APLICAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA Na hierarquia de processos de um empreendimento, a logística reversa pode ser considerada uma parte integrante da logística do negócio como um todo, que por sua vez abrange a administração de todos os recursos materiais, financeiros e pessoais da empresa. Para o empreendedor, é preciso identificar cada processo de entrega do produto oferecido e analisar, caso a caso, qual é o melhor procedimento de logística reversa. No cotidiano da empresa de serviços, é possível dividir a atuação da logística reversa nas principais variáveis: I) RETORNO OU A RECUPERAÇÃO DE PRODUTOS: Garrafas PET para reciclagem, vasilhames, lixo reciclável, cartuchos remanufaturados etc. II) REDUÇÃO DO CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS: Otimização dos recursos atuais para uma maior entrega de produtos e serviços com menos tempo de trabalho. III) RECICLAGEM, A SUBSTITUIÇÃO E A REUTILIZAÇÃO DE MATERIAIS: Economia em recursos financeiros e ambientais. IV) DEPOSIÇÃO DE RESÍDUOS: Cultivando o meio ambiente e promovendo um maior desenvolvimento social. V) REPARAÇÃO E REFABRICAÇÃO DE PRODUTOS: Redução de custos e maior margem de lucro. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 É preciso realçar, contudo, que as operações de logística reversa exigem muita atenção nos procedimentos de suporte. Em empreendimentos que trabalhem com embalagens retornáveis precisam de sistemas de armazenamento adequados, que garantam a maior parte do valor que ainda há no produto usado. Geralmente, processos desta envergadura de logística reversa requerem um meio de transporte que seja compatível com o sistema logístico tradicional. Por estar relacionada à destinação de produtos e materiais já descartados pelo consumidor, a logística reversa contribui para a preservação do meio ambiente, exatamente pelo retorno de bens de pós-consumo ao ciclo produtivo. Diminuindo, assim, o acúmulo de lixo industrial na natureza. Com esta medida, os resíduos sólidos, que seriam descartados pelos consumidores após o uso, são coletados e restituídos ao ciclo produtivo da indústria ou, quando não podem mais ser reaproveitados, as próprias fábricas são responsáveis pelo seu descarte em aterros sanitários ou outro local adequado. Para evitar que sejam descartados na natureza, o destino ideal desses resíduos é que eles sejam reaproveitados em um processo que possibilite a produção de outrosbens. Conheça abaixo alguns exemplos dessas práticas que são alternativas para os problemas da poluição e da grande quantidade de lixo produzido no país: 6.1. NATURA O programa de logística reversa da Natura realiza estudos e monitoramento do ciclo de vida das embalagens recicláveis de seus produtos. O objetivo é recolher as embalagens usadas a fim de evitar os impactos causados pelo seu descarte no meio ambiente. Esse projeto existe desde 2007 e todo o material recolhido é encaminhado para reciclagem. Funcionando nos estados de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo, a iniciativa já deu o destino adequado a cerca de 500 mil toneladas de resíduos. 6.2. APPLE Uma das maiores companhias de tecnologia do mundo implementou uma iniciativa de logística reserva que deve garantir a venda de mais produtos novos. Os clientes da empresa podem levar seus iPhones antigos para serem avaliados por funcionários especialistas em qualquer uma de suas lojas nos Estados Unidos – o trabalho deve ser expandido para o resto do mundo. Depois de avaliado o cliente recebe então o valor do aparelho em forma de crédito para comprar qualquer produto na loja Apple. Os aparelhos antigos serão encaminhados então para o setor de reciclagem. 6.3. PNEUS BRIDGESTONE A fabricante de pneus no Brasil aplica o conceito de logística reversa ao receber os produtos em final de vida útil. Os pneus usados passam pelo processo de trituração e picotagem, resultando em fragmentos que são reutilizados. Com esses fragmentos de pneu, é possível obter matéria-prima na confecção de pisos, blocos e guias em substituição à brita, confecção de solados de sapatos e borracha para vedação e peças de reposição para indústria automobilística. 6.4. HP A empresa fornece um serviço ao cliente que permite a solicitação da retirada gratuita de produtos da marca. Basta acessar o site. O serviço está disponível também para os itens de impressão, como os cartuchos, que podem ser depositados em locais específicos, chamados de ecobins, espalhados pelas HP Stores, lojas da Kalunga e Saraiva. Os cartuchos são reciclados por uma central com capacidade para receber mais de 1,2 milhão de unidades ao ano. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 6.5. APARELHOS PHILIPS Para colaborar com a redução do lixo eletrônico, a Philips estabeleceu no Brasil um programa já existente em mais de 30 países. Os consumidores que possuírem aparelhos Philips inutilizados poderão depositá-los nos postos de coleta credenciados pela marca, que ficará responsável por dar um destino adequado a eles. Além de aparelhos da Philips, pilhas, lâmpadas e baterias de qualquer outra marca são recolhidos e encaminhados para uma empresa de tratamento, que fará a desmontagem e avaliação das peças, que podem ser reaproveitadas ou descartadas de forma correta. CONCLUSÃO A logística reversa consiste em uma ferramenta com a finalidade de viabilizar técnica e economicamente as cadeias inversas de forma a contribuir para a promoção da sustentabilidade de uma cadeia produtiva. A logística, seja ela de forma tradicional como reversa, auxilia para o sucesso das empresas não somente por propiciar aos consumidores a entrega precisa de produtos, mas também por promover suporte ao produto após sua venda ou consumo. “A implantação do processo de logística reversa nas empresas pode aumentar as possibilidades de adquirir um diferencial competitivo que, além de agregar valor ao produto, pode prover à mesma uma maior rentabilidade, além de satisfazer às necessidades e expectativas dos consumidores finais.” (LEITE, 2003, p. 43). A demanda por produtos ecologicamente corretos aumentou conforme as pessoas se conscientizaram sobre as consequências dos nossos hábitos de consumo. As empresas são responsáveis pela maior parte da poluição e do lixo gerados em larga escala, que poluem o meio ambiente e podem causar doenças graves à população. Existem muitos desafios para a realização da logística reversa, pois os diversos processos de produção industrial geram diferentes tipos de resíduos. Para cumprir as leis da PNRS as empresas investem alto em estratégias de logística, reciclagem e disposição final de seus resíduos. Em suma, essas e outras medidas preventivas e educativas contribuem para a redução dos impactos sofridos pelo meio ambiente, gerando a sustentabilidade, além de garantirem uma boa imagem para as empresas que se destacam em seus projetos, ganhando aspectos competitivos e financeiros, e, sobretudo, propiciando um diferencial para suas marcas. III Encontro UBTECH BUSINESS de Atividades Integradoras Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ 15 de Novembro de 2015 REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS ALMEIDA, F. Experiência Empresariais Em Sustentabilidade: Avanços, Dificuldades e Motivações de Gestores e Empresas. Rio de Janeiro: Campus, 2009. BOWERSOX, D. J. CLOSS, D. J. Logística Empresarial: O processo de Integração da cadeia de suprimentos. Tradução: Equipe do Centro de Estudos em Logística – São Paulo: Atlas, 2001. CAIRNCROSS, Francis. Meio Ambiente: Custos e benefícios. São Paulo: Nobel, 1992. ESPINOSA, H. R. Desenvolvimento e Meio Ambiente Sob Nova Ótica. São Paulo: Ambiente, 1993. KRONEMBERGER, D. M. P. Desenvolvimento sustentável no Brasil: Uma análise a partir da aplicação do barômetro da sustentabilidade. Uberlândia, 2008. LACERDA, L. Logística Reversa: Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. In: FIGUEIREDO, K. F. FLEURY, P. F. WANKE, P. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2004. LEITE, P. R. Logística Reversa: Meio Ambiente e Competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. SILVA, J. M. CAMPOS, P. M. S. TADEU, H. F. B. BOECHAT, C. B. PEREIRA, A. L. Logística Reversa e Sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
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