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MÉTODOS E MEDIDAS DE POSICIONAMENTO GEODÉSICO – GNSS UNIDADE I CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES Elaboração Prof. Ms. Márcio Felisberto da Silva Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO UNIDADE I CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES .........................................................................................................................................................5 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GNSS ...................................................................................... 5 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................22 4 5 UNIDADE ICONSTELAÇÃO DE SATÉLITES CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GNSS Aos olhos de um simples observador, que se pega contemplando as constelações do firmamento, é possível que este consiga ver e imaginar apenas os astros luminosos, e certamente não terá uma visão integral do que mais existe no espaço que nos rodeia. Dentre os diversos elementos presentes no espaço 24 horas por dia, estão algumas constelações de satélites artificiais orbitando a terra, a serviço de nos fornecer dados das mais diversas ordens e para as mais variadas finalidades, tais como a de uso militar, agricultura, monitoramento ambiental, clima, localização, navegação, aviação, comunicação, posicionamento diversos entre outros fins. A esta constelação de satélites damos o nome de GNSS (Sistema Global de Navegação via Satélite), o qual é composto pelos sistemas GPS, GALILEO, GLONASS, BEIDOU/ COMPASS e NNSS-TRANSIT estando este último já desativado. O sistema GNSS é utilizado para determinar a posição de um receptor em algum lugar na terra, no mar ou no espaço por meio de constelação de vários satélites artificiais, conforme pontuado anteriormente. Determinar a posição do receptor (ou seja, latitude, longitude e altura) baseia-se na distância calculada a partir de vários satélites. Cada satélite transmite continuamente uma mensagem de navegação, sendo que, normalmente três satélites são suficientes para determinar a longitude, latitude e a altura, embora o convencional sejam quatro satélites. A formação desse conjunto de satélites iniciou-se a partir do lançamento do satélite Russo Sputnik I no ano de 1957 e que posteriormente se desencadeou no desenvolvimento e operacionalização do sistema GLONASS. 6 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES Logo após, em 1958, os Estados Unidos da América lançou o satélite Vanguard e a partir desse momento deu-se inicio ao desenvolvimento do sistema NAVSTAR (Navigation Satellite whith Timing and Ranging). Nove anos após o lançamento do Vanguard, um sistema de navegação que até então era utilizado apenas pela marinha americana, foi disponibilizado para uso civil, o qual era denominado de NNSS (Navy Navigation Satellite System) e também era conhecido pelo nome de Transit. Entre os anos 1973 e 1988 desenvolveram estudos, desenho e a construção do primeiro bloco de satélites do sistema GPS – Global Positioning System. Esse sistema foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos com a precisão de obter a posição, velocidade e horário de um determinado ponto sobre a superfície da Terra. O sistema GALILEO por sua vez, surgiu a partir das restrições impostas pelos Estados Unidos aos demais países quanto a participação no desenvolvimento do sistema GPS. Dessa forma, em 1999 a União Europeia sugeriu que fosse desenvolvido um sistema próprio e independente, aberto a participação de demais países, compatível com o sistema GPS e com o sistema GLONASS, independente e controlado por civis. Em setembro de 2015, dois novos satélites foram lançados, o Alba e o Oriana. Atualmente, o GALILEO possui 10 satélites em órbitas, um terço de sua constelação, mas até 2020 pretende estar com uma rede completa de 30 satélites em órbita. O sistema BEIDOU que também é conhecido como COMPASS, começou a ser desenvolvido em 1983, tendo seu primeiro satélite lançado no ano de 2000. O ultimo lançamento foi em março de 2015. Figura 1. Lançamento satélite em março de 2015. Fonte: <www.beidou.gov.cn>. 7 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I O sistema BEIDOU de navegação por satélite é um sistema de navegação global por satélite da China, que foi desenvolvido com o intuito de manter a independência e manter a iniciativa e o poder de decisão nas próprias mãos. Objetiva-se equacionar o sistema de forma a ser aberto, compatível, estável e com uma tecnologia de confiança a fim de oferecer um serviço global, acelerando o desenvolvimento da indústria de navegação por satélite, ampliando o leque de possibilidades dentro do setor econômico e social do país. Assim como o GPS, o sistema BEIDOU é composto de três segmentos: o espacial, de controle e o de usuário. O segmento espacial contém 5 satélites geoestacionários e 30 satélites de órbita não geoestacionários. O segmento de controle é composto de uma série de estações. E o segmento usuário inclui terminais de sistema BEIDOU, bem como outros compatíveis com os outros sistemas de navegação por satélite. Sistema GLONASS O desenvolvimento do sistema GLONASS originou-se na União Soviética no ano de 1976. Os lançamentos de foguetes iniciaram em 12 de outubro de 1982 até que a constelação foi concluída em 1995. Durante a década de 1990, o sistema passou por um declínio até que em 2001, no governo de Vladimir Putin, o sistema foi restaurado e declarado como prioridade tendo o financiamento do programa espacial aumentado de forma bastante considerável. Segundo informações oficiais da Rússia, o sistema GLONASS é o programa mais caro da Agência Espacial Federal Russa, consumindo um terço do seu orçamento em 2010. Até o no de 2010, o sistema GLONASS já tinha alcançado uma cobertura de 100% do território da Rússia e em outubro de 2011, a constelação orbital de 24 satélites foi ampliada, permitindo uma cobertura global completa. A arquitetura dos satélites GLONASS foi submetida a várias atualizações e redesenhamentos desenvolvendo dessa forma a versão mais recente conhecida como o GLONASS-K. O programa GLONASS, como já mencionado, está entre as prioridades da política do Governo russo, cabe ressaltar que as metas para 2002-2011 foram alcançadas, demonstrando um desempenho de avanços semelhante ao sistema GPS. Um novo programa GLONASS para os anos de 2012 a 2020 já foi aprovado em março de 2012. Dentre as suas principais metas estão a continuidade, modernização e ampliação do uso nas mais diversas finalidades, bem como tornar o sistema GLONASS um elemento essencial ao GNSS. https://en.wikipedia.org/wiki/Satellite_constellation https://en.wikipedia.org/wiki/Russian_Federal_Space_Agency https://en.wikipedia.org/wiki/Geography_of_Russia 8 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES Figura 2. Símbolo do sistema GLONASS. Fonte: <www.glonass-iac.ru>. O programa conta atualmente com 28 satélites em órbita, sendo 26 GLONAS-M e 2 GLONAS-K. As várias versões do GLONASS são: GLONASS - lançado em 1982, esses satélites tinham a intenção de trabalhar com o posicionamento, distância, tempo e medição de velocidade em qualquer lugar do mundo, sob o controle de militares e organizações oficiais. GLONASS-M - lançado em 2003 com o intuito de adicionar o segundo código para uso civil. Figura 3. Satélite modelo GLONASS-M. Fonte: <www.glonass-iac.ru>. GLONASS-K - começou em 2011 possuindo mais três tipos: K1, K2 e KM para pesquisa. Adicionando nessa fase, a terceira frequência para uso civil. Figura 4. Satélite modelo GLONASS-K. Fonte: <www.glonass-iac.ru>. http://www.glonass-iac.ru http://www.glonass-iac.ru http://www.glonass-iac.ru 9 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I GLONASS-K2 - será lançado depois de 2015 (atualmente em fase de projeto). GLONASS-KM - será lançado depois de 2025 (atualmente em fase de investigação). A estrutura do sistema GLONASS é compostapor: » Uma constelação de satélites distribuídos em três planos orbitais. » O Centro de Sistema de Controle (SSC) localizado na Krasnoznamensk. » Duas estações de uplink. » Um Relógio Central localizado no Schelkovo (próximo a cidade de Moscou). » Uma rede de monitoramento e quatro estações de medição (MS). » Cinco Telemetria, Rastreamento e Controle de estações (TT & C). A infraestrutura do sistema GLONASS está organizado em dois segmentos, sendo eles: o segmento espacial e o segmento terrestre, complementando o terceiro segmento a partir dos receptores dos usuários, que compõem o segmento de usuário. Segmento Espacial As principais funções do segmento espacial são transmitir os sinais de radionavegação, armazenar e retransmitir a mensagem de navegação enviada pelo Segmento de Controle. O segmento espacial do sistema GLONASS é composto de um numero de 28 satélites operacionais, distribuídos em três planos orbitais. Os satélites operam em uma órbita circular com uma altitude de 19.100 km e uma inclinação de 64,8 graus, onde cada satélite completa a órbita em aproximadamente 11 horas e 15 minutos. Segmento de Controle O Segmento de Controle, ou Sistema de Controle Operacional, é o responsável pelo bom funcionamento do sistema GLONASS. Ele é composto por: » Um Centro de Sistema de Controle (SSC). » Uma rede de cinco Telemetrias. » Centros de Rastreamento e Comando (TT & C). http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_General_Introduction http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_Space_Segment http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_Ground_Segment http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_User_Segment http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_Space_Segment http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_General_Introduction http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_General_Introduction 10 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES » Um Relógio Central. » Três estações de upload (UL). » Duas Estações Variando de laser do satélite (SLR). » Uma rede de monitoração e medição de Estações (MS). Além de toda essa estruturação distribuída ao logo do território Russo, outras seis estações de monitoramento e medição adicionais estão previstas para começar a operar em breve. O segmento conta ainda com um sistema de sincronização de todos os processos do sistema GLONASS, funcionando a partir de um relógio atômico de hidrogênio de alta precisão. Esse sistema é muito importante para a operacionalidade do sistema de forma apropriada. Segmento de Usuário O Segmento de Usuário representa os equipamentos receptores localizados na superfície terrestre que permitem rastrear os satélites do sistema GLONASS. É convencionado que para receber um posicionamento da forma mais adequado, é necessário que um receptor receba o sinal de quatro satélites: três para obter as coordenadas da posição e o quarto para determinar o tempo. Embora a constelação do sistema GLONASS esteja se aproximando de uma cobertura global, sua comercialização e especialmente o desenvolvimento do segmento de usuários, deixa um pouco a desejar se comparando com o sistema norte-americano GPS. Dessa forma, para melhorar a situação, o governo Russo tem promovido de forma ativa o uso e abertura do sistema GLONASS para o uso civil. O governo tem forçado todos os fabricantes de automóveis na Rússia a produzir carros equipados com o sistema GLONASS, bem como desde fevereiro de 2011, todos os automóveis de passageiros, veículos de transporte e os veículos que transportam materiais perigosos são obrigados a usar navegadores equipada com o sistema GLONASS. Além disso, os esforços da Rússia para melhorar a precisão do sistema GLONASS já surte resultados, haja vista várias empresas de eletrônicos já anunciarem o lançamento de novos receptores com suporte total às inovações do GLONASS. http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_General_Introduction http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_General_Introduction http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_General_Introduction http://www.navipedia.net/index.php/GLONASS_General_Introduction 11 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I Sistema GALILEO GALILEO é um sistema de navegação global por satélite desenvolvido pela Europa, o qual visa oferecer um serviço de posicionamento global altamente preciso sob o controle civil. Ele é compatível com o sistema GPS e o sistema GLONASS. Em 21 de outubro de 2011 foram lançados os primeiros dois dos quatro satélites operacionais. No ano seguinte, outros dois satélites foram lançados, em 12 de Outubro de 2012. E após ocorreu uma sucessão de lançamentos até o último ocorrido no dia 11 de setembro de 2015, que na ocasião foram lançados mais dois satélites. » Segmento Espacial: O Segmento Espacial do sistema GALILEO, pretende concluir uma constelação total de 30 satélites em uma Órbita Média (MEO). » Segmento de Controle: Este segmento conta com um conjunto de diversas estações distribuídas globalmente, afim de dar apoio a determinação de órbitas e sincronização de tempo. Essas estações irão proporcionar dados para outras duas estações, uma responsável pelos dados de navegação e outro pela manutenção física do sistema. É importante ressaltar que esse segmento é considerado o coração de todo o sistema GALILEO. Quadro 1. Status da Constelação do Sistema GALILEO. Satélites Nome Missão Data Lançamento Nome Satélite Status Sat – 14 ------------------- ------------------- ------------------- Em curso Sat – 13 ------------------- ------------------- ------------------- Sat – 12 ------------------- ------------------- ------------------- Sat – 11 ------------------- ------------------- ------------------- Sat – 10 Galileo Sat 9 e 10 11.09.2015 GSAT0206 Lançamento RecenteSat – 09 GSAT0205 Sat – 08 Galileo Sat 7 e 8 28.03.2015 GSAT-204 Em Operação Sat – 07 GSAT-203 Sat – 06 Galileo Sat 5 e 6 22.08.2014 GSAT-202 Em Operação Sat – 05 GSAT-201 Sat – 04 IOV – 2 12.10.2012 GSAT-104 Sat – 03 GSAT-103 Sat – 02 IOV – 1 21.10.2011 GSAT-102 Sat – 01 GSAT-101 GIOV-B ------------------- 27.04.2008 ------------------- Desativado GIOV-A ------------------- 28.12.2005 ------------------- Desativado Fonte: <www.esa.int>. 12 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES » Segmento de Usuário: Conforme observado nas características dos segmentos de usuário dos demais sistemas que já estudamos, notamos que é comum a definição apontada para uma diversidade de equipamentos receptores civis e militares que recebem o sinal emitido pela constelação de Satélites. Para o sistema GALILEO, não é diferente, haja vista o segmento de usuário abranger o uso do produto final a partir das mais variadas especificações de receptores. Sistema GPS O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é um sistema de navegação dos Estados Unidos da América, com base no espaço, fornecendo confiável serviço de posicionamento, navegação e cronometria aos usuários civis, de forma livre e desimpedida para todo o mundo. A partir de um receptor GPS, o sistema irá fornecer a localização e a hora exata em qualquer tempo, do dia ou da noite, em qualquer lugar do mundo sem limites para um número de usuários simultâneos. O sistema GPS consiste em três segmentos: os satélites que orbitam a Terra (espacial), monitoramento (controle) de solo e das estações de controle e dos receptores (usuários) de GPS pertencentes a usuários. A partir do espaço, os satélites do sistema GPS transmitem sinais que são recebidos e identificados por receptores GPS em superfície. Estes por sua vez, recebem as coordenadas tridimensionais de latitude, longitude e altitude, e o tempo preciso local. O sistema GPS está agora disponível para todos no mercado de pequenos receptores GPS portáteis. Com estes receptores, os usuários podem determinar com precisão a sua localização e facilmente navegar para o local onde se deseja ir, seja a pé, dirigindo, voando ou navegando. O sistema GPS é essencial em todos os sistemas de transporte do mundo,o qual oferece suporte para a navegação por ar, terra e mar, conforme já mencionado. Os serviços de emergência e assistência em catástrofes, também são bastante dependentes do sistema GPS para localização e determinação do tempo de coordenação das missões para salvar vidas. 13 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I Atividades cotidianas, como serviços de banco, telefonia celular e até mesmo redes de distribuição de energia, ganham no quesito de eficiência, haja vista à precisão fornecida pelo GPS. Os agricultores, topógrafos, geógrafos, geólogos, cartógrafos, geodésicos entre outros inúmeros usuários passam a trabalhar com mais eficiência, segurança, com mais economia e com mais precisão, graças aos sinais de GPS acessíveis de forma gratuita. Os satélites GPS voam em órbita terrestre média (MEO) a uma altitude de cerca de 20,200 km (12.550 milhas). Cada satélite orbita a Terra duas vezes por dia. Figura 5. Modelo esquemático dos planos de órbitas do sistema GPS. Fonte: <www.gps.gov>. Quanto ao arranjo dos satélites da constelação GPS, estes são dispostos em seis planos orbitais igualmente espaçados em torno da Terra. A constelação de GPS é uma mistura de antigos e novos satélites composta por GPS do Bloco IIA (2a geração, Advanced), do Bloco IIR (Reposição), do Bloco IIR (M) (modernizada), do Bloco IIF (Siga-on ) e do BLOCO GPS III, conforme figuras a seguir. Para simplificar nosso entendimento acerca dos blocos de satélites, é importante salientar o quanto o projeto de satélites GPS evoluiu com o tempo. Cada geração de satélites com características semelhantes é chamada de bloco. Dessa forma, vamos observar uma breve descrição dos diferentes blocos de GPS: » Bloco I: Onze satélites deste tipo foram lançados entre 1978 e 1985. A Disponibilidade Seletiva (S/A) não foi implementada e seu peso médio era de 845 kg. A vida média prevista era de 4,5 anos, embora alguns deles tenham durado até 10. Eles foram capazes de dar serviço de posicionamento por 3 ou 4 dias sem nenhum contato com o centro de controle. 14 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES » Bloco II e IIA: São satélites operacionais que consistem em 28 satélites no total, lançados a partir de 1989 e muitos estão ainda em operação. Eles pesam cerca de 1.500 kg e tem uma vida média prevista de 7,5 anos. Desde 1990, uma versão melhorada foi usada, denominado Bloco IIA (avançado), com capacidade de comunicação mútua. Eles são capazes de fornecer o serviço de posicionamento por 180 dias sem nenhum contato com o segmento de controle. No entanto, no modo de funcionamento normal, eles se comunicam diariamente. » Bloco IIR: São satélites operacionais em substituição aos anteriores, a partir de 1997. Estes satélites estão sendo utilizados como peças de reposição para o Bloco II. Esse Bloco IIR é formado por um conjunto de 20 satélites, embora possa ser aumentada para mais 6 unidades. Eles pesam aproximadamente 2.000 kg e têm uma vida útil média de 10 anos. Estes satélites podem determinar suas órbitas e calcular a sua própria mensagem de navegação autônoma. Eles têm a capacidade de medir distâncias entre si e transmitir dados para outros satélites ou para o segmento de controle. Esses satélites são capazes de operar cerca de meio ano sem qualquer apoio do Segmento de Controle e sem degradação na precisão das efemérides. » Bloco IIR-M: São satélites modernizados, onde incluem um novo sinal militar e o mais robusto sinal L2C civil. O primeiro satélite deste bloco foi lançado no dia 26 de setembro de 2005. » Bloco IIF: O primeiro satélite (SVN62) foi lançado no dia 28 de maio de 2010. Estes satélites incluem o terceiro sinal civil na banda L5. Sua vida útil média é de cerca de 10 anos. » Bloco III: A nova geração de satélites GPS introduz melhorias significativas nas capacidades de navegação. Eles fornecem o quarto sinal civil na banda L1 (L1C). O primeiro lançamento está previsto a partir de 2017. Figura 6: Satélites Bloco II e IIA. Fonte: <www.gps.gov>. 15 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I Figura 7: Satélites Bloco II R. Fonte: <www.gps.gov>. Figura 8: Satélites Bloco II R-M. Fonte: <www.gps.gov>. Figura 9: Satélites Bloco II F. Fonte: <www.gps.gov>. 16 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES Figura 10: Satélites Bloco III. Fonte: <www.gps.gov>. A política dos Estados Unidos para manter a liderança no serviço de sistemas de navegação por satélite possui metas para atender a crescente demanda por melhoria do desempenho dos serviços de GPS, bem como para manter a competitividade com os sistemas de navegação por satélites internacionais. Figura 11. Metas para desenvolvimento e modernização do sistema GPS. Fonte: <www.gps.gov>. Segmentos do Sistema GPS Como já fora visto, o Sistema de Posicionamento Global (GPS) é um sistema de propriedade norte-americana, disponibilizado a uma gama de usuários. Este sistema é composto por três segmentos: o segmento espacial, o segmento de controle e o segmento do usuário. Espacial Neste segmento inclui os satélites e os foguetes Delta que lançam satélites a partir de Cabo Canaveral, na Flórida. 17 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I Os satélites GPS (mínimo de vinte e quatro satélites) voam em órbitas circulares (seis planos orbitais) a uma altitude de 10.900 milhas náuticas ou 20.200 km e com um período de 12 horas. As órbitas são inclinadas em relação a linha do equador, em 55º para garantir a cobertura das regiões polares. Alimentado por células solares, os satélites mantém uma orientação constante a fim de apontar os seus painéis solares em direção ao sol e sua antena para a Terra. Cada um dos satélites, posicionados seus planos orbitais, circula a Terra duas vezes por dia. Os satélites são compostos por: » Painéis solares - Cada satélite está equipado com painéis solares. Estes painéis captam a energia do sol, que fornece energia para o satélite durante toda a sua vida. » Componentes externos – Esses componentes tais como antenas. O exterior de um satélite GPS tem uma variedade de antenas. Os sinais gerados pelo transmissor de rádio são enviados para os receptores GPS por meio da antena G-banda. Outro componente é o transmissor de rádio, o que gera o sinal. Cada um dos satélites 32 transmite o seu próprio código único no sinal. » Componentes internos - Compreende os relógios atômicos e os transmissores de rádio. Cada satélite contém quatro relógios atômicos. Estes relógios são precisos, pelo menos, um bilionésimo de um segundo ou um nanossegundo. Uma imprecisão relógio atômico de 1 / 100th de um segundo se traduziria em uma medida (ou que varia) de erro de 1.860 milhas para o receptor GPS. Controle É o segmento responsável por controlar o todo sistema, incluindo a implantação e manutenção do mesmo, rastreamento dos satélites em suas órbitas, bem como os parâmetros do relógio. Monitoramento de dados auxiliares e envio de mensagem de dados para os satélites. O segmento de controle também é responsável pela criptografia de dados e proteção contra o serviço de usuários não autorizados e está estruturado em uma estação principal (mestre/master), estação de monitoramento e um grupo de antenas terrestres. 18 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES Figura 12. Estruturação do Segmento de Controle do sistema. Fonte: <www.gps.gov>. A estação de controle mestre, localizado na Base Aérea de Schriever no Colorado, é responsável pela gestão global dos sítios de monitoramento e de transmissão remotas, calculando não só posição, mas também a velocidade, ascensão direita e parâmetros de declinação para eventual envio de satélites GPS. As estações de monitoramento consistem em seis estações localizadas na Base de Dados de Schriever Força Aérea no Colorado, em Cabo Canaveral na Flórida, no Havaí, na Ilha de Ascensão no Oceano Atlântico, em Diego Garcia no Oceano Índico e em Kwajalein Ilha no Pacífico Sul. Outras seis estações de monitoramento adicionais foram adicionados a partirde 2005, sendo elas na Argentina, no Bahrein, no Reino Unido, no Equador, em Washington e na Austrália. Cada uma das estações de monitoramento verifica a altitude exata, a posição, a velocidade e a integridade geral dos satélites em órbita. O segmento de controle utiliza medições recolhidas pelas estações de monitoramento para predizer o comportamento da órbita de cada satélite e seu respectivo relógio. Este segmento também assegura que as órbitas dos satélites GPS e seus relógios permaneçam dentro de limites aceitáveis. Uma estação pode localizar até 11 satélites de cada vez. Este check-up é realizado duas vezes por dia, por cada estação, quando os satélites completam as suas viagens em torno da Terra. As variações observadas, como as causadas pela gravidade da lua, do sol e da pressão da radiação solar, são passadas junto à estação de controle mestre. 19 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I As antenas terrestres desempenham o papel de monitorar e rastrear os satélites de horizonte a horizonte. Eles também transmitem informações corretivas aos satélites de forma individualizada. Usuário No que diz respeito ao segmento de usuário inclui equipamentos militares e civis que recebem os sinais GPS. Os equipamentos militares receptores do sinal GPS são os integrados em equipamentos de caças, bombardeiros, tanques, helicópteros, navios, submarinos, tanques, jipes e soldados. Além das atividades básicas de navegação, aplicações militares, o sistema GPS possibilita a designação de alvos, o apoio aéreo aproximado e as armas “inteligentes”. Com o aumento da popularidade de receptores GPS ao longo dos últimos anos, a comunidade civil passou a utilizar o sistema GPS de forma ampla e diversificada. Os sistemas de rastreamento GPS são usados para encaminhar e monitorar entrega por vans e veículos de emergência. Na agricultura de precisão, o GPS é usado para orientar com precisão máquinas agrícolas empregadas na lavoura, no plantio, adubação e a colheita. Nos smartphones com o recurso de mapa de navegação GPS ou aplicações similares. As previsões para a aviação prometem ser revolucionárias. Como as viagens aéreas quase dobrou no século XXI, o GPS pode representar uma pedra angular do futuro sistema de gestão do tráfego aéreo (ATM) que irá manter elevados níveis de segurança, além de reduzir os atrasos e aumentar a capacidade das vias aéreas. Para promover este futuro sistema de ATM, o objetivo é estabelecer e manter uma capacidade de navegação baseada em satélite para todas as fases do voo. Estrutura do Sinal no Sistema GPS » Este código L1 do GPS (1575,42 MHz) voltou a ser a banda mais importante para fins de navegação. A maioria das aplicações no mundo hoje em dia é baseada nos sinais transmitidos nessa frequência. Três sinais são transmitidos no momento 20 UNIDADE I | CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES por GPS em L1: Código C / A, o código P (Y) e M-Code. No futuro, um novo sinal civil adicional, conhecido como L1C, também será transmitido. O sinal de código C / A foi pensado principalmente para aquisição do código P (ou Y) e tornou-se hoje o sinal mais importante para aplicações. O código P é o sinal de precisão e é codificado pelo código de precisão. Além disso, o código Y é usado em lugar do código P sempre que o modo de funcionamento do Antifalsificação (A / S) é ativado. O sinal militar modernizado (M-Code) é projetado exclusivamente para uso de fins militares e destina-se na eventual substituição do código P (Y). Esse sinal (M-Code) fornece melhor resistência do que o sinal P (Y), com um poder bem maior sem interferência com código C / A ou P (Y). Além disso, o M-Code prevê a aquisição de sinal mais robusto do que é conseguido hoje, além de oferecer uma melhor segurança em termos de exclusividade, autenticação e de confidencialidade, juntamente com a distribuição de chaves aerodinâmicas. Em outros aspectos, o sinal M-Code, é possível explicar que, fornece um desempenho com mais flexibilidade e bem melhor que o código P (Y). O sinal de L1 Civil (L1C), é constituído por dois componentes principais; um denominado L1 Cp, para representar o sinal piloto e outro L1 Cd, para os canais de dados. Este sinal é espalhado por um código que varia e é modulado por uma mensagem de dados. » O código L2 do GPS está transmitindo na banda L2 (1227,60 MHz) um sinal civil modernizado conhecido como L2C juntamente com o P (Y) e o Código M-Code. Como podemos observar, o código P (Y) e o M-código já foram explanados nos parágrafos anteriores e as propriedades e parâmetros são semelhantes às da banda L1. Além disso, para o Bloco IIR-M, IIF, e blocos subsequentes, existem dois códigos adicionais que vão ser transmitidos. Eles são o L2 moderado (L2 CM) e o código L2 Longa Civil (L2 CL). » O código L5 do GPS (1176,45 MHz) foi transmitido pela primeira vez a bordo de satélites IIF e seu desenvolvimento busca sobretudo atender a demanda do segmento aéreo. Em comparação com L1 C/A e L2, estas são algumas das mudanças em L5: » Melhoria da estrutura do sinal para um melhor desempenho; » Maior potência transmitida do sinal L1 / L2 (~ 3 dB, ou 2 × tão poderoso); 21 CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES | UNIDADE I » Maior largura de banda, onde oferece 10 × ganho de processamento, fornece mais nítida autocorrelação (em termos absolutos, não em relação ao tempo de duração) e requer uma taxa de amostragem maior no receptor; » Códigos mais de espalhamento (10 × maiores do que C / A); » Usa a banda Aeronáutica Radionavigation Serviços. https://en.wikipedia.org/wiki/Processing_gain 22 REFERÊNCIAS IBGE. Manual do Usuário Posicionamento Por Ponto Preciso. Diretoria de Geociências, 2009. IBGE. RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS. 2014. Klein, I.; Matsuoka, M.T.; de Souza, S.F.: Análise do serviço on-line de PPP (GDGPS – APPS) para Receptores de Dupla Frequência: um estudo envolvendo dados de estações da RBMC. Gaea - Journal of Geoscience, v. 6, no 2, pp. 90-98, 2010. Klein, I.; Matsuoka, M.T.; de Souza, S.F.: Análise do serviço on-line de PPP (GDGPS – APPS) para Receptores de Dupla Frequência: um estudo envolvendo dados de estações da RBMC. In: Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, 3., 2010, Recife. Anais...Porto Alegre: UFRGS, 2010. Artigos, pp. 001-007. On-line. ISBN 978-85- 63978-00-4. Matsuoka, M.T.; Azambuja, J.L.F.; Souza, S.F. Potencialidades do serviço on-line de Posicionamento por Ponto Preciso (CSRS-PPP) em aplicações geodésicas. Gaea - Journal of Geoscience, v. 5, no 1, pp. 42-49, 2009. Monico, J.F.G. Posicionamento pelo GNSS: Descrição, fundamentos e aplicações. São Paulo: Editora Unesp, 2008, 476 p. Site <http://www.ufpe.br/cgtg/SIMGEOIII/IIISIMGEO_CD/artigos/Cad_Geod_Agrim/Geodesia%20 e%20Agrimensur a/A_216.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2014. UNIDADE i CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES Capítulo 1 Introdução aos sistemas de posicionamento GNSS Referências