Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Myra Yamaguchi Alonso INSTRUMENTAL CIRÚRGICO Pinça de Backaus Cabo de bisturi Lâminas de bisturi Pinça anatômica Pinça dente de rato Pinça Debakey Tesoura de Metzembaum Tesoura de Mayo Tesoura de Potts Clamp intestinal Clamp vascular Clamp/pinça vascular (Bulldog) Pinça vascular (Satinsky) Pinça Kelly (hemostática) Pinça de Kocher Pinça de Allis Pinça de Duval Pinça de Collins Pinça de Pozzi Pinça de Babcock Porta-agulha de Hegar Porta-agulha de Mathieu Porta-agulha laparoscópico Pinça de Maryland laparoscópica Hook laparoscópico Tesoura laparoscópica Trocater laparoscópico Afastador Farabeuf Afastador de Volkmann Afastador de Balfour Afastador de Gosset Afastador de Deaver Afastador de Doyen Afastador de Finochietto Serra manual Goiva cirúrgica Grampeadores cirúrgicos TEMPO DE ABSORÇÃO DE SUTURAS ABSORVÍVEIS (do menor p/ o maior tempo de absorção): categute simples < categute cromado < ácido poliglicólico (Dexan) < Poligalactina 90 (Vicryl) < Caprolactona (Caprofyl) < Polidoxanona (PDS). INABSORVÍVEIS (da maior para menor força tênsil): aço, polipropileno (Prolene), poliéster, poliéster recoberto, nylon, seda (alta reação, encapsulação gradual por tecido fibroso) e algodão. BIOSSEGURANÇA Antissepsia: conjunto de medidas de higienização preventiva de determinado ambiente p/ evitar sua contaminação por agentes infecciosos e patológicos (lavar as mãos, usar máscaras/luvas/toucas/propés). Assepsia: conjunto de medidas usadas p/ inibir o crescimento de microrganismos ou p/ removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não os destruir através do uso de antissépticos (limpar a pele antes de uma cirurgia/ coleta de sangue/punção venosa). Degermação: eliminação de sujidades e impurezas da pele, através de sabonetes ou detergentes líquidos específicos p/ essa limpeza (mecânica – escovar pré- op, antes de qualquer procedimento cirúrgico/ procedimentos invasivos; Desinfecção: redução de microrganismos presentes em materiais e equipamentos (limpeza da mesa de refeições/grades de proteção do leito). Descontaminação: utilizada p/ artigos contaminados c/ matéria orgânica (sangue, pus, secreções) p/ destruir os microrganismos patogênicos na forma vegetativa, antes de iniciar o processo de limpeza, a fim de proteger as pessoas que irão proceder a limpeza dos artigos (“pré-limpeza” antes da esterilização remoção do excesso de sujidade de uma pinça, deixar de molho Esterilização: destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias vegetativas e esporuladas, fungos e vírus), mediante a aplicação de agentes físicos e/ou químicos, permite que o material se torne “estéril” (autoclave à 121ºC por 15 minutos). ABCDE DO TRAUMA A – Vias aéreas + Colar cervical + Prancha rígida - Necessidade de VA artificial se rebaixamento, ruídos, TCE, comprometimento de VA, trauma de face... - VA definitiva (IOT, Cricotireoidostomia Cirúrgica e Traqueostomia) = sonda endotraqueal com balonete (“cuff”) insuflado, conectada a uma fonte de O2 + ventilação assistida e mantida c/ fixação apropriada. B – Respiração + O2 suplementar (se esforço ou dispneia) + Oximetria de pulso contínua - PTX hipertensivo – turgência de jugular e hipotensão toracocentese de alívio no 4º/5º EIC na LAM toracostomia c/ dreno em selo d’água. - PTX aberto – trauma >2/3 do diâmetro da traqueia curativo de 3 pontas toracostomia. - HEMOTX – jugular colabada toracostomia em selo d’água toracotomia indicada se drenagem >1500mL ou 200mL/h nas primeiras 2-4h. C – Circulação - Identificar e comprimir sítios de sangramento + Reposição volêmica c/ 1-2L de RL em 2 cateteres EV + PA 5/5min + Classificação do choque. - Choque + comum é o hipovolêmico, classificar: D – Neurológico (ECG) - Se TCE, classificá-lo de acordo com a ECG do pct: 14/15 = leve, 9-13 = moderado, 5-8 = grave e 3-4 = crítico. E – Exposição + Controle de temperatura. LESÃO ESPLÊNICA Órgão + lesado no trauma (possível causa de abd agudo hemorrágico; a hemorragia pode ser autolimitada ou progressiva). TC c/ contraste é o melhor exame de imagem dx. Escala AAST – avalia presença de hematoma e laceração, considera acometimentos subcapsular / capsular / parênquima / vasos / hilo. Tratamento – pcts estáveis (c/ extravasamento na TC) = angiografia e embolização X pcts instáveis = esplenectomia (laparotomia exploratória). EMBOLIA GORDUROSA + 90% dos pacientes que sofrem fraturas de ossos longos ou pelve apresentam êmbolos gordurosos, mas nem todos evoluem c/ a Sd. da Embolia Gordurosa (SEG). Embolia gordurosa – oclusão de vasos sanguíneos por gotículas gordurosas. SGE – petéquias + dispneia (angústia respiratória) + confusão mental (estado mental alterado). Tto – suporte clínico + uso de corticosteroides. Profilaxia – HNF + Rivaroxabana + aparelhos de compressão pneumática. *Se possível, estimular deambulação precoce. PROFILAXIA E TTO FERIMENTO TETANOGÊNICO Ferimentos c/ risco mínimo de tétano (superficiais, s/ corpos estranhos ou tecidos desvitalizados) X alto risco de tétano (profundos/superficiais sujos; c/ corpos estranhos ou tecidos desvitalizados; queimaduras/ congelamento; feridas puntiformes, por armas brancas ou de fogo; mordeduras; esmagamento, politraumas e fts expostas) profilaxia = limpeza e desinfecção (lavar c/ SF e substâncias oxidantes ou antissépticas e remover corpos estranhos e desvitalizações + desbridar + lavar c/ água oxigenada) + vacina se histórico incerto/incompleto OU última >10anos. * Não há comprovação de eficácia do uso de Penicilina Benzatina na profilaxia do tétano acidental. Vacina DT - 3 doses + 1 reforço a cada 10 anos OU a cada 5, se gestante. CÉLULAS PREDOMINANTES EM CADA FASE DA CICATRIZAÇÃO FASE INFLAMATÓRIA – vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar MACRÓFAGOS (único verdadeiramente fundamental p/ cicatrização), seguidos de neutrófilos, linfócitos surgem no final; plaquetas envolvidas no processo. FASE PROLIFERATIVA – formação do tecido de granulação (neo-angiogênese, fibroplasia, epitelização) FIBROBLASTOS FASE DE MATURAÇÃO – contração da ferida (síntese de actina e colágeno e redução da angiogênese e da atividade celular). CURATIVOS FERIDAS LIMPAS – cobertura de gaze + fita nas 1ª 24hs, depois podem ficar abertas, s/ curativos. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CICATRIZAÇÃO POR 1ª INTENÇÃO – ocorre após o fechamento primário da ferida (aproximação das bordas). CICATRIZAÇÃO POR 2ª INTENÇÃO – ocorre quando a ferida fica aberta propositadamente p/ fechamento espontâneo (aproximação primária das bordas não é possível) OU, em caso de deiscência, quando a ferida se abre mesmo após seu fechamento primário. CICATRIZAÇÃO POR 3ª INTENÇÃO – uso de enxertos (s/ vascularização própria) / retalhos de pele (mantém sua vascularização após transferência) * p/ abreviar o tempo de cura, evitando infecções e danos estéticos OU após tto aberto inciial de ferida infeccionada. 1) Enxerto de pele parcial - epiderme e parte da derme (fino, intermediário ou espesso). 2) Enxerto de pele total - epiderme e toda derme (folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, além de plexo vascular nervoso). 3) Retalhos - epiderme, derme e tecido subcutâneo adjacentes ao defeito (geralmente compatíveis c/ a pele da área receptora) que são movimentados p/ recobrir a área cruenta próxima, mantendo o pedículo vásculo- nervoso intacto (conexão do retalho ao seu local de origem). Retalhos locais comuns: - Retalhos de rotação - semicirculares de pele e tecido subcutâneo giram em arco emtorno de um ponto‑eixo p/ deslocar o tecido em círculo. - Retalhos de transposição - retangulares ou quadrados giram lateralmente p/ alcançar o defeito. - Retalhos de avanço - movem‑se diretamente p/ frente e usam a elasticidade p/ alcançar e preencher. - Retalhos de avanço em V‑Y - a incisão da pele em formato de V é avançada p/ fechar a ferida em uma configuração de Y. - Retalhos romboides: aproveitam a frouxidão da pele adjacente p/ transferir um retalho em formato romboide p/ defeito em formato romboide semelhante. - Zetaplastia - transposição de 2 retalhos triangulares interdigitados s/ tensão, utilizando a pele lateral a fim de produzir um ganho no comprimento ao longo da direção do eixo comum do Z. CICATRIZAÇÃO ANORMAL DE FERIDAS CICATRIZ HIPERTRÓFICA – cicatriz proliferativa caracterizada por deposição excessiva e organizada de colágeno tipo III; permanecem nos limites da ferida original e c/ frequência regridem c/ o tempo; prevenível c/ escolha de local p/ incisão perpendicular às fibras musculares e, após o fechamento, c/ alívio da tensão, hidratação/oclusão e bandagem/roupas de pressão. QUELOIDE – cicatriz proliferativa caracterizada por deposição excessiva de colágeno tipos I e III de forma desorganizada; cresce além das margens da ferida original e raramente regridem com o tempo; + prevalente em indivíduos c/ a pele escura; não prevenível; frequentemente refratário a intervenções médicas, mas pode-se tentar o tto com silicones + terapia de pressão + injeções intralesionais de corticoide, se após 12 meses permanecer refratário, pode-se recorrer à excisão cirúrgica + terapia adjuvante. REMIT Os primeiros estímulos nervosos (principais p/ o desencadeamento da resposta pós trauma ou cirurgia) surgem da FO/sítio de lesão tecidual atingem o hipotálamo este produz ACTH (corticotrofina) ocorre estimulação do córtex da suprarrenal aumenta-se a produção de cortisol (um dos primeiros hormônios a se elevar na REMIT; hormônio catabólico). CORTISOL – fç de catabolismo muscular (proteólise) c/ liberação pp de 2 aminoácidos - alanina e glutamina (gliconeogênese hepática mobilização de aminoácidos do músculo; lipólise, diretamente também). CATECOLAMINAS – , glicogenólise e lipólise. GLUCAGON – , maior estímulo à gliconeogênese. ADH – reabsorção de água no segmento medular túbulo coletor. ALDOSTERONA – ação no segmento cortical do túbulo coletor p/ controle do Na+ e K+. * Normalmente não se prescreve K+ no pós-operatório imediato. GH – , normalmente só exerce seus efeitos anabólicos pela síntese de IGF1 no fígado, a qual fica bloqueada na REMIT, assim como não tem fç anabólica pela ausência de IGF1, acaba estimulando a lipólise. INSULINA – , é um hormônio anabólico, há um aumento da resistência insulínica e os hormônios anti- insulínicos estão aumentados (GH, Cortisol, Catecolaminas e Glucagon). A resposta ao trauma é hipercatabólica, hipermetabólica e é caracterizada por um balanço nitrogenado negativo. A resposta ao trauma é caracterizada por de cortisol, catecolaminas, GH, aldosterona, ADH e glucagon, assim como por glicogenólise e gliconeogênese. Determinantes do transporte de O2 em tecidos: Hb sérica, SatO2 arterial, P parcial de O2 no plasma e DC. ALTERAÇÕES CLÍNICAS NO PÓS-OP – íleo adinâmico (catecolaminas, opioide endógenos - endorfinas), oligúria funcional (é normal DU <30mL/kg/h no pós-op, existe a possibilidade de IRA pré-renal), alcalose mista (aldosterona, drenagem de SNG, hiperventilação), aumento da glicemia ( hormônios contra insulínicos), da temperatura (leucos infiltram imediatamente a FO), balanço nitrogenado negativo (gliconeogênese - o grupamento amino dos aminoácidos é excretado na urina - Nitrogênio), aumento de catabolismo tecidual (destruição tecidual). Substratos da gliconeogênese: alanina, glutamina, glicerol, lactato. Ciclo de Cori: gliconeogênese alta no fígado e nas áreas em que se consome glicose é gerado lactato, este cai na corrente sanguínea, entra no fígado é transformado em glicose. Resposta ao jejum: exatamente = a resposta ao trauma, só menos intensa (no jejum após 48h os ácds graxos livres entram no fígado e são metabolizados corpos cetônicos começam a ser utilizados pelo cérebro). Para que os efeitos do jejum e sua cetose sejam amenizados deve-se ofertar 400kcal/dia em SG, cerca de 2000mL no adulto (SG5% - 5g em 100ml). CONTRAINDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL Vômito intratável/diarreia refratária a tto médico; Íleo paralítico; Fístulas intestinais de alta produção (muito distais p/ contornar c/ o tubo de alimentação); Obstrução GI, isquemia; Peritonite difusa; Choque grave ou instabilidade hemodinâmica; Hemorragia GI grave; Sd do intestino curto grave (<100cm de intestino delgado restante); Má absorção GI grave (p. ex., insucesso na NE, comprovado pela deterioração progressiva do estado nutricional); Incapacidade de obter acesso ao trato GI; Necessidade esperada de NE por < 7 dias. FATORES DE RISCO P/ INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO Extremos de idade; Desnutrição, obesidade, hipocolesterolemia; Tabagismo; Diabetes; Irradiação anterior do local, corticoterapia, imunossupressão terapêutica; Hipoxemia, dç vascular periférica, anemia; Coexistência de infec. remota ao sítio cirúrgico, colonização cutânea ou nasal de staphylococcus; Cirurgia recente (pp tórax ou abdome); Inflam. crônica; Hematoma; Seroma. Desinfecção/antissepsia/ventilação inadequada; Tricotomia com lâmina. Corpo estranho, drenos, cateteres, acessos; Procedimento de emergência; Hipotermia; Profilaxia ATB inadequada; Hospitalização pré-op / IOT + VM prolongada; pct internado em UTI; operação longa; Transfusão sangue. PROFILAXIA ANTIBIÓTICA Até 60min antes da cirurgia (se Vanco ou Fluoroquinolona 120min). Repetição da dosagem intraop p/ procedimentos que excedam 2 meias-vidas do fármaco (geralmente >4h) ou se perda excessiva de sangue (>1.500mL). Profilaxia idealmente é em dose única. Estendida até 24h se prótese, cirurgias cardiológicas ou neurológica (relação com maior risco de infecção nosocomial não relacionada ao sítio cirúrgico e LRA). Profilaxia contra GRAM + Cefalosporina de 1ª geração (se alergia a Penicilina Clindamicina ou Vanco). Profilaxia contra GRAM - Cefalosporina de 2ª geração OU combinação 1ª geração + Metronidazol. Cefazolina = escolha p/ muitos procedimentos (2-3g). PROFILAXIA ANTIFÚNGICA Fluconazol. Fatores de risco: DM, neutropenia, transplante de órgãos e imunossupressão, dç maligna e acessos centrais. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO AO POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO Cirurgias limpas: realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação na ausência de processo infeccioso local (epiderme, tecido celular subcutâneo, sistemas musculoesquelético, nervoso e cardiovascular. Cirurgias potencialmente contaminadas: realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa, em tecidos cavitários c/ comunicação c/ o meio externo, ou de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local (TGI - exceto cólon, VAS e VAI, TGU, cirurgias oculares e de vias biliares). Cirurgias contaminadas: realizadas em tecidos colonizados por flora abundante, de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local (cólon, reto e ânus; presença de lesões cruentas e cirurgias de TCEs abertos). Cirurgias infectadas: realizadas em qualquer tecido, na presença de processo infeccioso local. AVAIAÇÃO DE POSSÍVEL INFECÇÃO Pct s/ febre, sinais: qq quadro de hipotensão, FC, FR, confusão, rigidez, lesões cutâneas, alt respiratórias, oligúria, acidose láctica, leucocitose, leucopenia, neutrófilos imaturos(bastões >10%), ou trombocitopenia. Febre nas primeiras horas avaliar incisão. Febre é comum nas primeiras 24 a 72h após a cirurgia e geralmente tem origem não infecciosa. Se >96h após a cirurgia = maior probabilidade de infecção. INFECÇÕES COMPLICADAS DE PELE E PARTES MOLES Abscessos; infecções em espaços profundos, no pé diabético; ISCs pós-op c/ sinais sistêmicos de infecção; úlceras de decúbito infectadas; e infecções de partes moles necrosantes. TTO: terapia antibiótica direcionada para os patógenos + prováveis (MRSA na maioria dos casos). * Início precoce do tto hiperbárico + ATB + cirurgia desbridante CONTROLE DE INFECÇÃO Higiene das mãos; nova punção de AVC quando inadequado; drenos apenas quando necessários; uso de toucas, avental, luvas e óculos (risco de respingo); se tricotomia (o que não é recomendado), realizar c/ cortadores ou agente depilatório imediatamente antes da cirurgia, NUNCA lâminas; uso de Clorexidina; curativo c/ data; aspiração contínua das secreções subglóticas. ESCALAS QUANDO PEDIR EXAMES E/OU PROCEDIMENTOS? *Se não for possível afastar gravidez c/ base nos dados clínicos. **Entre 65 e 74a é controversa, mas >74a além de oferecer benefício serve de comparação p/ possíveis complicações. AVALIAÇÃO ANESTÉSICA – ASA PRÉ-OPERATÓRIO Tabagismo: cessar 4-8 sem antes da cirurgia. Asma: fazer broncodilatadores e corticoides. Infectados: ATB. Nefropatas: corrigir doses, evitar hipovolemia / drogas nefrotóxicas / hipotensão / diuréticos / sobrecarga hídrica, dialisar 12-24h antes do procedimento. Hepatopatas: Child-Pugh e West Haven. Icterícia obstrutiva: hidratar adequadamente, repor vit K, profilaxia ATB e plasma fresco congelado. Glicemia: manter entre 120 e 180, suspender hipoglicemiantes orais 2d antes e manter insulina NPH. Hiper/Hipotireoidismo: manter medicação. Plasma fresco é indicado p/ transfusão quando: TP ˃17s; deficiência de fator de coagulação (˂25% do valor normal); transfusão maciça ou clinicamente sangrando; lesão cerebral traumática grave; cirurgias de emergência em pcts em uso de Varfarina. * O plasma fresco congelado deve ser infundido na dose de 15 a 20mL/kg p/ elevar fatores de coagulação (1h após). Fenômenos tromboembólicos: avaliar risco. SUSPENSÃO DE MEDICAMENTOS AAS: suspender 7 a 10 dias antes. Acarbose: suspender 24h antes. AINES: suspender 1 a 3 dias antes. Antiarrítimicos: manter. Anticoagulantes: suspender 5 dias antes (dosar INR no pré-op imediato). Antidepressivos (iMAO): suspender 3-5 dias antes Anti-hipertensivos: suspender na manhã da cirurgia (-bloq, broncodilatadores, cardiotônicos, anticonvulsivantes, glicocorticoides e medicações psiquiátricas). Clopidogrel: suspender 3 a 5 dias antes. Corticoterapia sistêmica: hidrocortisona 100 8/8h. Estrógeno e Tamoxifeno: suspender 4 dias antes. Hipoglicemiantes orais: suspender no dia anterior. Hormônios tireoidianos: manter. Insulina NPH: 2/3 da dose matinal e 1/3 da dose da tarde. ISGLT2 (glifozinas): suspender 3 a 4 dias antes. Metformina: suspender 24-48h antes. NOACs: suspender 24-48h antes. Ticlopidina: suspender 4 a 5 dias antes. TRH: suspender 1 mês antes. Herbáceoos: Ephedra (24h), Alho (7d), Ginkgo (36h), Ginsen (7d) e Erva de São João (5d). JEJUM Líquidos claros: 2h. Refeição leve: 4h. Grande refeição: até 9h. * Diabéticos podem atrasar esvaziamento gástrico em 40-50%. PREPARO DO CÓLON ATB orais: não conferem benefício e ainda podem aumentar o risco de infecção por Clostridium difficile. Remoção do material fecal: não reduz os riscos de complicações anastomóticas e infecciosas, estas, podem até aumentar com o preparo. TRICOTOMIA Realizar no CC (se necessário), restringindo-se à área da incisão e c/ cortadores ou agente depilatório. * Lâminas oferecem mais risco de infecção. ** Se realizada c/ antecedência de 24hs aumenta a chance de infecção do sítio cirúrgico de 5 para 20%. ATB PROFILAXIA 30 min antes do início da cirurgia (podem ser repetidas de acordo com a ½ vida da droga). Previne apenas infecção do SC e não PNM e ITU. VARIÁVEIS Paciente: idade, DM, obesidade, colonização, nutrição, tabagismo, infecção coexistente e imunodeficiência. Cirurgia: duração da escovação das mãos, tricotomia, tempo cirúrgico, ventilação na sala de operação, corpo estranho no local operado, hemostasia, trauma tecidual, antissepsia da pele, ATB profilaxia, esterilização do instrumental, drenos e espaço morto. HIPERTERMIA MALIGNA Ep agudo de hipermetabolismo e lesão muscular relacionada c/ a administração de agentes anestésicos halogenados ou Succinilcolina. Pode ser reconhecida por da atividade do SN simpático, rigidez muscular e febre alta. Transtornos associados: hipercapnia, arritmia, acidose, hipoxemia e rabdomiólise. Quando suspeitada, TTO: descontinuação dos anestésicos halogenados e da succinilcolina, + adm de Dantroleno sódico (2 a 3 mg/kg IV), que pode ser titulado até a redução dos sintomas. * Medidas adicionais incluem esfriamento ativo / passivo e tto farmacológico de arritmia, hipercalemia e acidose. DOR NO PO Leve: analg comuns + adjuvantes. Moderada: analg comuns + adjuvantes + opioide fraco. Intensa: analg comuns + adjuvantes + opioide forte. PRESCRIÇÃO PO Dieta; hidratação + eletrólitos, analgesia, antiemético, ATB, protetor gástricos, profilaxia de TVP, débito de sondas e drenos, curativos e fisioterapia. * Opções de antieméticos p/ PO: Metoclopramida, Dimenidrato, Escopolamina, Ondansetron... Bromoprida não é utilizado, pois reduz a força tênsil das anastomoses. ** As classes de AINEs, seletivos e não seletivos, interferem diretamente na função renal, devido à inibição das prostaglandinas, podendo causar desde distúrbios leves e transitórios até DRC; logo deve-se evitar uso de medicamentos como Ibuprofeno em pct com disfunção renal. AGENTES INALATÓRIOS Óxido nitroso: CI se espaços aéreos fechados (ex.: ptx, obstrução intestinal, ouvido médio ou retina). Isoflurano: observar FC se DCI; seu odor impede seu uso para indução inalatória. Sevoflurano: rápida indução e despertar relativamente rápido; adequado p/ indução inalatória pura em crianças; broncodilatador. Desflurano: rápida indução e despertar rápido em cirurgias >3h; seu odor impede seu uso para indução inalatória; está associado à taquicardia e à hipertensão, se sua concentração for aumentada rapidamente. AGENTES INTRAVENOSOS Tiopental: 2-5mg/kg; despertar rápido X hipotensão. Cetamina: 1-2mg/kg; sedação superficial e analgesia X PA, FC, delírio. Propofol: 1-2mg/kg; dor e queimação na injeção, hipotensão X broncodilatador, náusea e vômito PO. Etomidato: 01-0,3mg/kg; queimação na injeção; supressão adrenal se infusão contínua X estabilidade CV. Midazolam: 0,15-0,3mg/kg; hemodinamicamente estável, amnésia potente X depressão ventilatória. Opioides: produzem anestesia profunda e depressão cardíaca mínima, dose dos inalatórios, limitam a hipertensão e taquicardia associadas, analgesia estendida X depressão ventilatória, hipnose e amnesia insatisfatórias; Morfina, Fentanil, Sufentanil, Alfentanil, Remifentanil, Oxicodona, Codeína e Tramadol. * Fentanil é usado normalmente p/ manutenção da anestesia (inicia a ação em 1min e dura 30-60min). BNM despolarizante (não competitivo): Succinilcolina, rápido início e curta duração; útil p/ IOT; fasciculações relaxamento profundo; associação à hipercalemia e hipertermia maligna; evitar em gds queimados/traumas extensos/meninos. BNM não despolarizante (competitivo): Pancurônio, Vecurônio, Rocurônio, Cisatracúrio,Mivacúrio; ação + longa; reversão c/ (Neostigmina ou Edrofônio). EXAME DAS VIAS AÉREAS Histórico do pct: anestesias prévias, HPP. Exame físico do pct: abertura da boca, mobilidade da coluna cervical, Classificação de Mallampati; distância tireomentonia; vista frontal/perfil; anormalidades de VA associadas a dçs coexistentes; e pelos faciais. ANESTESIA REGIONAL Anestésicos locais: ésteres e amidas; mecanismo de ação bloqueio da ação de canais iônicos na membrana celular neuronal, isto é, bloqueio dos fluxos de Na+ nas fibras nervosas, impedindo a neurotransmissão do pot de ação; características qto maior a fração não ionizada + rápida a ação, pKa alto, qto + hidrofóbico + potente, qto maior a ligação proteica maior o tempo de duração do anestésico. * Inflamação = meio + ácido, + forma ionizada = dificulta a ação. Toxicidade dos anestésicos locais: se IV, toxicidade c/ doses menores; sinais precoces dormência/formigamento da língua ou lábios, gosto metálico, sensação de cabeça leve, zumbidos ou distúrbios visuais; fala empastada, desorientação e crises convulsivas podem levar ao colapso CV; profilaxia aspiração; tto primário O2 e suporte ventilatório. Anestesia espinal, subaracnóidea ou raqui: cefaleia em pcts jovens; CI absoluta se sepse, bacteremia, infecção local, hipovolemia grave, coagulopatia, AC terapêutica e PIC. Anestesia epidural: abd, tórax e MMII, diminui perda sanguínea e TVP. SEDAÇÃO CONSCIENTE Sedação moderada: pct pode responder ao estímulo tátil/verbal, mantém VA patente, possui ventilação espontânea e preserva fç CV. Drogas: opioides (Fentanil/Morfina) + ansiolítico (Midazolam). ANESTESIA GERAL 4 componentes: amnesia, analgesia, inibição dos reflexos autonômicos e relaxamento da m. esquelética Combinação: anestésicos IV + analgésicos IV + anestésicos inalatórios + relaxantes musculares. CONCEITOS GERAIS Epidemiologia: predomínio geral das hérnias em homens; mas, as femorais (infrequentes) são + comuns em mulheres (obesas, > 45 anos). Hérnia + comum: Hérnia inguinal indireta (nos 2 gêneros). Hérnia redutível: quando o conteúdo pode ser reposicionado por entre a musculatura circundante. Hérnia irredutível: está encarcerada (urgência), não pode ser reduzida; estrangulada (emergência) é quando há comprometimento do suprimento sanguíneo do conteúdo. Estrutura herniaria básica: pele; parede, cavidade, conteúdo, colo e orifício do saco herniário, peritônio parietal e plano muscular. EXAME FÍSICO Pct em posição supina e ortostática verificar se há assimetria, abaulamentos ou massa em todos os possíveis pontos redutível? identificar conteúdo (alça intestinal, gordura peritoneal) e localizar anel. * Sinais de complicações = obst intest, isquemia e perfuração. ** Se tumefação fixa encarcerada sinais de sofrimento? Manobra de Valsalva: expiração forçada contra lábios e nariz tapado p/ evidenciar a possível presença de hérnias. Manobra de Landivar: ponta do dedo no canal inguinal por invaginação da bolsa escrotal p/ avaliar se a hérnia é direta ou indireta (não altera o reparo cirúrgico). Suspeita forte de hérnia, mas massa herniária não visível/palpável pode-se repetir o exame em outro momento; USG também pode ajudar no diagnóstico (outras imagens são menos úteis). HÉRNIA INGUINAL DD de hérnia inguinal: hidrocele, varicocele, testículo ectópico, epididimite, torção testicular (fixação inadequada do testículo à túnica vaginalis, levando à obstrução do fluxo arterial e venoso e consequentemente isquemia + dor), lipoma, cisto sebáceo, hematoma, hidradenite das glândulas apócrinas inguinais, linfadenopatia inguinal, linfoma, neoplasia metastática, hérnia femoral, linfadenopatia femoral e aneurisma de femoral. TTO: normalmente recomenda-se cirurgia, altas chances de encarceramento/ estrangulamento; possíveis técnicas Lichtenstein e Stoppa; pcts assintomáticos/ sintomas mínimos podem recorrer ao tto não cirúrgico. CLASSIFICAÇÃO DE NYHUS Tipo I: HI indireta - anel inguinal int normal; Tipo II: HI indireta - anel inguinal int dilatado, mas parede inguinal post intacta; Tipo III: defeito da parede post (A - HI direta; B - HI indireta; C – H femoral c/ anel inguinal int dilatado, invadindo os limites medialmente ou destruindo a fáscia transversal do triângulo de Hesselbach); Tipo IV: hérnia recidivada (A - direta; B - indireta; C – femoral; D – combinada). PROBLEMAS ESPECIAIS Por deslizamento: quando um órgão interno (bexiga, cólon) integra uma porção da parede do saco herniário, + comum nas inguinais indiretas. Recidivada: requerem colocação de tela p/ um reparo bem‑sucedido (exceto se prótese anterior infectada). Estrangulada: abordagem pré‑peritoneal + segura. Bilaterais: preferível o reparo de Stoppa (reforço c/ tela maior p/ gds sacos viscerais) ou reparo laparoscópico. HÉRNIAS INCOMUNS Hérnia de Spiegel: através da fáscia de Spiegel - entre a borda lateral do m. reto e a linha semilunar ( risco de encarceramento). Hérnia do obturador: protusão pelo orifício obturado, entre o ramo superior do púbis e as fibras de origem do m. obturador interno; sinal de Hoeship-Romberg (dor e parestesia na face medial da coxa à rot int do quadril pela compressão do n. obturatório; a dor é aliviada pela flexão da coxa); sinal de hannington-Kiffa (ausência do reflexo do adutor na coxa à rot int do quadril quando percutidos o m. 5 cm acima do joelho); lapa se comprometimento intestinal. Hérnia de Grynfelt: lombar sup. Hérnia Petit: lombar inf. Hérnia Richter: aprisionamento na hérnia de pequena porção da parede antimesentérica do intestino. Hérnia de Littré: hérnia inguinal, cujo conteúdo é o divertículo de Meckel. CIRURGIA Eletiva X Urgência X Emergência Técnica de Stoppa: através de incisão mediana infra umbilical descola-se o espaço pré-peritoneal até o tubérculo púbico, reduzidos os sacos herniários, coloca-se uma tela gigante, desde a cicatriz umbilical até o pube, cobrindo, assim, a parede posterior das regiões inguinais e do hipogástrio; indicada em casos de hérnias bilaterais e hérnias recidivadas reparo vídeo laparoscópico. RECIDIVA Fatores de risco: deficiência na cicatrização; infecção ou contaminação em FO; hematoma; sutura sob tensão; esforço no PO; obesidade, DM, DPOC; ascite; medicamentos (corticoides, imunossupressores); tabagismo. GRAUS 1º grau: epiderme; dor + eritema; ausência de bolhas; empalidecem ao toque. 2º grau superficial: derme superficial; dor + eritema + bolhas; empalidecem ao toque. 2º grau profunda: toda derme; dor moderada + área esbranquiçada; não empalidecem ao toque. 3º grau: epiderme + derme + subcutâneo; indolor; pálida / avermelhada / preta; inelástica + ressecada + endurecida ao toque; pode haver perda da sensibilidade. 4º grau: todas as camadas teciduais (podendo incluir fáscia, músculo e osso); planos + profundos. 5º grau: carbonização. SUPERÍFICIE CORPORAL QUEIMADA (SCQ) Regra dos 9: altera p/ criança. Fórmula de Berkow: determinar c/ precisão o tamanho das queimaduras em crianças. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GRAVIDADE DA LESÃO Pequeno queimado: 1º grau em qualquer extensão OU 2º grau com ACQ <5% em <12a // ACQ <10% em >12a. Médio queimado: 2º grau c/ ACQ 5-15% em <12a // ACQ 10-20% em >2a OU 3º grau (s/ comprometer face, períneo ou pé) c/ até 10% de ACQ em >12a // ACQ <5% em <12a OU 2º grau c/ qualquer % envolvendo mão, pé, face pescoço ou axila. Grande queimado: 2º grau c/ ACQ >15% em <12a // SCQ >20% em >12ª OU 3º grau c/ ACQ >5% em <12a // ACQ >10% em >12a OU 3º grau c/ qualquer % de ACQ envolvendo mão, pé,face, pescoço e axila OU 4º grau OU períneo ou queimadura por corrente elétrica. TRATAMENTO HOSPITALAR ABCDE (att à lesão por inalação); Analgesia e sedação; HIDRATAÇÃO: Fórmula de Parkland 4mL de RL x Peso (kg) x SCQ 50% nas primeiras 8h e 50% nas demais 16h (tempo conta desde o momento da queimadura). Monitorização do débito urinário (50mL/h >12a). Profilaxia do tétano; Profilaxia de úlcera de Curling; Tto da ferida SF + clorex degermante 2%; retirar bolhas e tecidos desvitalizados. ATB tópico: Sulfadiazina de prata a 1% (pomada) ou Nitrato de prata a 0,5% (solução). Suporte nutricional; Antibioticoterapia sistêmica, se necessário; Reabilitação; Transferência p/ Unidade de tto de queimados. CURATIVO E MANEJO DA FERIDA 1º grau: não requer curativo; pomadas tópicas + AINEs p/ dor. 2º grau superficial: curativo c/ ATB tópico/ compressas/gazes + ataduras. 2º grau profunda / 3º grau: excisão cirúrgica e enxerto de pele quando extensa; a escolha do curativo inicial deve visar à contenção da proliferação bacteriana e promover oclusão até à cirurgia. ETIOLOGIAS Inflamatório: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda, diverticulite, dç inflamatória intestinal, DIP abcessos intracavitários, peritonite primária e secundária, febre do mediterrâneo, adenite mesentérica e tiflite. Perfurativo: úlcera péptica, CA do TGI, febre tifoide, diverticulite e dç de Crohn. Obstrutivo: obstrução pilórica, hérnia estrangulada, bridas, áscaris, corpo estranho, cálculo biliar, volvo, intussuscepção e íleo adinâmico. Hemorrágico: gravidez ectópica, ruptura de AAA, cisto hemorrágico de ovário, rotura de baço, endometriose e necrose tumoral. Vascular: trombose da artéria mesentérica, torção do grande omento, torção de pedículo de cisto ovariano e infarto esplênico. Outras causas: intoxicação por chumbo, cetoacidose diabética, uremia, porfiria aguda intermitente, anemia falciforme, febre do mediterrâneo, IAM de parede inferior, pericardite, PNM em lobo inferior, herpes zoster. EXAME FÍSICO Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca no ponto de McBurney apendicite aguda. Sinal de Candelabro: dor extrema abdominal e pélvica inf à movimentação do colo do útero DIP. Sinal de Charcot: febre + icterícia + dor abd intermitente no QSD coledocolitíase. Sinal de Fothergill: pct em decúbito dorsal elevação do tronco e contração simultânea da musculatura da parede abdominal a massa tumoral persiste palpável e bem definida ou se torna mais proeminente e unilateral (o que não ocorre com massas intra-abdominais) hematoma na bainha do reto. Sinal de Gersuny: massa volumosa de localização variável (geralmente no hipogástrio), moldável à palpação, sensação tátil de deslocamento fecaloma. Sinal de Giordano: dor à punho percussão lombar nefrolitíase. Sinal de Gray Turner (equimose em região de flancos) e Cullen (equimose periumbilical) hemorragia retroperitoneal (pancreatite necro-hemorrágica?). Sinal de Jobert: perda da macicez hepática, hipertimpanismo supra-hepático pneumoperitônio perfuração víscera oca (DD transposição colônica local). Sinal de Kehr: dor referida na região infra escapular resultante da irritação diafragmática inferior e homolateral colecistite aguda (D), úlcera péptica perfurada, ruptura esplênica (E), abcesso local. *No ombro E é um sinal clássico de ruptura de baço. Sinal de Lenander: (TR – TAX) >1ºC abd agudo inflam. Sinal de Murphy: parada abrupta da inspiração profunda c/ a compressão digital do ponto cístico peritonite local colecistite aguda. Sinal do Obturador: dor em hipogástrio à rotação interna do quadril c/ coxa fletida apendicite aguda, DIP, abcesso pélvico. Sinal do Psoas: dor em FID à elevação/extensão do quadril ipsilateral (MID) apendicite aguda retrocecal. Sinal de Rovsing: dor referida na FID à palpação do QIE apendicite aguda. EXAMES COMPLEMENTARES Laboratório: hemograma, amilase, lipase, bilirrubinas, FA, TGO/TGP, lactato, Ur, Cr; EAS. imagem: Rx (pneumoperitônio, volvos e obstruções, calcificações); USG (abd, TV); e TC. DIAGNÓSTICO Cólica biliar QSD ou região epigástrica // referida no ombro D ou dorso; leve à grave; intermitente ou em cólica; possível associação a náuseas e vômitos; comum após alimentação; eps agudos duram de 2 a 6h X Colecistite aguda dor semelhante à cólica biliar, porém duração >6h; inicialmente difusa e no QSD; possível associação a febre (infecção/inflamação), calafrios, náusea, distensão abdominal e icterícia (bilirrubina; se intensa suspeitar de colangite + obstrução do colédoco); HP de cólica biliar; Sinal de Murphy +. Laboratório: elevações moderadas nos níveis de FA, bilirrubinas e transaminase + leucocitose confirmam dx. Imagem: USG de abd total (sensível p/ dx de colecistite aguda); TC (pode identificar causa e local da obstrução); cintilografia hepática (vê o fluxo fisiológico, mas não tem bons detalhes anatômicos e nem pode identificar cálculos); RM (útil p/ planejamento de ressecção de neoplasias / manejo de patos complexas); CPRE (endoscopia + fluoroscopia injeta o contraste pela ampola de Vater p/ imagem da árvore biliar). COLELITÍASE Definição: Cálculos na vesícula biliar (colesterol e cálcio ou pigmentares) devido à supersaturação da bile secretada, concentração dela, nucleação de cristais e/ou desmotilidade da vesícula (esvaziamento prejudicado). *Obesidade ou emagrecimento rápido importante hipersaturação de colesterol por excreção aumentada na bile. Clínica: Normalmente assintomática, podendo ocorrer cólicas biliares após algumas refeições. Exame de imagem de escolha: USG transabdominal. Complicação: colecistite, coledocolitíase, pancreatite aguda biliar e íleo biliar (obstrução intestinal mecânica, pp no íleo terminal, pela passagem de cálculo biliar por uma fístula colecistoentérica; raro, mas grave; acomete pp idosos; quadro inespecífico de obstrução abdominal). *Tríade de Rigler: quadro radiológico clássico de íleo biliar 1) sinais de obstrução intestinal; 2) cálculos biliares ectópicos; 3) aerobilia ou pneumobiliar necessário visualizar apenas 2 dos 3 componentes no RX/TC p/ quadro patognomônico da patologia. TTO: cirurgia se sintomas. COLECISTITE AGUDA LITIÁSICA Definição: inflamação aguda da vesícula devido à obstrução do ducto cístico por cálculo infecção da bile estagnada. Clínica: febre, dor, hipersensibilidade à palpação + defesa no QSD, Murphy +. Exame de imagem de escolha: USG transabdominal. TTO: colecistectomia aberta ou laparoscópica + ATB de amplo espectro e reposição hídrica IV. COLECISTITE AGUDA ALITIÁSICA Definição: inflamação aguda da vesícula biliar sem evidências de cálculos. Fatores de risco: idade avançada, dçs graves, queimaduras, trauma, uso prolongado de nutrição parenteral total, DM e imunossupressão. Clínica: similar à dç calculosa, porém + fulminante. Exame de imagem: USG transabdominal; TC. TTO: suporte clínico + colecistectomia terapêutica. COLEDOCOLITÍASE Definição: presença de cálculos nos canais biliares. Clínica: quando sintomática, cólica biliar e icterícia obstrutiva (colúria, esclerótica amarela e acolia fecal) + febre (sintoma comum). *TRÍADE DE CHARCOT febre + dor no QSD + icterícia = colangite aguda ascendente (pode evoluir p/ choque séptico) tto c/ hidratação + ATB IV Exame de imagem: USG transabdominal; CPRE (altamente sensível e pode ser terapêutica); CPRM; CTP. TTO: CPRE e esficterotomia endoscópica OU exploração laparoscópica do ducto biliar comum OU exploração aberta do colédoco. COMPLICAÇÕES Lesão do ducto biliar: complicação+ grave de cirurgias do QSD; pode se apresentar c/ icterícia +/- dor; em caso de fístula biliar pct tem febre, aumento de dor abdominal, icterícia ou drenagem de bile pela incisão; pode evoluir c/ peritonite biliar. DIAGNÓSTICO Quaro clínico: dor na FID ou difusa que migra p/ FID, pode estar acompanhada de hiporexia/anorexia, náuseas e vômitos, febre e/ou diarreia/constipação. Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca no ponto de McBurney. Sinal de Rovsing: dor referida na FID à palpação do QIE. Sinal de Dunphy: dor na FID quando o pct tosse. Sinal de Lenander: (TR - TAX) > 1ºC. Sinal de Summer: hiperestesia na FID Sinal de Ten Horn: dor no FID quando se traciona o testículo D. Sinal de percussão do calcâneo: dor referida na FID após um estímulo mecânico no calcâneo D. Sinal de Lapinsky: dor à descompressão da FID enquanto eleva-se o MID estendido. Sinal do Obturador: dor no QID à rotação int do quadril. Sinal do Psoas: dor com extensão do quadril ipsilateral. Laboratório: hemograma + -HCG (dd) + EAS (dd). Imagem: USG (crianças/gestantes), TC (padrão-ouro); RNM (gestantes). TRATAMENTO Apendicectomia imediata (aberta ou laparoscópica) + reanimação hídrica + ATB de amplo espectro (dose única pré-op, se não complicada; continuada 4-7d, se sim). DIVERTICULITE Definição: inflamação pericólica por extravasamento de líquido fecaloide pelo divertículo rompido. Clínica: altnos hábitos intestinais, anorexia, náuseas, febre e urgência urinária (se inflam associada da bexiga). Exame físico: distensão e dor abdominal localizada (QIE); uma massa dolorosa também pode ser encontrada se existir um gd fleimão associado; peritonite difusa c/ dor à descompressão e defesa é indicativa de perfuração intra‑abdominal livre. Exame diagnóstico: TC de abdome e pelve. Não complicada: pct afebril, c/ sinais vitais estáveis, capaz de tolerar dieta oral e s/ comorbidades significativa ou imunossupressão tto c/ ATB + modificação da dieta; colono 4-6sem após resolução dos sintomas. Complicada: abcesso pélvico ou pericólico, fístula; dor abdominal, febre, leucocitose e íleo; tto c/ drenagem percutânea OU ATB de amplo espectro OU cirurgia. *Recomenda-se a ressecção eletiva após um único episódio de diverticulite complicada. **Lavagem laparoscópica é uma abordagem alternativa p/ pcts c/ Hinchey III, dada a elevada morbidade c/ a colectomia de emergência. ACESSO VENOSO CENTRAL Indicações: monitorização hemodinâmica; manutenção de uma via de infusão de soluções ou medicações; nutrição parenteral prolongada; QT; hemodiálise; reposição rápida de fluidos ou sangue no trauma ou cirurgia; estimulação cardíaca artificial temporária; pcts c/ vv. periféricas ruins. Contraindicações: discrasias sanguíneas graves, anticoagulação terapêutica; endarterectomia de carótida ipsilateral; tumores cervicais ou c/ extensão IV p/ AD. Escolha do local: anatomia, riscos associados e necessidades do pct; evitar área c/ contaminação, disfunção anatômica, múltiplas cicatrizes e/ou cateter/dispositivo; preferência pelo lado D, pois a cúpula pleural D é + baixa e ducto torácico está à E, logo melhor posicionamento do cateter e risco de quilotórax. Materiais: bolsa e equipo de soro, anestésico local (lidocaína 1-2%), campo estéril, gaze estéril, bisturi, kit de cateter central (agulha, fio guia, dilatador e cateter IV), agulha e fio para fixação e curativo transparente estéril. Trendelenburg: posição que ajuda a reduzir a chance de uma embolização gasosa. Técnica de Seldinger: puncionar a veia central c/ uma agulha longa, de pequeno calibre, por dentro da qual avança- se um fio-guia - 1º identificar o local de punção e introduzir a agulha, c/ leve sucção ao atingir a veia, desconectar a seringa, ocluindo a extremidade proximal da agulha com o dedo e introduzir o fio guia remover a agulha, mantendo o fio guia inserido incisão de 1- 2mm no local da punção na pele introduzir o dilatador sobre o fio guia remover o dilatador e introduzir o cateter sobre o guia na veia remover o fio guia e, após constatar o retorno de sangue, conectar o cateter ao equipo com SF 0,9% fixar o cateter c/ ponto simples na pele solicitar a RX de tórax p/ confirmação da posição do cateter. Jugular interna: a VJI se localiza no triângulo de Sedillot formado pela clavícula e pelas 2 cabeças do ECOM.; menor risco de complicações (ex.: ptx) que a subclávia. Subclávia: acesso infra (na junção do 1/3 proximal c/ o médio da clavícula.) ou supraclavicular (inserir agulha voltada p/ o mamilo contralateral atrás da clavícula, lateralmente à cabeça clavicular do ECOM); maior risco de ptx; NÃO é a veia de escolha p/ pcts c/ coagulopatia e durante as manobras de RCP (em pcts c/ alt da hemostasia, deve-se tentar correção antes da punção e, se possível, evitar a subclávia devido à impossibilidade de compressão local em caso de punção arterial acidental). Femoral: a V. Femoral está medial à A. Femoral (inferior ao ligamento inguinal), localizando-se no trígono femoral (limite sup = ligamento inguinal, lat = espinha ilíaca antssup e sínfise púbica); punção é desejada 1-2cm abaixo do ligamento; acesso rápido, c/ alta taxa de sucesso, porém maior risco de infecção e de trombose iliofemoral. Emergência: V. Femoral tem probabilidade de interromper a RCP; VJI e subclávia (acesso supraclavicular) também são opções, pois permitem entrega rápida da medicação ao coração. IOT Indicações: procedimentos e cirurgias; impossibilidade de manter via aérea pérvia; insuficiência respiratória aguda grave e refratária; hipóxia e/ou hipercapnia; ECG ≤ 8; instabilidade hemodinâmica grave ou PCR; antecipação de piora em pcts queimados ou c/ visível desconforto respiratório que poderão entrar em fadiga. Contraindicações: transecção de traqueia (única). STOP-MAID: sucção (aspirador); teste de todos os equipamentos; O2 p/ pré-oxigenação; posicionar tudo na mesa; monitorizar o pct; avaliar VA; IV pérvio; drogas. Complicações: intubação esofágica não reconhecida; hipoxemia, hipercapnia; vômitos e aspiração (sd. de Menselson); pneumonite e pneumonia; trauma nos dentes, lábios e cordas vocais; e exacerbação de lesão em cervical. Manobra de Sellick: aplicar uma leve ao nível da cartilagem cricoide durante a IOT, ocluindo externamente o esôfago, p/ prevenir a regurgitação. Técnica: segurar o tubo c/ mão D e laringoscópio c/ a E colocar o laringoscópio pela rima labial D e deslocar a língua p/ E tracionar o laringoscópio p/ cima e p/ frente, posicionando-o na valécula (evitar movimento de báscula) visualizar as cordas vocais (IOT não pode ser realizada às cegas, apenas sob visualização direta das cordas vocais) introduzir tubo até que a borda proximal do cuff ultrapasse as cordas vocais retirar fio guia insuflar cuff com seringa de 6-10mL de ar acoplar ambu e insuflar, auscultando epigástrio, pulmão E + D. TRAQUEOSTOMIA Indicações: desobstrução das VAS em situações de comprometimento do trato respiratório sup por tumores, cirurgias, traumas ou infecções; prevenção de lesões laríngeas ou nas VAS causadas por IOT prolongada; fornecimento de acesso e proteção das VAI na possibilidade de aspiração; fornecimento de uma VA estável p/ pcts que necessitam de suporte ventilatório ou oxigenação. Contraindicações: não é recomendada a traqueo em pcts c/ transtornos de coagulação. Riscos: obesidade, pescoço curto, bócio, infecção de tecidos moles no pescoço, impossibilidade de extensão cervical e história de cirurgia cervical; a presença de malignidades como carcinomas na região da laringe indica a necessidade de cautela. Técnica: pct em decúbito dorsal + extensão cervical + sedação ABERTA = incisão de 2-3cm a partir da borda inf da cartilagem cricoide em direção ao esterno, na profundidade da tela subcutânea e m. platisma abertura da rafe mediana, afastando os músculos infra-hiodes espaço p/ passar a cânula sob o istmo da tireoide (pode-se deslocar o istmo cranialmente ou realizar a istmectomia) exposição e abertura da traqueia passagem da cânula. Complicações: parada respiratória; edema agudo de pulmão; hemorragia; broncoaspiração; ptx; hematomas; enfisema subcutâneo; estenose e lesão da traqueia. TORACOCENTESE Indicações: diagnóstica – coleta de pequena quantidade de líquido pleural p/ análise; alívio – retirada de gd vol de líquido pleural p/ alívio de sintomas relacionados a um derrame pleural volumoso; descompressiva – pcts c/ ptx hipertensivo p/ melhora rápida dos sintomas até a realização da drenagem torácica. Contraindicações: não existem CI absolutas; deve ser evitada em sítios c/ sinais de infecção de pele / subcutâneo. DRENAGEM DE TÓRAX Indicações: hemotx, ptx, empiema, quilotórax e derrame pleural recorrente. Cuidados: clampear o dreno p/ que não entre ar durante a manipulação (troca e medição do volume do frasco de drenagem); manter o selo d'água com 300- 500 mL de SF 0,9% e trocá-lo a cada 12-24h.
Compartilhar