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LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá. C.A.T (Teste de Apercepção Infantil) Com figuras de animais Autor: Bellack Idade para aplicação: 3 a 10 anos Método: aperceptivo método para investigar a personalidade por meio do estudo do significado dinâmico das diferenças individuais na percepção de estímulos padronizados. Outros testes aperceptivos: C.A.T-figuras humanas=aplicado em crianças de 7 a 10 anos com inteligência elevada; Symonds=adolescentes; TAT de Henry Murray=adolescentes e adultos Objetivos: facilitar a compreensão do relacionamento da criança com as figuras e os impulsos mais importantes; sucitar respostas a problemas de alimentação e problemas reais em geral; investigar problemas de rivalidade entre irmãos; aclarar a atitude em relação às figuras parentais e o modo como são apercebidas; entender o relacionamento da criança com os pais, como casal (complexo de édipo), culminando a cena primária; fantasias da criança sobre agressão, sobre a aceitação pelo mundo do adulto e seu medo de ficar só a noite, masturbação, higiene pessoal e a reação dos pais a isso. APLICAÇÃO: Dizer a criança que vamos fazer um jogo e que ela tem que contar uma estória sobre as gravuras, que ela deve dizer o que está acontecendo, o que os animais estão fazendo. Em alguns momentos a criança poderá ser interrogada a respeito do que aconteceu antes e o que aconteceu depois. Ter cuidado ao estimular, não induzir. Conservar as gravuras que não estão sendo usadas fora da vista da criança; Deve-se aplicar na ordem indicada. OBJETIVOS DAS PRANCHAS: Prancha 1-Pintinhos sentados em volta de uma mesa sobre a qual está colocada uma grande vasilha de comida. Perto se encontra uma frango grande e gordo. giram em torno de alimentação de ser ou não suficientemente nutrido elos pais; rivalidade entre irmãos, quem recebe mais, quem é bem ou mal comportado. problemas relativos à oralidade em geral: satisfação ou frustração. LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá. Prancha 2-Um urso puxa o lado de uma corda, enquanto outro urso e um ursinho puxam do outro lado. efetivação do desejo agressão ou autonomia da criança. De maneira mais suave poderá ver como uma brincadeira de corda; observar se o filho se identifica com o pai ou com a mãe, com qual colabora. Prancha 3- Um leão com um cachimbo e uma bengala, sentado numa poltrona; no canto, à direita, um rato aparece num buraco. se o leão for percebido como uma figura paterna forte, é importante observar se ele tem um poder bondoso ou ameaçador. a bengala pode ser vista como um instrumento de agressão ou pode ser usada para transformar a figura paterna em velha e desamparada, da qual não se precisa ter medo. Em geral, este é um processo defensivo. Se o leão é visto como uma figura paterna poderosa, será importante notar se este poder é indulgente ou perigoso. o rato é visto pela maioria das crianças como o personagem mais importante. Outras vezes ele fica à mercê do leão. algumas crianças se identificam com o leão, outras se identificam ora com um ora com outro personagem, dando prova de confusão de seus papéis, de conflito, submissão ou autonomia. Prancha 4 –Um canguru fêmea de chapéu na cabeça, carrega uma cesta contendo uma garrafa de leite; na sua bolsa guarda um bebê canguru que segura uma bola; numa bicicleta, um cangurú um pouco maior. rivalidade entre irmãos ou preocupação com a origem dos bebês; relacionamento com a mãe; se a criança for a mais velha e se identifica com o bebêdesejo de regredir para ficar mais perto da mãe; se a criança for mais nova e se identifica com a mais velha desejo de independência, autoridade, domínio. a cesta pode sugerir temas de nutrição ou temas de fuga diante do perigo; pode ser interpretada como medo inconsciente, relacionado com mãe-pai, sexualidade e gravidez. Prancha 5- Um quarto escuro com uma cama no fundo: no primeiro plano, dois ursinhos numa cama de criança. preocupação com o que se passa com os pais enquanto estão deitados (cena primária); as duas crianças no berço: prestam-se a temas de manipulação mútua e exploração entre crianças. Prancha 6- Uma caverna sombria com silhuetas, vagamente desenhadas, de dois ursos no fundo; um ursinho está estendido no primeiro plano. utilizada como complemento da prancha 5, quase sempre revela o que foi reprimido na prancha precedente. estórias relativas à cena primária; ciúmes na relação triangular; masturbação. LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá. Prancha 7- Um tigre, mostrando os dentes e garras, lança-se sobre um macaco que, pôr sua vez, salta no ar. medos de agressão e os meios de lidar com eles; fica evidente o grau de ansiedade da criança que pode ser tão grande a ponto de levar a rejeição da gravura ou as defesas podem ser boas o bastante, ou irreais o suficiente a ponto de transforma-la em uma estória inofensiva. Prancha 8- Dois macacos adultos estão sentados num sofá e tomam chá, No primeiro plano um macaco adulto está sentado sobre um banco e conversa com um pequeno macaco. o papel que a criança atribuiu a si na constelação familiar; a sua interpretação do macaco dominante como figura materna ou paterna torna-se significativa em relação à sua percepção dele como um macaco bondoso ou castrador. As xícaras de chá sugerem temas orais. Prancha 9- Pela porta aberta de um quarto claro vê-se um quarto escuro. Nessa peça escura há uma cama de criança, onde um coelho está sentado, olhando em direção da porta. medo do escuro, de ser deixado só, de abandono pelos pais, curiosidade pelo que acontece no cômodo do lado. Prancha10- Um pequeno cachorro está deitado nos joelhos de um cachorro grande. As duas personagens, com um mínimo de traços expressivos, encontram-se no primeiro plano de um banheiro. estórias de “crimes e castigos”, revelando algo sobre concepções morais da criança. Treinamento dos esfíncteres, masturbação, tendências regressivas. LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá. C.A.T CORREÇÃO PAUTAS PARA A INTERPRETAÇÃO PROPOSTASPOR HIRSCH 1) Que animais vê e como os vê. Omissões acréscimos e distorções. Percepções e elaborações pouco usuais em relação à identidade dos animais. 2) Que outros elementos não animais são vistos na prancha e de que maneira. Omissões acréscimos e distorções no conteúdo da realidade. Comparação entre pranchas com um habitat característico do homem e aquelas que apresentam um cenário natural adequado à vida dos animais. 3) Possibilidade de dar passado, presente e futuro à história. 4) Sequência lógica ou ilógica na construção da história 5) Tipo de linguagem utilizado (riqueza, exatidão, adequação à idade, etc.); 6) Possibilidade de fantasiar, capacidade criativa. 7) Tipo de interação entre os personagens em nível descritivo. Colocação da problemática; 8) Qual é o tema das relações objetais inconscientes na interação. Principais ansiedades associadas às relações fantasiadas. Principais meios de defesa 9) Tentativa de resolver ou não o problema ou conflito da história. Tipo de solução obtida em função dos desejos, medos e defesas utilizadas. Como o mundo de objetos internos é conciliado com a realidade social mais consciente DESCRIÇÃO DAS PAUTAS: Pautas 1 e 2 saber em que medida o preceito está adequado à descrição e às respostas típicas de cada prancha do C.A.T; adequação ou inadequação perceptiva e aperceptiva ao estímulo permite evitar dificuldades de diagnóstico diferencial. A intensa inadequação perceptual pode ser um dado para a verificação do diagnóstico de uma psicose(pôr exemplo, grande quantidade de omissões e acréscimos). No caso de distorções, cabe levar em conta se trata de verdadeiras distorções perceptuais (de origem puramente emocional) ou erros na utilização da linguagem (cuja causa é às vezes, um baixo nível sociocultural ou um déficit intelectual) dado que se trata de um estímulo muito estruturado a frequência das distorções perceptuais é muito significativa, quanto a tipo e grau de patologia; a atribuição de identidades animais diferentes das típicas, pode estar relacionada com uma imagem confusa de sua própria identidade ou com outros significados evidenciados através do teste; é importante distinguir se o percepto está alterado ou a palavra mal usada, dificuldade que se torna arriscada na formulação de hipóteses sobre a atribuição de identidades incomuns; o conteúdo da realidade é muito estruturado, a sua omissão ou distorção rígida constituem dados significativos sobre a patologia do caso; consignar a medida em que o conteúdo da realidade é incluído ou excluído quando se trata de cenários típicos do homem ou do meio natural dos animais.( Pôr exemplo, muitas crianças ante interiores e figuras antropomorfizadas mostram-se reticentes em imaginar, defendendo-se de um estímulo que sentem como muito próximo à própria exist6encia; LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá. outras pelo contrário, perdem a distância e identificam-se projetivamente de forma maciça.). Pautas 3, 4 e 5referem à estrutura da história; tempo, coerência lógica e linguagem. na 3 interessa ver como o sujeito se localiza na dimensão temporal. São significativas as omissões repetidas de passado, presente e futuro, assim como a rigidez na adaptação à ordem temporal. A omissão repetida do passado parece estar relacionada com a impossibilidade de aceitar fatos dessa época e capitalizá-los na experiência: a dissociação e a repressão desempenham um papel importante. A omissão do futuro costuma aparecer nas crianças mais velhas que estão atadas aos fatos do passado que determinam seu presente e permitem poucas ilusões sobre o futuro. A adequação rígida à ordem temporal através das dez pranchas aparece em sujeitos com traços obsessivos que procuram cumprir fielmente as instruções dadas; na 4 podemos ver a coerência do pensamento e detectar, especificamente, alterações da forma e conteúdo de pensamento; na 5 avaliamos o tipo de linguagem utilizado e sua relação com padrões evolutivos (se é adequado à sua idade ou não e, neste último caso, buscar as causas nos ítens posteriores. Ver em que sentido se desvia dos padrões evolutivos: riqueza, exatidão, etc.). Pauta 6investigamos dois aspectos: a) Se o sujeito é capaz de expressar verbalmente suas fantasias ( algumas estórias mostram uma grande riqueza neste sentido e outras são o que chamamos de “produções chatas” b) Se, no caso em que tenha essa capacidade, pode organizá-la de maneira criativa, conseguindo, mediante um esforço vitorioso, a estruturação de um história que, sem afastar da resposta típica, tenha aspectos originais; Pauta 7refere-se ao modo como se dá a interação entre os personagens, que modalidade tem (pôr ex. interatuam agredindo-se), e a que problemática básica responde (pôr ex.: ciúme). Pauta 8introdução da teoria das relações objetais. Tentamos detectar não só o sistema de necessidade-pressão do sujeito, mas também sua integração com o tipo de vínculos objetais predominantes: quais são as relações fantasiadas, as ansiedades ligadas às mesmas e os meios de defesa utilizados (de que se defende, como se defende) Pauta 9síntese das pautas anteriores o sujeito tenta resolver o conflito ou não? Qual a solução escolhida? Como utiliza suas defesas em função do que deseja e do que teme? detectar se predominam na solução aspectos adaptativos, se é uma solução que enriquece ou coarta o ego, se está baseada na realidade ou se é uma solução totalmente fantasiada. LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá. BELLAK propõe uma análise interpretativa em função de dez variáveis. Para facilitar a compreensão essas variáveis que podem ser incluídas na folha de interpretação: Tema Principal: É o denominador comum da maioria das estórias. Se o herói procura roubar para se satisfazer, podemos concluir que a criança está preocupada pôr não Ter o suficiente (comida ou gratificação) e desejosa de tomar dos outros o que lhe falta; A história pode ter mais de um tema simples e podem estar relacionados de maneira complexa. O Herói Principal: É a personagem com quem o sujeito se identifica. Se distingue pôr ser a figura em torno do qual gira a história, pôr assemelhar-se ao sujeito em idade e sexo e porque é do seu ponto de vista que as coisas são compreendidas; Há casos em que há mais de um herói em uma estória e o sujeito se identifica ora com um, ora com outro. Notar quando o sujeito se identifica com o sujeito do sexo oposto. Os interesses, desejos, deficiências, dons e habilidades, com os quais o sujeito é revestido, são provavelmente, aqueles que o sujeito deseja possuir, possuia ou teme possuir; Observar se o herói é capaz de enfrentar as circunstâncias de maneira adequada ao grupo social ao qual lhe pertence. Auto-retrato: A idéia que o sujeito tem de seu próprio corpo, de si mesmo em geral, ou de seu papel social. Como São Vistas as Figuras: Como a criança vê as figuras ao seu redor e como reage em relação às mesmas; Assinalar a presença das diversas atitudes diante de uma mesma pressão ambiental verificando a consistência de atitudes. Identificação:Verificar com quem a criança se identifica e sua adequação. (Esse processo é válido , embora a identificação se complete no fim da puberdade). Figuras, Objetos ou Circunstâncias Externas Introduzidas: Relaciona-se com as figuras, objetos ou circunstâncias não existentes nas pranchas. Injustiça, severidade, indiferença, privação e decepção indicam a natureza do mundo, no qual a criança se sente viver. Objetos ou Figuras Omitidas: Pode haver desejo de que esse objeto não esteja na figura, porqu6e ele é hostil ou porque provoca conflitos. LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá. Natureza das ansiedades: Determinar qual a ansiedade predominante da criança: relacionadas a ofensa física, castigo, medo de falta ou perda de amor(desaprovação), ser abandonado (solidão ou falta de apoio) Notar as defesas contra os medos e formas de defesa: passiva, agressiva, oral, aquisitiva, regressiva, renúncia, etc. Conflitos significativos: A natureza dos conflitos e as defesas contra a ansiedade. Castigo pelo Crime: As relações de um crime cometido na história e severidade do castigo dão a idéia da evolução do superego; Notar em que circunstância há castigo e quem castiga. Castigo com sentimento de culpa ou impunidade do herói. Desfecho da história: Verificar se a história tem um final feliz em termos realísticos ou não. Esta variável indica o tom emocional da criança: deprimido ou esperançoso, alegre, otimista, etc. O desfecho está relacionado com a adequação do herói e com as forças do ego. Nível de maturação: Se o superego exagerado ou primitivo. O castigo pode estar ausente ou pode representar medo de retribuição e não reflexo da internalização de costumes sociais. Pôr outro lado, muito sentimento de culpa e muita moralidade podem indicar início do comportamento obsesssivo-compulsivo. O nível intelectual pode ser investigado do ponto de vista da linguagem, conceitualização e estrutura das estórias. Pode-se comparar a predominância de desejos orais ou qualquer outra expressão libidinosa com o nível emocional que se espera de uma criança de uma determinada idade. Bibliografia: -OCAMPO, Maria Luiza Siquier e colaboradores. O Processo Psicodiagnóstico e as Técnicas Projetivas. São Paulo: Martins Fontes, 1999. – Psicologia e Pedagogia. -GRÜNSPUN, Haim. Distúrbios Neuróticos da Criança. São Paulo: Atheneu,1995. 4ª edição. LAPP – LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO E PESQUISA PSICOLÓGICA CURSO DE PSICOLOGIA FEPI - Centro Universitário de Itajubá Apostila elaborada pela Profª Rosana Maria Mohallem Martins, responsável pelas disciplinas de Avaliação Psicológica do Curso de Psicologia do centro Universitário de Itajubá.
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